Saltar para o conteúdo

Efígie da República

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Liberdade guiando o Povo de Eugène Delacroix, inspiração da imagem da República
Efígie da República Portuguesa ao centro, aquando da Proclamação da República
Alegoria da República, 1896. Pintura positivista em referência à Proclamação da República Brasileira, por Manuel Lopes Rodrigues. Óleo sobre tela, 230 x 120 cm. Salvador, Museu de Arte da Bahia.
Efígie da República Federativa do Brasil na cédula de 100 reais
Efígie da República Argentina 20 centavos 1883

Em muitos países, a efígie ou imagem da República é a personificação do regime republicano e do próprio Estado onde esse regime vigora. Geralmente a imagem da República é representada, iconograficamente, por um ser de sexo feminino ostentando um barrete.

Marianne é a figura alegórica de uma mulher que representa a República Francesa, sendo portanto uma personificação nacional.[1]

Sob a aparência de uma mulher usando um barrete frígio, Marianne encarna a República Francesa e representa a permanência dos valores da república e dos cidadãos franceses: Liberté, Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade). Marianne é a representação simbólica da mãe pátria, simultaneamente enérgica, guerreira, pacífica, protetora e maternal.

O seu nome provém, provavelmente, da contracção de Marie e de Anne, dois nomes muito frequentes no século XVIII entre a população feminina do Reino de França.

Para os aristocratas contra-revolucionários, o nome tornou-se pejorativo porque figurava o povo, a plebe.[carece de fontes?] Os revolucionários adoptaram-na para simbolizar a mudança de regime. Os republicanos do Meridiano tiveram também um papel importante na associação deste nome a um ideal político (uma canção em língua occitânica, « La garisou de Marianno » era muito popular no outono de 1792).

A obra A Liberdade guiando o povo, onde Marianne é retratada, foi inspiração para a Efígie da República do Brasil, que está estampada nas cédulas de Real do país.[2][3]

A República Brasileira adotou a alegoria de Marianne,[4] cuja efígie, com o seu Barrete Frígio (carapuça vermelha), está estampada em vários brasões e bandeiras de cidades, municípios e estados brasileiros. Este símbolo também é utilizado impresso em todas as cédulas do Real (unidade monetária nacional), e cunhado na moeda de R$ 1,00. A efígie foi adotada na nota de 1 Cruzeiro (1980) e nas notas de 200 cruzados novos (1989) muito parecida com a nota de 1 Real e que inspiraria as notas de Real futuras.[4]

Brasil Império

[editar | editar código-fonte]

Durante o período imperial também existia as alegorias de sentido de personificação nacional, uma delas, é a obra litográfica de Gianne que representa o imperador Pedro I com a Constituição defendendo-a, em luta, contra o despotismo.[5]

Efígie da República Argentina 20 centavos 1883

A imagem da República foi adoptada como símbolo da República Portuguesa, na sequência da implantação do novo regime, em 5 de Outubro de 1910. A imagem da República Portuguesa foi representada de várias formas, seguindo o modelo genérico da Liberdade de Eugène Delacroix, individualizando-se, apenas, pelas cores vermelha e verde das suas roupas (cores da nova Bandeira Nacional). A partir de 1912 o busto da República, esculpido por Simões de Almeida, torna-se o padrão oficial da imagem da República Portuguesa, sendo usado como efígie nas moedas de escudo e de centavos e colocado nas repartições públicas.

O busto da República passou a ser considerado um dos símbolos nacionais de Portugal, a par do retrato oficial do Presidente da República, do brasão de armas, da bandeira e do hino. Tornou-se obrigatória a existência de uma reprodução do busto da República, em local de destaque, em todos os edifícios públicos.

Entretanto, o uso da imagem da República foi caindo em desuso, apesar de estar presente em todas as sedes dos órgãos de poder.

Efígie da República conhecida também na Argentina como Efígie da Liberdade, figurou em muitas moedas argentinas e foi criada pelo artista francês Eugène-André Oudiné. Representada com o perfil sereno e cabelo abundante soltos ao vento e um barrete frígio como tocado.

Oudiné trabalhou na Efígie da Liberdade em 1881 por ordem do engenheiro Eduardo Castilla, o primeiro presidente da Casa da Moeda, para ilustrar o reverso das moedas de Peso argentino, cuja criação tinha sido sancionado no mesmo ano para unificar o sistema monetário do país.

A Liberdade Oudiné permaneceu até 1942, quando foi substituído por um busto mais moderna feita em 1940 pelo escultor francês Lucien Bazor; no entanto, em 1957, as moedas de Oudiné voltaram a ser cunhadas. Efígie da Liberdade de Oudiné também aparece no logotipo do Banco Central da Argentina.

Referências

  1. «Os símbolos da República Francesa - Marianne». Embaixada da França. Consultado em 11 de Maio de 2016 
  2. «Real é a moeda corrente no Brasil desde 1994». Brasil.gov. 5 de Novembro de 2009. Consultado em 11 de Maio de 2016 
  3. «Quem é a Efígie que estampa as cédulas do real?». Oficina da Net. Consultado em 11 de Maio de 2016 
  4. a b «Felipe Branco Cruz - Qual é o nome da mulher que aparece nas cédulas de real?». caraoucoroa.blogosfera.uol.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  5. CORREIA, Jonas (General). Simbolos do Brasil. IN: História da Independência do Brasil. volume VI. Rio de Janeiro/Guanabara: Rideel, 1972.Página 226

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
  • Real no site Portal Brasil