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Anolis brasiliensis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Papa-vento. Para outros significados, veja Calango-bandeira.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAnolis brasiliensis
Taxocaixa sem imagem
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Iguania
Família: Dactyloidae
Género: Anolis
Espécie: A. brasiliensis
Nome binomial
Anolis brasiliensis
Vanzolini & Williams, 1970
Sinónimos[2]
  • Anolis chrysolepis brasiliensis (Vanzolini & Williams, 1970)
  • Anolis chrysolepis — (Amaral, 1937)
  • Norops nitens brasiliensis — (Savage & Guyer, 1991)
  • Anolis nitens brasiliensis — (Avila-Pires, 1995)
  • Anolis nitens brasiliensis — (Vitt et al., 2002)
  • Anolis brasiliensis — (Borges-Nojosa & Caramaschi, 2003)
  • Anolis brasiliensis — (Lamgstroth, 2005)
  • Anolis nitens brasiliensis — (Marques et al., 2009)
  • Anolis brasiliensis — (D’Angiolella et al., 2011)
  • Norops brasiliensis — (Nicholson et al., 2012)
  • Norops brasiliensis — (Nicholson et al., 2018)

Anolis brasiliensis, popularmente conhecido como calango-bandeira ou papa-vento,[2] é uma espécie de lagarto da família dos dactiloídeos (Dactyloidae) endêmica do Brasil.

Calango deriva da quimbundo kalanga com sentido de "lagarto".[3]

Distribuição e habitat

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Anolis brasiliensis é endêmica do Brasil e ocorre nos estados de Goiás, Pará, Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso, bem como no Distrito Federal, nos ambientes florestados dos biomas cerrado e caatinga e enclaves savânicos no bioma Amazônia. Estima-se que ocorra numa área de 2 496 527 quilômetros quadrados. [1][4] Talvez ocorra na Bolívia. Sua localidade tipo é a Barra dos Tapirapés, em Mato Grosso.[2] Vive em vegetações aberta sobre troncos de árvores ou serapilheira em mata de igapó não inundável. A maioria dos indivíduos é encontrada na sombra ou sob o sol filtrado em dias nublados e ensolarados, sendo que a temperatura corporal média de 30,6 °C e não varia entre microhabitats. [5]

Anolis brasiliensis é uma espécie diurna. Há registro de infecção pelo nematoides Rhabdias sp. e Subulura lacertilia.[1] Mesmo sendo ovíparos, a dieta dos lagartos é dominada por aranhas, grilos/gafanhotos, formigas e besouros. Embora os lagartos que comiam presas grandes comessem menos presas, não existe correlação entre o tamanho ou o número de presas e o tamanho do corpo do lagarto.[6]

Anolis brasiliensis pode atingir tamanho máximo de 69 milímetros. Apresenta tíbias curtas e corpo alongado. Possui fila dupla de escamas vertebrais aumentadas da nuca até a base da cauda. Há fileiras de escamas dorsais com quilhas fracas, que aumentam em número em direção à cauda, passando gradualmente entre fileira dupla de escamas alargadas e grânulos nos flancos. As escamas dos braços são maiores do que as escamas vertebrais e as escamas do focinho variam moderadamente de quilhadas a lisas e apresentam tamanho heterogêneo, sem distinção entre as escamas anteriores e posteriores. Há semicírculos supraorbitais com escamas largas e geralmente lisas. A região supraocular possui escamas grandes e quilhadas, circundadas por escamas pequenas. A região interparietal é maior que as escamas adjacentes. Sua lamela tem colocação azul ou azul-acinzentada.[1][2]

Estado de conservação

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A espécie foi avaliada na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) como menos preocupante, haja vista ocorrer numa ampla área e não ter ameaças evidentes à sua sobrevivência, apesar de ocorrer numa área na qual houve perda de vegetação nativa em decorrência da conversão das área naturais em agricultura de larga escala.[1] Acredita-se que seja particularmente vulnerável à extinção caso seu habitat seja alterado.[7] Em 2007, Anolis brasiliensis foi classificada como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[8][9] em 2014, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[10] e em 2018, sob o nome de Norops brasiliensis, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). [11][12]

Referências

  1. a b c d e Colli, G. R.; Fenker, J.; Tedeschi, L.; Bataus, Y. S. L.; Uhlig, V. M.; Silveira, A. L.; da Rocha, C.; Nogueira, C. de C.; Werneck, F.; de Moura, G. J. B.; Winck, G.; Kiefer, M.; de Freitas, M. A.; Ribeiro Júnior, M. A.; Hoogmoed, M. S.; Tinôco, M. S. T.; Valadão, R.; Cardoso Vieira, R.; Perez Maciel, R.; Gomes Faria, R.; Recoder, R.; Ávila, R.; Torquato da Silva, S.; de Barcelos Ribeiro, S.; Avila-Pires, T. C. S. (2020). «Anolis brasiliensis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2020: e.T75089949A75089975. doi:10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T75089949A75089975.enAcessível livremente. Consultado em 5 de maio de 2023 
  2. a b c d «Anolis brasiliensis VANZOLINI & WILLIAMS, 1970». Consultado em 5 de maio de 2023. Cópia arquivada em 5 de maio de 2023 
  3. Grande Dicionário Houaiss, verbete calango
  4. Borges-Nojosa, D. M.; Caramaschi, U. (2003). «Composição e análise comparativa da diversidade e das afinidades biogeográficas dos lagartos e anfisbenídeos (Squamata) dos brejos nordestinos». In: Leal, Inara R.; Tabarelli, Marcelo; da Silva, José Maria Cardoso. Ecologia e conservação da Caatinga (PDF). Recife: Universitária, Universidade Federal de Pernambuco. pp. 181–236. Consultado em 5 de maio de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 18 de fevereiro de 2022 
  5. Vitt, Laurie J.; Shepard, Donald B.; Vieira, Gustavo Henrique Calazans; Caldwell, Janalee P.; Colli, Guarino R.; Mesquita, Daniel (2008). «Ecology of Anolis Nitens Brasiliensis in Cerrado Woodlands of Cantão». Copeia. 2008 (1): 144-153. Consultado em 5 de maio de 2023 
  6. D'Angiolella, Annelise; Gamble, Tony; Avila-Pires, Teresa C. S.; Colli, Guarino R.; Noonan, Brice P.; Vitt, Laurie J. (2011). «Anolis chrysolepis Duméril and Bibron, 1837 (Squamata: Iguanidae), Revisited: Molecular Phylogeny and Taxonomy of the Anolis chrysolepis Species Group». Bulletin of the Museum of Comparative Zoology. 160 (2): 35-63. Consultado em 5 de maio de 2023 
  7. Mesquita, Daniel O.; Costa, Gabriel Correa; Figueredo, Sol; França, Frederico Gustavo Rodrigues; Garda, Adrian; Soares, Ana H. Bello; Tavares-Basto, Leonora; Vasconcellos, Mariana M.; Vieira, Gustavo Henrique Calazans; Vitt, Laurie J.; Weneck, Frernanda P.; Wiederhecker, Helga; Colli, Guarino R. (2015). «The autecology of Anolis brasiliensis (Squamata, Dactyloidae) in a Neotropical savanna». The Herpetological Journal. 25 (4): 233-244. Consultado em 5 de maio de 2023 
  8. Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  9. Aleixo, Alexandre (2006). Oficina de Trabalho "Discussão e Elaboração da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Pará (PDF). [S.l.]: Museu Paraense Emílio Goeldi; Conservação Internacional; Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM). Consultado em 5 de maio de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 19 de junho de 2022 
  10. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
  11. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  12. «Norops brasiliensis (Vanzolini & Williams, 1970)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 5 de maio de 2023. Cópia arquivada em 5 de maio de 2023