Castro de Viladonga

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Castro de Viladonga
Castro de Viladonga
Paróquia Viladonga
Província Lugo
Comunidade Autónoma Galiza
Cronologia
Datas de ocupação século III d.C. a século V d.C.
Data da descoberta Princípios do século XX
Períodos de escavação 1971 a 1978
1983 até a atualidade
Estado atual em processo de escavação. Consolidado. Visita livre. Museu anexo
Extensão estimada 4 ha.

Situação[editar | editar código-fonte]

Vista geral do Castro

Situa-se na paróquia de Viladonga do concelho de Castro de Rei, a uns 25 km a noroeste da cidade de Lugo, sobre uma elevação a 535 metros de altitude, lugar de onde se domina visualmente grande parte da planície da Terra Chã. O sítio ocupa uma extensão aproximada de 4 ha[1] intra muralhas, dos quais 10.000 m² correspondem à croa de forma quadrangular irregular (100x95m) com os ângulos arredondados.

Escavações arqueológicas[editar | editar código-fonte]

Graças à iniciativa de Ramón Falcón Rodríguez realizaram-se trabalhos arqueológicos de 1971 a 1978.

1972-1975. Manuel Chamoso Lamas[editar | editar código-fonte]

Nas quatro campanhas exumaram a maioria das construções da croa, de grande diversidade tipológica, e fizeram-se catas em outros pontos do sítio (antecroas e sistemas defensivos).

1983. Felipe Arias Vilas[editar | editar código-fonte]

Na campanha de 1983 marcaram-se os seguintes objetivos:

  • Escavação e retirada dos muros de terra deixados nas escavações anteriores.
  • Comprovação da estratigrafia dos restos de estruturas da croa.
  • Roçado e limpeza do terreno intra-muralhas.
  • Continuação de trabalhos museológicos.
  • Levantamento topográfico e elaboração de planos do sítio (1984).

Descrição[editar | editar código-fonte]

Habitação com lareira

O sítio é um verdadeiro modelo formal de castro característico da Galécia, com várias muralhas e fossos, que albergam dois antecastros ou antecroas, formando terraços, e uma ampla croa ou acrópole ou coroa central.

Já aparece mencionado na bibliografia de começos do século XX, Manuel Amor Meilán já o cita na sua obra Historia de la Provincia de Lugo (Lugo, 1918)

Sistemas defensivos[editar | editar código-fonte]

A muralha principal é de perpianhos de ardósia, que chega a uma altura de 12 a 14 metros para o fosso.

Croa[editar | editar código-fonte]

Neste recinto principal é onde se encontram a maioria das construções descobertas até agora: moradias, currais e armazéns, algum edifício de uso social ou comunal. Todas estas construções estão agrupadas formando conjuntos ou "bairros" que se articulam em torno a duas ruas principais e uma Rua de Ronda que se estende paralela à muralha principal.

Achados[editar | editar código-fonte]

Construção circular

Predominam os materiais de época romana avançada ou tardo-romana.

Ourivesaria e elementos metálicos[editar | editar código-fonte]

Em 1911 apareceu no castro um torque de ouro[2] com remates em perilha, de 20 quilates e um peso de 180 gramas, e que em nossos dias se conserva no Museo Provincial de Lugo[3]

Nas escavações de 1972-1975 encontrou-se outro torques de tipologia similar ao aparecido em 1911, mas de ouro mais baixo. Também se encontraram um anel de ouro com chatão de esmeralda, e dois aúreos de Arcádio, bem como apliques, broches, fíbulas, compassos ou um passarrendas de cavalo.

Outros achados destacáveis foram os de dois tabuleiros de jogo "tabula latrunculata", um machado de talão de bronze de 4 anelas ou um punhalzinho de antenas de bronze.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ARIAS VILAS, Felipe (1985). Castro de Viladonga. Campaña 1983. Arqueoloxía/Memorias. Xunta de Galicia. Santiago de Compostela. [S.l.: s.n.] ISBN Depósito Legal C-1082/1985 Verifique |isbn= (ajuda) 
  • ARIAS VILAS, Felipe, DURÁN RIVAS, María Consuelo (1996). Museo do Castro de Viladonga. Xunta de Galicia. [S.l.: s.n.] ISBN 84-453-1697-4 
  • ARIAS VILAS, Felipe. (1979), Castro de Viladonga, Folheto do Ministério de Cultura. Lugo.

Notas

  1. Arias Vilas, Felipe. Castro de Viladonga. Campanha 1983. Arqueologia/Memórias. Junta da Galiza. 1985. Pa. 5.
  2. Foi encontrado casualmente pelo camponês José Abelleira Palmeiro quando trabalhava a terra. A peça fez parte da colecção Blanco-Cicerão, passando mais tarde à de Gil Varela até chegar ao Museu de Lugo
  3. López Cuevillas, Florentino, Las Joyas Castreñas, 1951, Madrid.

Artigos[editar | editar código-fonte]

  • CHAMOSO LAMAS, Manuel. "Las excavaciones del Castro de Viladonga y la problemática que plantean sus resultados". Actas del Coloquio sobre el Bimilenario de Lugo. Lugo, (1977). p. 41-46.
  • ARIAS VILAS, Felipe. "Novos materiais arqueolóxicos do Castro de Viladonga no Museo de Lugo". Boletim do Museo Provincial de Lugo,(1983), p. 203-208.
  • LÓPEZ GÓMEZ, Felipe Senén. "O folklore do Castro de Viladonga e da sua bisbarra". Atas XV C.A.N., Saragoça, (1979), p. 623-630.


Ligações externas[editar | editar código-fonte]