Destruição criadora
Destruição criativa, destruição criadora, (do alemão original: schöpferische Zerstörung) é, em economia, um conceito popularizado pelo austríaco Joseph Schumpeter com base na obra Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942) de Karl Marx [1]. O conceito se popularizou no campo do pensamento econômico e, posteriormente da administração de empresas, a partir dos anos 1950. Ganhou força no contexto de ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo.[2]
"O processo de destruição criadora é o fato essencial do capitalismo" (p. 83)
Ainda que visse as diferentes formas criadas pelo capitalismo, Schumpeter atesta que o sistema estaria fadado a ruir - pelo mesmo processo que o faz se transformar.
Karl Marx tratou largamente da necessidade de movimento constante que rege o capitalismo, de destruir o antigo para criar o novo, a todo tempo recriar suas bases[3]. Mas sua formulação se conecta com uma tradição filosófica muito popular no pensamento alemão, que poderia remontar a Hegel e seu conceito de sublação (Alemão: aufhebung), no qual as categorias são superadas dialeticamente a partir de uma contradição interna, imanente. Uma semente, por exemplo, contém tudo que é necessário para sua transformação, a potência para germinar e deixar de ser uma semente - tornando-se uma planta que voltará a carregar sementes. [4]
De forma análoga, Schumpeter compreende que a superação de um ciclo econômico ou paradigma técnico no mercado está dado no seu proprio desenvolvimento. Esse processo de superação, entretanto, acontece através da falência de diversas empresas, setores e iniciativas. Ou seja, as novas criações e inovações surgem ao destruir o que está estabelecido, como uma força incontrolável.
A primeira parte da obra de Schumpeter é uma introdução simples e resumida da teoria marxiana, que apresenta para posteriormente tecer suas críticas. Apesar das discordâncias, a ideia de uma transformação necessária permanece no autor austríaco, como vimos, mesmo não sendo marxista.
Werner Sombart, outro pensador alemão, é uma das influências diretas para a ideia em Schumpeter. Sombart foi o primeiro autor a cunhar o termo "capitalismo tardio", pensando nas diferentes fases que se sucediam sob a forma social desde o século XVI.
Descreve um processo de inovação econômica e ciclos econômicos - que tem lugar numa economia de mercado em que novos produtos destroem empresas velhas e antigos modelos de negócios. Para Schumpeter, as inovações dos empresários são a força motriz do crescimento econômico sustentado a longo prazo, ainda que destrua empresas bem estabelecidas nessa necessidade. Um efeito positivo disso seria a maior de dificuldade na formação de monopólios privados
Referências
- ↑ Reinert, Hugo; Reinert, Erik S. (2006). Backhaus, Jürgen G.; Drechsler, Wolfgang, eds. «Creative Destruction in Economics: Nietzsche, Sombart, Schumpeter». Springer US (em inglês): 55–85. ISBN 978-0-387-32979-6. doi:10.1007/978-0-387-32980-2_4. Consultado em 11 de dezembro de 2020
- ↑ «The new creative destruction». www.atimes.com
- ↑ Marx, Karl, 1818-1883. (1993). Grundrisse : foundations of the critique of political economy (rough draft). London: Penguin Books in association with New Left Review. OCLC 31358710
- ↑ Kelm, Holden (11 de janeiro de 2015). «With Hegel against Hegel?». Hegel-Jahrbuch (1). ISSN 2192-5550. doi:10.1515/hgjb-2015-0151. Consultado em 11 de dezembro de 2020
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Schumpeter y la economía de la innovación». mackinlays.blogspot.com, Thomas K. McCraw. Prophet of Innovation. Joseph Schumpeter and Creative Destruction. Harvard University Press. Resenha por Agustín Mackinlay