Castello di Rivoli

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Imagem: Residências da Casa de Saboia Castello di Rivoli está incluído no sítio "Residências da Casa de Saboia", Património Mundial da UNESCO.
Castello di Rivoli
Castello di Rivoli
Tipo museu de arte, castelo
Inauguração 1984 (40 anos)
Área 1,54 hectare, 486,76 hectare
Administração
Proprietário(a) Rivoli
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 45° 4' 12.1" N 7° 30' 36.9" E
Mapa
Localização Rivoli - Itália
Patrimônio parte do Património Mundial


O Castello di Rivoli é um palácio italiano, antiga Residência da Casa de Saboia. Fica situado na Piazza Mafalda di Savoia (antiga Piazza Castello), em Rivoli, Província de Turim. Actualmente é sede do Museu de Arte Contemporânea de Turim.

História[editar | editar código-fonte]

Arco entre a secção juvarriana e a Manica Lunga.

A construção do castelo remonta, com grande probabilidade, ao século IX ou ao século X, mas a sua existência só é atestada pela primeira vez em 1159, num diploma com o qual o Imperador Frederico Barbarossa cedia os territórios de Rivoli, castelo incluído, aos Bispos de Turim.

A família Saboia inseriu-se no panorama citadino logo desde a sua chegada à Itália, no século XI, devido à sua posição favorável, sobraceira à planície de Turim a oeste e ao Vale de Susa a este, o que representava uma peça importante para o controle dos territórios conquistados. Foi deste modo que iniciaram uma verdadeira luta com os Bispos de Turim, disputa que causou danos ao castelo logo em 1184.

O primeiro Saboia que entrou oficialmente na história de Rivoli foi Amadeu IV. Em 1330 Amadeu VI, dito "o Conte Verde" pela cor do manto e dos trajes que utilizava durante os torneios, transferiu o Conselho dos Príncipes para o castelo, órgão administrativo máximo do condado.

O castelo também se orgulha do primado pela ostentação no Piemonte do Santo Sudário: de facto, o linho sagrado havia sido trazido para aqui como um passo intermédio antes de chegar a Pinerolo, onde foi mostrado no primeiro Domingo de Páscoa. A Duquesa Jolanda, esposa de Amadeu IX, pensou que também seria justo permitir que os habitantes de Rivoli vissem a relíquia sagrada.

Arranjo contemporâneo na Manica Lunga.
Vista do conjunto do Castello di Rivoli.

Depois de um período de declínio, com o Tratado de Cateau-Cambrésis, assinado em 1559, foi estabelecido que o Duque Emanuel Filiberto não poderia instalar residência na cidade de Turim enquanto não tivesse um herdeiro varão, pelo que este fixou residência no Castello di Rivoli, o qual foi restaurado e modificado pelo arquitecto Ascanio Vittozzi. No dia 12 de Janeiro de 1562 nasce o tão esperado herdeiro, Carlos Emanuel I, e Emanuel Filiberto volta a estabelecer-se em Turim, nova capital do ducado saboiano.

O projecto vittozziano, porém, foi levado adiante pelos arquitectos Carlo di Castellamonte e Amedeo di Castellamonte, sendo os trabalhos concluidos em 1644. Neste período foi realizada a chamada "Manica Lunga" (Ala Longa), destinada a ser a pinacoteca dos Saboia e que, actualmente, é o único edifício seiscentista visível. Todavia, o castelo resultou bem diferente dos projectos desenhados pelos arquitectos, o que se pode atribuir facilmente a motivos económicos: de facto, no mesmo período foram realizadas outras obras sumptuosas e, por outro lado, foram dispendidas grandes somas para potenciar o aparato defensivo do ducado.

Vista da fachada juvarriana.

Chegou, então, um novo período de declínio para Rivoli com o eclodir do conflito entre os franceses e os saboianos: nesses anos todo o complexo de edifícios do castelo foi saqueado e incendiado pelos franceses conduzidos pelo General Catinat, sendo a Manica Lunga a estrutura que sofreu maiores danos, de onde desapareceram numerosas e valiosas obras de arte. O castelo voltaria a ser modificado já depois de 1706, sobretudo depois da derrota dos franceses. Os trabalhos foram confiados ao arquitecto Michelangelo Garove.

No regresso duma viagem à Sicília, Vítor Amadeu II levou para o Piemonte o arquietcto Filippo Juvarra, o qual desenhou um grandioso projecto para a residência sabana, mas, novamente, os trabalhos não foram completados, ficando uma fachada inacabada.

Vítor Amadeu II viveu a sua loucura no interior do castelo: tendo abdicado a favor do seu filho em 1730, continuou a desejar manter-se à cabeça dos negócios do seu reino e, no ano seguinte, tentou derrubar Carlos Emanuel III, o qual, de acordo com o seu ministro, o Marquês de Ormea, decidiu enclausurar o pai na residência de Rivoli. Para a ocasião, o edifício foi novamente modificado: foram colocadas grades nas janelas e fechado o acesso à Manica Lunga. Aquando da morte do antigo soberano, o castelo foi abandonado pelos Saboia

Em 1863 foi cedido à administração comunal de Rivoli pela cifra de 2.000 liras mensais, a qual instaladou ali uma caserna. Em 1883 foi finalmente adquirido pela Comuna de Rivoli, pela cifra de 100.000 liras: pouco depois, a biblioteca cívica foi transferida para o edifício e foram ali conservados alguns móveis pertencentes à família Saboia, enquanto o resto do edifício permaneceu como caserna.

A Segunda Guerra Mundial destruiu boa parte dos edifícios: as primeiras intervenções arquitectónicas foram efectuadas com a simples intenção de evitar o desmoronamento definitivo da estrutura, sendo esta deixada, todavia, em estado de abandono até 1979. Naquele ano foi reaberto o estaleiro, confi ao arquitecto Andrea Bruno, com a intenção de dar uma nova vida ao castelo e à cidade.

O Museu de Arte Contemporânea[editar | editar código-fonte]

Entrada e escadaria da Manica Lunga.

Em 1984 foi inaugurado o Museu de Arte Contemporânea com a primeira mostra, "Ouverture".

Ao longo dos anos, e até ao presente, a colecção foi sendo enriquecida, o que ajudou a tornar o museu num dos mais conhecidos da Europa. Por outro lado, os trabalhos foram continuados com o fim de realizar as ideias dos antigos arquitectos e elevar o castelo ao seu máximo esplendor.

Em 1998 foi reinaugurada a Manica Lunga, a parte mais antiga do palácio ainda existente, antigamente utilizada como pinacoteca; esta ala tem um comprimento de 140 metros e abriga:

As obras estão expostas em salas do palácio que conservam a sua decoração inicial, restauradas ou com restauros em curso, o que cria um forte contraste entre a modernidade e os traços do antigo fausto real.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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