Capetinga (Muriaé)

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Capetinga é uma comunidade rural pertencente ao município de Muriaé, no estado de Minas Gerais, no Brasil. Está localizada perto de Itamuri.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Capetinga" se originou do termo tupi kapi'itinga, que significa "capim claro" (kapi'i, capim + tinga, claro). Se refere a uma variedade de gramínea que só cresce na sombra da mata.[1][2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A comunidade de Capetinga e seus arredores têm relevo montanhoso, cheio de colinas, águas cristalinas e clima temperado. Em pleno século XXI, os fogões ainda funcionam à base de lenha, as portas nunca são trancadas, as pessoas vivem felizes à sua maneira e preservam a pureza de caráter, a simplicidade e o bom humor, com a tradição familiar do "aceita um cafezinho?" convidando para a visita.

História[editar | editar código-fonte]

A comunidade de Capetinga (São José da Vista Alegre) teve provavelmente seu início por volta dos anos 1860 e 1870, tendo, como doador deste terreno, Francisco Ramidizuza, índio puri que residia ali com alguns companheiros desde que se separaram de sua tribo, que vivia às margens do Rio Muriaé: isso após a chegada dos colonizadores de origem portuguesa. O vilarejo inicialmente teve o nome de Capetinga, nome dado pelos que ali residiam ou pelo próprio doador, nome que se originou de um tipo de gramínea existente no local.

A primeira capela na comunidade surgiu por volta dos anos 1890 e 1895, quando João José Lourenço, Joaquim Xavier de Barros, Joaquim Silvério e alguns poucos vizinhos a construíram com esteios de braúna fincados no chão, baldrames da mesma madeira e tijolos existentes na época. Tem, até os dias de hoje como padroeiro, São José, daí originando-se o nome São José da Vista Alegre. Em seguida, construíram o cemitério cercado com lascas de braúnas. A partir de 1946 ou 1950, a capela passou a ser assistida pelos padres missionários do Sagrado Coração. Nos anos 1953 a 1955, foi construída a capela atual.

Joaquim Xavier de Barros Filho foi o doador de um terreno para a escola da comunidade no ano de 1968, escola que recebeu, inicialmente, o nome "Escola Municipal São José da Vista Alegre", passando em seguida a se chamar "Escola Estadual Joaquim Xavier de Barros Filho", nome que permanece até hoje.

O nome da comunidade ficou conhecido nacionalmente devido ao trabalho do humorista muriaeense Pedro Bismarck, que ficou popular com seu personagem Nerso da Capetinga, que fora batizado por Chico Anysio. O nome de seu personagem é uma referência à comunidade. Pedro Bismarck, porém, nunca foi até a comunidade, pois alega que ele imagina Capetinga de seu jeito, e que não pretende se influenciar com a realidade do local. Em Dezembro de 2015, no programa "Tô Indo" da rede Integração, afiliada da TV Globo, Pedro Bismarck conhece a Capetinga e conversa com os moradores de lá!

Religião[editar | editar código-fonte]

Todos os anos, reza-se o mês de Maria com participação de inúmeros fiéis devotos de Nossa Senhora, que participam com prendas para o leilão, vestem suas filhas de anjos que coroam Nossa Senhora e fazem novenas de São Sebastião, Santo Antônio e Nossa Senhora Aparecida. Em julho, há a tradicional festa do padroeiro São José. A população se reúne nas casas de família por ocasião da Campanha da Fraternidade e Novena de Natal. O vilarejo pertencia primeiramente à paróquia de Rosário de Limeira, isso até os anos 1915 e 1920, quando se transferiu para o Glória (Itamuri). Até essa data, teve, como vigários os padres Victor e Brandão, da paróquia de Limeira. Após sua transferência para o Glória (Itamuri), teve, como vigários, os padres Salvador Setrângulo e Maximino Benassati.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 341.
  2. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 554.