Círculo Dourado (país proposto)

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Mapa do Círculo Dourado com suas possíveis subdivisões. A parte mais ao norte dos Estados Unidos está em cores mais claras, para representar a área que os Cavaleiros do Círculo Dourado originalmente planejavam tomar.

O Círculo Dourado (em inglês: Golden Circle) foi uma proposta não concretizada de expansão no número de estados escravistas, em 1850, por intermédio dos Cavaleiros do Círculo Dourado. Tal ideal previa a anexação de diversos países para os Estados Unidos, como o México (que seria dividido em vinte e cinco novos estados), toda a América Central e Caribe, além de partes situadas ao norte da América do Sul. Com isso, o número de estados escravistas aumentaria consideravelmente, além do poder escravocrata que as classes superiores ao sul norte-americano iriam deter.[1]

Após da decisão de Dred Scott (1857), sobre o aumento da agitação anti-escravidão, foi defendido pelos Cavaleiros do Círculo Dourado que os Estados Unidos do Sul deveriam se separar em sua própria confederação e, assim, invadir a área do Círculo Dourado para anexá-la aos seus domínios, expandindo o poder sulista.[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O colonialismo europeu e a dependência da escravidão declinaram mais rapidamente em alguns países do que em outros. Tal como ocorria com os Estados Unidos do Sul, as possessões espanholas de Cuba e Porto Rico, além do Império do Brasil, continuavam a depender da escravidão.

Nos anos que antecederam a Guerra Civil Americana, o crescimento do apoio à abolição da escravidão foi uma das várias questões que causaram divisão dos Estados Unidos. A população escrava continuava a crescer devido ao aumento natural, mesmo com a proibição do comércio internacional de escravos. Seu aumento concentrava-se na área do Sul Profundo (em inglês: Deep South), em grandes plantações dedicadas às colheitas de algodão e cana-de-açúcar. A mão-de-obra base da agricultura e outros trabalhadores, em todo o sul dos Estados Unidos, era formada pelos escravos.[2]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Os proponentes argumentaram que o Círculo Dourado teria como proposta a união das jurisdições que dependiam da escravidão.[carece de fontes?] Em 1854, George W. L. Bickley, um médico nascido na Virgínia, editor e aventureiro que vivia em Cincinnati, no estado de Ohio, formou os Cavaleiros do Círculo Dourado, sendo esta uma organização dos Estados Unidos que visava promover e ajudar a criar uma união pan-americana de estados.[3]

A filiação aumentou lentamente até 1859, atingindo o seu ápice em 1860.[carece de fontes?] Os membros, dispersos de Nova Iorque até a Califórnia e para a América Latina, nunca foram grandes. Alguns integrantes ativos em estados do norte, como Illinois, foram acusados de atividades anti-União após o início da Guerra Civil Americana (1861).[4] Robert Barnwell Rhett, que era chamado por alguns como o "pai da secessão", entoou as seguintes palavras (dias depois da eleição de Lincoln):

"Vamos nos expandir, como nosso crescimento e civilização exigirão. Sobre o México, sobre as ilhas do mar, sobre os longínquos trópicos do sul, até que possamos estabelecer uma grande Confederação das Repúblicas. A maior, mais livre e mais útil que o mundo já viu".[5]

Localização geográfica[editar | editar código-fonte]

O Círculo Dourado estaria centrado em Havana, totalizando 3.900 quilômetros de diâmetro. A essa união estaria incluído o norte sul-americano, todo o território mexicano, a totalidade do continente centro-americano, além de Cuba, Haiti, República Dominicana, a maioria das outras ilhas do Caribe e o sul dos Estados Unidos.

Em solo estadunidense, a fronteira norte do círculo praticamente coincidiu com a linha Mason-Dixon, e dentro dela estavam incluídas cidades como Washington DC, Saint Louis, Cidade do México e Cidade do Panamá.[1]

Representações na mídia[editar | editar código-fonte]

O romance de história alternativa Bring the Jubilee, e o filme com tema similar C.S.A.: The Confederate States of America, exploram os resultados de uma vitória sulista na Guerra Civil Americana. Em ambas, o Círculo Dourado é visto como um plano de ação no pós-guerra.[6] Nestas duas obras, a Confederação todo o continente sul-americano (e não apenas sua porção mais ao norte). Os dois citados trabalhos apresentam diferenças quanto ao tamanho final da união confederada, pois no romance a Confederação anexa o Havaí e o Alasca, enquanto que em C.S.A. todo o território estadunidense faz parte da mesma Confederação.

Por sua vez, o romance de história alternativo Southern Victory Series é mais sutil com a expansão da união confederada. Nele, o território latino-americano anexado no pós-guerra equivale à compra de Cuba da Espanha, além da aquisição das províncias de Sonora e Chihuahua do Império Mexicano (para nesta região construir uma ferrovia transcontinental, bem como estabelecer a presença naval da Confederação no Pacífico).[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Woodward, Colin (2011). American Nations: A History of the Eleven Rival Regional Cultures of North America (em inglês). Nova Iorque: Penguin. p. 207 
  2. C. Keehn, David (24 de fevereiro de 2017). «'Avowed Enemies of the Country': Knights of the Golden Circle». HistoryNet (em inglês). Consultado em 10 de março de 2019 
  3. Healy, Deborah (2000). Land in the American West: Private Claims and the Common Good (em inglês). [S.l.]: University of Washington Press. p. 150. ISBN 9780295980201. Consultado em 10 de março de 2019 
  4. Y. Simon, John (23 de maio de 2009). «Why Little Egypt?». www.springhousemagazine.com (em inglês). Springhouse Magazine Online. Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  5. Goodheart, Adam (16 de dezembro de 2010). «The Happiest Man in the South». opinionator.blogs.nytimes.com (em inglês). The New York Times. Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  6. «C.S.A. The Movie Website». www.csathemovie.com (em inglês). C.S.A. The Movie (salvo em Wayback Machine). 18 de fevereiro de 2006. Consultado em 6 de dezembro de 2018 
  7. «Timeline-191, or Southern Victory Series (novel series)». fotw.info (em inglês). 19 de março de 2016. Consultado em 6 de dezembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligação externa[editar | editar código-fonte]