Anel esclerótico

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Crânio de um Uroplatus phantasticus, demonstrando seus anéis escleróticos.

Anéis escleróticos são anéis ósseos, encontrados nos olhos de vários grupos de animais vertebrados, com exceção de mamíferos e crocodilianos.[1] Eles podem ser formados por um único osso ou por segmentos de vários ossos.[2] Acredita-se que eles têm a função de suporte para o olho, especialmente em animais cujos olhos não são esféricos ou que vivem debaixo d'água.[1] São conhecidos anéis escleróticos fósseis de uma grande variedade de animais extintos, incluindo ictiossauros, pterossauros e dinossauros,[3] mas não são frequentemente preservados.

Diagrama mostrando a posição do anel esclerótico (sclerotic ring) no interior de um olho de pássaro.

De acordo com um estudo de 2010,[4] os valores do diâmetro externo e do diâmetro interno do anel esclerótico, e a profundidade do globo ocular são diferentes entre os pássaros diurnos e pássaros noturnos. Portanto, seria possível prever o estilo de vida de um pássaro com base nestas medidas. Assim, o Archaeopteryx poderia ser um animal noturno,[5] dinossauros herbívoros seriam ativos dia e noite, e dinossauros carnívoros noturnos.[6]

Anatomia[editar | editar código-fonte]

O anel esclerótico está localizado diretamente após a íris visível externamente, mas na frente do cristalino. Ele normalmente não tem contato com outros ossos. A íris visível está enraizada na parte externa do anel esclerótico, suspendendo o cristalino no interior do mesmo. Uma vez que a íris está enraizada no anel esclerótico, o diâmetro da pupila nunca será maior do que o orifício central do anel esclerótico. Isso permite uma afirmação mais precisa do tamanho máximo da pupila da espécie em questão para a reconstrução de espécies extintas. O anel esclerótico tem a forma plana em aves canoras e em galináceos, e também pode ter a forma tubular, como nas corujas,[4] nas quais os olhos alongados têm uma distância focal mais elevada e, portanto, maior visão no escuro. O anel esclerótico suporta o globo ocular e confere ao aparelho de acomodação um ponto de partida.

Crânios de ictiossauro Temnodontosaurus burgundiae, Museu Nacional de História Natural, Paris, França. Seus olhos estão entre os maiores que são conhecidos.
O anel esclerótico do Ophthalmosaurus ("olho de lagarto") era um dos maiores no reino animal.[7]

Referências

  1. a b Motani, Ryosuke (15 de novembro de 2000). «Eyes of Ichthyosaurs» (em inglês). Museu de Paleontologia da Universidade da Califórnia. Consultado em 31 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 22 de junho de 2007 
  2. «Palaeos Vertebrates: Glossary S» (em inglês). Palaeos.com. Consultado em 31 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2012 
  3. Pigdon, Dann. «Re: Sclerotic ring in eyes». Dinosaur Mailing List (em inglês). Museu de História Natural de Cleveland. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  4. a b Schmitz, Lars; Motani, Ryosuke (12 de maio de 2010). «Morphological differences between the eyeballs of nocturnal and diurnal amniotes revisited from optical perspectives of visual environments». Vision Research (em inglês). 50 (10): 936-946. doi:10.1016/j.visres.2010.03.009 
  5. Arnaud Salomé (26 de setembro de 2010). «L'Archaeopteryx, un prédateur nocturne?» (em francês). DinoNews. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  6. Claire Peltier (19 de abril de 2011). «Paléontologie: Les dangereux dinosaures prédateurs chassaient la nuit !» (em francês). Futura-Sciences. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  7. Milner, Angela. «Ophthalmosaurus icenicus: Why did it have such large eyes?» (em inglês). Museu de História Natural de Londres. Consultado em 31 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2015 
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