Crenicichla cyclostoma

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Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Cordados
Classe: Actinopterígeos
Ordem: Cichliformes
Família: Ciclídeo
Género: Crenicichla
Espécie: C. cyclostoma
Nome binomial
Crenicichla cyclostoma
Ploeg, 1986
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A Crenicichla cyclostoma, popularmente conhecida como jacundá[2] joaninha ou mariana,[3] é uma espécie da família dos ciclídeos (Cichlidae), nativa da América do Sul, endêmica da bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia. Atualmente é considerada uma espécie criticamente ameaçada de extinção[4].

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome popular jacundá deriva do tupi yaku'nda, que é empregado como nome genérico aos membros da família dos ciclídeos. Foi registrado em 1618 como jacundâ, em 1631 como iacunda e em 1895 como jacundá.[5] Joaninha deriva do antropônimo Joana junto do diminutivo -inha. Foi registrado pela primeira vez em 1899.[6] Por fim, mariana pode ter derivado do antropônimo Mariana. Foi registrado em 1899.[7]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Crenicichla cyclostoma foi alocada no grupo de espécies C. reticulata por Alex Ploeg em 1986, que considerou a ausência de mancha suborbital e a presença de listras horizontais nos flancos.[8]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Crenicichla cyclostoma possui 10 centímetros de comprimento.[9] Tem o corpo e a cabeça compridos lateralmente.[8] É endêmica da bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia,[3] podendo ser encontrada no fundo de riachos tropicais.[9] Por ser uma espécie muito dependendo dos fundos do rio, é sensível à devastação da mata ciliar.[9] Depois da construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, não foi mais encontrada na área de abrangência do reservatório. Em 2018, a perda populacional foi estimada em superior a 80%.[3]

Classificações e proteção[editar | editar código-fonte]

Em 2007, a espécie foi classificada como criticamente em perigo na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[10] como criticamente em perigo na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[11] em 2018, como criticamente em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);[12] e como criticamente em perigo no anexo três (peixes) da Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção da Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022.[13][14] Em 2021, foi incluída como espécie prioritária no Plano de Ação Territorial de Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte).[15]

Referências

  1. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) (2022). Crenicichla cyclostoma (em inglês). IUCN 2018. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2018​: 3.1. doi:https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2022-1.RLTS.T134704597A134704607.pt Página visitada em 08 de abril de 2023.
  2. «Instrução Normativa MMA N.º 05, de 21 de maio de 2004» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 21 de maio de 2004. Consultado em 17 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 17 de abril de 2023 
  3. a b c «Sumário Executivo» (PDF). Pró-Espécies. Plano de Ação Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte. 2022. Consultado em 17 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 16 de junho de 2022 
  4. SiBBr. «Species: Crenicichla cyclostoma». ala-bie.sibbr.gov.br (em inglês). Consultado em 8 de maio de 2023 
  5. Grande Dicionário Houaiss, verbete jacundá
  6. Grande Dicionário Houaiss, verbete joaninha
  7. Grande Dicionário Houaiss, verbete mariana
  8. a b Varella, Henrique R. (2011). Revisão taxonômica das espécies de Crenicichla Heckel das bacias dos rios Paraná e Paraguai (Teleostei: Cichlidae) (PDF) (Dissertação de Mestrado). São Paulo: Universidade de São Paulo. Cópia arquivada (PDF) em 17 de abril de 2023 
  9. a b c Bessa, Eduardo (3 de junho de 2015). «Brasil ameaçado – Crenicichla cyclostoma». Ciência à Bessa. Consultado em 17 de abril de 2023. Cópia arquivada em 21 de abril de 2023 
  10. Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  11. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  12. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  13. «Portaria MMA N.º 148, de 7 de junho de 2022» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 14 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 1 de março de 2023 
  14. «Crenicichla cyclostoma Ploeg, 1986». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr). Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023 
  15. Veloso, Cleide (1 de setembro de 2021). «Tocantins aprova Plano de Ação para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte». Governo de Tocatins. Consultado em 17 de abril de 2023. Cópia arquivada em 22 de abril de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]