Aljubarrota (vila)

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Aljubarrota
  Vila  
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Aljubarrota
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Aljubarrota
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Aljubarrota
Localização
Coordenadas 39° 34' 0.232" N 8° 55' 46.175" O
Município Alcobaça
Freguesia Aljubarrota
História
Elevação a vila 2 de julho de 1993
Características geográficas
Área total 3,61 km²
População total (2021) 630 hab.
Densidade 174,5 hab./km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora dos Prazeres e São Vicente

Aljubarrota é uma vila histórica portuguesa situada na freguesia de Aljubarrota de que é sede, no município de Alcobaça.[1]

A povoação de Aljubarrota foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Recuperou o estatuto de vila em 2 de julho de 1993 pela Lei n.º 30/93.[2]

A freguesia de que é sede foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Prazeres de Aljubarrota e São Vicente de Aljubarrota.[3]

Origens de Aljubarrota[editar | editar código-fonte]

Ainda não se conhece exatamente quando surgiu a povoação de Aljubarrota, devendo o povoamento da região remontar ao período neolítico, existindo em Carvalhal de Aljubarrota uma estação neolítica.[4]

Quanto à origem no nome, num relatório paroquial da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, pode ler-se: "Aljubarrota, que no arábigo quer dizer campina aberta, há uma vila antiquíssima, ... e sem embargo que não há certeza da sua fundação; poucos annos, lá se descobrio junto della numa pedra, da qual já não há notícia, por onde constava ser a sua fundação, dos tempos dos romanos...".[4]

Sabe-se que próximo de Aljubarrota existiu uma grande cidade romana a que chamavam Arruncia. No Dicionário Corographico de Portugal Continental e Insular pode ler-se: "Defronte da villa a 200 metros de distância veem-se alguns vestígios da antiquíssima igreja de Santa Marinha (ainda veem no adro sepulturas de eras remotíssimas, com dizeres e instrumentos agrícolas esculpidos). Teem-se aqui achado moedas romanas de prata."[4]

O nome Aljubarrota terá muito provavelmente origens árabes, povo que durante a sua longa ocupação terá denominado a povoação de Aljobbe (que significa poço, cisterna ou cova funda) que mais tarde derivou para Aljubarota.[4]

O Rei D. Afonso Henriques, nas doações de 1153 e 1183, chama a este povoado Aljamarôta.[4]

História[editar | editar código-fonte]

Aljubarrota foi sede de concelho até à reorganização administrativa de 1855. Recuperou o estatuto de vila em 2 de julho de 1993.[4]

No final do séc. XII, foi uma das treze vilas que constituíam os Coutos da Abadia Cisterciense de Alcobaça fundados em 1147 por D. Afonso Henriques. Aljubarrota era então a única vila dos coutos que tinha a regalia de ter fornos de cozer pão e lagares de vinho próprios.[4]

Em 1316 foi concedido foral pelo Abade de Alcobaça.[4]

A 14 de Agosto de 1385 ocorre a celebre Batalha de Aljubarrota entre os exércitos português e castelhano, tendo o exército português sob o comando de D. João I e Nuno Álvares Pereira mantido a desejada Independência Nacional.

Em 1514, o Rei D. Manuel I renova a carta de foral e concede o estatuto de vila, deixando então de prestar vassalagem aos monges de Cister.

Em 1833, com a extinção da Ordem de Cister, Aljubarrota perde importância administrativa em relação a Alcobaça, acabando por perder o estatuto de sede de concelho em 1855, fazendo actualmente parte do concelho de Alcobaça.[4]

Orago[editar | editar código-fonte]

A vila de Aljubarrota pertence à Paróquia de Aljubarrota que tem por oragos Nossa Senhora dos Prazeres e São Vicente.[5]

Economia[editar | editar código-fonte]

Nos tempos atuais Aljubarrota voltou à categoria de Vila, sendo, para além do seu peso histórico, o centro de uma zona rica pela sua atividade económica, não só agrícola (vinhos e fruta de grande qualidade), como também industrial, tendo relevo as prósperas unidades de porcelanas, cerâmicas de construção, bem como a extração e laboração de pedras, de designação consagrada, tais como "Ataíja" e "Moleanos".[4]

Património[editar | editar código-fonte]

A vila de Aljubarrota conserva características da traça medieval, com muitos prédios que não ultrapassam o primeiro andar e onde se destaca o uso de cantarias, colunas, janelas de geometria vária e cor branca nas paredes. É assim rica em motivos arquitetónicos, memórias históricas e pedras ancestrais, que constituem um museu vivo da História portuguesa. Destacam-se:[4]

  • Igreja Paroquial de São Vicente de Aljubarrota
  • Igreja Paroquial de Nossa Senhora dos Prazeres
  • Igreja da Misericórdia
  • Rua Direita
  • Janela Manuelina
  • Poço Medieval
  • Edifício sede da Junta de Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres, na Praça do Pelourinho, constitui um dos mais belos conjuntos do país, no género.[4]

Locais de Interesse Turístico[editar | editar código-fonte]

Em Aljubarrota e na freguesia de que é sede podem visitar-se:

  • Capela de São Pedro
  • Capela de Santo Amaro
  • Capela de S. Romão
  • Capela da Boavista
  • Ermida de Santa Teresa
  • Ermida de Nossa Senhora da Graça
  • Ermida de Nossa Senhora das Areias
  • Capela Nossa Senhora do Carmo
  • Capela Nossa Senhora da Piedade
  • Ponte Romana do Carvalhal

Personalidades[editar | editar código-fonte]

Foi em Aljubarrota que, no século XVIII nasceu Eugénio dos Santos, o arquitecto português responsável pela reconstrução da Baixa Pombalina de Lisboa após o terramoto de 1755.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Censos 2021». Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  2. Diário da República n.º 153/1993, Série I-A de 1993-07-02, [1]
  3. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
  4. a b c d e f g h i j k l "História da Vila de Aljubarrota", no portal da Junta de Freguesia de Aljubarrota, [2]
  5. Contactos da Igreja Católica em Portugal, no portal Anuário Católico, [3]