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Arbëreshë

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(Redirecionado de Arberescos)
Arberescos
Arbëreshë
Mulheres com traje tradicional albanês, em Piana degli Albanesi
População total

100 000[1][2][3] a 260 000[4]

Regiões com população significativa
 Itália
Línguas
Albanês, arberesco e italiano
Religiões
Maioria:
Igreja Católica Ítalo-Albanesa

Minoria:
Igreja Católica Latina
Grupos étnicos relacionados
Albaneses

Os arbëreshë, também conhecidos como arberescos, albaneses da Itália,[5] ou ítalo-albaneses,[6] são um grupo étnico de língua albanesa (dialeto arberesco) que vive na Itália meridional. Este povo se estabeleceu na Itália entre os séculos XV e XVIII depois da morte do grande herói albanês Skanderbeg.

Os arbëreshë conseguiram manter sua identidade e ainda se autodenominam albaneses. Todavia, à diferença da maior parte dos albaneses, majoritariamente muçulmanos, os arbëreshë são católicos, e sua língua foi influenciada pelo italiano mais do que qualquer outro dialeto albanês.

Referem-se à sua nação espalhada por várias regiões pelo termo Arbëria.

As migrações da Albânia para a Itália e particularmente para a Sicília foram incessantes desde o século XV e ainda hoje há levas de recém-chegados do Kosovo nas zonas arbëreshë, principalmente em Lungro e San Giorgio Albanese na Calábria e Piana degli Albanesi na Sicília.

Comunas italianas com presença albanesa

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As vilas arbëreshë têm normalmente dois nomes, um italiano e um albanês, com o qual os habitantes conhecem o lugar. Estes vilarejos são divididos em duas "ilhas" nas áreas da Itália meridional:

Região Província Comuna

(italiano - albanês)

Fração comunal

(italiano - albanês)

Apúlia Foggia Casalvecchio di Puglia - Kazallveqi San Marzano - Shën Marcani
Abruzo Pescara Rosciano Villa Badessa - Badhesa
Molise Campobasso Campomarino - Këmarini
Montecilfone - Munxhfuni
Portocannone - Portkanuni
Ururi - Ruri
Campânia Benevento Ginestra degli Schiavoni
Avellino Greci
Basilicata Potenza Barile - Barilli
Maschito - Mashqiti
San Costantino Albanese - Shën Kostandini
San Paolo Albanese - Shën Pali
Ginestra - Xhinestra
Ripacandida
Calábria Catanzaro Caraffa - Garafa
Vena di Maida
Arietta
Marcedusa
Andali
Zagarise
Amato
Zangarona
Gizzeria
Crotone Carfizzi - Karfici
Pallagorio - Puhëriu
San Nicola dell'Alto - Shën Kolli
Cosenza Cervicati - Çervikati
Civita - Çifti
Frascineto - Frasnita Ejanina - Purçilli
Falconara Albanese - Fullkunara
Castroregio - Kastërnexhi Farneta
Firmo
Acquaformosa - Firmoza
Cerzeto - Qana Cavallerizzo - Kajverici
San Demetrio Corone - Shën Mitri Macchia Albanese - Maqi
San Benedetto Ullano - Shën Benedhiti Marri - Allimarri
San Giorgio Albanese - Mbuzati
Mongrassano - Mungrasana
Santa Caterina Albanese - Picilia
Plataci - Pllatani
Spezzano Albanese - Spixana
San Martino di Finita - Shën Murtiri
Santa Sofia d'Epiro - Shën Sofia
San Basile - Shën Vasili
San Cosmo Albanese Strighari
Lungro - Ungra
Vaccarizzo Albanese - Vakarici
San Lorenzo del Vallo
Rota Greca
San Marco Argentano
Sicília Palermo Contessa Entellina - Kundisa
Piana degli Albanesi - Hora e Arbëreshëvet
Santa Cristina Gela - Sëndahstina

As ruas principais de muitas vilas arbëreshë chamam-se Via Giorgio Castriota em homenagem a Skanderbeg.

Não existe uma estrutura oficial política, cultural ou administrativa que represente a comunidade arbëreshë. A língua não é reconhecida legalmente, não é ensinada nas escolas - exceção feita para algumas escolas maternais privadas - nem usada na administração. Apenas a comuna de Hora e Arbëreshëvet (Piana degli Albanesi), na Sicília, reconhece a língua albanesa.

Existem, todavia, associações que tentam proteger a cultura arbëreshë, em particular na província de Cosenza. A língua é usada em algumas rádios privadas e em algumas revistas locais. Os estatutos regionais do Molise, Basilicata e Calábria fazem referência à língua e à cultura dos arbëreshë. Ainda assim, estes sentem que sua identidade encontra-se ameaçada. Por outro lado, cresce o uso da língua escrita, lembrando-se que o arbëreshë não é um dialeto regional italiano, mas um dialeto albanês (shqip).

Antes da conquista pelo Império Otomano, todos os albaneses eram chamados de arbëreshë. Posteriormente, cerca de 300 000 deles emigraram e se fixaram na Itália. As gerações nativas italianas continuaram a referir-se a si próprios como arbëreshë, enquanto aqueles que permaneceram na Albânia se deram o nome de shqiptarëve (compare com a palavra albanesa Shqip, presente no nome local do país e da língua).

Os arberëshë habitavam a Grécia de então; estavam distribuídos originariamente no Epiro e nos montes Pindo. São os descendentes da população proto-albanesa espalhada pelos Bálcãs ocidentais. Entre os séculos XI e XIV, as tribos arbëreshë se deslocaram em pequenos grupos rumo ao sul da Grécia (Tessália, Corinto, Peloponeso, Ática) onde fundaram colônias. A sua habilidade no campo militar fez com que se tornassem os mercenários preferidos dos sérvios, francos, catalães, italianos e bizantinos.

A invasão da Grécia pelo Império Otomano no século XV fez com que muitos arbëreshë emigrassem para as ilhas sob o controle de Veneza e para a Itália meridional. Em 1448, o rei aragonês Afonso V (1396–1458) pediu ajuda ao seu aliado albanês Jorge Castrioto de Cruja para reprimir uma revolta de barões. Afonso de Aragão o recompensou com terras na província de Catanzaro. Em 1450, outro grupo de arbëreshë interveio na Sicília e se fixou nos arredores de Palermo. Assim, os arbëreshë contribuíram para a criação do Reino das Duas Sicílias.

Durante o período da guerra de sucessão em Nápoles, Fernando II de Aragão convocou novamente as tropas arbëreshë contra os exércitos franco-italianos e Jorge Castrioto desembarcou, em 1461, em Brindisi. Depois de alguns sucessos, os arbëreshë aceitaram terras na Apúlia, enquanto Jorge Castrioto retornou para organizar a resistência albanesa contra os turcos, que haviam ocupado a Albânia entre 1468 e 1492. Parte da população arbëreshë migrou para a Itália meridional, onde o rei de Nápoles ofereceu-lhe outras aldeias na Apúlia, Calábria, Sicília e Molise.

A última onda migratória, entre os anos de 1500 e 1534, teve como protagonistas os arbëreshë da Grécia central. Empregados como mercenários da República Veneziana, foram obrigados a evacuar as colônias do Peloponeso com a ajuda das tropas de Carlos V, quando os turcos invadiram a região. Carlos V acolheu estas tropas na Itália meridional para reforçar suas defesas contra a ameaça dos invasores turcos. Instalados em aldeias isoladas (o que lhes possibilitou manter inalterada a sua cultura até o século XX), os arbëreshë sempre foram tradicionalmente soldados do Reino de Nápoles e da República de Veneza, desde as guerras religiosas até a invasão napoleônica.

A onda migratória da Itália meridional para a América, entre os anos de 1900 e 1910, quase que reduziu pela metade a população das aldeias arbëreshë e colocou a população em risco de desaparecimento cultural, apesar do início de uma retomada artística e cultural no século XIX.

Referências

  1. Fiorenzo Toso (2006). Baldini & Castoldi, ed. Lingue d'Europa. La pluralità linguistica dei Paesi europei fra passato e presente. Roma: [s.n.] p. 90. ISBN 9788884908841. Consultado em 6 de julho de 2015 
  2. P. Bruni, ed. (2004). Arbëreshë: cultura e civiltà di un popolo. [S.l.: s.n.] ISBN 9788824020091 
  3. "Currently there are about fifty Albanian-speaking centres in Italy, with a population estimated to be around 100,000, though there are no precise figures for the actual numbers of Italo-Albanians. The most recent precise figure is given in the census for 1921; the number of Albanian speakers was 80,282, far fewer than the 197 thousand mentioned in the study of A. Frega of 1997."

    Amelia De Lucia; Giorgio Gruppioni; Rosalina Grumo; Gjergj Vinjahu (eds.). «Albanian Cultural Profile» (PDF). Dipartimento di Scienze Statistiche, Università degli Studi di Bari, Italia. Consultado em 4 de maio de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 13 de dezembro de 2016 
  4. «Ethnologue: Albanian, Arbëreshë». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  5. «Mappa degli arbëreshë». ArbItalia.it. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 8 de março de 2010 
  6. Altimari, Francesco; Savoia, Leonardo Maria (1994). I dialetti italo-albanesi: studi linguistici e storico-culturali sulle comunità arbëreshe (em italiano). Roma: Bulzoni 

Ligações externas

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