Usuário(a):LuciaRibeiro13/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Síntese literária[editar | editar código-fonte]

Síntese, na literatura, é um tipo textual utilizado para organizar e armazenas as principais características de uma obra. Diferentemente do resumo, a síntese apresenta as ideias gerais do autor; desta forma, sua publicação é quase sempre feita pelo leitor. É feita de forma objetiva, tendo diferentes âmbitos dependendo de seu tipo.[1]

O termo “síntese” surge da ideia que o texto tem como objetivo recolher ideias dispersas e amplas presentes no texto e organizá-las em um bloco unificado. Assim, a síntese demonstra plenamente as relações entre as temáticas da obra.[2] Os tipos de síntese incluem a síntese argumentativa, a síntese crítica, e a síntese explicativa.

Diferença entre resenha e síntese[editar | editar código-fonte]

Síntese e resenha são dois gêneros textuais que são parecidos, por usar o resumo da obra analisada como método. Porém, eles são completamente diferentes. A resenha consiste em um gênero textual no qual o autor omite opinião ou descreve sobre um livro, um filme, algum álbum musical e demais produções culturais. Uma das finalidades de uma resenha é a divulgação de obras e textos, sob uma perspectiva crítica o que eles contêm. O autor da resenha alude a outras obras publicadas pelo autor do texto-fonte, sempre registrando suas impressões pessoais sobre a obra. As resenhas são vistas em periódicos como jornais das mais variadas tendências e em revistas semanais de circulação nacional. Há dois tipos de resenha: a resenha descritiva e a resenha crítica.[3]

Resenha Descritiva[editar | editar código-fonte]

É informativa, consiste em uma forma de expor algo relativo ao conteúdo analisado, sem fazer julgamentos ou relatar a história. O resenhista, neste tipo de resenha, dá a conhecer ao leitor um pouco sobre a obra e o autor, sem se aprofundar no assunto inteiro.

Resenha Crítica[editar | editar código-fonte]

Nesse tipo de resenha, o autor dá a sua opinião de forma crítica, além de expor algo a respeito de um conteúdo, influenciando o comportamento dos leitores. O autor da resenha crítica informa o leitor qual o seu enredo, mas não conta a sua história.

Síntese[editar | editar código-fonte]

Já a síntese é um gênero textual que resume o que contempla as principais ideias ou a essência de algo. É possível fazer uma síntese de um artigo acadêmico, de um livro, de um filme ou de uma série, por exemplo. Sua estrutura apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão, além de zalgumas características específicas a cada texto, como o caráter argumentativo, crítico ou explicativo.  A sua linguagem deve ser objetiva e impessoal, evitando informações de outros temas e opiniões pessoais. Deve focar-se em apresentar as informações relevantes para a análise feita.

A estrutura de uma síntese é consideravelmente flexível, pois não segue a mesma estrutura do texto-base, porém, ela deve ser dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução é onde se apresenta o tema e o autor da obra escolhida. O desenvolvimento é a parte onde se indica os assuntos nucleares, mostrando as intenções do autor. E a conclusão encerra as discussões apresentando as últimas considerações a respeito da obra analisada.[4]

Síntese como ferramenta para a história pública[editar | editar código-fonte]

Como dito anteriormente a síntese é um gênero textual ou ferramenta para produção de sentido do passado para um público não especializado, com a possibilidade de abordar novos públicos que desejam solução aos problemas levantados, introdução, desenvolvimento, conclusão, com uma respectiva adequação da linguagem acessível a todos.

A partir de 1967, Raphael Samuel, no Ruskin College da Universidade de Oxford organizou uma série de oficinas e seminários, posteriormente conhecido como movimento Workshop, sendo os pioneiros na Europa.

Anos depois e o conceito de história pública ainda é amplo e em disputa, pois para além de divulgar os trabalhos acadêmicos, seu uso permite refletir sobre diferentes representações do passado na mídia podendo modificar a relação do público com a sua história.[5] Justamente por conta disto, em 2011 foi fundada a Federação Internacional de História Pública, um ano depois 2012, no Brasil, foi inaugurada a Rede Brasileira de História Pública com o intuito de pautar a nível nacional e internacional os estudos e usos da história em espaços públicos. Assim como a amplitude de possibilidades da atuação e produção tais como, a escrita colaborativa como ferramenta de pluralidade e enriquecimento intelectual ou a síntese por sua construção narrativa normalmente cronológica e dos eventos mais marcantes do recorte temporal, difusão do conhecimento para além das barreiras universitárias sem perder o rigor e a responsabilidade metodológica com as fontes.[6]

Exemplos de síntese[editar | editar código-fonte]

Algumas obras podem ser citadas como exemplos de sínteses históricas.

  • História Geral do Brasil, um trabalho historiográfico produzido por Francisco Adolfo de Varnhagen. Se considerada uma síntese, tendo em vista a mescla de escrita histórica e literária que Varnhagen adota a fim de apelar para um público amplo, se destaca como a primeira a tratar da história do Brasil. Sua obra, entretanto, deixa transparecer seu viés a favor da monarquia, do colonialismo português e do anti-indianismo.[7][8][9]
  • O Movimento da Independência 1821-1822, de Manuel de Oliveira Lima. O livro trata do processo de separação do Brasil de Portugal, detalhando a volta de D. João VI para Lisboa, as Cortes de Lisboa, as lojas maçônicas no Brasil, além das personalidades de José Bonifácio e D. Pedro I.[10]
  • Pindorama — A Outra História do Brasil, de Jovane Nunes. Sua sinopse constata o seguinte: “o livro de estreia de Jovane Nunes narra, através de uma perspectiva diferente da que aprendemos nos livros escolares, a trajetória do Brasil desde os primórdios até os dias de hoje, passando por personagens célebres e situações intrigantes”. Alguns autores, a fim de atrair o público, afirmam expor em seus livros a "verdadeira história", a "história que o seu professor nunca te contou e que você nunca leu no seu livro didático". O mesmo fenômeno ocorre na obra de síntese histórica de Eduardo Bueno, Brasil: Uma História, no qual a sinopse consta que o autor "tira a História da prisão das salas de aula e a leva para as ruas''. No seminário Independência: Memória e Historiografia, Jurandir Malerba discorre sobre o assunto: "Feitas por não especialistas, para fins ou econômicos – para ganhar dinheiro – ou político-ideológicos; e, não obstante, essas obras de síntese vêm constituindo uma cultura histórica questionável, mal elaborada, cheia de vícios de produção, de interpretação e mesmo de erros factuais".[11]
  • Brasil em Projetos, de Jurandir Malerba. Em sua obra, Malerba apresenta a história do Brasil através de um eixo temático dos projetos de melhoria da nação elaborados ao longo dos séculos.
  • Brasil: Uma Biografia, de Heloisa Murgel Starling e Lilia Schwarcz.
  • Livro de ouro da História do Brasil, de Mary del Priore e Renato Venâncio.
  • Brasil: Uma Interpretação, de Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. AUERBACH, Erich (2005). "Filologia da Literatura Universal". Em Teorias Literárias do Século XX: Uma Antologia. Madrid: Editado por José Manuel Cuesta Abad y Julián Jiménez Heffernan, Akal. pp. 809–820 
  2. Beecroft, Alexander (2008). «Literatura mundial y literatura-mundo. Hacia una tipología de los sistemas literarios». New Left Review (54): 85-96 
  3. Baltar, Marcos (2011). Leitura e Produção Textual Acadêmica I. Florianópolis: [s.n.] pp. 74–83 
  4. Matos, Talliandre. «Síntese». Brasil Escola. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  5. MALERBA, Jurandir. “A escrita de história em forma de síntese atende a demandas muito urgentes do debate historiográfico contemporâneo” (Entrevista por Flávia Varella). In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/entrevista-com-jurandir-malerba-escrita-da-historia-em-sintese-brasil-em-projetos. Publicado em: 22 nov. 2021. ISSN: 2674-5917.
  6. CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. História Pública e redes sociais na internet: elementos iniciais para um debate contemporâneo. Revista Transversos.“Dossiê: História Pública: escritas contemporâneas de História. Rio de Janeiro, Vol. 07, nº. 07, pp. 35-53, Ano 03. set. 2016. Disponível em: . ISSN 2179-7528. DOI: 10.12957/ transversos.2016.25602.
  7. Protásio, Daniel Estudante. "Francisco Adolfo de Varnhagen e algumas linhas de força da historiografia portuguesa do seu tempo (1839-1841)". In: História da Historiografia, 2014; 7 (14)
  8. Silveira, Pedro Telles da. "Ficção, literatura e história através da “Crônica do descobrimento do Brasil (1840), de Francisco Adolfo de Varnhagen". In: História da Historiografia, 2009; 2 (3)
  9. Cezar, Temístocles. "Varnhagen em movimento: breve antologia de uma existência". In: Topoi, 2007; 8 (15): 159-207
  10. Lima, Manuel de Oliveira (2019). «Movimento da independência (1821-1822), O». Biblioteca Digital da FUNAG. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  11. Costa, 2016; Nunes, 2009. Sobre essa historiografia, queira ver Bonaldo, 2010; Rodrigues, 2016; Paiani, 2017.