Diego de Zúñiga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diego de Zúñiga
Nascimento 1 de janeiro de 1536
Salamanca
Morte 1597
Toledo
Cidadania Espanha
Alma mater
Ocupação filósofo
Religião Igreja Católica

Diego de Zúñiga de Salamanca (algumas vezes latinizado como Didacus a Stunica; Salamanca, 1 de janeiro de 1536Toledo, 1597) foi um heremita agostiniano, conhecido por publicar uma aceitação inicial do heliocentrismo de Nicolau Copérnico.

Vida[editar | editar código-fonte]

Aluno de Luis de León, lecionou na Universidade de Osuna e na Universidade de Salamanca.[1]

Seus In Job commentaria (Comentários sobre Jó, 1584) abordaram Jó 9:6, de modo a afirmar que a teoria heliocêntrica copernicana era uma interpretação aceitável das Escrituras.[2] Esta publicação fez dele um dos poucos estudiosos católicos do século XVI que estabeleceram uma acomodação explícita com as idéias de Copérnico.[3] Ele, no entanto, posteriormente mudou de opinião, em outra frente, filosófica e não teológica. Em Philosophia prima pars, escrito no final de sua vida, ele rejeitou o copernicanismo como incompatível com a teoria aristotélica da filosofia natural.[4]

O Philosophia prima pars foi um trabalho de grande escala sobre metafísica, estruturado de acordo com a prática universitária vigente, e que visava uma reforma no ensino universitário de filosofia. Escrito do ponto de vista aristotélico, visava fortalecer a filosofia peripatética, afastando os céticos e argumentando-a como científica. Contra o ataque cético, a verdade foi tratada sob metafísica.[5]

A obra de Zúñiga foi colocada no Index Librorum Prohibitorum da Igreja, junto com De revolutionibus orbium coelestium de Copérnico, por decreto da Congregação Sagrada de 5 de março de 1616:

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Didaci a Stunica eremitae Agustiniani Philosophiae prima pars, qua perfecte et eleganter quatuor scientiae Metaphysica, Dialectica, Rhetorica et Physica declarantur, ad Clementem octavum Pontificem maximum (Toledo: Petrus Rodríguez, 1597)
  • "Correspondencia de Diego de Zúñiga con los Papas S. Pío V y Gregorio XIII, y los Cardenales de la Curia Romana: Crivelli y Sirleto", publicada por I. Arámburu Cendoya, "Diego de Zúñiga, biografía y nuevos escritos", Archivo Agustiniano, 1961, 55, pp. 51-103; 329-384).
  • De optimo genere tradendae totius Philosophiae et Sacrosanctae Scriturae explicandae (publicado por I. Arámburu Cendoya en el artículo antes citado).
  • De totius Dialectiacer constitutione contra Ramum pro Aristotele.
  • De vera Religione in mones sui temporis haereticos, libri tres, Salmanticae, Mathias Gastius, 1577.
  • In Zachariam Prophetam Commentaria, Salamanca, Matías Gast, 1577.
  • In Job Commentaria, Toleti, Ioannes Rodericus, 1584; nueva edición: Romae, Franciscum Zanettum, 1591.
  • Metafísica (1597). Edición, introducción, traducción y notas de Gerardo Bolado. Colección de Pensamiento Medieval y Renacentista 96, Eunsa, Pamplona, 2008.
  • Física (1597). Edición, introducción, traducción y notas de Gerardo Bolado. Colección de Pensamiento Medieval y Renacentista 110, Eunsa. Pamplona, 2009.

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Rafael Chabrán, Diego de Zuñiga, Job and The Reception of Copernicus in Spain, Ometeca. Vol. 1 No. 2 & Vol. 2 No. 1 (1989–1990): pp. 61–68.
  • Victor Navarro Brotons, The Reception of Copernicus in Sixteenth-Century Spain: The Case of Diego de Zuniga, Isis, Vol. 86, No. 1 (Mar., 1995), pp. 52–78

Referências

  1. Robert S. Westman, The Copernicans and the Churches, p. 92-3 in David C. Lindberg, Ronald L. Numbers (editors), God and Nature: Historical Essays on the Encounter Between Christianity and Science (1986).
  2. «Online translation of passage». Consultado em 7 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 3 de julho de 2007 
  3. John Hedley Brooke, Science and Religion: Some Historical Perspectives (1991), p. 90.
  4. Stephen Gaukroger, The Emergence of a Scientific Culture: Science and the Shaping of Modernity, 1210-1685 (2006), p. 126,
  5. Charles B. Schmitt, Quentin Skinner (editors), The Cambridge History of Renaissance Philosophy (1990), p. 611 and p. 616.
  6. Ver texto original em latim e um tradução para o inglês no Wayback Machine (arquivado em 2007-09-30). Também citado por W. R. Shea e M. Artigas em Galileo in Rome (2003), p. 84-85, ISBN 0-19-516598-5

Ligações externas[editar | editar código-fonte]