Enmercar

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Enmercar
Rei da Suméria
Rei de Uruque
Enmercar
Rei-sacerdote de Uruque criado por volta de 3 000 a.C., possivelmente representando Enmercar, no Museu Nacional do Iraque.
Reinado Provavelmente 3 400 – 3 100 a.C., 420 anos
Antecessor(a) Mesquianguegaser
Sucessor(a) Lugalbanda
Pai Mesquianguegaser

Enmercar (em sumério: 𒂗𒈨𒅕𒃸; romaniz.:EN.me.er.kar2), de acordo com a Lista Real Sumeriana, foi o construtor e rei de Uruque (Ereque na Bíblia) na Suméria, e alegadamente reinou durante 420 anos (algumas cópias referem 900 anos). A lista do reis relata que Enmercar tornou-se rei depois que seu pai Mesquianguegaser, filho de Utu, "entrou no mar e desapareceu".

Enmercar nos épicos sumérios[editar | editar código-fonte]

Enmercar também é conhecido de algumas outras lendas sumérias, principalmente em Enmercar e o Senhor de Arata [en], onde uma confusão anterior das línguas da humanidade é mencionada. Neste relato, é o próprio Enmercar que é chamado de "filho de Utu, O deus-sol sumério". Além de fundar a cidade de Uruque, Enmercar é dito para ter tido um templo construído em Eridu, e é creditado mesmo com a invenção da escrita em tabuletas de argila, com a finalidade de fazer propaganda e ameaçar Arata [en] durante a conquista. Enmercar procura também restabelecer a unidade lingüística interrompida das regiões habitadas ao redor de Uruque, listadas como Šubur, Hamasi [en], Suméria, Uriqui (a região em torno de Acádia), e as terras dos amoritas.

Três outros textos da mesma série descrevem o reinado de Enmercar. No conto “Enmercar e Ensugirana”, ao descrever as rivalidades diplomáticas contínuas de Enmercar com Arata, há uma alusão a cidade de Hamazi ter sido vencida. Em “Lugalbanda na Caverna da Montanha”, Enmercar é visto liderando uma campanha contra a cidade de Arata. Na quarta e última tabuleta, “Lugalbanda e o Pássaro de Anzu”, descreve o cerco de Arata por um ano de Enmercar. Menciona também, que cinquenta anos depois do reinado de Enmercar, o povo Martu havia surgido em toda a Suméria e Acádia, necessitando da construção de um muro no deserto para proteger a antiga Uruque desses invasores.

Nestas últimas duas tabuletas, o caráter de Lugalbanda é introduzido como um dos chefes de guerra de Enmercar. De acordo com a Lista Real Sumeriana, era este Lugalbanda, "o Pastor" que sucedeu eventualmente à Enmercar o trono de Uruque. Lugalbanda é nomeado também como o pai de Gilgamés, um rei mais antigo de Uruque, em versões sumérias e acadianas da Epopeia de Gilgamés.

Identificação[editar | editar código-fonte]

David Rohl reivindicou paralelos entre Enmercar, construtor de Uruque, e o misterioso personagem bíblico de Ninrode, governante da cidade de Ereque (Uruque) e senhor da Torre de Babel, em lendas extra-bíblicas. Um paralelo de Rohl observado é que a descrição "Ninrode, o Caçador", alude ao "-car" dentro do nome Enmercar também significa "caçador", Enquanto que o "En" é um título de governante na antiga Suméria, sendo assim restando apenas "Mer" como nome original desse rei. Rohl também sugeriu que Eridu perto de Ur é o local original da cidade de Babel e que o incompleto zigurate encontrado ali — de longe o mais antigo e maior de seu tipo — é nada mais do que as próprias ruínas remanescentes da torre de Babel construída para desafiar os planos divinos pelo rei Ninrode.[1]

Em uma lenda relacionada por Cláudio Eliano,[2] o rei da Babilônia, Euecoro, Seuecoro "(também aparecendo em muitas variantes como "Sevekhoros", anterior Sacchoras, etc.), é dito ser o avô de Gilgamés, que mais tarde se torna rei da Babilônia (ou seja, Gilgamés de Uruque). Vários eruditos recentes sugeriram que este "Seuechoros" ou "Euechoros" é além disso ser identificado com Enmercar de Uruque, assim como o Euechous nomeado por Berossus como sendo o primeiro rei da Caldéia e da Assíria. Esse nome de sobrenome "Euechous" (também aparecendo como "Evechius", e em muitas outras variantes) tem sido identificado por muito tempo com Ninrode.[3]

Referências

  1. David Rohl (2002). Legends: The Genesis of Civilization (1998) e The Lost Testament.
  2. Cláudio Eliano. De Natura Animalium 12.21)
  3. Wouter FM Henkelman, "The Birth of Gilgamesh", em Altertum und Mittelmeerraum: die antike Welt diesseits und jenseits der Levante , p. 819.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Mesquianguegaser
Lugal de Uruque
ca. 2700 a.C. ou lendário
Sucedido por
Lugalbanda