Adriano Furtado

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Adriano Furtado
Diretor-Geral do Departamento de Trânsito do Paraná
Período 2022—
Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal
Período 2019—2020
Antecessor(a) Renato Antônio Borges Dias
Sucessor(a) Eduardo Aggio de Sá
Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal no Paraná
Período 2016—2018
Nascimento
Curitiba
Alma mater Direito (UniBrasil)

Bacharel em Administração de Empresas ( FESP) Especialização em Trânsito (PUCPR)

Adriano Marcos Furtado (1976 ou 1977, Curitiba)[1] é um servidor público conhecido por ter sido diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2019 a 2020, quando foi exonerado por lançar uma nota de pesar lamentando a morte de um agente da corporação por COVID-19.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Seu irmão morreu em um acidente de trânsito em 2015.[1]

Formação[editar | editar código-fonte]

É graduado em direito pela UniBrasil, possui bacharelado em administração de empresas pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná e se especializou em trânsito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Polícia Rodoviária Federal[editar | editar código-fonte]

Ingressou na PRF em 1994. Entre outros cargos, foi chefe da Delegacia Metropolitana de Curitiba da PRF em Colombo, chefe do Núcleo de Apoio Técnico e chefe da Seção de Recursos Humanos. Chefiou a superintendência da PRF no Paraná desde 2016.[1][3]

Diretoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal[editar | editar código-fonte]

Foi nomeado como diretor-geral da PRF em dezembro de 2018 pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.[3] Furtado foi efetivado em 5 de fevereiro de 2019.[1] Quando assumiu, disse que seu foco seria em aprimorar a tecnologia na corporação e realizar trabalhos de inteligência com as outras forças policiais. Também admitiu que havia um défcit de ao menos 3 mil agentes na corporação. Na época, havia 10 mil agentes na PRF.[4]

Em 2020, a PRF mudou o número de mortos durante o Natal do ano passado. Originalmente, a PRF divulgou pela EBC que 50 pessoas haviam morrido. Porém, o número foi corrigido para 113 pessoas, mais do que o dobro, e depois o número caiu para 97. A PRF também omitiu os números sobre multas por excesso de velocidade em rodovias federais.[5]

Aggio também era bolsonarista. Ele defendeu a existência da indústria da multa e o aumento de pontos na CNH e apareceu em lives do presidente Jair Bolsonaro onde foi defendido a flexibilização do posse de arma e a defesa das CACs.[6] Em sua gestão, em 2019 houve 500 mortes e 5.000 vítimas nas estradas brasileiras, um aumento de 15% se comparado aos anos anteriores. Bolsonaro ordenou a retirada de radares fixos e radares portáteis utilizados pelos policiais para flagrar infratores, medidas feitas para combater a indústria da multa. As medidas foram revertidas pela Justiça Federal em questão de meses, mas a PRF continuou emitindo poucas multas.[7]

Em 21 de maio de 2020, Furtado escreveu uma nota de pesar pela morte de Marco Roberto Tokumori, um agente da PRF, por COVID-19. O presidente Jair Bolsonaro ligou para Furtado e o repreendeu, pedindo que o motivo da morte fosse divulgada como uma comorbidade de saúde para evitar o pânico durante a pandemia. É raro que um presidente ligue para o diretor-geral da PRF, e o evento repercutiu entre os agentes de todo o país.[8] No dia seguinte, Furtado foi exonerado do cargo pelo Ministro da Casa Civil Walter Braga Netto. Foi substituido por Eduardo Aggio de Sá.[9] Na época, vários quadros de comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública estavam sendo mudados após o pedido de exoneração de Sergio Moro por acusar Bolsonaro a interferir na Polícia Federal (PF).[10] Após sua exoneração, foi indicado a um cargo remunerado no conselho de administração na Pré-Sal Petróleo.[6]

Detran[editar | editar código-fonte]

Em 2 de maio de 2022, Furtado foi nomeado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior como diretor-geral do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), substituindo Wagner Mesquita de Oliveira.[2]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d «PRF: Assume Diretor-geral da PRF Adriano Marcos Furtado». DefesaNet. 13 de fevereiro de 2019. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024  C1 control character character in |arquivourl= at position 81 (ajuda)
  2. a b «Novo diretor-geral do Detran-PR, Adriano Furtado, toma posse». Departamento Estadual de Trânsito do Paraná. 2 de maio de 2022. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024 
  3. a b Guilherme Mazui e Gabriel Palma (7 de dezembro de 2018). «Moro escolhe superintendente do Paraná como novo chefe da Polícia Rodoviária Federal». G1 e TV Globo. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024 
  4. Rafael Neves (9 de dezembro de 2018). «Novo chefe da PRF aposta em inteligência, mas policiais pedem efetivo». Congresso em Foco. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024 
  5. «Números de mortos e feridos divulgados pela PRF são contraditórios e omitem multas dos radares». Estradas. 3 de janeiro de 2020. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2024 
  6. a b Beatriz Bulla e Luiz Vassallo (29 de dezembro de 2022). «Policiais aliados de Bolsonaro na PRF serão acomodados em Detran de Tarcísio». Terra. Consultado em 18 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2024 – via Estadão 
  7. «Governo federal troca o comando da direção-geral da PRF». Estradas. 22 de maio de 2020. Consultado em 18 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2024 
  8. João Frey (23 de maio de 2020). «Bolsonaro repreendeu diretor da PRF por nota de pesar a agente morto por covid-19». Congresso em Foco. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024 
  9. «Governo troca diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal». UOL. 22 de maio de 2020. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024 
  10. Rayssa Motta (24 de maio de 2020). «Cai chefe da Polícia Rodoviária Federal que declarou pesar à morte de agente com covid-19 e irritou Bolsonaro». Estadão. Consultado em 18 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2024