Thoracica
cracas e similares Thoracica | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||
| |||||||||||||||
Ordens | |||||||||||||||
|
Thoracica é uma superordem da classe Maxillopoda que agrupa os crustáceos marinhos sésseis ou pedunculados conhecidos pelo nome comum de cracas (ordem Sessilia) e percebes (ordem Pedunculata). O grupo inclui alguns dos organismos mais comuns nas costas rochosas, tais como as espécies Semibalanus balanoides e Chthamalus stellatus. Estes animais quando adultos apresentam um exoesqueleto calcificado composto por várias placas que definem uma forma cónica. As cracas escolhem normalmente substratos rochosos, mas podem fixar-se também a fundos de embarcações (onde causam estragos) ou a outros animais (por exemplo baleias). Por serem animais que formam colónias (durante a fase natante da larva), a sua reprodução é constante. Apresentam seis apêndices bem desenvolvidos, podendo ser sésseis ou pedunculados. A carapaça é fortemente calcificada. O grupo inclui organismos de vida livre e espécies comensais.[1] Cerca de 97% das espécies conhecidas são hermafroditas.[2]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]As modernas taxonomias, nomeadamente a classificação de Martin & Davis,[3] colocam o agrupamento Thoracica como uma superordem dos Cirripedia de que resulta a seguinte classificação até ao nível das famílias:
- Superordem Thoracica Darwin, 1854
- Ordem Pedunculata Lamarck, 1818
- Subordem Heteralepadomorpha Newman, 1987
- Anelasmatidae Gruvel, 1905
- Heteralepadidae Nilsson-Cantell, 1921
- Koleolepadidae Hiro, 1933
- Malacolepadidae Hiro, 1937
- Microlepadidae Zevina, 1980
- Rhizolepadidae Zevina, 1980
- Subordem Iblomorpha Newman, 1987
- Iblidae Leach, 1825
- Subordem Lepadomorpha Pilsbry, 1916
- Lepadidae Darwin, 1852
- Oxynaspididae Gruvel, 1905
- Poecilasmatidae Annandale, 1909
- Subordem Scalpellomorpha Newman, 1987
- Calanticidae Zevina, 1978
- Lithotryidae Gruvel, 1905
- Pollicipedidae Leach, 1817
- Scalpellidae Pilsbry, 1907
- Subordem Heteralepadomorpha Newman, 1987
- Ordem Sessilia Lamarck, 1818
- Subordem Brachylepadomorpha Withers, 1923
- Neobrachylepadidae Newman & Yamaguchi, 1995
- Subordem Verrucomorpha Pilsbry, 1916
- Neoverrucidae Newman, 1989
- Verrucidae Darwin, 1854
- Subordem Balanomorpha Pilsbry, 1916
- Superfamília Chionelasmatoidea Buckeridge, 1983
- Chionelasmatidae Buckeridge, 1983
- Superfamília Pachylasmatoidea Utinomi, 1968
- Pachylasmatidae Utinomi, 1968
- Superfamília Chthamaloidea Darwin, 1854
- Catophragmidae Utinomi, 1968
- Chthamalidae Darwin, 1854
- Superfamília Coronuloidea Leach, 1817
- Chelonibiidae Pilsbry, 1916
- Coronulidae Leach, 1817
- Platylepadidae Newman & Ross, 1976
- Superfamília Tetraclitoidea Gruvel, 1903
- Bathylasmatidae Newman & Ross, 1971
- Tetraclitidae Gruvel, 1903
- Superfamília Balanoidea Leach, 1817
- Archaeobalanidae Newman & Ross, 1976
- Balanidae Leach, 1817
- Pyrgomatidae Gray, 1825
- Superfamília Chionelasmatoidea Buckeridge, 1983
- Subordem Brachylepadomorpha Withers, 1923
Uso culinário
[editar | editar código-fonte]Algumas espécies de cracas e de percebes são utilizadas na alimentação humana, servindo de base à confecção de entradas ou entrando na composição de pratos de marisco.
Entre as espécies mais utilizadas está a Megabalanus azoricus, uma craca de grandes dimensões que deve o seu nome específico ao ter sido originalmente descrita com base em espécimes colhidos no arquipélago dos Açores, onde é utilizada na alimentação humana, sendo consumida cozida em água do mar. Posteriormente foi identificada noutros locais como, por exemplo, nos arquipélagos da Madeira e de Cabo Verde. Outra craca com grande consumo é a Austromegabalanus psittacus, originária das costas da região sul e central do Chile.
Várias espécies de percebes das famílias Pollicipedidae e Lepadidae são utilizadas na alimentação humana, sendo em geral aproveitado o pedúnculo carnudo.[4] Os géneros mais utilizados são Pollicipes e Capitulum.
Notas
- ↑ Robert D. Barnes (1982). Invertebrate Zoology. Philadelphia, PA: Holt-Saunders International. p. 706. ISBN 0-03-056747-5
- ↑ Van Frausum A. (1989) The Thoracica of Belgium. Comptes rendus du symposium "Invertébrés de Belgique", pp. 159–163. Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Bruxelas.
- ↑ Joel W. Martin & George E. Davis (2001). An Updated Classification of the Recent Crustacea (PDF). [S.l.]: Natural History Museum of Los Angeles County. pp. 132 pp
- ↑ Benny K. K. Chan (2011). «Pollicipes Leach, 1817». MarBEF Data System. Consultado em 11 de novembro de 2011
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]