200.ª Divisão do Exército Nacional Revolucionário

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200ª Divisão

Tripulações de T-26 sendo passadas em revista por altos oficiais chineses na província de Hunan, em 28 de agosto de 1941.
País Taiwan República da China
Fidelidade Kuomintang
Corporação Exército Nacional Revolucionário
Subordinação 38º Grupo de Exércitos
Tipo de unidade Infantaria mecanizada
Sigla 200 D
Período de atividade 1938–1949
Patrono Chiang Kai-shek
Marcha Marcha dos Voluntários
Divisa Divisão de Ferro
História
Guerras/batalhas
Condecorações Citação Presidencial de Unidade
Bandeira do Tigre
Méritos em batalha Vitória no Passo de Kunlun
Logística
Efetivo 9.000 (1938)
Insígnias
Insígnia divisional
Insígnia de ombro
Comando
Comandantes
notáveis
Du Yuming
Dai Anlan
Sede
Guarnição Wuhan

A 200ª Divisão ( chinês tradicional: 第200師, chinês simplificado: 第200师, pinyin: Dì 200 Shī) foi a primeira divisão mecanizada do Exército Nacional Revolucionário. Foi criada em 1938 pela missão militar soviética com o General Du Yuming, que também foi seu primeiro comandante, baseada primordialmente no tanque leve T-26. Sua primeira ação foi contra a 14ª Divisão japonesa na Batalha de Lanfeng.

Criação[editar | editar código-fonte]

A 200.ª Divisão foi formada em 1938 por conselheiros militares do Exército Vermelho,[1] após a invasão japonesa da China, em torno de um regimento blindado e um regimento de infantaria motorizada. O primeiro consistia em quatro batalhões de tanques com três companhias cada e a divisão tinha, em teoria, 200 veículos blindados e 20.000 homens.

O Exército Chinês tinha apenas um punhado de veículos blindados em 1937, e estes não eram agrupados em grandes unidades, mas dispersados para apoiar a infantaria.[2] A maioria desses veículos foi perdida (destruída ou capturada) na Batalha de Xangai contra os japoneses. Nessa época, os tripulantes chineses usavam uniformes alemães e italianos. Todos os tripulantes usavam macacões de linho de uma peça, de origem italiana.[2] Os capacetes de proteção eram o modelo de fibra coberto em couro preto italiano e o capacete alemão de 1937, também de fibra e coberto em couro preto.[2] O re-suprimento soviético de 1938, com os T-26,[2] equipou as equipagens chinesas com macacões pretos e capacetes de proteção soviéticos de couro marrom.[2]

Organização original (janeiro de 1938)[editar | editar código-fonte]

General Du Yuming.

Organograma da 200ª Divisão:

  • 1149º Regimento (Regimento de Tanques)
  • 1150º Regimento (Regimento de Tanques)
  • 1151º Regimento (Regimento de Carros Blindados)
  • 1152º Regimento (Infantaria Mecanizada)
  • 52º Regimento de Artilharia

Equipamento[editar | editar código-fonte]

Os regimentos de tanques tinham 83 T-26, 4 BT-5, 20 (92?) tanquetes CV-35, tanques AMR 35. O regimento de carros blindados tinha cerca de 50 carros blindados BA e 12 (18?) carros blindados Leichter Panzerspähwagen (Sd Kfz 221). Além disso, tinha mais de 400 caminhões Ford. Os carros de combate T-26 eram em sua maioria do modelo 1935 com alguns M1937.[1] O regimento de infantaria motorizada usava caminhões e fuzis soviéticos, e o regimento de artilharia tinha 12 obuseiros de 122mm, também artilharia antiaérea de 45mm e canhões de campanha de 75mm.

Após os combates da divisão em maio na Batalha de Lanfeng e em operações posteriores até setembro de 1938, as unidades mecanizadas subordinadas originais da divisão foram colocadas sob comando direto do 5º Exército, e a divisão foi reorganizada como uma divisão de infantaria motorizada de cerca de 9.000 homens devido à reorganização das divisões do ENR em junho de 1938.

Organização (outubro de 1938)[editar | editar código-fonte]

Tanques T-26 soviéticos da 200.ª Divisão perfilados em Hunan, em 1938.

200.ª Divisão (Major-General Dai Anlan):

  • 598º Regimento
  • 599º Regimento
  • 600º Regimento

Em seguida, foi enviada como reforço para a Primeira Batalha de Changsha, mas nunca foi engajada. Os regimentos blindados e de artilharia foram colocados sob o comando direto do 5º Exército e a 200.ª Divisão tornou-se uma divisão de infantaria motorizada dentro do mesmo Corpo com a 1ª Divisão de Honra. A 200.ª Divisão participou com o 5º Exército enfrentando a invasão japonesa de Guangxi, na defesa de Nanning e na devastadora vitória contra os japoneses na Batalha do Passo de Kunlun, eliminando toda uma brigada japonesa. Sofreu pesadas perdas após a batalha no Passo de Kunlun em uma ofensiva contra Batang, perdendo quase dois terços de sua força.

Birmânia[editar | editar código-fonte]

Tanques chineses M3 Stuart na Birmânia entre fevereiro de 1944 e agosto de 1945.

Reconstruída e reorganizada, a divisão participou da Batalha da Estrada Yunnan-Burma no início de 1942 e da campanha da Birmânia. A 200.ª Divisão distinguiu-se nos combates na Batalha de Toungoo e na Batalha de Hopong-Taunggyi, mas sofreu uma derrota desastrosa na Batalha da Rodovia Hsipaw-Mogok perto do final da campanha, enquanto tentava recuar para a China. Seu comandante, Dai Anlan, morreu de ferimentos sofridos naquela batalha enquanto era carregado pelos remanescentes de sua força enquanto voltava para a China.

Durante o resto desta campanha, o Exército Chinês foi equipado com 48 M3 Stuarts em 1943 e 35 M4 Shermans entre 1943 e 1944. A partir de 1943, as tripulações blindadas chinesas passaram a ser equipadas pelos Estados Unidos.[2] As equipagens foram então vestidas com macacões "sarja espinha de peixe" (herringbone twill, HBT), de uma ou duas peças, e o capacete de proteção de fibra americanos.[3][4] Calçados podiam ser sandálias de palha caseira feitas pelos próprios soldados, e que eram confortáveis no calor tropical da Birmânia.[3][4] Além dos Sherman e Stuart, as forças chinesas na Birmânia foram equipadas com os carros de reconhecimento M3 Scout Car e tanquetes Universal Carrier.[3] As tripulações de tanques foram recrutadas em províncias diferentes da China, sendo uma das poucas unidades com soldados de províncias diferentes lutando juntos.[3] Assim como a infantaria, as tripulações usavam misturas de uniformes chineses e americanos.

Esta formação desapareceu em 1949, após a derrota do KMT na Guerra Civil Chinesa. Entre os blindados evacuados para Taiwan estavam alguns T-26 remanescentes.[5][6]

Comandantes[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «China (1925-1950) - Tanks Encyclopedia». Tank Encyclopedia (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2022 
  2. a b c d e f Jowett, Philip S. (2005). The Chinese Army 1937-49 : World War II and Civil War (em inglês). Stephen Walsh. Oxford: Osprey Publishing. p. 38. ISBN 978-1841769042. OCLC 59138681 
  3. a b c d Jowett, Philip S. (2005). The Chinese Army 1937-49: World War II and Civil War (em inglês). Stephen Walsh. Oxford: Osprey Publishing. p. 45. ISBN 978-1841769042. OCLC 59138681 
  4. a b Walsh, Stephen. «Chinese Kuomintang Nationalist Tank crew, Chinese Civil War | Uniformes militares, Militar, Historia militar». Pinterest (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2022 
  5. «The Complex History of Chinese Tanks». World of Tanks - Europe (em inglês). 5 de julho de 2019. Consultado em 4 de outubro de 2022 
  6. Coatepeque (14 de maio de 2016). «China Defense Blog: Rare historical photos of the day: Republic of China's T-26 Tank in 1949». China Defense Blog (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]