Usuário(a):SandyBonner/Testes
Instalaçoes para suínos no sistema intensivo[editar | editar código-fonte]
A seleção da área para implantação de uma criação de animais exige uma necessidade de estudo da área a fim de fornecer dados que contribuam com sua escolha. As informações desde o clima do local quanto ao mercado consumidor são de grande relevância neste momento. Em relação à infraestrutura, deve-se levar em conta o abastecimento de energia na região, o estado das estradas por onde passarão os insumos nos caminhões de transporte, o fornecimento de água em quantidade e qualidade e sempre considerar os períodos de estiagem e os meios de comunicação como telefones e acesso à internet. A escolha de terrenos planos reduz o custo com terraplanagem e a declividade existente entre o local das instalações e as lagoas de dejetos,e destas para as terras onde será distribuído o dejeto pode garantir a economia na hora da distribuição dos dejetos. O solo deve ser de boa drenagem e o espaço físico escolhido deve alocar todos os barracões, com espaço de 20 m entre eles e permitir também futuras instalações. É recomendável aproveitar os ventos predominantes da região, a ventilação natural ameniza o calor e renova o ar. É fundamental a redução da incidência das radiações solares dentro da instalação. Os barracões devem ser construídos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido Leste-Oeste com desviomáximo de 15º. Nessa posição, a sombra incidirá embaixo da cobertura nas horas mais quentes do dia e a carga térmica recebida pela instalação será a menor possível.[1]
Para garantir a biosseguridade da granja, é essencial observar a distância de outras criações, de estradas e abatedouros e construir cercas e barreiras verdes para diminuir as chances de contaminação da granja.[2] Podem ser construídas cercas metálicas com altura de 2 m aproximadamente sobre mureta de 30 cm . A distância entre um galpão e outro deve garantir que uma não interfira na ventilação da outra, sendo assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação, entre as duas primeiras a barlavento, sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 a 25 vezes esta altura.A largura da instalação irá variar de acordo com o clima da região, com o número de animais, a quantidade de baias. [3] Ela tem influência relevante na condição térmica interna da instalação e também no custo da construção. Os valores mais trabalhados são de 10 m para clima quente e úmido, e de 10 m a 14 m para seco e frio Um sistema interessante para melhorar a ventilação interna, é a construção de lanternim, disposto com duas águas ao longo da cobertura do galpão. O ar se renova por meio de processo de termossifão, de forma que o ar quente sobe e é eliminado por ele. Segundo manual da EMBRAPA de suínos e aves (2003), esse deve permitir abertura mínima de 10% da largura (L) da instalação, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura da instalação ou 40 cm no mínimo. Deve ser equipado com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros. As construções que vão compor todo o conjunto de prédios necessários para a produção devem atender quesitos básicos para que a criação venha a ter sucesso. Elas devem ser higiênicas a ponto de terem água disponível e destino adequado dos resíduos;bem orientadas no terreno; serem simples, funcionais e duráveis; garantir segurança a partir da utilização de materiais e técnicas construtivas adequadas; permitirem controle das variáveis climáticas para o bem-estar dos animais; permitirem expansão e serem de baixo custo. Uma concepção construtiva que tem sido largamente empregada e que permite que se tenha um melhor controle das condições ambientais e um melhor manejo para cada fase da criação, é a divisão das edificações para abrigar suínos pela fase de vida e pela atividade. As instalações de creche devem atender às exigências de ambiência dos leitões desmamados e se fazem fundamentais para diminuir o estresse causado pelo desmame.Esta fase se torna estressante e afeta diretamente o bem-estar animal, pois os animais deixam a companhia da mãe, há mudança da alimentação, os animais tem que se adaptar a ração, o ambiente é novo e também ocorre a mistura de leitões de leitegadas diferentes para formar os novos lotes na creche. Na fase de creche, os animais necessitam de ambiente mais aquecido. Como o Brasil é um país de clima quente, nem sempre há a necessidade de aquecedores artificiais em determinadas regiões e período do ano. Dependendo da dimensão da creche, o ambiente interno da instalação pode atender às necessidades dos leitões apenas com o manejo das cortinas e aberturas (mantendo o ambiente mais fechado). A temperatura ideal para suínos na fase de creche situa-se entre 24 e 20 °C, devendo a temperatura do ar ser próxima dos 24 °C nas primeiras semanas de alojamento, e em torno de 20 °C nas últimas. A temperatura do ar não deve ser acima de 31°C e abaixo de 8 °C nessa fase de criação. O número de espaços na creche depende do número de leitões desmamados/porca/ano. Com a constante evolução genética, não há absurdo em projetar números superiores a 30 leitões desmamados/porca/ano.Esse cálculo é feito a partir do número de nascidos vivos e da mortalidade na maternidade x número de partos/fêmea/ano. O espaço por animal na creche depende do tipo de piso e da idade (considerando-seo peso) de saída. Assim, com idade de saída de 63 dias, deve-se trabalhar com 0,30 m2/animal alojado para pisos totalmente ripados e 0,35 m2 pisos parcialmente ripados(madeira, concreto ou metal) com fendas de 1 cm de largura.[2] Caso a saída de creche seja aos 70 dias, deve-se aumentar a área de creche em mais 0,05m2/animal alojado. Por se tratar de uma instalação mais cara, é preferível, se possível,determinar a saída de creche aos 63 dias. Deve haver sempre o comedouro (0,20 m de comprimento para cada 3 animais) e o bebedouro tipo chupeta (1 para cada 10 leitões) a altura de 20 a 25 cm a partir do piso. É importante locar o bebedouro no lado oposto ao comedouro a em cima do fosso ripado para facilitar o escoamento da água. A fase da recria e terminação Consiste na fase após a creche até atingir peso de abate, aproximadamente até 110 dias de vida. Pode ser feita de forma dividida, com uma baia para recria e outra para terminação, ou em apenas uma baia. No caso de se fazer duas fases, a recria será em um galpão alojando animais com 25 a 60 kg de peso corporal e com área disponível por animal de 0,50 m2,se o piso for totalmente ripado, 0,65 m2 se for parcialmente ripado a 0,75 m2 se for totalmente compacto. A área disponível por animal nas baias de acabamento com animais de 60 a 100 kg de peso corporal, deve ser de 0,85 m2 se for parcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto. A área disponível por animal nas baias de recria e terminação, para o sistema sem mudança de baia, deve ser de 0,70 m2, se o piso for totalmente ripado, 0,80 m2 se for parcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto. Logo, o dimensionamento pode ser feito da mesma forma anterior. As divisórias das baias podem ser feitas de madeira ou alvenaria até a altura de 90 cme o galpão que contém as baias pode ser totalmente aberto e ter cortinas para fechamento para proteção contra chuva.Manter a temperatura das salas entre 16°C e18°C, de acordo com a fase de desenvolvimento dos animais, monitorando-a com o uso de um termômetro. Pode ter também sistema de ventilação mecânica (ventiladores ou exaustores) para atenuar o problema da grande formação de gases a calor que normalmente ocorre nestas instalações, devido ao grande número de animais e volume de dejetos. No setor de reprodução é o local onde ocorre a pré-cobrição e a cobrição. Este galpão abriga fêmeas em produção e machos para estimular o cio das fêmeas. O número de baias varia de acordo com o número de fêmeas versus a quantidade de ciclos por porca e o ano e período de uso da baia, sobre a quantidade fêmeas por baia em relação ao número de semanas do ano.Recomenda-se de 4 a 6 porcas por baia, o período de uso da baia dura e torno de 6 semanas e com bom manejo, consegue-se de 2,3 a 2,5 gestações por fêmea por ano. A área de cada baia recomenda-se de 2,5 m2/porca com comprimento de 4 m (0,5 a 0,6 m de comedouro/porca x 6 porcas) + 0,7 m de portão) e com largura de 4 m2 considerando a área total sobre o comprimento. O número de machos recomendado é de um a cada 20 ou 25 fêmeas e uma área de 6m2 por macho. Segundo o manual de boas práticas da EMBRAPA (2011), a temperatura interna da instalação de estar na faixa de 16 a 22ºC, por meio de um correto manejo de janelões, cortinas, aspersores ouvem tiladores e das portas e forros das salas,controlando com um termômetro instalado na parte central da instalação, a uma altura aproximada de 1,50 m, para facilitar a leitura. Na fase de gestação, as baias são semelhantes ás destinadas para o período de pré-cobrição e cobrição. Podem ser individuais ou coletivas. Recomenda-se utilizar baias coletivas para 4 a 6 fêmeas com área de 2,5 m2 por cabeça, ou gaiolas individuais de 2,2 x 0,6 x 1,1 m (comp.x larg.x alt.)
A maternidade corresponde ao período de uma semana antes do parto até o fim do aleitamento. As instalações a ela destinadas exigem ainda mais cuidados pois no mesmo ambiente haverá porcos em diferentes fases e consequentemente, com exigências diferentes. A temperatura ideal para os leitões recém-nascidos é de 32-34°C e até a desmama varia de 29-31°C, sendo que para as fêmeas gestantes a o conforto térmico é mantido entre 16-19°C e para as lactantes, de 12-16°C. A partir daí nota-se a importância de haver ambientes distintos para porcas e leitões com microclimas específicos. O galpão deve ser dotado de cortinas ou janelões para evitar correntes de ar frio e para manter a ventilação, deve haver no mínimo 20% de aberturas laterais. Recomenda-se também que tenha forro de madeira ou cortina, para melhor conforto térmico, o que reduz a amplitude térmica dentro da instalação. As gaiolas metálicas para as porcas e seus leitões devem ter uma área mínima de 3,6 a 4.0 m2 e as divisórias podem ser de ferro redondo de construção ou de tela de 5 cm de malha. O escamoteador deve ser dotado de uma fonte de aquecimento baseada em energia elétrica, biogás ou lenha, com temperatura de 32°- 36°C. Uma forma de melhorar a sensação térmica da porca é o uso de um sistema axial, que seria ar refrigerado sobre a cabeça da porca.[4]
Referências
- ↑ • CAMPOS, J.A.; TINOCO, I.de F.F.; BAÊTA, F da C.; et al. Qualidade do ar, ambiente térmico e desempenho de suínos criados em creches com dimensões diferentes. Engenharia Agrícola, v.29, n.3, p.339-347, 2009.
- ↑ a b Dias, Alexandre César; Carraro, Bruno Zinato; Dallanora, Djane; Coser, Fabiano José; Machado, Glauber S; Machado, Iuri P. (2011). «MANUAL BRASILEIRO DE BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS» (PDF). EMBRAPA. Consultado em 17 de agosto de 2017
- ↑ SARUBBI, JULIANA (dezembro de 2012). «NOCTURNAL THERMAL COMFORT IN FACILITIES FOR GROWING SWINES» (PDF). Consultado em 17 de agosto de 2017
- ↑ Hessel, E. F.; Reiners, K.; Van den Weghe, H. F. A. (2006). «Socializing piglets before weaning: effects on behavior of lactating sows, pre- and postweaning behavior, and performance of piglets». Journal of Animal Science. 84 (10): 2847–2855. ISSN 1525-3163. PMID 16971588. doi:10.2527/jas.2005-606