Anarquismo em Cuba: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 10837863 de GOE (discussão | contribs)
GOE (discussão | contribs)
m Revertidas a edição de 217.129.191.146 (5k)
Linha 1: Linha 1:
{{em tradução}}
{{em tradução}}
O [[anarquismo]] como movimento social manteve uma grande influência entre a [[classe trabalhadora]] de [[Cuba]] durante o [[século XIX]] y princípios do [[século XX]]. O movimento cobrou força especialmente depois da abolição da escravatura em [[1886]], até que foi reprimido primeiro em [[1925]] pelo presidente [[Gerardo Machado]] e finalmente pelo governo [[marxismo|marxista]] de [[Fidel Castro]] depois da [[revolução cubana]] no fim dos [[anos 50]]. O anarquismo cubano se inclinou principalmente para o [[anarcocoletivismo]] de [[Mijaíl Bakunin]], e posteriormente, para o [[anarcosindicalismo]]. O [[movimento obreiro]] en [[América Latina]], e por extensão também em Cuba, era em seus começos mais influenciado pelo anarquismo que pelo marxismo.
O '''[[anarquismo]]''' como movimento social maneve uma grande influência entre a [[Proletariado|classe trabalhadora]] de [[Cuba]] durante o [[século XIX]] e princípio do [[século XX]]. O movimento ganhou força especialmente após a abolição da escravatura, em 1886, até que foi reprimido primeiro em [[1925]] pelo presidente [[Gerardo Machado]] e finalmente pelo governo [[marxismo|marxista]] de [[Fidel Castro]] após a [[Revolução Cubana]] no final dos [[Década de 50|anos 50]]. O anarquismo cubano se inclinou principalmente rumo ao [[anarco-coletivismo]] de [[Mijaíl Bakunin]], e posteriormente, rumo ao [[anarco-sindicalismo]]. O [[movimento operário]] na [[América Latina]], e por extensão também em Cuba, esteve no começo mais influenciado pelo anarquismo que pelo marxismo.


==Historia==
==História==
===Época colonial===
===Época colonial===
A meados do [[século XIX]], a sociedade cubana estava altamente [[estratificación social|estratificada]], consistindo em uma [[classe dirigente]] de [[crioulos]] [[Espanha|espanhóis]] proprietários de plantações de tabaco, açúcar e café, uma [[classe media]] de trabalhadores das plantações, negros e espanhóis, e uma [[classe baixa]] de [[escravidão|escravos]] negros. Os escalões mais altos da sociedade estavam também profundamente divididos entre os crioulos e os espanhóis peninsulares, com os espanhóis altamente beneficiados pelo[[regime colonial]]. Cuba era uma colônia espanhola, apesar de que havia movimentos pela independência, pela integração nos[[Estados Unidos]], e pela integração com a Espanha. As raízes do [[anarquismo]] , vieram pela primeira vez em [[1857]], quando se fundou uma sociedade [[mutualista]] [[Pierre-Joseph Proudhon|proudhoniana]]. Depois de ser introduzido às idéias de Pierre-Joseph Proudhon por José de Jesús Márquez, Saturnino Martínez (um [[Asturias|asturiano]] emigrado a Cuba) fundou o jornal ''La Aurora'' em 1865. Dirigido aos trabalhadores tabaqueiros, incluía as primeiras avocações de sociedades cooperativas em Cuba. Durante a [[Guerra dos Dez Anos]], entre os insurgentes contra Espanha se incluíam expatriados procedentes da [[Comuna de Paris]], e outros influenciados por Proudhon, incluindo a [[Salvador Cisneros Betancourt]], e a [[Vicente García]].
Em meados do [[século XIX]], a sociedade cubana estava bastante [[estratificação social|estratificada]], consistindo em uma [[classe dominante]] de [[Crioulo (pessoa)|criollos]] [[Espanha|espanhóis]] proprietários de plantações de tabaco, açúcar e café, uma [[classe média]] de trabalhadores das plantações (negros e espanhóis) e uma [[classe baixa]] de [[escravidão|escravos]] negros. Os escalões mais altos da sociedade estavam também profundamente divididos entre os criollos e os espanhóis peninsulares, com os espanhóis altamente beneficiados pelo [[Colonização|regime colonial]]. Cuba era uma colônia espanhola, embora houvesse movimentos pela independência, pela integração com os [[Estados Unidos]], e pela integração com a Espanha. As raízes do [[anarquismo]] surgiram em [[1857]], quando foi fundada uma sociedade [[Mutualismo (política)|mutualista]] [[Pierre-Joseph Proudhon|proudhoniana]]. Depois de serem introduzidas as idéias de Pierre-Joseph Proudhon por José de Jesús Márquez, Saturnino Martínez (um [[Asturias|asturiano]] emigrado em Cuba) fundou o jornal ''La Aurora'' em 1865. Dirigido aos trabalhadores do tabaco, incluía as primeiras reivindicações de sociedades cooperativas em Cuba. Durante a [[Guerra dos Dez Anos]], entre os insurrectos contra a Espanha se incluíam expatriados procedentes da [[Comuna de Paris]], e outros influenciados por Proudhon, incluindo [[Salvador Cisneros Betancourt]] e [[Vicente García]].


====Desenvolvimento inicial do movimento====
====Desenvolvimento inicial do movimento====
Para a [[década de 1880]] se manifesta a primeira influência explicitamente anarquista, quando José C. Campos estabelece ligações entre Cuba e [[Anarquismo na Espanha|anarquistas espanhóis]] que operavam em [[Barcelona]], importando panfletos e jornais anarquistas. Ao mesmo tempo, muitos anarquistas espanhóis emigraram a Cuba, e se converteu em algo muito comum entre os trabalhadores ler literatura anarquista em voz alta nas fábricas tabaqueiras, desse modo ajudando amplamente à disseminação das idéias anarquistas entre os trabalhadores. Durante a década de 1880 e até meados da[[década de 1890]], os anarquistas cubanos apoiaram um método [[anarcocolectivismo|anarcocolectivista]] de organização y ação similar ao da''[[Federação de Trabalhadores da Região Espanhola]]'', seguindo una línea de "a cada qual segundo sua contribuição", em oposição ao "a cada um segundo sua necessidade" dos[[anarcocomunismo|anarcocomunistas]].
Para a [[década de 1880]] se manifesta a primeira influência explicitamente anarquista, quando José C. Campos estabelece relações entre Cuba e anarquistas espanhóis que operavam em [[Barcelona]], importando panfletos e jornais anarquistas. Ao mesmo tempo, muitos anarquistas espanhóis emigraram para Cuba, e se converteu em algo muito comum entre os trabalhadores ler a literatura anarquista em voz alta nas fábricas de tabaco, desse modo ajudando amplamente a disseminação das idéias anarquistas entre os trabalhadores. Durante a década de 1880 e até o começo da [[década de 1890]], os anarquistas cubanos apoiaram um método anarco-coletivista de organização e ação similar a da ''[[Federación de Trabajadores de la Región Española]]'', seguindo uma linha de "a cada qual segundo sua contribuição", em oposição a "a cada um segundo sua necessidade" dos [[anarco-comunismo|anarcocomunistas]].
[[Image:Roigsanmartin.png|thumb|Enrique Roig San Martín]]
[[Enrique Roig San Martín]] fundou o ''Centro de Instrução y Recreo de Santiago de las Vegas'' em [[1882]], para defender a organização do trabalho e distribuir literatura de anarcocolectivistas da Espanha. O centro tinha uma política estrita, aceitando a todos os cubanos, sem ter clara sua posição social, tendência política, ou diferencias de cor. No mesmo ano, a “Junta Central de Artesãos’’ se fundou seguindo a declaração de Roig San Martín de que “nenhum grêmio nem organização” da classe trabalhadora deveria estar atada aos pés do capital”. Roig San Martín escreveu para ''El Boletín del Gremio de Obreros'', e para o primeiro jornal explicitamente anarquista em Cuba, ''El Obrero'', que foi fundado em [[1883]] por democratas republicanos pero que rapidamente se converteu em porta-voz dos anarquistas quando Roig San Martín tomou o posto de editor. Fundou então''El Productor'' em [[1887]]. Alem de San Martín, ''El Productor'' tinha escritores nas cidades cubanas de [[Santiago de las Vegas]] e [[Guanabacoa]], e nas cidades de [[Tampa]] e [[Cayo Hueso]] na [[Florida]], y publicou artigos reimpressos do jornal em [[língua francesa]] ''Le Revolté'' e em ''La Acracia'' de [[Barcelona]].
[[Enrique Roig San Martín]] fundou o ''Centro de Instrucción y Recreo de Santiago de las Vegas'' em [[1882]], para defender a organização do trabalho e distribuir literatura de anarco-coletivistas da Espanha. O centro tinha uma política rigorosa, aceitando todos os cubanos, sem levar em conta sua posição social, tendência política, ou diferenças de cor. No mesmo ano, a ''Junta Central de Artesanos'' foi fundada seguindo a declaração de Roig San Martín de que "nenhum grêmio nem organização da classe trabalhadora deveria estar atada aos pés do capital". Roig San Martín escreveu para ''El Boletín del Gremio de Obreros'', e para o primeiro jornal explicitamente anarquista em Cuba, ''El Obrero'', que foi fundado em [[1883]] por democratas republicanos mas que rapidamente se converteu em porta-voz dos anarquistas quando Roig San Martín tomou o posto de editor. Fundou então ''El Productor'' em [[1887]]. Além de San Martín, ''El Productor'' tinha escritores nas cidades cubanas de [[Santiago de las Vegas]] e [[Guanabacoa]], e nas cidades de [[Tampa]] e [[Cayo Hueso]] em [[Flórida]], e publicou artigos reimpressos do jornal em [[língua francesa]] ''Le Revolté'' e no ''La Acracia'' de [[Barcelona]].

Fundada em [[1885]], a organização ''Círculo de Trabajadores'' se concentrou em atividades educacionais e culturais, hospedando uma escola laica para 500 estudantes pobres e reuniões para grupos de trabalhadores. No ano seguinte, líderes do ''Círculo'' (comandado por Enrique Creci) formaram um comitê de ajuda para obter fundos para os problemas legais de oito anarquistas de Chicago que haviam sido culpados de assassinato em relação com a [[revolta de Haymarket]]. Em um mês e meio, o comitê havia conseguido aproximadamente 1.500 [[Dólar americano|dólares americanos]] para a causa. Além disso, alguns dias antes das execuções dos anarquistas, o ''Círculo'' organizou uma manifestação de 2.000 pessoas em [[La Habana]] para protestar contra a decisão do estado de levar a cabo as execuções. O ''Círculo'' e ''El Productor'' foram ambos multados, o jornal por um editorial escrito por Roig San Martín sobre as execuções, e o ''Círculo'' por mostrar uma pintura que comemorava a execução. O governo colonial também proibiu as manifestações que deveriam ocorrer a cada ano no aniversário da execução.


Fundada em [[1885]], a organização ''Círculo de Trabajadores'' se concentrou em atividades educacionais e culturais, hospedando una escola laica para 500 Estudiantes pobres e mitenes para grupos de trabalhadores. No ano seguinte, líderes do ''Círculo'' (com Enrique Creci à cabeça) formaram um comitê de ajuda para obter fundos para os problemas legais de oito anarquistas de Chicago que haviam sido culpados de assassinato em relação com a [[revolta de Haymarket]]. Em um mês e meio, o comitê havia conseguido aproximadamente 1.500 [[dólares estadunidenses]] para a causa.Além disso, uns dias antes das execuções dos anarquistas, o''Círculo'' organizou una demonstração de 2.000 pessoaas em [[ Havana]] para protestar contra a decisão do estado de levar a cabo as execuções. El ''Círculo'' e ''El Productor'' foram ambos multados, o jornal por uma editorial escrita por Roig San Martín sobre as execuções, e o ''Círculo'' por mostrar una pintura que comemorava a execução.O governo colonial também proibiu as demonstrações que deveriam manter-se cada ano no aniversário da execução
====Fortalecimento da organização e a ação====
====Fortalecimento da organização e a ação====
La primeira organização explicitamente anarquista, a ''Alianza Obrera'', foi fundada em [[1887]]. Esta organização participou junto a''Federación de Trabajadores de la Habana'' e ''El Productor'' no primeiro ''Congresso Obreiro de Cuba'', que teve lugar o [[1 de octubre]] de 1887. Ao congresso atenderam principalmente trabalhadores tabaqueiros, apesar de não exclusivamente. Foi emitido um "dictum" marcando seis pontos:
A primeira organização explicitamente anarquista, a ''Alianza Obrera'', foi fundada em [[1887]]. Esta organização participou junto com a ''Federación de Trabajadores de la Habana'' e ''El Productor'' no primeiro ''Congreso Obrero de Cuba'', que ocorreu em [[1 de outubro]] de 1887. Na conferência participaram principalmente trabalhadores do tabaco, embora não exclusivamente. Foi emitido um "dictum" marcando seis pontos:


*Oposição a todos os vestígios de autoridade.
*Oposião a todos os vestigios de autoridade.
*Unidade entre as organizações de trabalhadores através de um pacto federativo.
*União entre as organizações de trabalhadores através de um pacto federativo.
*Completa liberdade de ação entre todos os grupos.
*Completa liberdade de ação entre todos os grupos.
*Cooperação mutua.
*Cooperação mútua.
*Solidariedade entre todos os grupos.
*Solidariedade entre todos os grupos.
*Proibição dentro da federação de todas as doutrinas políticas o religiosas.
*Proibição dentro da federação de todas as doutrinas políticas ou religiosas.

Saturnino Martínez não aprovou o resultado do congresso, favorecendo idéias de organização mais reformistas. Isto levou a uma rivalidade entre ele e Roig San Martín e a divisão dos sindicatos em dois grupos.

Logo após o congresso, os trabalhadores do tabaco iniciam uma série de greves em três fábricas, uma das quais durou até o final de novembro. Mais tarde, no verão de [[1888]], as greves dos trabalhadores tabacaleiros levam a um [[lockout]] dos proprietários em mais de 100 fábricas. O ''Círculo de Trabajadores'' organiza uma reunião para apoiar os trabalhadores en paro forzoso, chegando até mesmo a enviar representantes a [[Cayo Hueso]], na Flórida, para solicitar doações de trabalhadores tabacaleiros estadunidenses. Em outubro foi finalizado o lockout com os proprietários das fábricas concordando em reunir-se com os trabalhadores para levar a cabo as negociações. O resultado desta situação foi tão favorável para a ''Alianza Obrera'' que o sindicato viu aumentar seu número de membros de 3.000 para 5.000 nos seis meses seguintes, convertendo-se assim no sindicato mais forte de Cuba. No ano seguinte, Roig San Martín morre aos 46 anos de idade, alguns dias depois de ser liberado da prisão pelo governo colonial espanhol; em seu funeral compareceram supostamente umas 10.000 pessoas. Em apenas alguns meses depois, em resposta a um lockout/greve na indústria do tabaco, o chefe colonial [[Manuel Salamanca y Negrete]] fechou o sindicato de fabricantes, a ''Alianza Obrera'' e o ''Círculo de Trabajadores'', embora fosse permitido as quatro escolas mantidas pelo ''Círculo'' manterem-se abertas, e o ''Círculo'' em sua totalidade obteve permissão da nova administração para reabrir no ano seguinte.


<!--
Saturnino Martínez desaprovou o resultado do congresso, favorecendo idéias de organização mais reformistas. Isso conduziu a una rivalidade entre ele e Roig San Martín e a divisão dos sindicatos em dos bandos.
====A resposta do governo e a Guerra da Independência====
[[Imagen:ElProductor.png|left|thumb|Portada de ''El Productor'' conmemorando los incidentes de Haymarket]]
La primera celebración del [[1 de mayo]] en Cuba se llevó a cabo en [[1890]], y consistió en una marcha seguida de un mitin en el que hablaron 18 anarquistas. En los días siguientes, las huelgas de trabajadores en muchas industrias llevaron al gobierno colonial a cerrar de nuevo el ''Círculo de Trabajadores'', anulando la decisión al enfrentarse con un manifiesto de protesta firmado por 2.300 trabajadores. Más tarde ese mismo año, once anarquistas fueron juzgados por el asesinato de Menéndez Areces, director de la moderada ''Unión Obrera''. Aunque los once fueron considerados inocentes, el capitán general [[Camilo García Polavieja]] usó la situación como pretexto para clausurar ''El Productor'', y para la represión de los anarquistas en general. En [[1892]], fue celebrado otro congreso de trabajadores en el que se reconfirmaron sus principios [[anarcosindicalismo|anarcosindicalistas]] y se expresó solidaridad con las mujeres de la clase trabajadora (una idea nueva dentro de una clase trabajadora formada fundamentalmente por hombres, que sentían que debían competir con las mujeres por el puesto de trabajo), declarando: "Es una necesidad urgente no olvidarse de las mujeres, que comienzan a llenar los talleres de muchas industrias. Son empujadas por la necesidad y por la codicia burguesa a competir con nosotros. No podemos oponernos; ayudémoslas." Sin embargo, el resultado de esto fue la supresión por parte del gobierno del movimiento mediante la deportación, el encarcelamiento, la suspensión del derecho de libre asociación, y el cierre de las oficinas centrales de las organizaciones para sofocar los esfuerzos organizativos.


Durante la [[Guerra de Independencia cubana]], los anarquistas se unieron a otros miembros del movimiento sindical para distribuir propaganda a los soldados españoles, instándolos a no oponerse a los separatistas, y a unirse a la causa anarquista. Algunos años antes, los anarquistas habían adoptado las ideas propugnadas por los anarquistas españoles de organización no solo en sindicatos, sino también formando grupos anarquistas para educar a la gente y cometer violentos actos contra el estado conocidos como "[[propaganda por el hecho]]", que conllevaron a la Guerra de Independencia. Los anarquistas colocaron bombas que destruyeron puentes y tuberías de gas, y contribuyeron al fallido intento separatista de asesinar al capitán general [[Valeriano Weyler]] en [[1896]]. Esto condujo a una mayor represión del gobierno contra los anarquistas, cerrando la ''Sociedad General de Trabajadores'' (que creció fuera del ''Círculo''), realizando deportaciones masivas de activistas, e incluso prohibiendo la lectura en los puestos de trabajo.
Pronto depois do congresso, os trabalhadores tabaqueiros iniciam una serie de greves em três fábricas , uma das quais durou até o final de novembro. Más tarde, no verão de [[1888]], as greves dos trabalhadores tabaqueiros levam a um [[desmprego patronal]] dos proprietários em mais de 100 fábricas. O ''Círculo de Trabajadores'' organiza una coleta para apoiar aos trabalhadores em desemprego forçado, indo tão longe como para enviar representantes a [[Cayo Hueso]], na Florida, para solicitar doações de trabalhadores tabaqueiros estadunidenses. Em outubro foi finalizado o desemprego patronal com os proprietários das fábricas , e foi feio um acordo para reunir-se com os trabalhadores para realizar negociações. O resultado desta situação foi tão favorável para a ''Alianza Obrera'' que o sindicato viu aumentar seu número de membros desde os 3.000 até os 5.000 nos seguintes seis meses, convertendo-se assim no sindicato mais forte de Cuba. No ano seguinte, Roig San Martín morre aos 46 anos de idade, uns dias depois de ser liberado da prisão pelo governo colonial espanhol; a seu funeral assistem supostamente 10.000 pessoas afligidas. alguns meses depois, em resposta a um desemprego patronal/greve na indústria tabaqueira, o chefe colonial [[Manuel Salamanca y Negrete]] fechou o sindicato de fabricantes, a ''Alianza Obrera'' e o ''Círculo de Trabajadores'', apesar de que se permitiu às quatro escolas mantidas pelo''Círculo'' manter-se abertas, e o''Círculo'' em sua totalidade obteve permissão da nova administração para reabrir no ano seguinte.


===Comienzos del siglo XX===
====A resposta do governo e a guerra da indapendência ====
[[Image:Fransisco_Ferrer_Guardia.jpg|right|thumb|[[Francisco Ferrer Guardia]], anarquista catalán cuya teoría educacional inspiró el establecimiento de escuelas por parte de los anarquistas cubanos.]]
A primeira celebração do [[1 de maio]] em Cuba se realizou em [[1890]], e consistiu numa marcha seguida de um mitin no quefalaram 18 anarquistas. Nos dias seguintes, as greves de trabalhadores em muitas indústrias levaramao governo colonial a fecherde novo o ''Círculo de Trabajadores'', anulando a decisão ao enfrentar-se com uma manifestação de protesta firmado por 2.300 trabalhadores. Mais tarde nesse mesmo ano, onze anarquistas foram julgados pelo assassinato de Menéndez Areces, diretor da moderada ''Unión Obrera''. Apesar de que os onze foram considerados inocentes, o capitão general [[Camilo García Polavieja]] usou a situação como pretexto para fechar ''El Productor'', e para a repressão dos anarquistas em geral. Em [[1892]], foi celebrado outro congresso de trabalhadores no que se reconfirmaram seus princípios [[anarcosindicalismo|anarcosindicalistas]] e se expressou solidariedade com as mulheres da classe trabalhadora (una idéia nova dentro de una classe trabalhadora formada fundamentalmente por homens, que sentiram que deviam competir com as mulheres pelo posto de trabalho), declarando: "É uma necessidade urgente no perder das mulheres, que começam a encher as oficinas de muitas indústrias. São empurradas pela necessidade e pela ganância burguesa a competir conosco. Não podemos nos opor ,e sim ajudá-las" Sem embargo, o resultado disto foi a repressão por parte do governo do movimento mediante a deportação, a prisão, a suspensão do direito de livre associção, o fechamento das oficinas centrais das organizações para sufocar os esforços organizativos.
Tras la [[Guerra Hispano-Estadounidense]], que otorgó a Cuba su independencia de España, muchos anarquistas estaban insatisfechos con las condiciones que persistían. Citaban condiciones que eran perpetuadas por el nuevo gobierno, como la supresión de los movimientos sindicales, las ocupaciones estadounidenses, y la insatisfacción con el sistema escolar. Para [[1899]], los trabajadores anarquistas se habían reorganizado, bajo la ''Alianza de Trabajadores''. Para septiembre de este año, cinco de los grupos organizadores habían sido arrestados, tras una huelga de albañiles que se extendió a todos los oficios de la construcción. Durante este tiempo, el organizador anarquista [[Errico Malatesta]] visitó Cuba, dando discursos, y entrevistas a varios periódicos, pero los compromisos de sus siguientes conferencias fueron pronto obstaculizados por el gobernador civil Emilio Nuñez. En torno a [[1902]]-[[1903|03]], los anarquistas y otros organizadores sindicales comenzaron intentos para organizar la industria del azúcar, entonces la mayor industria de Cuba. Pero los propietarios respondieron rápidamente, y dos trabajadores fueron asesinados, con los crímenes nunca resueltos.


Los activistas anarquistas también centraron mucha de su energía hacia la preparación de la sociedad para la revolución social a través de la educación. Los anarquistas dirigieron escuelas infantiles para contrarrestar a las escuelas católicas y a las escuelas públicas, creyendo que las escuelas religiosas eran el anatema de sus ideas de libertad, y que las escuelas públicas eran demasiado a menudo usadas para inculcar ideas de "nacionalismo patriótico" y desanimar el pensamiento libre en los niños. En números de ''¡Tierra!'', un periódico anarquista semanal (publicado desde [[1899]] hasta [[1915]], sacando mas de 600 números), los escritores denunciaron el requerimiento de la escuela pública de presentar lealtad a la bandera cubana, y animaban a enseñar a los niños que la bandera era un símbolo de "inclinaciones cerradas y divisivas". Los anarquistas alegaban que los estudiantes matriculados en dicha educación se convertirían en "carne de cañón" en un conflicto entre los líderes de los partidos liberal y conservador en [[1906]], que provocó la intervención y ocupación de Cuba por los Estados Unidos hasta [[1909]]. Aunque los anarquistas habían dirigido escuelas desde aquellas del ''Círculo de Trabajadores'', no fue hasta 1906 cuando las escuelas empezaron a tomar un rumbo menos tradicional. En [[1908]], los anarquistas incluyeron un menifiesto en números de ''¡Tierra!'' y ''La Voz del Dependiente'', llamando al establecimiento de escuelas modeladas de forma similar a la ''[[Escuela Moderna]]'' de [[Francisco Ferrer Guardia]].
Durante a[[Guerra de Independência cubana]],os anarquistas se uniram a outros membros do movimento sindical para distribuir propaganda aos soldados espanhóis, exortando-os a não opor-se aos separatistas, e a unir-se à causa anarquista. Alguns anos antes, os anarquistas haviam adotado as idéias propugnadas pelos anarquistas espanhóis de organização não somente em sindicatos, mas também formando grupos anarquistas para educar à gente , cometer violentos atos contra o estado conhecidos como "[[propaganda para o fato]]", que levarão à Guerra de Independência. Os anarquistas colocaram bombas que destruíram pontes e dutos de gás, e contribuíram para o falha tentativa separatista de assassinar o capitão general [[Valeriano Weyler]] em[[1896]]. Isto conduziu a uma maior repressão do governo, fechando a ''Sociedad General de Trabajadores'' (que cresceu fora do''Círculo''), realizando contra os anarquistas deportações massivas de ativistas, e incluso proibindo a leitura nos postos de trabalho.


===Meados do século XX===
====Represión y actividad sindical====
En [[1911]], tras una huelga sin éxito de los trabajadores tabacaleros, panaderos y carreteros, todos apoyados por ''¡Tierra!'', el nuevo secretario gubernamental, Gerardo Machado, deportó a muchos anarquistas españoles y encerró a muchos anarquistas cubanos. La política represiva instituida en este periodo continuaría durante 20 años. Después de que [[Mario García Menocal]] se hiciera con el control del gobierno cubano en [[1917]], varias huelgas generales fueron recibidas con violencia por parte del estado. Varios organizadores anarquistas fueron asesinados por el estado, incluyendo a Robustiano Fernández y a Luis Díaz Blanco. Sin embargo, los anarquistas respondieron con la misma moneda con sus propios actos violentos. A tiempo, un grupo de 77 personas que el gobierno había denominado como "mafia anarcosindicalista" fueron deportados a España. Del mismo modo, las publicaciones anarquistas fueron prohibidas (habiendo sido ''¡Tierra!'' cerrada en [[1915]]), y el ''Centro Obrero'' anarquista fue obligado a cerrar. Tras el Congreso anarquista de [[1920]] en la [[Habana]], tuvieron lugar varios bombardeos, incluyendo uno en el ''Teatro Nacional'' cuando se encontraba actuando [[Enrico Caruso]], que ganaba entre 15 y 20 veces el salario anual de un trabajador medio cubano con cada actuación individual. Al año siguiente, Menocal perdió el control del gobierno, que pasó a [[Alfredo Zayas y Alfonso]], conduciendo a una proliferación de la actividad anarquista. El grupo de ''¡Tierra!'' comenzó a publicar libros y panfletos, y al menos se publicaban otros seis periódicos anarquistas regulares.
Depois da [[Guerra Hispano-Estadunidense]], que outorgou a Cuba sua independência da Espanha, muitos anarquistas estavam insatisfeitos com as condições que persistiam. Citavam condiciones que eram perpetuadas pelo novo governo, como a repressão dos movimentos sindicais, as ocupações estadunidenses, e a insatisfação com o sistema escolar. Para [[1899]], os trabalhadores anarquistas se haviam reorganizado, baixo a''Alianza de Trabajadores''. Para setembro deste ano, cinco dos grupos organizadores haviam sido arrestados, depois de uma greve que se estendeu a todos os ofícios da construção. Durante este tempo, o organizador anarquista [[Errico Malatesta]] visitou Cuba, dando discursos, e entrevistas a vários jornais, mas os compromissos de suas seguintes conferências foram obstaculizados pelo governador civil Emilio Nuñez. Em torno a [[1902]]-[[1903|03]], os anarquistas e outros organizadores sindicais começaram tentativas para organizar a industria do açúcar, então a maior indústria de Cuba. Porem, os proprietários responderam rapidamente, e dois trabalhadores foram, assassinados, com os crimes nunca resolvidos.


En este tiempo, los [[anarcosindicalismo|anarcosindicalistas]] estaban todavía a la cabeza del movimiento obrero en Cuba. Sin embargo, aunque las industrias marítima, ferroviaria, de restauración y tabacalera eran controladas por anarquistas organizados, no fue hasta [[1925]] cuando una gran federación anarquista fue organizada con éxito por los trabajadores. Similar a la ''[[Confederación Nacional del Trabajo]]'' de España, los miembros no anarquistas de la ''Confederación Nacional Obrera Cubana'' eventualmente formaron el [[Partido Socialista Popular (Cuba)|Partido Socialista Popular]] en agosto de [[1925]]. Para este tiempo, muchos anarquistas (incluyendo a [[Alfredo López]] y a [[Carlos Baliño]]) habían sido barridos por la excitación sobre la [[Revolución Rusa]], y se habían convertido en partidarios de formas mas autoritarias de organización. Muchas huelgas tuvieron lugar durante el otoño de 1925, y el gobierno, de nuevo bajo el liderazgo de Machado, fue rápido en la supresión del movimiento laboral. Varios líderes sindicales fueron fusilados, y varios cientos de anarquistas españoles fueron deportados en un mes. Machado afirmó: "Teneis razón; yo no se lo que es el anarquismo, lo que es el socialismo, lo que es el comunismo. Para mi todos son lo mismo. Todos son malos patriotas". Alfredo López, entonces secretario general de la CNOC, fue arrestado primero en octubre de 1925, y animado a unirse al gobierno, seguido de un segundo arresto en julio de [[1926]]. Estaba "desaparecido" en este momento, apareciendo su cuerpo en 1933, tras la caida del gobierno de Machado.
Os ativistas anarquistas também centraram muita de suas energias rumo a preparação da sociedade para a revolução social através da educação. Os anarquistas dirigiram escolas infantis para contrariar às escolas católicas e às escolas públicas, crendo que as escolas religiosas eram o anátema de suas idéias de liberdade, com que as escolas públicas eram demasiado a freqüentemente usadas para inculcar idéias de "nacionalismo patriótico" e desanimar o pensamento livre nas crianças. Em números de ''¡Terra!'', um jornal anarquista semanal (publicado desde [[1899]] até [[1915]], vendendo mais de 600 números), os escritores denunciaram o requerimento da escola pública de apresentar lealdade à bandeira cubana, e animavam a ensinar às crianças que a bandeira era um símbolo de "inclinações cerradas e divisivas". Os anarquistas alegavam que os estudantes matriculados naquela educação se converteriam em "carne de Canon" num conflito entre os líderes dos partidos liberal e conservador em [[1906]], que provocou a intervenção e ocupação de Cuba por os Estados Unidos hasta [[1909]]. Apesar dos anarquistas haverem dirigido escolas desde àquelas do ''Círculo de Trabajadores'', não foi até 1906 quando as escolas começaram a tomar um rumo menos tradicional.
====Repressão e atividade sindical====
Em [[1911]], depois de uma greve sem êxito dos trabalhadores tabaqueiros, padeiros e carreteiros, todos apoiados por ''¡Tierra!'', o novo secretário governamental, Gerardo Machado, deportou a muitos anarquistas espanhóis e encerrou a muitos anarquistas cubanos. Depois de que [[Mario García Menocal]] fez a política repressiva com o controle do governo cubano em [[1917]], varias greves gerais foram recebidas com violência por parte do estado. Vários organizadores anarquistas foram assassinados pelo estado, incluindo a Robustiano Fernández e a Luis Díaz Blanco. Sem embargo, os anarquistas responderam com a mesma moeda com seus próprios atos violentos. A tempo, um grupo de 77 pessoas que o governo havia denominado como "máfia anarcosindicalista" foram deportados para a Espanha. Do mesmo modo, as publicações anarquistas foram proibidas (havendo sido ''¡Tierra!'' fechada em [[1915]]), e o ''Centro Obrero'' anarquista foi obrigado a fechar. Depois do Congresso anarquista de [[1920]] em [[Havana]], tiveram lugar vários bombardeios, incluindo um no ''Teatro Nacional'' quando se encontrava atuando [[Enrico Caruso]], que ganhava entre 15 e 20 vezes o salário anual de um trabalhador médio cubano com cada atuação individual. Ao ano seguinte, Menocal perdeu o controle do governo, que passou a [[Alfredo Zayas y Alfonso]], conduzindo a una proliferação da atividade anarquista. O grupo de ''¡Tierra!'' começou a publicar livros e panfletos, e ao menos se publicavam outros seis periódicos anarquistas regulares.


====Reorganización tras la partida de López y los españoles====
Neste tempo, os [[anarcosindicalismo|anarcosindicalistas]] estavam todavia à cabeça do movimento obreiro em Cuba. Sem embargo, apesar das indústrias marítima, ferroviária, de restauração e tabaqueira eram controladas por anarquistas organizados, no foi hasta [[1925]] quando una grande federação anarquista foi organizada com êxito pelos trabalhadores. Similar à''[[Confederación Nacional del Trabajo]]'' da Espanha, os membros não anarquistas da ''Confederación Nacional Obrera Cubana'' eventualmente formaram o [[Partido Socialista Popular (Cuba)|Partido Socialista Popular]] em agosto de [[1925]]. Para este tempo, muitos anarquistas (incluindo a [[Alfredo López]] y a [[Carlos Baliño]]) haviam sido varridos pela excitação sobre a [[Revolução Russa]], e se haviam convertido em partidários de formas mais autoritárias de organização. Muitas greves tiveram lugar durante o outono de 1925, e o governo, de novo baixo o líder de Machado, foi rápido na repressão do movimento operário.Vários líderes sindicais foram fuzilados, e vários centos de anarquistas espanhóis foram deportados em um mês. Machado afirmou: "Tens razão; eu não sei o que é o anarquismo, o que é o socialismo, o que é o comunismo. Para mim todos são o mesmo. Todos são doentes patriotas". Alfredo López, então secretário geral da CNOC, foi preso primeiro em outubro de 1925, e animado a unir- se ao governo, seguido de uma segunda prisão em julho de [[1926]]. Estava "desaparecido" neste momento, aparecendo seu corpo em 1933, depois da queda do governo de Machado.
[[Image:M-26-7.svg|thumb|left|Bandera del [[Movimiento 26 de Julio]] de [[Fidel Castro]], una organización contraria a [[Fulgencio Batista]] que reclutó a mucho anarquistas cubanos en los [[años 50]].]]
Con la falta de López, el control sobre el CNOC estaba en pugna entre los anarquistas y los comunistas. Para [[1930]]-[[1931|31]], el CNOC había sido tomado por los comunistas, con los anarquistas siendo enviados a la policía, todavía bajo el control de Machado. Muchos de los anarquistas españoles implicados decidieron volverse a España. Siguiendo la aprobación por el nuevo gobierno de una ley por la cual al menos la mitad de los empleados de un patrón debían haber nacido en Cuba, un gran número de anarquistas de Cuba nacidos en España fueron forzados por la necesidad económica a regresar a España, lo que menguó ampliamente la influencia del movimiento anarquista en Cuba. Sin embargo, pronto fue fundada la ''Juventud Libertaria'' por una generación más joven de anarquistas, y para [[1936]], tras el comienzo de la [[Guerra Civil española]], los anarquistas cubanos habían fundado la ''Solidaridad Internacional Antifascista'' (SIA), para ayudar en el envío de dinero y armas a la [[CNT]] y la [[Federación Anarquista Ibérica]]. Muchos anarquistas nacidos en Cuba fueron a España a unirse a la lucha, junto con muchos anarquistas nacidos en España exiliados de Cuba.


Con los derechos garantizados por la [[Historia del constitucionalismo cubano#Constitución de 1940|constitución cubana de 1940]], los anarquistas pudieron organizarse de nuevo con un menor riesgo de muerte o deportación. La SIA y la ''Federación de Grupos Anarquistas de Cuba'' se autodisolvieron, formando sus miles de miembros la ''Asociación Libertaria de Cuba''. La ALC mantuvo el ''Primer Congreso Nacional Libertario'' en [[1944]], eligiendo un secretario general, y un secretario organizativo. Fue seguido por un segundo congreso en [[1948]], en el que el anarquista alemán [[Augustin Souchy]] pronunció el discurso inaugural. También se eligió un órgano de propaganda oficial para la ALC, ''Solidaridad Gastronómica'', que fue publicado de forma mensual hasta su clausura por el gobierno de Castro en diciembre de [[1960]]. Se celebró un tercer congreso en 1950, centrándose fuertemente en mantener el movimiento obrero apolítico y libre de interferencia por parte de los políticos y los burócratas. A mediados de los [[años 50]], [[Fulgencio Batista]] estaba de nuevo en el poder tras un golpe de estado con éxito. Muchos anarquistas se unieron a los grupos guerrilleros que luchaban contra el gobierno de Batista, incluyendo al [[Movimiento 26 de Julio]] de Fidel Castro, que llevó a Batista a huir de Cuba el último día de [[1958]].
====Reorganização depois da partida de López e os espanhóis====
Com a falta de López, o controle sobre a CNOC estava em luta entre os anarquistas e os comunistas. Para [[1930]]-[[1931|31]], o CNOC havia sido tomado pelos comunistas, com os anarquistas sendo enviados à polícia, todavia baixo o controle de Machado. Muitos dos anarquistas espanhóis implicados decidiram voltar à Espanha. Seguindo a aprovação pelo novo governo de uma lei pela qual ao menos a metade dos empregados de um patrão devia haver nascido em Cuba, um grande número de anarquistas de Cuba nascidos na Espanha foram forçados pela necessidade econômica a regressar a Espanha, o que declinou amplamente a influência do movimento anarquista em Cuba. Sem embargo, pronto foi fundada a ''Juventud Libertaria'' por uma geração mais jovem de anarquistas, e para [[1936]], depois o começo da [[Guerra Civil espanhola]], os anarquistas cubanos haviam fundado a ''Solidaridad Internacional Antifascista'' (SIA), para ajudar no envio de dinheiro e armas à [[CNT]] e à [[Federação Anarquista Ibérica]]. Muitos anarquistas nascidos em Cuba foram à Espanha para unir-se à luta, junto a muitos anarquistas nascidos na Espanha exilados de Cuba.


===Período postrevolucionario===
Com os direitos garantidos pela constituição de 1940, os anarquistas puderam organizar-se de novo com um menor risco de morte ou deportação. La SIA e a ''Federación de Grupos Anarquistas de Cuba'' se dissolveram, formando seus milhares de membros a ''Asociación Libertaria de Cuba''. A ALC manteve o ''Primer Congreso Nacional Libertario'' em [[1944]], elegendo um secretario geral, e um secretario organizativo. Foi seguido por um segundo congresso em [[1948]], no que o anarquista alemão [[Augustin Souchy]] pronunciou o discurso inaugural. Também se elegeu um órgão de propaganda oficial para a ALC, ''Solidaridad Gastronómica'', que foi publicado de forma mensal até seu encerramento pelo governo de Castro em dezembro de [[1960]].
===Período pós-revolucionário===
====1960-1961====
====1960-1961====
Durante os primeiros dias depois de tomar o poder, Castro expulsou a conhecidos anarcosindicalistas da''Confederación de Trabajadores de Cuba''. Devido a isto, e por uma suspeição geral rumo aos governos, o conselho nacional da ALC publicou um manifesto denunciando ao governo de Castro e suas ações. O jornal ''Solidaridad Gastronómica'' também denunciou sua insatisfação com o governo, dizendo que era impossível que um governo fora "revolucionário". Em janeiro de [[1960]], a ALC decidiu em assembléia, pedir apoio à Revolução Cubana, declarando ao mesmo tempo sua oposição aos totalitarismos e as ditaduras. No fim do ano, o jornal do grupo (''Solidaridad Gastronómica'') seria fechado pelo governo. O número final comemorava a morte do anarquista espanhol [[Buenaventura Durruti]], e continha um editorial declarando que as "ditaduras do proletariado" eram impossíveis, opinando que nenhuma ditadura podia pertencer ao proletariado, tão somente dominá-lo.
Durante los primeros días tras tomar el poder, Castro expulsó a conocidos anarcosindicalistas de la ''Confederación de Trabajadores de Cuba''. Debido a esto, y por una sospecha general hacia los gobiernos, el consejo nacional de la ALC publicó un manifiesto denunciando al gobierno de Castro y sus acciones. El periódico ''Solidaridad Gastronómica'' también denunció su descontento con el gobierno, diciendo que era imposible que un gobierno fuera "revolucionario". En enero de [[1960]], la ALC decidió en asamblea, pedir apoyo a la Revolución Cubana, declarando al mismo tiempo su oposición a los totalitarismos y las dictaduras. A finales de año, el periódico del grupo (''Solidaridad Gastronómica'') sería cerrado por el gobierno. El número final conmemoraba la muerte del anarquista español [[Buenaventura Durruti]], y contenía un editorial declarando que las "dictaduras del proletariado" eran imposibles, opinando que ninguna dictadura podía pertenecer al proletariado, tan solo dominarlo.


Durante o verão desse mesmo ano, o anarquista alemão [[Augustin Souchy]] foi enviado pelo governo de Castro para inspecionar o setor agrário. Não ficou impressionado com o que se encontrou, e declarou em seu panfleto ''Testemunhos sobre a Revolução Cubana'' que o sistema era muito similar ao modelo [[União Soviética|soviético]]. Três dias depois da partida de Souchy de Cuba, a tirada completa foi apreendida e destruída por o governo. Sem embargo, uma editorial anarquista argentina republicou o panfleto ao seguinte dezembro. Aproximadamente ao mesmo tempo, a ALC, alarmada pelo movimento do governo de Castro rumo a uma forma de governar [[marxismo-leninismo|marxista-leninista]], publicou uma declaração, com o nome ''Grupo de Sindicalistas Libertários'' para prevenir reações contra os membros da ALC. O documento declarava oposição ao centralismo, às tendências autoritárias, e ao militarismo do novo governo. Depois da denúncia do documento por parte do secretário geral do''[[Partido Comunista Cubano]]'' (PCC), os anarquistas fracassaram em sua busca de um impressor que publicara uma reação à denúncia. A publicação''El Libertario'' publicou sua última edição esse verão.
Durante el verano de ese mismo año, el anarquista alemán [[Augustin Souchy]] fue invitado por el gobierno de Castro para inspeccionar el sector agrario. No quedó impresionado con lo que se encontró, y declaró en su panfleto ''Testimonios sobre la Revolución Cubana'' que el sistema era demasiado similar al modelo [[Unión Soviética|soviético]]. Tres días después de la partida de Souchy de Cuba, la tirada completa fue incautada y destruida por el gobierno. Sin embargo, una editorial [[Anarquismo en Argentina|anarquista argentina]] republicó el panfleto al siguiente diciembre. Aproximadamente al mismo tiempo, la ALC, alarmada por el movimiento del gobierno de Castro hacia una forma de gobernar [[marxismo-leninismo|marxista-leninista]], publicó una declaración, bajo el nombre ''Grupo de Sindicalistas Libertarios'' para prevenir reacciones contra los miembros de la ALC. El documento declaraba oposición al centralismo, a las tendencias autoritarias, y al militarismo del nuevo gobierno. Tras la denuncia del documento por parte del secretario general del ''[[Partido Comunista Cubano]]'' (PCC), los anarquistas fracasaron en su búsqueda de un impresor que publicara una reacción a la denuncia. La publicación ''El Libertario'' publicó su última edición ese verano.


Seguindo estas ações, muitos anarquistas elegeram passar à clandestinidade, recorrendo à "[[ação direta]] clandestina" como seu único meio de luta. Segundo o anarquista cubano Casto Moscú, "um número infinito de manifestos foram escritos denunciando os falsos postulados da revolução de Castro e chamando ao povo a opor-se a ela... se puseram em marcha planos para sabotar as coisas básicas que sustentavam ao estado”. Depois de que Manuel Gaona Sousa, um dos fundadores da ALC e antigo anarquista, fizera público um manifesto apoiando ao governo, e declarando "traidores" a todos aqueles que se opunham ao governo, Moscú e outro anarquista, Manuel González, foram presos em Havana. Quando foram liberados, ambos foram imediatamente à embaixada mexicana, onde foram aceitados. Eventualmente, ambos viajaram do [[México]] a [[Miami]], Florida, onde se reuniram com muitos de seus companheiros cubanos.
Siguiendo estas acciones, muchos anarquistas eligieron pasar a la clandestinidad, recurriendo a la "[[acción directa]] clandestina" como su único medio de lucha. Según el anarquist cubano Casto Moscú, "un número infinito de manifiestos fueron escritos denunciando los falsos postulados de la revolución de Castro y llamando al pueblo a oponerse a ella... se pusieron en marcha planes para sabotear las cosas básicas que sustentaban al estado". Después de que Manuel Gaona Sousa, uno de los fundadores de la ALC y antiguo anarquista, hiciera público un manifiesto apoyando al gobierno, y declarando "traidores" a todos aquellos que se oponían al gobierno, Moscú y otro anarquista, Manuel González, fueron arrestados en la Habana. Cuando fueron liberados, ambos fueron inmediatamente a la embajada mexicana, donde fueron aceptados. Eventualmente, ambos viajaron de [[México]] a [[Miami]], Florida, donde se reunieron con muchos de sus compañeros cubanos.


====Exílio====
====Exilio====
A partir de meados de [[1960]], mas acelerando-se amplamente no verão de [[1961]], um grande número de anarquistas cubanos emigraram aos Estados Unidos. Esse verão, em [[Nova York]], o''[[Movimento Libertário Cubano no Exílio]]'' foi formado por alguns desses exilados, entrando em contato com anarquistas espanhóis exilados depois da [[Guerra Civil espanhola]], que também viviam em Nova York. Entraram também em contato com [[Sam Dolgoff]] e a ''[[Libertarian League]]'', com sede em Nova York. Rapidamente, foram recebidas doações de todo o mundo para os anarquistas cubanos exilados. Sem embargo, depois da publicação do manifesto de Gaona, as doações terminaram que muitos anarquistas em outros países foram convencidos pelos argumentos deste documento. Como resposta ao amplo efeito deste manifesto,o MLCE publicou o''Boletín de Información Libertaria'' com o apoio da''Libertarian League'' e o jornal da [[Federación Libertaria Argentina]]''. Entre muitos outros, a FLA publicou um ensaio de Abelardo Iglesia titulado ''Revolución y Contrarevolución'' que manifestava as diferenças que os anarquistas cubanos viam entre as revoluções marxista e anarquista: "Expropriar às empresas capitalistas, integrando-as aos trabalhadores e técnicos, ISTO É A REVOLUÇÃO. Porém, convertê-las em monopólios estatais nos quais o único direito do produtor é obedecer, ISTO É A CONTRA-REVOLUÇÃO ".
A partir de mediados de [[1960]], pero acelerándose ampliamente en el verano de [[1961]], un gran número de anarquistas cubanos emigraron a los Estados Unidos. Ese verano, en [[Nueva York]], el ''[[Movimiento Libertario Cubano en el Exilio]]'' fue formado por algunos de esos exiliados, entrando en contacto con anarquistas españoles exiliados tras la [[Guerra Civil española]], que también vivían en Nueva York. Entraron también en contacto con [[Sam Dolgoff]] y la ''[[Libertarian League]]'', con sede en Nueva York. Rápidamente, fueron recibidas donaciones de todo el mundo para los anarquistas cubanos exiliados. Sin embargo, tras la publicación del manifiesto de Gaona, las donaciones se acabaron pronto, ya que muchos anarquistas en otros países fueron convencidos por los argumentos de este documento. Como respuesta al amplio efecto de este manifiesto, el MLCE publicó el ''Boletín de Información Libertaria'' con el apoyo de la ''Libertarian League'' y el periódico de la ''[[Federación Libertaria Argentina]]''. Entre muchos otros, la FLA publicó un ensayo de Abelardo Iglesia titulado ''Revolución y Contrarevolución'' que manifestaba las diferencias que los anarquistas cubanos veían entre las revoluciones marxista y anarquista: "Expropiar a las empresas capitalistas, entregándoselas a los trabajadores y técnicos, ESTO ES LA REVOLUCIÓN. Pero convertirlas en monopolios estatales en los cuales el único derecho del productor es obedecer, ESTO ES LA CONTRA-REVOLUCIÓN".
Enquanto os cubanos exilados nos Estados Unidos estavam intentando conseguir fundos para apoiar aos anarquistas encerrados em prisão em Cuba, o MLCE foi denunciado por anarquistas estadunidenses e de outros países como marionetes da CIA, e "meros anti-comunistas". O jornal anarcopacifista ''Liberation'' publicou artigos a favor de Castro, o que levou a protestos do MLCE e a Libertarian League diante de suas oficinas. Todavia, em [[1965]], o MLCE enviou a Iglesias a [[Itália]] para apresentar o caso contra Castro antes da''[[Federazione Anarchica Italiana]]'' (FAI). A FAI era convencida, publicando condenações em jornais anarquistas italianos tais como ''[[Umanità Nova]]'', e coletando assinaturas da condenação da''Federação Libertária Argentina'', a ''Federação Libertária Mexicana'', a ''Anarchist Federation of London'', la ''Sveriges Arbetares Centralorganisation'', la ''Federação Anarquista Francófona'', e o ''Movimento Libertário Espanhol''.


Enaquanto os cubanos exilados nos Estados Unidos estavam tentando conseguir fundos para apoiar os anarquistas presos em Cuba, o MLCE foi denunciado por anarquistas estadunidenses e de outros países como fantoches da CIA, e "meros anti-comunistas". O jornal anarcopacifista ''Liberation'' publicou artigos a favor de Castro, o que levou a protestos do MLCE e da Libertarian League na frente de seus escritórios. Porém em [[1965]], o MLCE enviou a Iglesias a [[Italia]] para presentar el caso contra Castro ante la ''[[Federazione Anarchica Italiana]]'' (FAI). La FAI quedó convencida, publicando condenas en periódicos anarquistas italianos tales como ''[[Umanità Nova]]'', y recolectando firmas de condena de la ''[[Federación Libertaria Argentina]]'', la ''[[Federación Libertaria Mexicana]]'', la ''Anarchist Federation of London'', la ''[[Sveriges Arbetares Centralorganisation]]'', la ''[[Federación Anarquista Francófona]]'', y el ''Movimiento Libertario Español''.
Apesar das denuncias de organizações e jornais anarquistas de todo o mundo, a opinião começou a alterar em [[1976]], quando Sam Dolgoff publicou seu livro ''The Cuban Revolution: A Critical Perspective''. Depois, em [[1979]], o MLCE começou a publicação de uma nova revista titulada ''[[Guángara Libertaria]]'', republicando o artígo de Alfredo Gómez ''The Cuban Anarchists, or the Bad Conscience of Anarchism''. Em [[1980]], o MLCE e ''Guángara Libertaria'' apoiaram a evacuação massiva de cubanos de Cuba depois de que muitos dissidentes cubanos ocuparam a embaixada peruana em Havana. Muitos daqueles que haviam abandonado Cuba nesta época se uniram ao coletivo editorial de ''Guángara''. Para [[1985]], o coletivo tinha co-responsáveis por todo o mundo, incluindo [[México]], [[Havaí]], [[Espanha]], e [[Venezuela]]. A revista chegou a uma tirada de 5.000 exemplares em [[1987]], conviertendo-se no jornal anarquista de maior circulação nos Estados Unidos. Sem embargo, em [[1992]], el coletivo cessou a publicação de ''GL'', depois que muitos de seus membros continuaram publicando escritos.


Apesar das denúncias de organizações ee jornais anarquistas de todo o mundo, a opinião começou a mudar em [[1976]], quando Sam Dolgoff publicou seu livro ''The Cuban Revolution: A Critical Perspective''. Além disso, em [[1979]], o MLCE começou a publicação de uma nova revista intitulada ''[[Guángara Libertaria]]'', republicando o artigo de Alfredo Gómez ''The Cuban Anarchists, or the Bad Conscience of Anarchism''. Em [[1980]], o MLCE e ''Guángara Libertaria'' apoiaram a evacuação em massa de cubanos de Cuba depois que muitos dissidentes cubanos ocuparam a embaixada peruana em Havana. Muitos daqueles que haviam abandonado Cuba nesta época se uniram al colectivo editorial de ''Guángara''. Para [[1985]], o grupo tinha correspondentes por todo o mundo, incluindo [[México]], [[Havaí]], [[Espanhaa]] e [[Venezuela]]. A revista chegou a uma tiragem de 5.000 exemplares em [[1987]], convertendo-se no jornal anarquista de maior circulação nos Estados Unidos. No entanto, em [[1992]], o grupo cessou a publicação de ''GL'', embora muitos de seus membros continuaram publicando escritos.!-->


==Links Externos==
=={{Links externos}}==
*[http://conexioncubana.net/index.php?st=content&sk=view&id=1454&sitd=317 Dossiê Historia do anarquismo cubano I], por Carlos Manuel Estefanía
* {{es}} [http://conexioncubana.net/index.php?st=content&sk=view&id=1454&sitd=317 Dossier História do anarquismo cubano I], por Carlos Manuel Estefanía
*[http://ourworld.compuserve.com/homepages/mhec/DOCU18.HTM Os anarquistas cubanos ao fim do século XIX: os libertários e a guerra do 95], por Carlos M. Estefanía
*{{es}} [http://www.conexioncubana.net/index.php?st=content&sk=view&id=1455&sitd=317 Dossier História do anarquismo cubano II], por Carlos Manuel Estefanía
*[http://www.inisoc.org/estefani1.htm Espanha e o anarquismo em Cuba], por Carlos M. Estefanía
*{{es}} [http://ourworld.compuserve.com/homepages/mhec/DOCU18.HTM Os anarquistas cubanos no final do século XIX: os libertários e a guerra de 95], por Carlos M. Estefanía
*[http://www.escaner.cl/escaner21/perfiles.htm Anarquismo e feminismo: as mulheres no debate anti-imperialista], por Rodrigo Quesada Monge
*{{es}} [http://www.inisoc.org/estefani1.htm España e o anarquismo em Cuba], por Carlos M. Estefanía
*{{es}} [http://www.escaner.cl/escaner21/perfiles.htm Anarquismo e feminismo: as mulheres no debate antiimperialista], por Rodrigo Quesada Monge
*[http://www.cartadecuba.org/anarquismo.htm Comentando a obra “El anarquismo en Cuba” de Frank Fernández]
*{{es}} [http://www.cartadecuba.org/anarquismo.htm Comentando a obra “El anarquismo en Cuba” de Frank Fernández]
*[http://lahaine.org/index.php?p=11570 Debate: Anarquismo, anti-imperialismo, Cuba e Venezuela], vários autores
*{{es}} [http://lahaine.org/index.php?p=11570 Debate: Anarquismo, antiimperialismo, Cuba e Venezuela], vários autores


[[Categoria: Anarquismo por país]]
[[Categoria:Anarquismo por país|Cuba]]
[[Categoria:Historia de Cuba]]
[[Categoria:História de Cuba]]
[[Categoria:Política de Cuba]]
[[Categoria:Política de Cuba]]


[[en:Anarchism in Cuba]]
[[en:Anarchism in Cuba]]
[[es:Anarquismo en Cuba]]

Revisão das 19h24min de 5 de junho de 2008

O anarquismo como movimento social maneve uma grande influência entre a classe trabalhadora de Cuba durante o século XIX e princípio do século XX. O movimento ganhou força especialmente após a abolição da escravatura, em 1886, até que foi reprimido primeiro em 1925 pelo presidente Gerardo Machado e finalmente pelo governo marxista de Fidel Castro após a Revolução Cubana no final dos anos 50. O anarquismo cubano se inclinou principalmente rumo ao anarco-coletivismo de Mijaíl Bakunin, e posteriormente, rumo ao anarco-sindicalismo. O movimento operário na América Latina, e por extensão também em Cuba, esteve no começo mais influenciado pelo anarquismo que pelo marxismo.

História

Época colonial

Em meados do século XIX, a sociedade cubana estava bastante estratificada, consistindo em uma classe dominante de criollos espanhóis proprietários de plantações de tabaco, açúcar e café, uma classe média de trabalhadores das plantações (negros e espanhóis) e uma classe baixa de escravos negros. Os escalões mais altos da sociedade estavam também profundamente divididos entre os criollos e os espanhóis peninsulares, com os espanhóis altamente beneficiados pelo regime colonial. Cuba era uma colônia espanhola, embora houvesse movimentos pela independência, pela integração com os Estados Unidos, e pela integração com a Espanha. As raízes do anarquismo surgiram em 1857, quando foi fundada uma sociedade mutualista proudhoniana. Depois de serem introduzidas as idéias de Pierre-Joseph Proudhon por José de Jesús Márquez, Saturnino Martínez (um asturiano emigrado em Cuba) fundou o jornal La Aurora em 1865. Dirigido aos trabalhadores do tabaco, incluía as primeiras reivindicações de sociedades cooperativas em Cuba. Durante a Guerra dos Dez Anos, entre os insurrectos contra a Espanha se incluíam expatriados procedentes da Comuna de Paris, e outros influenciados por Proudhon, incluindo Salvador Cisneros Betancourt e Vicente García.

Desenvolvimento inicial do movimento

Para a década de 1880 se manifesta a primeira influência explicitamente anarquista, quando José C. Campos estabelece relações entre Cuba e anarquistas espanhóis que operavam em Barcelona, importando panfletos e jornais anarquistas. Ao mesmo tempo, muitos anarquistas espanhóis emigraram para Cuba, e se converteu em algo muito comum entre os trabalhadores ler a literatura anarquista em voz alta nas fábricas de tabaco, desse modo ajudando amplamente a disseminação das idéias anarquistas entre os trabalhadores. Durante a década de 1880 e até o começo da década de 1890, os anarquistas cubanos apoiaram um método anarco-coletivista de organização e ação similar a da Federación de Trabajadores de la Región Española, seguindo uma linha de "a cada qual segundo sua contribuição", em oposição a "a cada um segundo sua necessidade" dos anarcocomunistas.

Enrique Roig San Martín

Enrique Roig San Martín fundou o Centro de Instrucción y Recreo de Santiago de las Vegas em 1882, para defender a organização do trabalho e distribuir literatura de anarco-coletivistas da Espanha. O centro tinha uma política rigorosa, aceitando todos os cubanos, sem levar em conta sua posição social, tendência política, ou diferenças de cor. No mesmo ano, a Junta Central de Artesanos foi fundada seguindo a declaração de Roig San Martín de que "nenhum grêmio nem organização da classe trabalhadora deveria estar atada aos pés do capital". Roig San Martín escreveu para El Boletín del Gremio de Obreros, e para o primeiro jornal explicitamente anarquista em Cuba, El Obrero, que foi fundado em 1883 por democratas republicanos mas que rapidamente se converteu em porta-voz dos anarquistas quando Roig San Martín tomou o posto de editor. Fundou então El Productor em 1887. Além de San Martín, El Productor tinha escritores nas cidades cubanas de Santiago de las Vegas e Guanabacoa, e nas cidades de Tampa e Cayo Hueso em Flórida, e publicou artigos reimpressos do jornal em língua francesa Le Revolté e no La Acracia de Barcelona.

Fundada em 1885, a organização Círculo de Trabajadores se concentrou em atividades educacionais e culturais, hospedando uma escola laica para 500 estudantes pobres e reuniões para grupos de trabalhadores. No ano seguinte, líderes do Círculo (comandado por Enrique Creci) formaram um comitê de ajuda para obter fundos para os problemas legais de oito anarquistas de Chicago que haviam sido culpados de assassinato em relação com a revolta de Haymarket. Em um mês e meio, o comitê havia conseguido aproximadamente 1.500 dólares americanos para a causa. Além disso, alguns dias antes das execuções dos anarquistas, o Círculo organizou uma manifestação de 2.000 pessoas em La Habana para protestar contra a decisão do estado de levar a cabo as execuções. O Círculo e El Productor foram ambos multados, o jornal por um editorial escrito por Roig San Martín sobre as execuções, e o Círculo por mostrar uma pintura que comemorava a execução. O governo colonial também proibiu as manifestações que deveriam ocorrer a cada ano no aniversário da execução.

Fortalecimento da organização e a ação

A primeira organização explicitamente anarquista, a Alianza Obrera, foi fundada em 1887. Esta organização participou junto com a Federación de Trabajadores de la Habana e El Productor no primeiro Congreso Obrero de Cuba, que ocorreu em 1 de outubro de 1887. Na conferência participaram principalmente trabalhadores do tabaco, embora não exclusivamente. Foi emitido um "dictum" marcando seis pontos:

  • Oposião a todos os vestigios de autoridade.
  • União entre as organizações de trabalhadores através de um pacto federativo.
  • Completa liberdade de ação entre todos os grupos.
  • Cooperação mútua.
  • Solidariedade entre todos os grupos.
  • Proibição dentro da federação de todas as doutrinas políticas ou religiosas.

Saturnino Martínez não aprovou o resultado do congresso, favorecendo idéias de organização mais reformistas. Isto levou a uma rivalidade entre ele e Roig San Martín e a divisão dos sindicatos em dois grupos.

Logo após o congresso, os trabalhadores do tabaco iniciam uma série de greves em três fábricas, uma das quais durou até o final de novembro. Mais tarde, no verão de 1888, as greves dos trabalhadores tabacaleiros levam a um lockout dos proprietários em mais de 100 fábricas. O Círculo de Trabajadores organiza uma reunião para apoiar os trabalhadores en paro forzoso, chegando até mesmo a enviar representantes a Cayo Hueso, na Flórida, para solicitar doações de trabalhadores tabacaleiros estadunidenses. Em outubro foi finalizado o lockout com os proprietários das fábricas concordando em reunir-se com os trabalhadores para levar a cabo as negociações. O resultado desta situação foi tão favorável para a Alianza Obrera que o sindicato viu aumentar seu número de membros de 3.000 para 5.000 nos seis meses seguintes, convertendo-se assim no sindicato mais forte de Cuba. No ano seguinte, Roig San Martín morre aos 46 anos de idade, alguns dias depois de ser liberado da prisão pelo governo colonial espanhol; em seu funeral compareceram supostamente umas 10.000 pessoas. Em apenas alguns meses depois, em resposta a um lockout/greve na indústria do tabaco, o chefe colonial Manuel Salamanca y Negrete fechou o sindicato de fabricantes, a Alianza Obrera e o Círculo de Trabajadores, embora fosse permitido as quatro escolas mantidas pelo Círculo manterem-se abertas, e o Círculo em sua totalidade obteve permissão da nova administração para reabrir no ano seguinte.


Ligações externas