Apelicão
Apelicão | |
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Dois lados da moeda: Atenas com um capacete e uma coruja sobre uma ânfora (86 a.C.) cunhada por Apelicão | |
Nascimento | século II a.C. Teos |
Morte | século II a.C. |
Cidadania | Atenas Antiga |
Ocupação | político, mecena, diretor de uma casa da moeda, coleccionador de livros |
Apelicão (em grego: Ἀπελλικῶν) (morto c. 84 a.C.) foi um nativo rico de Teos, mais tarde um cidadão ateniense, famoso colecionador de livros do século I a.C.
Vida
[editar | editar código-fonte]Apelicão não apenas gastou grandes somas em dinheiro na aquisição de sua biblioteca, mas roubou documentos originais dos arquivos de Atenas e de outras cidades da Grécia. Ao ser descoberto, fugiu, a fim de escapar da punição, mas retornou quando Ateníon (ou Aristíon), um adversário ferrenho dos romanos, fez-se tirano da cidade com a ajuda de Mitrídates. Ateníon o enviou com alguns soldados a Delos, para saquear os tesouros do templo, mas ele demonstrou pouca capacidade militar. Foi surpreendido pelos romanos sob o comando de Oróbio (ou Órbio), e só salvou sua vida fugindo.[1][2] Morreu um pouco depois, provavelmente em 84 a.C.[2]
Biblioteca
[editar | editar código-fonte]A principal atividade de Apelicão era a coleção de livros raros e importantes. Ele comprou da família de Neleu de Escépsis na Trôade, manuscritos das obras de Aristóteles e Teofrasto (incluindo suas bibliotecas), que haviam sido dados a Neleu pelo próprio Teofrasto, que foi mestre de Neleu. Eles estavam escondidos em um porão para evitar que caíssem nas mãos dos príncipes colecionadores de livros de Pérgamo, e estavam em mau estado de conservação. Apelicão era mais um amante dos livros do que um filósofo; tentando restaurar as cópias danificadas, ele fez novas, preenchendo as lacunas incorretamente, e as publicou cheias de erros. Em 84 Sula transferiu a biblioteca de Apelicão para Roma.[3][4] Lá os manuscritos foram entregues para o gramático Tiranião de Amisos, que efetuou cópias deles, com base nas quais, o filósofo peripatético Andrônico de Rodes preparou uma edição das obras de Aristóteles.[2]
A biblioteca de Apelicão continha uma antiga cópia notável da Ilíada. É dito que ele publicou uma biografia de Aristóteles, na qual as calúnias de outros biógrafos foram refutadas.[2]
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Ateneu, O Banquete dos eruditos, v. 214
- ↑ a b c d Chisholm, Hugh. «Apellicon». Encyclopædia Britannica (em inglês). 2 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 161
- ↑ Estrabão, xiii.
- ↑ Plutarco, Sula, 26
Referências
- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Apellicon». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- (em alemão) Hans Gottschalk: Apellikon. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 1, Metzler, Stuttgart 1996, ISBN 3-476-01471-1, Pg. 830.
- Karl Dziatzko: «Apellikon (1)» (em alemão). . Em: Paulys Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Volume I,2, Stuttgart 1894, páginas 2693–2694.
- Yun Lee Too, The Idea of the Library in the Ancient World, OUP Oxford, 2010.