Bombardeio de Roterdã

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Bombardeio de Roterdã
Batalha dos Países Baixos

O centro de Roterdã após o bombardeio. A Igreja de São Lorenzo (agora restaurada) foi fortemente danificada, destaca-se como a única construção remanescente que lembra a arquitetura medieval de Roterdã.
Data 14 de maio de 1940
Local Roterdã
Desfecho Vitória alemã
Beligerantes
 Alemanha Nazista  Países Baixos
Comandantes
Alemanha Nazista Hermann Göring
Alemanha Nazista Albert Kesselring
Países Baixos Henri Winkelman
Países Baixos P. W. Scharroo
Forças
Luftflotte 2
  • 80 aeronaves diretamente envolvidas
Sem apoio aéreo
Baixas
125 militares mortos, feridos ou capturados[1] 1 150 mortos, incluindo 210 soldados[1]
Cerca de 80 000 desabrigados

O Bombardeio de Roterdã (português brasileiro) ou Bombardeamento de Roterdão (português europeu) foi um bombardeio brutal e devastador ocorrido na Holanda em 1940 na cidade de Roterdã durante a Batalha dos Países Baixos, uma das batalhas ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Antecendentes[editar | editar código-fonte]

Após a invasão da Polônia e a anexação da Áustria, Adolf Hitler lançou a operação Fall Gelb, cujo propósito era uma rápida invasão da Bélgica, França, Luxemburgo e Países Baixos.[3] Em 1939, o Governo do último país citado resolveu modernizar suas Forças Armadas após anos de negligência. Também manteve sua política de absoluta neutralidade, assim como fez na Primeira Guerra Mundial, esperando que ela fosse mais uma vez respeitada. Em 10 de maio de 1940, a Wehrmacht, com o apoio aéreo da Luftwaffe, invadiram os Países Baixos desrepeitando sua política de neutralidade.[4] Com a resistência do Exército dos Países Baixos e o braço aéreo das forças armadas do país o plano inicial de uma rápida invasão dos Países Baixos falhou. Os comandantes da Luftwaffe, Hermann Göring e o general Kurt Student ordenaram então bombardear Roterdã, para forçar a rendição da cidade e do país.[5]

O ultimato[editar | editar código-fonte]

Em 14 de maio às 10h30, um capitão alemão cruzou a ponte Willemsbrug para entregar um ultimato do General Schmidt (comandante do XXXIX. Armeekorps) ao Coronel Pieter Scharroo , comandante holandês em Roterdã, exigindo a capitulação da cidade e declarando que, se uma resposta positiva não fosse recebida em duas horas, "o meio mais severo de aniquilação" seria empregado.[6] No entanto, Scharroo não se sentindo disposto a se render, pediu instruções ao General Winkelman, este, sabendo que o documento não havia sido assinado, não continha o nome do remetente, instruiu Scharroo a informar isto aos alemães e pedir um novo ultimato.[6]

Às 12h15, um oficial holandês, Capitão Bakker, entregou este pedido ao general Dietrich von Choltitz, comandante do 16º Regimento Aerotransportado.[6] Ao retornar de Von Choltitz, Schmidt já havia enviado uma mensagem de rádio pedindo que o bombardeio fosse adiado porque as negociações sobre um cessar-fogo haviam começado.[6] Em seguida, o enviado holandês recebeu um segundo ultimato, agora assinado por Schmidt e com novo prazo de validade para as 16h20.[6]

O ataque[editar | editar código-fonte]

Originalmente planejado para dia 13 de maio de 1940, o bombardeio foi adiado para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Na manhã do dia 14 de maio o general da Wehrmacht Rudolf Schmidt e o então prefeito da cidade de Roterdã Pieter Oud iniciaram negociações sobre um cessar-fogo.[7] Porém, no mesmo dia, cerca de noventa aviões da Luftwaffe sobrevoaram e bombardearam a cidade, forçando sua rendição.[7] O ataque resultou em danos materiais e na perda de centenas de vidas humanas.[7] O Exército dos Países Baixos capitulou no dia seguinte, após o general desse Exército ter assinado a capitulação.[8]

Consequências[editar | editar código-fonte]

O bombardeio devastou o centro histórico de Roterdã, matou cerca de 900 pessoas e deixou quase 80.000 desabrigadas.[9][7]

A rainha Guilhermina exilou-se com sua família e membros do governo dos Países Baixos no Reino Unido.[10] Civis, militares e funcionários do Exército dos Países Baixos também deslocaram-se para este país, levando consigo navios e aviões.[7] Lá, os membros da Forças Armadas dos Países Baixos fundaram em agosto de 1940 a Royal Dutch Naval Air Service e lutaram ao lado da Força Aérea Real contra o inimigo mútuo na Batalha da Grã-Bretanha.[4][7]

Após o ataque, o Governo dos Países Baixos capitulou e os invasores alemães ocuparam o país de 1940 até 1945, ano em que os Países Baixos foram libertados pelos aliados.[5]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Van Ulzen, Patricia; Hogervorst, Suzanna Maria (2015). Rotterdam en het bombardement. 75 jaar herinneren en vergeten (em neerlandês). Amsterdã: Uitgeverij Boom 

Referências

  1. a b «First official list of victims of Rotterdam bombing published after 82 years». DutchNews.nl. 12 de abril de 2022. Consultado em 12 de abril de 2022 
  2. «Vista da cidade de Roterdã após bombardeio alemão». Enciclopédia do Holocausto. Consultado em 6 de outubro de 2021 
  3. «Mei 1940 - Duitse aanval op Nederland in 1940» (em neerlandês). Historiek. Consultado em 8 de outubro de 2021 
  4. a b «1940-1945: De Tweede Wereldoorlog» (em neerlandês). Ministério da Defesa dos Países Baixos. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  5. a b Van Ulzen y Hogervorst, 2015, p. 15
  6. a b c d e «Het bombardement van Rotterdam op 14 mei 1940» (em neerlandês). DBNL 
  7. a b c d e f «1940 - Diário de uma Invasão: Roterdão bombardeada (dia 5)». expresso.pt. Expresso. 14 de maio de 2020. Consultado em 6 de outubro de 2021 
  8. Van Ulzen y Hogervorst, 2015, p. 13
  9. Van Ulzen y Hogervorst, 2015, p. 9
  10. «Wilhelmina, queen of the Netherlands» (em inglês). Encyclopædia Britannica. 27 de agosto de 2021. Consultado em 6 de outubro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]