Amório

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Amório
Amorium; Ἀμόριον; Ammuriyya
; Amurin
Amório
Cerco de Amórioiluminura do manuscrito conhecido como Escilitzes de Madrid (século XI/XII)
Localização atual
Amório está localizado em: Turquia
Amório
Localização de Amório na Turquia
Coordenadas 39° 01' 14" N 31° 17' 21" E
País  Turquia
Região Anatólia Central
Província Esquiceir
Dados históricos
Fundação século I a.C.
Abandono século XVI d.C.

Amório (em latim: Amorium; em grego: Ἀμόριον; romaniz.:Amórion; em árabe: Ammuriyya; em siríaco: Amurin) foi uma cidade da Frígia, fundada no século I a.C., que se situava a sudeste de Dorileia (atual Esquiceir) e a sudoeste de Ancira (atual Ancara). Foi fortificada cerca de 480 pelo imperador bizantino Zenão (r. 474–475; 476–491).

História[editar | editar código-fonte]

No ano 644 (ou 646 segundo outras fontes) sofreu o primeiro ataque árabe conhecido. Posteriormente, Abderramão voltou a atacá-la e ocupou-a temporariamente em 666. Em 669 voltou a ser ocupada durante a expedição de Iázide I (r. 680–683) a Constantinopla, mas foi reconquistada pelo general bizantino André.

Maomé ibne Maruane e Maslama ibne Abedal Maleque ibne Maruane voltaram a ocupá-la temporariamente numa expedição em 708, quando derrotaram o exército bizantino em frente às portas da cidades. Em 716, volta a ser ocupada por Maslama aquando do seu ataque a Constantinopla. O imperador Leão III, o Isauro (r. 717–741) expulsou os árabes um par de anos depois e fortificou a cidade.

Constantino V Coprônimo (r. 741–775) refugiou-se em Amório em 741, durante a revolta de Artabasdo. Em 779 e 797 resistiu a ataques árabes que foram rechaçados. O segundo deles foi comandado por Haçane ibne Cataba.

A dinastia amoriana deve o seu nome a Amório. O primeiro imperador dessa dinastia, aliás, era alcunhado Miguel II, o Amoriano (r. 820–829). Em 838, os arménios e os árabes vingam-se do ataque bizantino à Arménia um ano antes e entram pelo território bizantino, assediando durante 12 dias Amório, que acabaria ocupada e saqueada a 16 de agosto. Esta expedição foi comandada pessoalmente pelo califa abássida Almotácime (r. 833–842). A 16 de março de 845, 42 prisioneiros de Amório foram executados em Samarra, então a capital abássida, sendo considerados mártires pelos bizantinos. Almotácime mandou reconstruir a cidade.

Em 931, o emir de Tarso Tamal Aldulafi atacou Amório, provocando muitos estragos. Em 978, o general Bardas Esclero foi derrotado perto da cidade por Bardas Focas, o Jovem, enviado para o deter. Em 1068 sofreu as consequências do primeiro ataque turcos, que saquearam Amório e Neocesareia. O imperador bizantino entrou na Capadócia e expulsou os turcos um ano depois, mas estes voltaram em 1071, depois de terem derrotado os bizantinos na Batalha de Manziquerta.

Em 1116, Amório encontrava-se em poder dos seljúcidas, que a tinham ocupado em data desconhecida. Depois desaparece e converte-se numa pequena cidade sob o domínio otomano mencionada como Hirsacik em 1516. Em 1892, foi fundada nos arredores a vila de Hisarkoy. As ruínas da antiga Amório foram descobertas pelo inglês Hamilton 12 km a leste de Ermidague (Azizia), perto das localidades de Hâmeza Hacil e Hisar, num local que os locais denominavam Hergan Kale. Atualmente são conhecidas como as ruínas de Asar ou Kale.

42 mártires de Amório[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: 42 mártires de Amório

Após o saque de 838, 42 oficiais e cidadãos notáveis da cidade foram levados prisioneiros para Samarra como reféns. Quando ficou claro que não haveria pagamento de resgate, eles foram forçados a se converterem ao islã, se recusaram e foram executados em 845 por isso. A Igreja Ortodoxa os comemora como os 42 mártires de Amório.[1]

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Amorium», especificamente desta versão.

Referências

  1. René Grousset (1947). Les Croisades. Col: Que sais-je? (em francês). [S.l.: s.n.] 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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