Constantino Cerulário

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Constantino Cerulário
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação Oficial cortesão
Religião Cristianismo
Histameno escifato de Isaac I Comneno (r. 1057–1059)
Histameno escifato de Constantino X Ducas (r. 1059–1067)

Constantino Cerulário (em grego: Κωνσταντῖνος Κηρουλάριος) foi um alto oficial bizantino do terceiro quartel do século XI. Tendo apoiado Isaac I Comneno (r. 1057–1059) em sua revolta para apossar-se do trono imperial, Constantino garantiu para si acesso a inúmeros ofícios cortesões seniores e acabou por se tornar a pessoa mais influente da corte. Foi um correspondente de Miguel Pselo, havendo várias referências a ele nas correspondências de Pselo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Constantino foi um sobrinho do poderoso Miguel I Cerulário, patriarca de Constantinopla em 1043–1059.[1] O nome de seu pai é desconhecido.[2] De acordo com a genealogia do escritor do século XII João Tzetzes, Constantino Cerulário casou-se com uma dama da Geórgia, uma parente da imperatriz Maria da Alânia (r. 1071–1081). O casal teve uma filha, que foi posteriormente adotada por Eudóxia Macrembolitissa. Ela casou-se com um oficial dos impostos chamado Jorge, e deu à luz a mãe de João Tzetzes.[3][4] Constantino teve vários filhos, dos quais Miguel Cerulário foi o mais proeminente: ele também se tornou grande drungário da guarda e casou-se na dinastia comnena, mas defraudou seu outros irmãos da herança de seu pai.[1]

Um amigo e correspondente de Miguel Pselo, Constantino e seu irmão Nicéforo estavam entre os apoiantes de Isaac I Comneno (r. 1057–1059) quando ele levantou-se em revolta para tomar o trono em 1057, e passou a ocupar ofícios seniores na hierarquia bizantina.[1] Em sua correspondência com Pselo, Constantino é variadamente referido por seus altos postos cortesões de sebasto, proedro, protoproedro e magistro, os ofícios fiscais seniores de sacelário e logóteta geral, e ofícios judiciais de mestre dos julgamentos (epi ton kriseon) e drungário da guarda.[2][5] Foi provavelmente sob o mandato de Constantino que o último ofício adquiriu o epíteto grande (megas), e foi confirmado como a maior autoridade imperial.[6] Constantino foi aparentemente também a primeira pessoa a manter o título de sebasto. Um selo que pode ser atribuído a ele ainda registra o título de "vestarca, juiz do Velo, e grande curador de Mangana".[7]

Histameno de Romano IV Diógenes (r. 1068–1071) com os coimperadores Andrônico e Constâncio Ducas

Constantino foi um primo de Eudóxia Macrembolitissa, que casou-se com o tenente e sucessor de Isaac como imperador, Constantino X Ducas (r. 1059–1067), uma vez que também é conhecida como uma sobrinha do patriarca.[1] Em 1067, Constantino X estava morrendo, e Eudóxia, como imperatriz-viúva e mãe dos filhos menores de idade de Constantino, exerceria a regência, porém o imperador temia que ela poderia muito bem incluir seus parentes na regência, já que mantinham altos postos na corte, o que representaria uma ameaça a sucessão de seus filhos. Ele, portanto, fez Eudóxia jurar publicamente que não casaria novamente nem aprovaria qualquer co-regente sobre seus filhos com Constantino que não fosse o irmão do último, João Ducas, um juramente que ela logo quebraria com seu casamento com Romano IV Diógenes (r. 1068–1071).[8] Constantino Cerulário morreu em algum momento durante o reinado de Nicéforo III Botaniates (r. 1078–1081), dado que seu testamento foi objeto de uma investigação neste momento.[1]

Referências

  1. a b c d e Kazhdan 1991, p. 1125.
  2. a b Guilland 1967, p. 575.
  3. Kaldellis 2007, p. 302.
  4. Magdalino 1993, p. 321.
  5. Dennis 2003, p. 46.
  6. Magdalino 1994, p. 108.
  7. Nesbitt 2005, p. 60.
  8. Garland 1999, p. 169–170.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Garland, Lynda (1999). Byzantine Empresses: Women and Power in Byzantium, CE 527–1204 (em inglês). Nova Iorque e Londres: Routledge. ISBN 0-415-14688-7 
  • Guilland, Rodolphe (1967). Recherches sur les Institutions Byzantines, Tome I. Berlim: Akademie-Verlag 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Kaldellis, Anthony (2007). Hellenism in Byzantium: The Transformations of Greek Identity and the Reception of the Classical Tradition (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-87688-5 
  • Magdalino, Paul (1993). The Empire of Manuel I Komnenos, 1143–1180 (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52653-1 
  • Magdalino, aul (1994). «Justice and Finance in the Byzantine State, Ninth to Twelfth Centuries». In: Laiou, Angeliki E. Law and Society in Byzantium, 9th-12th Centuries. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 0-88402-222-6 
  • Nesbitt, John W.; Oikonomides, Nicolas (2005). Catalogue of Byzantine Seals at Dumbarton Oaks and in the Fogg Museum of Art, Volume 5: The East (continued), Constantinople and Environs, Unknown Locations, Addenda, Uncertain Readings (em inglês). Washington, Distrito de Colúmbia: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. ISBN 0-88402-309-5