Ellen Gallagher

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Ellen Gallagher
Ellen Gallagher
Nascimento 1965
Providence, Rhode Island
Nacionalidade Estadunidense

 Ellen Gallagher (16 de dezembro de 1965, Providence, Rhode Island) é uma artista visual estadunidense. Seu trabalho tem sido exibido em inúmeras exposições individuais e coletivas e está presente nas coleções permanentes de muitos dos principais museus globais. Seu trabalho abrange as linguagens da pintura, trabalhos em papel, filme e vídeo. Os temas de sua obra referem-se a questões de raça e género, e confrontam estereótipos raciais impostos pela sociedade e discurso cultural hegemônico.[1]

Educação e Contexto Familiar[editar | editar código-fonte]

Ellen Gallagher nasceu em 16 de dezembro de 1965, na cidade de Providence, Rhode Island. Embora nascido nos Estados Unidos, seu pai pertence a uma família de Cabo Verde, na África Ocidental, e sua mãe vem de uma família irlandesa católica caucasiana. A mãe de Gallagher era uma irlandesa-americana da classe trabalhadora e seu pai boxeador profissional.[2]

Em Rhode Island, Gallagher frequentou a Moses Brown, uma escola preparatória Quaker. Aos dezesseis anos, Gallagher entrou na Oberlin College, em Ohio a qual frequentou entre 1982–1984 cursando Literatura e Escrita. Gallagher não concluiu os estudos na Oberlin College e acabou ingressando em um sindicato de carpinteiros em Seattle.[2]

Antes de iniciar a carreira artística, a artista trabalhou como pescadora comercial no Alasca e no Maine. Em 1989, ela frequentou o Studio 70 em Fort Thomas, Kentucky, antes de se formar em artes plásticas pela Escola do Museu de Belas Artes de Boston, Massachusetts, em 1992. Após sua formatura, deu continuidade à educação artística, ao ingressar na Escola Skowhegan de Pintura e Escultura, no Maine, em 1993.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Gallagher passou a ganhar reconhecimento como artista em 1995, tendo apresentado exposicoes individuais nas gallerias Mary Boone no SoHo, Nova York, e Anthony D'Offay em Londres.[2][3]

Obra[editar | editar código-fonte]

Ellen Gallagher é uma pintora abstrata e artista multidisciplinar que cria trabalhos minimalistas com narrativas temáticas.[2] Suas influências incluem as pinturas de Agnes Martin e os escritos de Gertrude Stein. Parte do trabalho de Gallagher envolve a modificação repetitiva de anúncios encontrados em publicações focadas na experiência afro-americana, como as revistas Ebony, Sepia e Our World, incluindo imagens de anúncios de produtos Valmor, como em sua série DeLuxe.[4]

Seus trabalhos mais emblemáticos são colagens de capas de revistas agrupadas em grade.[5] Alguns exemplos são eXelento (2004), Afrylic (2004) e DeLuxe (2005). A série DeLuxe explora diferentes linguagens transitando da fotogravura à impressão digital. A artista faz uso de óleos para combinar diferentes folhas e adicionar textura. Em suas obras, Gallagher empurra o limite entre duas e três dimensões em suas séries ao usar novas tecnologias e criar camadas.[6]

Cada uma dessas obras contém até 60 impressões empregando técnicas de fotogravura, água-forte, colagem, corte, arranhão, serigrafia, litografia offset e construção à mão. Gallagher também cola desenhos em papel de caderno em sua tela para criar superfícies texturizadas.[2]

Em suas obras, Gallagher apresenta referências de três movimentos artísticos. Dois deles citados por ela, o expressionismo abstrato e o minimalismo.[7], mas observando seu uso de materiais específicos como revistas, jornais, além do uso de padrões em séries e repetição, bem como as muitas técnicas de impressão, relacionam seu trabalho com a Pop-art.[8][9][10][11]

Algumas das primeiras influências de Gallagher enquanto frequentava a Escola do Museu de Belas Artes, Boston foram o Darkroom Collective, um grupo de poetas que vivia e trabalhava na Inman Square em Cambridge, Massachusetts[12]. Ela se tornaria a coordenadora de arte do coletivo Darkroom, o que a permitiu explorar e aplicar seu talento e identidade cultural como mulher afro-americana em seu trabalho.[2]

Uma de suas primeiras exposições ocorreu no Dark Room em 1989.[13] Algumas outras influências na Escola do Museu foram Susan Denker, Ann Hamilton, Kiki Smith e Laylah Ali.[12]

Em 1995, o trabalho de Gallagher foi exibido na Bienal do Museu Whitney, Nova York e na Bienal de Veneza, Itália em 2003. O artista Chuck Close criou um retrato de Gallagher em tapeçaria em 2009. Gallagher é representada pelas galerias internacionais Gagosian, e Hauser & Wirth. A artista reside entre os Estados Unidos (Nova York) e Holanda (Roterdã).[3]

Prêmios e Honrarias[editar | editar código-fonte]

Entre as honras que Gallagher ganhou estão:

Exposições (seleção)[editar | editar código-fonte]

Exposições individuais[editar | editar código-fonte]

Ellen Gallagher já apresentou seu trabalho em exposições individuais em diversas galerias e instituições internacionais, incluindo:

  • Drawing Center, Nova York, Preserve (2001)[15]
  • Instituto de Arte Contemporânea, Boston EUA, "Watery Ecstatic" (2001)[16]
  • Henry Art Gallery, Seattle, Washington, EUA, Preserve/Murmur (2004)
  • Museu de Arte Contemporânea, North Miami, Flórida, EUA, Ellen Gallagher: DeLuXe (2005)
  • Freud Museum, Londres, Reino Unido, Ellen Gallagher: Ichthyosaurus (2005)
  • Whitney Museum of American Art, Nova York, Ellen Gallagher: DeLuXe (2005)
  • Tate Liverpool, Reino Unido, Ellen Gallagher (2007)
  • Tate Modern London, Reino Unido, AxMe (2013)
  • Museu de Sara Hilden, Finlândia (2013)
  • Haus der Kunst, Munique, Alemanha (2014)
  • Gagosian Gallery, Nova York

Exposições coletivas[editar | editar código-fonte]

Publicações[editar | editar código-fonte]

Murmúrio. orbus em colaboração com Edgar Cleijne. Hauser & Wirth London/Fruitmarket Gallery Edimburgo (ed.) 2005. Inglês, 5 livros unidos por imã, 990 páginas. Com "Blizzard of White" (2003, loop de 55 min, 16 milímetros).ISBN 3039390333

Coleções (seleção)[editar | editar código-fonte]

O trabalho de Gallagher faz parte de diversas coleções permanentes internacionais, incluindo a Addison Gallery of American Art, Goetz Collection, Hamburger Bahnhof, em Berlim; Studio Museum in Harlem, Nova York; Walker Art Center, em Minneapolis; San Francisco Museum of Modern Art, na Califórnia; Moderna Museet, Sammlung Goetz e o Centre Georges Pompidou, em Paris.[19][20]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Ellen Gallagher». Art21 (em inglês). Consultado em 21 de junho de 2023 
  2. a b c d e f g McGee, Celia (7 de janeiro de 1996). «UP AND COMING: Ellen Gallagher;An Artist Who Doesn't Fit In Gets the Perfect Offer: a Solo». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 29 de abril de 2019 
  3. a b Sirmans, F. (1 de março de 1998). «ELLEN GALLAGHER». Nka: Journal of Contemporary African Art (em inglês). 1998 (8). 67 páginas. ISSN 1075-7163. doi:10.1215/10757163-8-1-67 
  4. Great Women Artists. [S.l.]: Phaidon Press. 2019. ISBN 978-0714878775 
  5. Lewine, Edward (23 de janeiro de 2005). «60 Ways of Looking at a Black Woman». The New York Times. Consultado em 20 de abril de 2013 
  6. Suzuki, Sarah. Art Journal; New York Vol. 70, Iss. 4, (Winter 2011): 7-25
  7. McGee, Celia (7 de janeiro de 1996). «UP AND COMING: Ellen Gallagher;An Artist Who Doesn't Fit In Gets the Perfect Offer: a Solo». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de maio de 2022 
  8. Caldwell, Ellen C. (8 de março de 2016). «Ellen Gallagher: Questioning Race». JSTOR Daily (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2022 
  9. Wilson, Judith (1996). «Sniffing Elephant Bones: The Poetics of Race in the Art of Ellen Gallagher». Callaloo. 19 (2): 337–339. ISSN 0161-2492. JSTOR 3299181. doi:10.1353/cal.1996.0074 
  10. «Ellen Gallagher | "Ruby Dee", 2005 | (for Parkett 73)». PARKETT books and editions on contemporary art (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2022 
  11. Goodeve, Thyrza Nichols Goodeve (2005). «Ellen Gallagher "Ruby Dee", 2005 (for Parkett 73)» (PDF). Parkett Art. pp. https://www.parkettart.com/editions/p/gallagher–ellen 
  12. a b Ellen Gallagher. Boston, MA: Institute of Contemporary Art Boston. 2001. 18 páginas. ISBN 1-891024-31-0 
  13. Wilson, Judith (1996). «Sniffing Elephant Bones: The Poetics of Race in the Art of Ellen Gallagher». Callaloo (em inglês). 19 (2): 337–339. ISSN 1080-6512. doi:10.1353/cal.1996.0074 
  14. «Ellen Gallagher | Artist | Royal Academy of Arts». Royal Academy of Arts. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2023 
  15. Drawing Center exhibitions Ellen Gallagher. March 2, 2002 – April 20, 2002.
  16. «Ellen Gallagher». Gagosian. Consultado em 6 de março de 2016 
  17. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v Ellen Gallagher: Preserve. [S.l.]: Des Moines Art Center. 2001. 76 páginas. ISBN 1-879003-34-1 
  18. «Bienal divulga primeira lista de artistas com 92% de nomes não brancos | Arte ao Redor». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 21 de junho de 2023 
  19. «Untitled». Collections. Walker Art Center. Consultado em 9 de fevereiro de 2017 
  20. «Ellen Gallagher Deluxe». Studio Museum Harlem. Consultado em 9 de fevereiro de 2017