Erasmo Garcia Mendes

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Erasmo Garcia Mendes
Nascimento 1916
São Paulo, SP, Brasil
Morte 19 de fevereiro de 2001 (83 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil e Itália
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo
Orientador(es)(as) Paulo Sawaya
Instituições
Campo(s) Fisiologia
Tese Contribuição para a Fisiologia dos Sistemas Respiratório e Circulatório de Siphonops annulatus (Amphibia-Gymnophiona) (1944)

Erasmo Garcia Mendes (São Paulo, 191619 de fevereiro de 2001) foi um naturalista e fisiologista brasileiro. Professor emérito Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), é considerado um dos grandes acadêmicos do Brasil.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em 1916 na cidade de São Paulo, ingressou no curso de Ciências Naturais da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP em 1934, a primeira turma da recém-fundada universidade. Em 1938 já trabalhava como monitor no Departamento de Zoologia. Graduando-se em 1939, neste mesmo ano começou a trabalhar como professor assistente do Departamento de Fisiologia Geral e Animal. Em 1941, no mesmo departamento, foi contratado como assistente científico e no ano seguinte tornou-se primeiro assistente da cadeira, chefiada pelo professor Paulo Sawaya.[1][2]

Em 1944, defendeu seu doutorado, orientado pelo professor Paulo Sawaya, intitulada Contribuição para a Fisiologia dos Sistemas Respiratório e Circulatório de Siphonops annulatus (Amphibia-Gymnophiona). Dez anos depois, defendeu sua tese de livre-docência em fisiologia geral e animal, com o título Sobre o Metabolismo e o Equipamento Enzimático do Músculo Longitudinal de Holothuria.[2]

Foi docente da Universidade Estadual Paulista entre os anos de 1965 e 1973, onde foi fundamental para a formação do Departamento de Zoologia da instituição.[2] Na Universidade de São Paulo foi precocemente aposentado em 1969 do cargo de professor adjunto do Departamento de Fisiologia Geral e Animal, período de intensa censura da Ditadura militar brasileira. Em 1964, ano do golpe, o reitor Luís Antônio da Gama e Silva nomeou uma comissão não-oficial de professores, cuja função era a de investigar "atividades subversivas" dentro da instituição. Erasmo, junto de Valter Colli, votou contra a comissão no Conselho Universitário, porém não tiveram voz para impedir a perseguição.[3]

Mesmo aposentado, Erasmo continuou atuando tanto na graduação quanto na pós-graduação. Em 1978, tornou-se professor titular do Departamento de Fisiologia Geral. Foi ativo na fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Sociedade Brasileira de Fisiologia. Participou da da criação do primeiro laboratório de biologia marinha do Brasil, depois incorporado à Universidade de São Paulo. Foi um dos mais importantes membros do Conselho Universitário e foi fundamental para a fundação da Associação dos Auxiliares de Ensino.[2]

Foi membro atuante para a fundação da Associação dos Docentes da USP, do qual também foi diretor. Foi chefe do Departamento de Fisiologia da USP durante a década de 1980, vice-diretor do Instituto de Biociências e diretor do Centro de Biologia Marinha. Foi professor visitante em várias instituição renomadas no mundo, como o Marine Biological Laboratory de Woods Hole, nos Estados Unidos.[2]

Foi aposentado compulsoriamente da universidade em 1985, mantendo porém a orientação de alunos, redação de artigos, cursos e palestas. Foi membro do corpo editorial da Revista de Estudos Avançados da USP até seu falecimento.[2]

Morte[editar | editar código-fonte]

Erasmo morreu na tarde de 19 de fevereiro de 2001, em sua casa na cidade de São Paulo, aos 81 anos.[2]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Cadeira de Fisiologia Geral e Animal». Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Consultado em 28 de agosto de 2019 
  2. a b c d e f g Xavier, Gilberto F.; et al. (2001). «Erasmo Garcia Mendes, um verdadeiro acadêmico». São Paulo. Revista de Estudos Avançados USP. 15 (41). doi:10.1590/S0103-40142001000100017. Consultado em 28 de agosto de 2019 
  3. Paulo Henrique Amorim (ed.). «O silêncio faz da USP uma aliada da ditadura». Conversa Afiada. Consultado em 28 de agosto de 2019