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Estou ativo na Wikipedia-PT desde 09 de abril de 2005; Desde novembro de 2005 também estive colaborando na Wikipedia em Inglês.


"A verdade existe. Só as mentiras são inventadas." Georges Braque


"Duvidar de tudo ou crer em tudo. São duas soluções igualmente cômodas, que nos dispensam ambas de refletir." Henri Paincore


"Para todo problema complexo, existe uma solução clara, simples e errada." George Bernard Shaw


"The trouble with the world is that the stupid are cocksure and the intelligent are full of doubt." Bertrand Russell


"O mundo julga pelas aparências e quase sempre se engana." João XXIII


O significado do mito...[editar | editar código-fonte]

Quando o primeiro volume do meu Historical Atlas of World Mythology: The Way Of Animal Powers foi publicado, os editores me enviaram numa turnê publicitária. É o pior tipo de turnê possível, porque você tem de se encontrar, sem a menor vontade, com locutores de rádio e repórteres, eles próprios indispostos a ler o livro sobre o qual devem conversar com o entrevistado, para gerar visibilidade.
A primeira pergunta que faziam era sempre: "O que é um mito?". É um bom começo para uma conversa inteligente. Em uma cidade, porém, entrei numa estação de rádio para um programa de meia hora, ao vivo, em que o entrevistador era um jovem com ar de astuto e que imediatamente me alertou: "Sou difícil, já vou lhe avisando. Estudei Direito".
A luz vermelha acendeu, e ele começou, argumentativo: "A palavra 'mito' significa 'uma mentira'. Mito é uma mentira". Repliquei com a minha definição de mito. "Não, mito não é uma mentira. Uma mitologia completa é uma organização de imagens e narrativas simbólicas, metafóricas das possibilidade de experiência humana e da realização de determinada cultura em certo momento."
"É uma mentira", ele retrucou.
"É uma metáfora."
"É uma mentira."
Isso continuou por uns vinte minutos. Quatro ou cinco minutos antes do fim do programa, percebi que o entrevistador não sabia o que era uma metáfora. Resolvi tratá-lo da mesma maneira como estava sendo tratado.
"Não", eu disse. "Eu lhe digo o que é metafórico. Dê-me um exemplo de metáfora."
Ele respondeu. "Dê-me você um exemplo."
Eu resisti. "Não, agora estou fazendo a pergunta." Eu não tinha lecionado por trinta anos à toa. "E eu quero que você me dê um exemplo de uma metáfora."
O entrevistador ficou totalmente pasmo e chegou a dizer: "Vamos chamar um professor". Finalmente, depois de um minuto e meio, ele se recompôs e disse: "Vou tentar. Meu amigo John corre muito. Dizem que ele corre como um veado. Isso é uma metáfora".
Enquanto se passavam os últimos minutos da entrevista, eu repliquei. "Isso não é uma metáfora. A metáfora seria: John é um veado."
Ele revidou: "Isso é uma mentira".
"Não", eu disse. "É uma metáfora".
E o programa terminou. O que esse incidente sugere sobre a nossa compreensão de metáfora?
Ele me fez refletir que metade da população mundial acha que as metáforas de suas tradições religiosas, por exemplo, são fatos. E a outra metade afirma que não são fatos, de forma alguma. O resultado é que temos indivíduos que se consideram fiéis porque aceitam as metáforas como fatos, e outros que se julgam ateus porque acham que as metáforas religiosas são mentiras.
(Joseph Campbell - Tu És Isso - Transformando a Metáfora Religiosa - Ed. Madras - págs. 23-25 - Ano pub. 2001)