Circuito eletrônico
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Os circuitos eletrônicos diferem dos circuitos elétricos por possuírem interligações entre diversos componentes eletrônicos, enquanto os circuitos elétricos somente têm conexões entre componentes elétricos.
Antigamente, a montagem de circuitos eletrônicos era executada de forma artesanal e sobre um chassis. Neste chassis eram parafusadas pontes de ligações, e nestas feitas as conexões entre os diversos componentes e a respectiva fiação, soldados de acordo com um diagrama pré estabelecido.
Com o advento da miniaturização, veio a necessidade de uma aglomeração mais compacta entre os componentes e peças formadoras do circuito eletrônico. Esta nova plataforma de montagem era totalmente diferente dos antigos chassis e suas pontes de conexão. Inicialmente os circuitos começaram a ser aglomerados em placas de materiais isolantes com furos onde de um lado se inseriam as pernas dos componentes e na outra face eram soldados os fios das conexões. Este processo, além de demorado acabava por complicar a montagem, aumentando a probabilidade de erros.
Passou-se então a se utilizar um método de alta escala de produção chamado de circuito impresso. Os circuitos impressos utilizam componentes como resistores, capacitores, transístores e condutores entre outros. O início de seu uso foi logo após a Segunda Guerra Mundial, quando foi inventada a solda por emersão.
Antes do processo da solda por emersão, os componentes eram soldados um a um nas pontes com o uso de ferros de solda. Com o novo método, os componentes eram dispostos numa placa de material isolante, onde numa das faces eram feitas as ligações através de um método de impressão e corrosão de uma fina película de cobre. Esta película ficava após corroída com a fiação impressa exposta. Ao inserir os componentes nos furos feitos na placa isolante, suas pernas eram cortadas e a face de ligação onde estavam, era imersa em estanho derretido. Após retirar o circuito que estava em contato com o estanho, os componentes já estavam presos ao cobre de forma fixa, rápida e perfeita.
Modernamente os circuitos eletrônicos são muito mais complexos, além dos métodos normais de circuitos impressos existem outras formas muito mais avançadas de produção. O circuito eletrônico, deixou de ser um circuito propriamente dito, passou a ser encarado como um componente eletrônico. Exemplos são os circuitos integrados, microprocessadores, entre outros.
Componentes básicos
[editar | editar código-fonte]Todo circuito eletrônico é constituído de no mínimo três componentes:
- Fonte de alimentação: Fornece energia para o circuito trabalhar.
- Dispositivo de saída: Realiza trabalho útil. Pode ser um led, um alto-falante, etc.
- Condutores: Interligam os componentes do circuito. São os fios e cabos, e algumas vezes a carcaça metálica do equipamento.
Contudo, somente circuitos muito simples funcionam sem um quarto componente:
- Dispositivo de entrada: Podem converter outra forma de energia em eletricidade, que será utilizada pelo circuito (p. ex. um microfone), ou oferecer ao usuário meios de controle sobre o comportamento do circuito (p. ex. um potenciômetro).
Grandezas em um circuito
[editar | editar código-fonte]Em um circuito de eletrônica podem ser medidas as seguintes grandezas:
- Tensão[1]: é uma indicação de quanta energia é envolvida na movimentação de uma carga elétrica entre dois pontos no espaço.
- Corrente[2]: consiste no fluxo de cargas elétricas que se movimentam.
- Potência[3]: é definida como a quantidade de energia térmica que passa por um condutor durante uma quantidade de tempo.
As unidades fundamentais de medidas em eletricidade são o volt (V), usado para medir tensões, o ampère (A), usado para medir correntes e o watt (W), utilizado para medir potência. Para o tempo, a unidade de medida adotada é o segundo (s); que combinado com tensão e corrente forma outras quantidades úteis. Os símbolos algébricos para tensão, corrente e potência são, respectivamente, V, I e P.
Lei de Ohm
[editar | editar código-fonte]A lei de Ohm define a unidade de resistência[4] como 1[V] dividido por 1[A]. O símbolo para resistência é R e sua unidade de medida é o ohm (Ω). Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer de se opor à passagem de corrente elétrica mesmo quando existe uma diferença de potencial aplicada. Seu cálculo é dado pela Primeira Lei de Ohm.
A lei de Ohm pode ser escrita como se segue:
Circuitos analógicos
[editar | editar código-fonte]Circuitos eletrônicos analógicos são aqueles em que a corrente ou a tensão podem variar continuamente com o tempo para corresponder à informação que está sendo representada. Além disso, seu comportamento varia com a temperatura e outros fatores. Os componentes comumente utilizados são os resistores, mosfets, indutores, transistores, capacitores, LEDs e diodos, mas existem outros componentes, que por sua vez possuem uma simbologia específica.[5]
Circuitos digitais
[editar | editar código-fonte]Diferentemente dos circuitos analógicos, onde os valores de tensão se alteram, nos circuitos digitais as tensões podem assumir apenas dois níveis lógicos: Nível lógico alto, correspondente a 5 volts, e nível lógico baixo, corresponde a 0 volts (Ground). Os circuitos digitais originam-se de transistores interconectados entre si, onde os mesmos são utilizados em pequenas escalas, formando os denominados circuitos integrados, a partir deles, pode-se criar portas lógicas que fornecem as funções da lógica booleana: AND, NAND, OR, NOR, XOR e NOT, juntamente com suas combinações. Os transistores interconectados para fornecer feedback positivo são usados como travas e flip-flops, circuitos que possuem dois ou mais estados metaestáveis e permanecem em um desses estados até serem alterados por uma entrada externa.
Com essas diferenças, nota-se que os circuitos digitais possibilitam um manuseio mais facilitado do projeto, visto que não é necessário preocupar-se com distorções, controle de ganho, tensões de offset entre outras apresentadas no circuito analógico. Com isso, é possível aplicar uma enorme quantidade de elementos lógicos em um circuito digital de alta complexidade, em um único chip de silício, tornando assim as operações lógicas mais acessíveis e são encontradas soluções mais rapidamente para problemas mais complexos. Os circuitos digitais, portanto, podem fornecer lógica e memória, permitindo que executem funções computacionais arbitrárias.
Formação das portas lógicas
[editar | editar código-fonte]Como foi anteriormente dito, as portas lógicas são formadas a partir de transistores, mosfets e resistores, vistas nos modelos logo abaixo:
Tecnologia de montagem superficial
[editar | editar código-fonte]Com o avanço da tecnologia, houve a necessidade de reduzir cada vez mais o tamanho das placas, para assim torná-las compactas e produzir dispositivos menores, com isso, os componentes reduziram significativamente de tamanho com o decorrer dos anos. A tecnologia de montagem em superfícies consiste em componentes que estão soldados acima e abaixo da placa, podendo assim, realizar um maior aproveitamento das duas faces da placa, o que antes não existia, pois os componentes passavam de um lado para o outro da placa e suas pernas soldadas para poder então fixá-lo. Como houve a miniaturização das placas, os circuitos ficaram mais aglomerados, dificultando assim encontrar os problemas existentes.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ BEATY, W. J. (1998). What is Voltage?. Science Hobbyst: [s.n.]
- ↑ MCGRAW-HILL, SCHAUM (1984). Eletrônica básica. [S.l.]: McGraw-Hill
- ↑ «Potência elétrica». Virtuous Tecnologia da Informação. Consultado em 29 de março de 2018
- ↑ Villate, Jaime E. (2013). Eletricidade e Magnetismo. [S.l.: s.n.]
- ↑ Colclaser; Neamen; Hawkins, Roy A. ; Donald A. ; Charles F. Electronic circuits analysis basic principles. [S.l.: s.n.]