Elunda

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Grécia Elunda

Ελούντα

Elounta, Elouda

 
  Unidade municipal  
Vista de Elunda, com a ilha de Spinalonga ao fundo
Vista de Elunda, com a ilha de Spinalonga ao fundo
Vista de Elunda, com a ilha de Spinalonga ao fundo
Localização
Elunda está localizado em: Creta
Elunda
Localização de Elunda em Creta
Elunda está localizado em: Grécia
Elunda
Localização de Elunda na Grécia
Coordenadas 35° 15' 44" N 25° 43' 19" E
País Grécia
Região Creta
Unidade regional Lasíti
Município Ágios Nikolaos
Características geográficas
População total (2001) 2 185 hab.
Altitude 5 m
Altitude mínima 0 m
Código postal 72053
Prefixo telefónico 28410
Sítio www.aghiosnikolaos.eu/...

Elunda (em grego: Ελούντα; romaniz.:Elounda), alternativamente transliterada Elounta ou Elouda, é uma pequena cidade na costa norte da ilha de Creta. Faz parte do município de Ágios Nikolaos, pertencendo recentemente à unidade regional de Lasíti. A cidade possui uma economia baseada na agricultura, turismo, pesca, comércio de sal e extração de esmeril.[1] No último censo realizado foram contabilizados mais de 2200 habitantes em Elunda.[2]

A estrada de Elunda que a liga com Ágios Nikolaos possuía aproximadamente 12 km de comprimento, passando pelo cume de uma montanha local de pequeno porte, sendo que do topo é possível avistar toda a dimensão da baía de Mirabelo. É famosa por seus resorts à beira-mar, sendo que notoriedades como o primeiro-ministro Andréas Papandréu e a família real da Arábia Saudita costumam visitá-la quase todos os anos; em 1984 o presidente da França François Mitterrand e o ex-ditador líbio Muammar al-Gaddafi encontraram-se em um resort de luxo de Elunda para discutirem acerca de resolução de conflitos no Chade.[3]

A pequena aldeia de pescadores de Placa localiza-se a 5 km de Elunda. A cidade é a mais próxima da ex-colônia de leprosos de Spinalonga (grego: Σπιναλόγκα), localizada na ilha chamada Calidão (grego: Καλυδών). Spinalonga é notável por ter sido uma colônia de leprosos entre 1903 e 1957.

História

Elunda é habitada deste os tempos minoicos, no entanto, tornou-se uma terra notória apenas com o advento da pólis de Olous.[1] Durante sua história manteve constantes disputas territoriais com a vizinha cidade de Lato,[4] no entanto, em dado momento ambas as pólis chegaram a um acordo de paz definitivo.[5] A economia de Olous aparentemente foi baseada no comércio marítimo, na trituração de conchas para produção de tintas e na mineração de pedras das redondezas; houve cunhagem de moedas e nestas havia a efígie de Dédalo,[6] assim como de Zeus e Britomartis, estrelas e golfinhos eram usados como égide.[7] Encontra-se atualmente submersa, tendo tal fato ocorrido possivelmente por um deslizamento de terra ou então em decorrência do terremoto que assolou o Egeu no ano 780 d.C.

Durante os períodos romano e bizantino a cidade floresceu como é evidenciado pelas duas catedrais descobertas nas proximidades da cidade; uma desta foi erigida no século e apresenta típicos mosaicos bizantinos. Durante o século VII a cidade sofreu com o súbito aparecimento de corsários árabes no mediterrâneo. Um deslizamento ou um tremor em 780 provocou a destruição da cidade que foi abandonada por seus habitantes que migraram para aldeias interioranas.[1][7]

Durante o período veneziano a cidade voltou a prosperar, tendo sido reconstruída e melhorada, especialmente seu porto, em decorrência do lucrativo comércio de sal da região. Em 1579, os venezianos construíram uma poderosa fortaleza na ilha de Calidão sobre as ruínas de uma antiga acrópole, para que tal protegesse o porto de Elunda de ataques de piratas e dos otomanos que estava se infiltrando na região. Embora a ilha tenha caído em 1669 sob poderio dos otomanos; os venezianos mantiveram seu controle sobre a fortaleza de Calidão até 1715.[1][8]

Após a dominação turca e com a unificação cretense com a Grécia em 1913, a cidade de Elunda voltou a crescer atingindo, em 1928, 1500 habitantes. Durante a Segunda Guerra Mundial os alemães fortificaram a cidade para evitar que aliados desembarcassem nela.[1]

Ficção

Elunda foi usada para as filmagens da popular série de televisão BBC Quem paga o barqueiro? no final de 1970. É o cenário para o romance de Belinda Jones, Out of the Blue. É apresentada no romance de Victoria Hislop, A ilha, sendo que este romance foi adaptado como mini-série começando sua exibição em outubro de 2010.

Referências

  1. a b c d e «History of Elounda - From Ancient Olous to Modern Elounda» (em inglês). Consultado em 18 de dezembro de 2011 
  2. «Elounda town» (em inglês). Consultado em 18 de dezembro de 2011 
  3. Alain Rouvez, Michel Coco, Jean-Paul Paddack, Disconsolate empires: French, British and Belgian military involvement in post-colonial Sub-Saharan Africa, 1994
  4. C. Michael Hogan. «Lato (hillfort)». themodernantiquarian.com/ (em inglês). Consultado em 11 de dezembro de 2011 
  5. Böckh, Inscr. vol. ii. No. 2554.
  6. Eckhel, vol. ii. p. 316; Théodore Edme Mionnet, Descr. vol. ii. p. 289; Combe, Mus. Hunter.
  7. a b «Olous archaeological site. Elounda, East Crete» (em inglês). Consultado em 15 de dezembro de 2011 
  8. Itzkowitz 1980, pp. 80-81

Bibliografia

  • Itzkowitz, Norman (1980). Ottoman Empire and Islamic Tradition. [S.l.: s.n.] ISBN 0-226-38806-9  Texto "publicado" ignorado (ajuda); Texto "University of Chicago Press" ignorado (ajuda)