Alfredo Moser
Alfredo Moser | |
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Conhecido(a) por | Lâmpada de Moser |
Nascimento | 1951/1952 Itajaí, Santa Catarina |
Residência | Uberaba, Minas Gerais |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | mecânico, inventor |
Alfredo Moser (Itajaí, 1951/1952) é um mecânico e inventor brasileiro.
Ficou conhecido mundialmente após ter criado a "lâmpada de Moser", que consiste na utilização de uma garrafa PET para a iluminação de ambientes através da refração da luz solar.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em Itajaí, concluiu apenas o ensino fundamental, trabalhando desde jovem para ajudar os pais a manter seus 11 irmãos na escola.[1]
Mudou-se para Brasília na década de 1970, onde trabalhou em uma empresa de telefonia. Nesse período, teve seu primeiro contato com a refração da luz solar, quando seu chefe mencionou sobre a utilidade da mesma em situações extremas, como resgates. Mais tarde, começou a fazer experimentos usando o reflexo da luz solar, utilizando garrafas plásticas ao invés de garrafas de vidro.[2]
Em 1980, mudou-se para Uberaba e abriu uma oficina mecânica.[3] Em entrevistas, mencionou o médium Chico Xavier:
“Ele pôs a mão na minha cabeça e falou: ‘Moser, você vai ter uma luz na sua vida, só que esta luz não será só sua’”.
A descoberta de Moser ocorreu durante a crise do apagão, quando fixou uma garrafa plástica com Cloro no telhado de um cômodo escuro em sua residência e notou que a refração causada pela luz solar iluminava o ambiente antes escuro.[4]
A Lâmpada de Moser
[editar | editar código-fonte]Seu funcionamento se dá através da refração da luz solar; aproveitando a luz natural externa para iluminar o ambiente interno. Sua intensidade varia entre 40 e 60 watts e não emite CO2.[5] De acordo com Moser, é necessário adicionar duas tampas de Cloro em uma garrafa PET limpa e cheia de água. Esta garrafa é fixada no teto do ambiente usando cola de epóxi, com a tampa virada para cima e envolta em fita isolante. A adição de Cloro previne a formação de fungos que tornam a água verde, enquanto a cola de resina impede a passagem de água durante a chuva.[6]
Legado
[editar | editar código-fonte]Além de usar a lâmpada em sua residência, Moser também já a instalou em residências de vizinhos e em estabelecimentos comerciais em Uberaba. Moradores de outras áreas carentes da cidade também adotaram essa lâmpada como alternativa, alguns relatando uma economia de aproximadamente 30% na conta de energia.[4]
Ao longo do tempo, a lâmpada atraiu o interesse de ONGs internacionais. O empresário e filantropo Illac Angelo Diaz inspirou-se na ideia de Moser e adotou a mesma nas Filipinas através da MyShelter Foundation.[7] Em junho de 2011, a fundação começou a distribuir as lâmpadas nas Filipinas através do treinamento de pessoas carentes que como renda extra passaram a fabricar e instalar as garrafas em suas próprias localidades nas Filipinas. De acordo com Diaz, a luz proveniente de garrafas ainda contribui para o crescimento das hortas de agricultores com recursos limitados.[8]
Sobre o brasileiro, Diaz enfatiza:
"Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre. Ganhando ou não o prêmio Nobel, nós queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admiram o que ele está fazendo. Ele mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre".[9]
Em 2013, Diaz expandiu sua iniciativa para outros países com o lançamento do projeto Liter of Light, que em 2014 ultrapassou beneficiava mais de um milhão de residências com versões das lâmpadas de Moser.[7] Até 2023, cerca de 32 países já estavam envolvidos com o projeto, atuando nas Américas, África, e Ásia.[10]
No Brasil, a organização conta com 150 voluntários distribuídos pelo país e já implementou diversos projetos, principalmente nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, Paraíba, Rio de Janeiro, e no Distrito Federal. O projeto envolve a comunidade desde o planejamento até a instalação dos postes, promovendo oficinas onde os moradores aprendem a montar as lâmpadas engarrafadas. Comunidades quilombolas e ribeirinhas remotas estão entre as mais beneficiadas.[11]
Referências
- ↑ «'Luz engarrafada' sai de Minas e conquista pelo menos 15 países - Estadão». web.archive.org. 1 de julho de 2024. Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ Codingest. «O homem que inventou luz engarrafada». DRAFT World Magazine (em inglês). Consultado em 1 de julho de 2024. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2024
- ↑ «Morador de Uberaba que criou lâmpada de garrafa pet participa de exposição no RJ». G1. 29 de abril de 2017. Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ a b Garcia, Maria Fernanda (31 de outubro de 2016). «Brasileiro cria lâmpada sustentável e fornece iluminação gratuita». Observatório do 3° Setor. Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ Spanish China (15 de agosto de 2013). «Gran invento de bombilla que triunfa en suburbios de todo el planeta».
- ↑ «Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia espalhada pelo mundo». web.archive.org. 1 de julho de 2024. Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ a b "Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia espalhada pelo mundo". BBC, 13 de agosto de 2013
- ↑ "Lâmpadas Moser". Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
- ↑ Codingest. «O homem que inventou luz engarrafada». DRAFT World Magazine (em inglês). Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ «Liter of Light | UNESCO». web.archive.org. 1 de julho de 2024. Consultado em 1 de julho de 2024
- ↑ «Projeto Litro de Luz leva iluminação sustentável a comunidades do Brasil». Fundação Telefônica Vivo. Consultado em 2 de julho de 2024