Ameixoeira (Lisboa)
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização de Ameixoeira em Portugal Continental | ||||
Mapa de Ameixoeira | ||||
Coordenadas | 38° 47′ 16″ N, 9° 09′ 09″ O | |||
Município primitivo | Lisboa | |||
Município (s) atual (is) | Lisboa | |||
Freguesia (s) atual (is) | Santa Clara | |||
História | ||||
Fundação | 1541 | |||
Extinção | 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 1,61 km² | |||
População total (2011) | 11 863 hab. | |||
Densidade | 7 368,3 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora da Encarnação |
Ameixoeira é um bairro e uma antiga freguesia portuguesa do município de Lisboa, com 1,61 km² de área e 11 863 habitantes (2011). Densidade: 7 368,3 hab/km².
Como consequência de uma reorganização administrativa, oficializada a 8 de novembro de 2012 e que entrou em vigor após as eleições autárquicas de 2013, foi determinada a extinção da freguesia, passando o seu território integralmente para a nova freguesia de Santa Clara.[1]
O território da antiga freguesia situa-se no norte do município de Lisboa, fazendo fronteira com os municípios de Loures e de Odivelas. A sul e a oeste, situa-se a freguesia do Lumiar e a leste situa-se o território da antiga freguesia da Charneca.
População
[editar | editar código-fonte]★ Nos censos de 1864 pertencia ao concelho dos Olivais, extinto por decreto de 22/07/1886. Novos limites foram fixados pelo decreto-lei nº 42.142, de 07/02/1959
Nº de habitantes [2] | |||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
205 | 209 | 340 | 396 | 515 | 407 | 629 | 1098 | 1080 | 2017 | 6586 | 11004 | 10605 | 9644 | 11863 | |
+2% | +63% | +16% | +30% | -21% | +55% | +75% | -2% | +87% | +227% | +67% | -4% | -9% | +23% |
Grupos etários em 2001 e 2011
0-14 anos | 15-24 anos | 25-64 anos | 65 e + anos | |
Hab | 1 404 | 2 084 | 1 517 | 1 370 | 5 483 | 6 653 | 1 240 | 1 756 |
Var | +48% | -10% | +21% | +42% |
História
[editar | editar código-fonte]O território da antiga freguesia da Ameixoeira situa-se num ponto elevado com vista sobre o geral da cidade de Lisboa e arredores, gozando de um belo panorama e largos horizontes, vendo-se Odivelas, Paço do Lumiar, Póvoa de Santo Adrião, serras da Amoreira, de Caneças, Montachique e até a Serra de Sintra. Podemos ver também, nitidamente as freguesias de Sacavém, Portela de Sacavém e Moscavide, o Parque das Nações e, consequentemente, o Rio Tejo, atravessado pela sua Ponte Vasco da Gama e, de outro ângulo se vê a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei. Também se pode ver bem desta freguesia, o Aeroporto de Lisboa, do seu lado oeste.
A antiga freguesia teve várias denominações: até ao século XVII era conhecida por "Mixoeira", denominando-se também "Ameijoeira" e "Funchal".
"Mixoeira" terá surgido a partir do nome de um mouro Mixio ou Mixo, já o nome "Ameijoeira" da grande quantidade de amêijoas fósseis que apareciam. A designação de "Funchal" é atribuída ao facto duma velha tradição dizer ter sido encontrada a imagem do orago da freguesia num funchal, donde proveio o título de Nossa Senhora do Funchal, título conservado até 1541, ano em que se trocou pelo actual.
Vestígios pré-históricos
[editar | editar código-fonte]Desde os tempos pré-históricos que se verificou a ocupação humana do território que é a freguesia da Ameixoeira. Existem diversos vestígios arqueológicos encontrados na freguesia, que vão do Paleolítico ao Calcolítico. Supõe-se mesmo que o Forte da Ameixoeira esteja edificado sobre um povoado Calcolítico e existem referências e achados de cistas funerárias, interpretadas como túmulos celtas na altura da sua descoberta.
Período romano
[editar | editar código-fonte]A presença romana está documentada através de um altar ou cipo, encontrada em 1720 na Várzea de Santa Suzana e que apresentava uma inscrição provavelmente do século III.
Período muçulmano
[editar | editar código-fonte]Do período muçulmano ficaram alguns vestígios - As "covas", tulhas ou silos subterrâneos - e diversas reminiscências lendárias, como a do mouro Mixo ou Amixo ter fundado a povoação e a da batalha travada entre mouros e cristãos e de como estes encontraram a imagem de Nossa Senhora escondida num funchal.
Períodos seguintes
[editar | editar código-fonte]Quando em 1147, se verificou a conquista de Lisboa, já existiria o povoado da Ameixoeira, mas com o nome latino de "Muchinis".
No século XIII existem documentos referentes a propriedades agrícolas da igreja de Santa Marinha situadas no lugar de "Moyxoeira".
O século XIV é pródigo em documentação sobre doações, transacções e possessões das terras da freguesia. Em 1326 há também notícia nesse período de um companheiro de armas de D. João I, chamado "Fernão Gonçalves da Moxoeira".
No século XV, a Ameixoeira tinha uma relativa importância e havia no lugar uma albergaria para pobres e peregrinos.
No início do século XVI, a Ameixoeira procurava constituir freguesia própria separando-se do Lumiar, de que era anexa desde 1266 mas o processo de desanexação só ficou concluído em 16 de Outubro de 1541, com a criação da freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação. De referir que o registo paroquial mais antigo do concelho de Lisboa é precisamente da igreja de Ameixoeira e data de 1540, altura em que a freguesia ainda não estava completamente desvinculada do Lumiar.
Em 1660, foi construída a Fonte da Torrinha, com a sua mãe-d’água. De 1664 a 1681, efectuaram-se grandes obras na igreja, sendo-lhe acrescentada a capela-mor e pintados os painéis do tecto por Bento Coelho da Silveira. Estando como juiz da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação da Ameixoeira, em 1688, o desembargador Gonçalo Mendes de Brito ele paga ao azulejador pela colocação de azulejos na nave e é à sua custa que foi feito o retábulo-mor.[3]
O terramoto de 1755 provocou grandes estragos materiais, tanto na igreja como nas casas e quintas da freguesia.
Durante o século XIX a Ameixoeira terá sido o local preferido pelos lisboetas de oitocentos para sangrentos duelos de honra e assistiu a construção do Forte da Ameixoeira.
Durante o século XX a freguesia conheceu a sua fase menos nobre, colocada em abandono durante décadas as suas infra-estruturas históricas foram-se degradando, na freguesia, tendo sido criados bairros sociais para realojar a povoação dos antigos bairros de lata que existiam nas regiões vizinhas da Ameixoeira. As regiões eram elas: Charneca, Cruz Vermelha, Vale do Forno, Odivelas, Quinta do Louro, Galinheiras. A partir deste Plano Especial de Realojamento que centrado nas Galinheiras, realojou várias populações de Lisboa e não só nesta freguesia. Foram também construídos novos empreendimentos também na zona das Galinheiras de custos controlados subsidiados pelo Município para os Jovens, e novas urbanizações como a Alta de Lisboa que descaracterizam uma freguesia que sempre teve forte ruralidade e serenidade. A zona actualmente foi mesmo considerada como problemática e como área critica, devido aos bairros sociais construídos na região das Galinheiras e foi também alvo do projecto europeu LUDA (Large Urban Distressed Áreas) destinado a grandes áreas urbanas carentes e desfavorecidas, com o fim de detectar problemas e sugerir soluções.
Património
[editar | editar código-fonte]- Igreja Matriz da Ameixoeira
- Quinta e Palácio do Ministro
- Quinta de Santa Clara
- Quinta Santa Anna
- Quinta Santo André
- Quinta Nossa Senhora do Carmo
- Quinta Loureiro
- Quinta Santo António
- Quinta Catelhana
- Igreja de Nossa Senhora da Encarnação (Ameixoeira)
- Forte da Ameixoeira
- Casal da Nossa Senhora da Saúde
- Porta gótica da Azinhaga da cidade
Brasão e Bandeira
[editar | editar código-fonte]Armas
[editar | editar código-fonte]Escudo de azul, uma torre hexagonal de prata com fresta de negro em todas as faces, lavrada de negro, movente do contra-chefe, entre duas ameixoeiras de verde, perfiladas de ouro e frutadas de sua cor. Coroa mural de três torres. Listel branco com a legenda a negro: " AMEIXOEIRA - LISBOA ".
Bandeira
[editar | editar código-fonte]Esquartelada de branco e azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro
Monografia
[editar | editar código-fonte]Em 1997 foi editada a 1ª edição da obra Ameixoeira, Um Núcleo Histórico (monografia e outros artigos). Uma detalhada e rigorosa monografia da freguesia da autoria de Eugénio do Espírito Santo, que aguarda a sua 2ª edição, e que pode ser consultada nas Bibliotecas Municipais e na Freguesia da Ameixoeira.
Transportes
[editar | editar código-fonte]A antiga freguesia da Ameixoeira era servida por uma estação de Metropolitano,(linha amarela,com destino ao rato e no sentido contrario a odivelas), assim como por estradas municipais, Eixo Norte-Sul, etc. Várias empresas de transportes colectivos (carreiras da Carris 40B, 736, 703 e 796) passam pelo território da antiga freguesia).Também passam carreiras de autocarros da rodoviaria de lisboa com destino a localidades dos concelhos de odivelas e loures.
Colectividades
[editar | editar código-fonte]- Clube Recr. Ameixoeirense
- Grupo Recr. Inter do Desvio
- Sport União da Torrinha
- Juventude de Atletismo das Galinheiras
- Ameixoeira Futsal Clube
Outras Instituições
[editar | editar código-fonte]- Academia de Música de Santa Cecília
- Instituto Superior de Gestão (esta instituicao deixou a freguesia ficando associada a lusofona junto ao campo grande tendo o edificio sido ocupado pela central sindical UGT)
- Centro Social e Paroquial da Ameixoeira
- Cottolengo do Padre Alegre
- Casa da Cultura Cigana
- Centro de Desenvolvimento Comunitário da Ameixoeira K’CIDADE
- Piscina Municipal
- Biblioteca Infantil da Ameixoeira
Espaços Verdes
[editar | editar código-fonte]- Jardim da Ameixoeira
- Jardim de Santa Clara
- Parque Urbano da Ameixoeira - Projectado/Por construir
Bairros
[editar | editar código-fonte]- Quinta da Torrinha
- Desvio
- Núcleo histórico da Ameixoeira
- Bairro das Galinheiras
- Alto do Chapeleiro
- Quinta das Lavadeiras
- Quinta das Mouriscas
- Santa Clara (Ameixoeira)
- Alta de Lisboa
- Quinta do Grafanil
Projectos
[editar | editar código-fonte]A freguesia da Ameixoeira era uma das mais carenciadas e críticas da cidade de Lisboa, a sua posição periférica para isso contribuía.
Ao longo dos tempos foram realizados vários estudos, projectos e planos com vista a minimizar as assimetrias entre a Ameixoeira e as outras freguesias lisboetas, destacando-se:
- Parque Periférico
- Coroa Norte
- Plano de Acção Territorial (PAT)
- Large Urban Distressed Áreas (LUDA)
- Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML)
- Programa Integrado de Qualificação das Áreas Suburbanas da Área Metropolitana de Lisboa (PROQUAL)
- Programa de Recuperação de Áreas Urbanas Degradadas (PRAUD)
Arruamentos
[editar | editar código-fonte]A freguesia da Ameixoeira continha 71 arruamentos. Eram eles:
Notas e referências
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 216, Lei n.º 56/2012 (Reorganização administrativa de Lisboa). Acedido a 25/11/2012.
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ Igreja Paroquial da Ameixoeira / Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, Sistema Electrónico para o Património Arquitectónico
- ↑ a b c d e f Partilhada com a freguesia do Lumiar.
- ↑ a b c d e f Partilhada com a antiga freguesia da Charneca.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Freguesia da Ameixoeira no IGeoE-SIG»
- «Imagem Satélite da freguesia da Ameixoeira e áreas envolventes» (em inglês)
- Apresentação PDF das propostas do projecto LUDA para a freguesia (em inglês). en.
- Relatório PDF das conclusões do projecto LUDA para a freguesia (em inglês). en.
- «Sitio Oficial da Freguesia da Ameixoeira»
- «Eugénio do Espírito Santo, Ameixoeira, Um Núcleo Histórico, Ed. Autor, Lisboa, 1997 - Sítio do autor (In Memoriam)»