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A Teoria Estruturalista e suas aplicações[editar | editar código-fonte]

Teoria estruturalista[editar | editar código-fonte]

Semiótica é uma forma de estruturalismo, ou seja, procura descobrir como é que as pessoas conferem sentido ao mundo e não o que o mundo é. Em contraponto, o empirismo (ciência) consiste em descobrir as significações e os padrões já existentes no mundo.

Lévi-Strauss, em 1979, distingue formas de pensar, «"científicas” e “selvagens”, não para afirmar que o pensamento científico é melhor, mas para afirmar que é diferente» .

A ciência analisa o objecto por categorias, enquanto o pensamento selvagem o compreende como um todo, um exemplo de fácil compreensão é a Natureza, a ciência analisa por categorias finas e precisas, por outro lado, o pensamento selvagem/holístico não. A ciência ocidental tem mais efeito sobre o mundo do que uma mitologia ou fenómeno de uma sociedade tribal, no entanto, uma “verdade” religiosa pode ser tão ou mais eficaz de forma a ter poder para mudar atitudes e comportamentos de uma sociedade. A verdade é um conjunto de signos que a faz e que a aceita, não é uma realidade externa.

Lévi-Strauss, como antropólogo estruturalista que era, ampliou a teoria de Saussure de modo a conseguir abranger todos os processos culturais, para posteriormente os poder categorizar.

A significação é específica de cada cultura, porém a forma de construção dessa mesma significação é universal a todo o ser humano. Um exemplo de fácil compreensão é o de Saussure, pois as linguagens são todas diferentes e todas iguais, ou seja, têm significação diferente mas são construídas da mesma forma .

Categorização e oposições binárias[editar | editar código-fonte]

Lévi-Strauss define como muito importantes os sistemas de categorias. Para ele na produção de sentido é importante categorizar conceitos no interior de um sistema, a estrutura subjacente a este processo é designada por oposição binária. Oposição binária é um sistema de duas categorias relacionadas que, na sua forma mais pura, engloba o universo.

Na oposição binária perfeita existem as categorias A e B que precisam da existência uma da outra para poderem ter sentido e que ganham esse mesmo sentido ao serem impostas ao mundo.

Estruturalmente, a história da criação do mundo, Génesis, pode ser lida não como essa mesma história mas sim como a de criação de categorias culturais através das quais lhe é dado sentido. Este processo serve para dar sentido a conceitos abstratos, ou como Lévi-Strauss chama, criar a "lógica do concreto". Segundo Lévi-Strauss, a construção de oposições binárias é o processo universal fundamental da produção de sentido, universal visto que é o produto da estrutura física do cérebro humano, que trabalha por mensagens binárias simples .

Categorias anómalas[editar | editar código-fonte]

As categorias anómalas resultam da artificialidade das oposições binárias, pois não se encontra nas categorias anómalas uma linha de divisão. Não há luz e a escuridão, mas sim apenas um processo contínuo de iluminação e escurecimento. Outro exemplo é o da serpente, "que nem é bicho da terra nem peixe do mar”.

A outra categoria anómala existente é aquela que é construída pela própria cultura para mediar entre duas categorias opostas, quando a fronteira se apresenta demasiado rígida. É assim que muitas culturas medeiam entre os deuses e as pessoas, por intermédio de figuras anómalas (anjos, Jesus Cristo) que comungam de ambas, ou por exemplo entre seres humanos e animais (lobisomens) ou entre os vivos e mortos (vampiros).

Repetição estruturada[editar | editar código-fonte]

É uma forma de descobrir o paralelismo entre a forma de conceptualizarmos o nosso meio ambiente espacial, o nosso relacionamento com os animais e o nosso relacionamento com as pessoas, por exemplo, a sogra é uma figura tipicamente tabu, ocupando no mundo humano a categoria que, no mundo animal, seria ocupada pelos vermes .

Rituais de passagem[editar | editar código-fonte]

Podemos associar os rituais de passagem a barreiras criadas pelas diversas culturas existentes.

As mesmas produziram nas sociedades séries de rituais de passagem de maneira a facilitar a transição entre as fronteiras .

De forma a consolidar as ideias anteriormente referidas temos como exemplo, o jogo da seleção portuguesa, que só é visto como tal, se antes do início da partida, for cantado o hino nacional.