Castelo da Sertã

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Castelo da Sertã
Castelo da Sertã, Portugal: visto por entre o casario da vila
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Construção Henrique de Borgonha (Século XI ou XII)
Estilo Românico
Conservação Mau, renovado recentemente com excesso de betão
Homologação
(IGESPAR)
VC
Aberto ao público Sim

O Castelo da Sertã localiza-se na vila, na freguesia e no Município da Sertã, no Distrito de Castelo Branco, em Portugal.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes: a lenda da Sertã[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lenda da fundação da Sertã

De acordo com uma lenda local, registrada pelo Pe. Lourenço Farinha, que a publicou em 1930, a origem de seu castelo deve-se a Sertório, um militar romano que, exilado, viveu na Península Ibérica por volta de 80 a.C., onde se aliou à resistência dos Lusitanos, que chegou a comandar. Traído por Perpena, um lugar-tenente a soldo de Roma, que o assassinou durante um banquete, abriu-se uma nova fase que culminou com a romanização da Península.

Nas lutas que recrudesceram nesta conjuntura, diante da aproximação das tropas romanas que vinham impor cerco a esta fortificação, o chefe desta veio a perecer em combate. Ciente da notícia, a sua esposa, Celinda, subiu ao alto dos muros da povoação e liderou a defesa, lançando azeite fervente sobre os romanos com a grande frigideira com que fritava ovos no dia-a-dia (sertage). Esta corajosa ação permitiu ganhar tempo para que chegassem reforços dos lugares vizinhos, obrigando ao recuo dos romanos, ficando daí em diante o lugar conhecido como Certã, posteriormente Sertã. A lenda encontra-se perpetuada no brasão de armas da vila, onde se lê: Sartago Sternit Sartagine Hostes.[3]

O castelo medieval[editar | editar código-fonte]

Iconografia da Sertã em 1640: à direita, o castelo.

A mais antiga referência bibliográfica ao castelo é de Miguel Leitão de Andrada, em 1629, na forma de uma lenda muito adulterada.[4] É facto que as escavações arqueológicas realizadas no final do século XX, não identificaram vestígios de romanos ou de lusitanos.[5]

Além dessa, não existe informação adicional acerca da primitiva fortificação, que se acredita remonte ao século X.

No contexto das lutas pela Reconquista cristã da Península Ibérica, o conde D. Henrique de Borgonha (1095-1112), teria determinado o repovoamento do local bem como a reedificação de seu castelo.

Estes domínios pertenceram à Ordem do Templo e, com a sua extinção em Portugal, passaram à Ordem do Hospital. Sob o reinado de D. Afonso V (1438-1481), a povoação recebeu Carta de Foral (1455), confirmado em 1513 por D. Manuel I (1495-1521). Algumas décadas mais tarde, em meados do século XVI, foi Alcaide-mor da Sertã, Vicente Caldeira.

O castelo encontra-se referenciado na publicação inglesa "Handbook for Travellers in Portugal" ("Manual para Viajantes em Portugal"), em 1850, como "extremely picturesque" ("extremamente pitoresco").[6]

Os dias de hoje[editar | editar código-fonte]

Atualmente, os vestígios do monumento encontram-se em Vias de Classificação pelo poder público.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Pesquisa de Património / IGESPAR
  2. Ficha na base de dados SIPA
  3. Farinha, Pe. António Lourenço. A Sertã e o seu Concelho. Lisboa: Escola Tip. das Oficinas de S. José, 1930.
  4. Andrada, Miguel Leitão de. Miscellanea. Lisboa: INCM, 1993.
  5. Barata, Carlos. "Idade do Ferro e romanização entre os rios Zêzere, Tejo e Ocreza". in: Trabalhos de Arqueologia, 46. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia, 2006.
  6. Handbook for Travellers in Portugal (2nd. ed.). London: John Murray, 1850. p. 125 (disponível em.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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