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Último comentário: 23 de abril de 2009 de Manuel de Sousa no tópico VOLP

VOLP[editar código-fonte]

Caro XXXX (não sei como o chamar!), Há muito quem faça finca-pé da imprescindibilidade da publicação de um novo VOLP antes da entrada em vigor do AO em Portugal. Mesmo pessoas favoráveis ao AO, como é o caso do D'Silvas Filho (que, presumo, terá sido o autor do texto que transcreve), têm este entendimento.

No entanto, lembro um pequeno-grande detalhe que todos parecem esquecer: o último VOLP oficial publicado em Portugal pela ACL data de... 1940! Isso mesmo: 1940! Tratou-se de uma obra monumental, sem dúvida (que até serviu de modelo ao Formulário Ortográfico de 1943 da ABL que fundamentou a ortografia brasileira até aos nossos dias), mas que se tornou obsoleta apenas 5 anos depois. Mudou-se a ortografia em 1945, mas não se publicou novo VOLP. Nem antes, nem depois da sua entrada em vigor. Quase três décadas mais tarde, foram feitas mais algumas alterações à grafia portuguesa e, uma vez mais, não foi publicado nenhum VOLP. Havia por aí numerosos dicionários, prontuários e vocabulários elaborados por editoras e por estudiosos da língua que colmatavam perfeitamente a falta de um VOLP oficial.

É óbvio que seria útil se houvesse um VOLP que estabelecesse, preto no branco, como se escrevem todas as palavras usadas em Portugal. Principalmente agora que se muda a grafia de muitas palavras (1,6% do total, ou talvez um pouco mais). Mas será mesmo imprescindível a sua publicação para a entrada em vigor do AO-1990 em Portugal? Na minha modesta opinião, não. Um abraço e veja lá se se regista como usuário (pode inventar um nome, se preferir). Manuel de Sousa (discussão) 16h09min de 22 de abril de 2009 (UTC)Responder

Agradeço o seu post. Conheço bem a opinião do prof. D'Silvas Filho. Eu tb acho conveniente haver um VOLP. É útil agora, como já o teria sido no passado. Acho simplesmente curioso que hoje se apresente como imprescindível o que, até agora, sempre dispensámos!
A história do dicionário da ACL é simplesmente patética. Se não a conhece, leia este excerto:
«...fundada a Academia das Ciências de Lisboa em 1779, logo nos seus primeiros anos de existência começaram os trabalhos destinados à produção de um dicionário que constituísse padrão para a língua portuguesa (...). Os académicos conseguiram publicar um primeiro volume do seu Dicionário em 1793, tomo que abrangia a totalidade da letra A, e assim se quedou, ironicamente, na palavra azurrar o que deu origem, pelos séculos seguintes, aos mais humorísticos (e mordazes) comentários. As vicissitudes da política que ensombraram toda a primeira metade do nosso século XIX tornaram impossível a prossecução do projecto (...). Em 1976, sob a direcção do Prof. Doutor Jacinto do Prado Coelho, foi publicado um novo primeiro volume, também abrangendo apenas a letra A. Talvez que então o estado de saúde do director responsável (...) tenha conduzido a que o projecto ficasse uma vez mais interrompido, ou suspenso. É só em meados da década de 80 que a Academia renova o seu empenho em produzir o dicionário que os seus fundadores se tinham imposto realizar no século XVIII. Sob a direcção do Prof. Doutor João Malaca Casteleiro (...), constituiu-se uma larga equipa de linguistas e filólogos que iniciaram os seus trabalhos em 1988 (...). Ao fim de 13 anos de trabalho intensivo e com um custo total avaliado em mais de 600 mil contos, a Editorial Verbo, escolhida pela Academia das Ciências de Lisboa para realizar a edição, orgulha-se de poder apresentar (...) este Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, em dois grossos volumes com um total de cerca de 3880 páginas.» ([1])
Ou seja, andaram 200 anos para fazer um dicionário. Quando finalmente ele saiu, choveram as críticas... Quantos anos serão necessários para fazer um novo VOLP? Entretanto, desde 1981, a ABL já publicou cinco edições do seu VOLP!
Meu caro, acho que o nosso problema é que em Portugal não temos verdadeiramente uma entidade que zele pela língua. A Academia das Ciências de Lisboa não o faz devidamente. Não sei se é por falta de verbas ou porque o enfoque da vetusta instituição é demasiado alargado, o facto é que não faz o que devia fazer. Eu acho que, à semelhança do que acontece com a hispanofonia (ver es:Asociación de Academias de la Lengua Española), se devia criar uma Academia Portuguesa da Língua e apoiar a criação de instituições congéneres nos restantes países lusófonos. Já há uma Academia Galega da Língua Portuguesa, deveriam ser criadas uma Academia Cabo-Verdiana da Língua Portuguesa, uma Academia Angolana da Língua Portuguesa, uma Academia Timorense da Língua Portuguesa, etc. Estas entidades deveriam contar com apoio logístico e, em certos casos, financeiro do Estado português. Todas elas zelariam pelo português nos seus espaços e definiriam os contributos locais para vocaluários e dicionários comuns. Definiram, por exemplo, se se escreve Kwanza, Cuanza ou Quanza; Uíje ou Uíge, etc...
Até desenvolvermos uma verdadeira estratégia de promoção e internacionalização da língua portuguesa e a conseguirmos pôr em prática de forma consistente, estamos condenados a iniciativas avulsas e erráticas... Um abraço, Manuel de Sousa (discussão) 10h55min de 23 de abril de 2009 (UTC)Responder