Adúlis

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Adúlis
𐩱 𐩵 𐩡 𐩪
ኣዱሊስ
Άδουλις
Adúlis
Basilica Bizantina do Século V em Adúlis
Localização atual
Adúlis está localizado em: Eritreia
Adúlis
Coordenadas 15° 15' 47" N 39° 39' 37" E
País Eritreia
Região Axum

Adúlis[1] (em musnade:𐩱 𐩵 𐩡 𐩪, em ge'ez: ኣዱሊስ,[2] em grego clássico: Άδουλις [3]) é um sítio arqueológico localizado na região de Semien-Keih-Bahri, na Eritreia,em frente ao arquipélago de Dalaque,[4] a uns 50 km da moderna cidade de Maçuá.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Adúlis foi o porto do Império de Axum, um importante reino da costa do Mar Vermelho que floresceu a partir do século I.

O Império de Axum foi um dos estados mais poderosos da região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, cujo poder estendeu-se do século I ao XIII.[5] Seu auge ocorreu no século IV, quando o território controlado por Axum abrangia parte da atual Etiópia, Eritreia, o sul do Egito e parte da Arábia, no sul do atual Iêmem.[5] O economia do Império era muito dependente do comércio marítimo, realizado através do porto de Adúlis, com rotas que chegavam até o Ceilão.[5] Segundo o autor grego anonimo do Périplo do Mar Eritreu, datado do século I, Adúlis exportava escravos, marfim e cornos de rinoceronte.[6] Relações comerciais foram mantidas com o Egipto (então uma província romana) desde o século I e com a Índia a partir do século III; o comércio continuou com o Egipto, Síria e o Império Bizantino até o século VII.[6] O fim do Império de Meroé, por volta de 320, pode estar relacionado ao crescimento de Axum, que com isso pôde redirecionar o comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adúlis.[6]

Em 451 um bispo de Adúlis participou do Concílio de Calcedónia no qual surgiu o cisma que criará as Igrejas ortodoxas orientais.[4] Cosme Indicopleustes passou por Adúlis no início do reinado de Justiniano (518-527), quando Elesbão (Kaleb Ella Asbeha), negus (rei) dos axumitas, estava se preparando para invadir o Iêmen em resposta à perseguição dos cristãos himiaritas de Najran (novembro de 523).[4]

Entre 702 e 715, o Império de Axum foi acossado pelos árabes muçulmanos vindos do Norte.[6] A frota axumita de navios foi destruída e Adúlis foi tomada pelos árabes, o que contribui muito para a dissolução do Império e ao gradativo abandono de Adúlis.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Dicionário Toponímico» (em inglês). Consultado em 14 de agosto de 2014 
  2. «ኣዱሊስ – ጥንታዊት ወደብ ኤርትራ (Adulis - antigo porto da Eritreia)». Eriswiss. Consultado em 30 de janeiro de 2020 
  3. Stephanus of Byzantium, Ethnica, §A26.18
  4. a b c Bowersock, G.L.; Brown, P.; Grabar, O.; Robin, C. J. (1999). «Late Antiquity.». A Guide to the Postclassical World. Belknap Press of Harvard University Press, p. 277 (em inglês). ISBN 9780674511736 
  5. a b c Akxum no sítio da UNESCO
  6. a b c d e Dumper, Michael; Stanley, Bruce E. (2007). Cities of the Middle East and North Africa:. A Historical Encyclopedia (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO, pp. 18-21. ISBN 978-1-57607-919-5