Centro da Cultura Judaica

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Fachada posterior da instituição, vista da avenida Doutor Arnaldo.

O Centro da Cultura Judaica (CCJ) é uma instituição cultural privada localizada na cidade de São Paulo, Brasil. Fundada em 1964, sob a denominação Casa de Cultura de Israel, a instituição tem por objetivo divulgar a cultura judaica e a produção cultural de Israel e fortalecer os laços entre a comunidade judaica e a sociedade brasileira. Desde abril de 2003, o Centro da Cultura Judaica encontra-se instalado em um edifício de aproximadamente 5 000 metros quadrados na rua Oscar Freire, distrito de Pinheiros, projetado pelo arquiteto Roberto Loeb. A instituição oferece regularmente exposições de artes plásticas e fotografia, espetáculos musicais e de dança, sessões de cinema e teatro, cursos, conferências, palestras e eventos culturais e educativos em geral.[1]

Histórico e estrutura organizacional[editar | editar código-fonte]

A história do Centro da Cultura Judaica remonta à década de 1960, quando foi estabelecido o Instituto de Cultura Hebraica de São Paulo, organização voltada ao ensino da língua hebraica. Visando ampliar o campo de ação do instituto, sua diretoria criou uma associação de amigos. A iniciativa acabou crescendo e, em 1964, foi inaugurada a Casa de Cultura de Israel, com apoio da Embaixada de Israel no Brasil. Em 1966, a Casa de Cultura foi transformada em sociedade civil sem fins lucrativos, religiosos ou políticos, com o objetivo de estreitar as relações entre o Brasil e Israel. O empresário Leon Feffer, destacado membro da comunidade judaica paulistana e, à época, cônsul-geral de Israel em São Paulo, tornou-se seu Presidente Emérito e deu o apoio financeiro necessário para que a instituição pudesse se manter e oferecer programas relacionados a Israel e judaismo.[2] Elias Blankfeld, que junto com Leon Feffer fundou a Casa de Cultura de Israel, foi convidado por Leon Feffer para ser Presidente da instituição,[3] cargo em que permaneceu até 1980. Em 1992, a instituição foi reconhecida como entidade de utilidade pública nas esferas federal, estadual e municipal. Em 2003, foi inaugurada a sede atual.

Entre os eventos de destaque realizados pela instituição estão as apresentações da Orquestra Filarmônica de Israel na Sala São Paulo (2001 e 2005), com regência de Zubin Mehta, a exposição sobre o diário de Anne Frank (2003), as edições do Ciclo Multicultural, a apresentação da Orquestra Sinfônica de Israel (2008), a exposição Coexistence, na Praça da Paz do Parque do Ibirapuera (2006), a I Mostra Audiovisual Israelense (2008) e a exposição de obras de Marc Chagall (2008).[1]

A estrutura organizacional da entidade é composta por um Conselho Deliberativo e por uma Diretoria Executiva. A entidade conta ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo, formados por membros de destaque em suas áreas de atuação (personalidades das áreas cultural, acadêmica, financeira e política). Todos os conselhos são compostos por voluntários, mas a entidade também conta com um corpo profissional, responsável pelas atividades administrativas e operacionais.

Edifício[editar | editar código-fonte]

Detalhe do brise na fachada principal

A sede do Centro da Cultura Judaica foi projetada pelo arquiteto Roberto Loeb e inaugurada em 2003. Sua construção levou oito anos. Trata-se de um edifício composto por duas torres cilíndricas de concreto, separadas por uma fachada sinuosa de trinta metros de extensão. Seu formato faz referência ao pergaminho da Torá, o texto central do judaísmo, ao mesmo tempo em que apresenta características ligadas à arquitetura moderna brasileira, em especial a de Oscar Niemeyer e da escola paulista.[4]

O edifício de quatro andares e 4 981,55 m² de área construída foi erguido em um terreno público de 2 150 m², cuja cessão foi condicionada à construção de um espaço cultural aberto à população. A localização íngreme do terreno e a proximidade da Estação Sumaré do metrô de São Paulo também influíram no partido arquitetônico, pois exigiam recuos bastante restritivos, o que explica a opção do arquiteto por implantar o edifício em uma disposição diagonal. As fachadas principal e posterior são recobertas de vidro em tom fumê em brise-soleil, cuja estrutura está presa em um grande pergolado de concreto de forma curva. A estrutura permite a entrada de luz, filtra os raios e facilita a circulação de ar e não impede a vista da paisagem.[4]

O edifício é equipado com teatro com capacidade para 300 espectadores e um auditório para 100 pessoas, ambos projetados para usos múltiplos. A galeria de arte, localizada no centro de circulação dos visitantes do edifício, possui 70 metros lineares de paredes para exposições. O edifício também conta com salas de aula, espaços administrativos e um grande salão de eventos, com 270 m² e pé-direito duplo de seis metros, e duas praças ao ar livre, interligadas, uma com 250 m² e outra com 450 m².[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b «Centro da Cultura Judaica». Centro da Cultura Judaica. Consultado em 20 de dezembro de 2010 
  2. «Centro da Cultura Judaica». BaresSP, republicação de release do CCJ. Consultado em 20 de dezembro de 2010 
  3. «Boletim Chabad, Maio 2014» (PDF). Boletim Chabad. 9 de maio de 2014 
  4. a b c Silva, Vânia. «Centro de Cultura Judaica». PINIweb. Consultado em 20 de dezembro de 2010 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]