Saltar para o conteúdo

Escéptuco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Escéptuco (em grego: σκηπτοῦχος; romaniz.: skēptouchos; pl. σκηπτοῦχοι, skēptouchoi), é um termo conhecido de fontes gregas antigas, geralmente traduzido como aquele que carrega um cajado, bastão ou cetro. Ocorre em vários contextos já na poesia homérica, onde é um epíteto de um "rei", basileu.[1] Nos poemas de Homero, um cetro também é carregado por sacerdotes e profetas, arautos e juízes. Sua função foi interpretada nos primeiros estudos como um atributo do orador durante as assembleias, mas, de acordo com Daniel Unruh, o cetro aparentemente servia como símbolo físico de autoridade que poderia ser usado para infligir uma punição humilhante.[2] O termo escéptuco também aparece nas Semônides do século VII a.C..[3]

Na Ciropédia e na Anábase, Xenofonte, no século V a.C., faz referências aos escéptucos como funcionários da corte persa, geralmente eunucos. Xenofonte menciona Artapates, um chefe leal dos escéptucos, que acompanhou Ciro, o Jovem, na Ásia Menor. Escéptucos eram responsáveis ​​pelos suprimentos, questões organizacionais e ordem na corte persa.[4] Nenhum termo equivalente foi identificado em elamita, persa antigo ou semita, mas a representação visual de escéptucos é preservada nas esculturas de Persépolis.[5][6]

Escéptucos também aparece como uma denominação grega de príncipes locais dos citas, conforme referenciado numa inscrição de cerca de 200 a.C. de Ólbia,[7] e na Cólquida antes da conquista de Mitrídates Eupátor, conforme relatado por Estrabão.[8] Como sugere David Braund, o título foi provavelmente consequência da influência persa na Cólquida. Ainda mais tarde, por volta de 104 d.C., escéptuco refere-se aos bedeles do Templo de Ártemis na inscrição de fundação de Salutaris de Éfeso.[9]

Referências

  1. Liddell 1940.
  2. Unruh 2011, p. 279–280.
  3. Kõiv 2016, p. 20.
  4. Podrazik 2017, p. 29–30.
  5. Podrazik 2017, p. 22–24.
  6. Manning 2018, p. 11.
  7. Thonemann 2018, p. 85.
  8. Braund 1994, p. 154.
  9. Tilborg 1996, p. 69.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Braund, David (1994). Georgia in Antiquity: A History of Colchis and Transcaucasian Iberia, 550 BC–AD 562. Oxônia: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-814473-1 
  • Kõiv, Mait (2016). «Basileus, tyrannos and polis. The Dynamics of Monarchy in Early Greece». Klio. 98 (1): 1–89. doi:10.1515/klio-2016-0001 
  • Liddell, Henry George; Scott, Robert (1940). «σκηπτοῦχος». A Greek–English Lexicon, revised and augmented throughout by Jones, Sir Henry Stuart, with the assistance of McKenzie, Roderick. Oxônia: Clarendon 
  • Mondi, Robert (1980). «ΣΚΗΠΤΟΥΧΟΙ ΒΑΣΙΛΕΙΣ: An Argument for Divine Kingship in Early Greece». Arethusa. 13 (2): 203–216. JSTOR 26308130 
  • Podrazik, Michał (2017). «The skēptouchoi of Cyrus the Younger». Anabasis. Studia Classica et Orientalia. 8: 16–37 
  • Thonemann, Peter (2018). The Hellenistic Age: A Very Short Introduction. Oxônia: Oxford University Press. ISBN 9780198746041 
  • Tilborg, Sjef van (1996). Reading John in Ephesus. Leida: Brill. ISBN 9789004267299 
  • Unruh, Daniel (2011). «A New Look at the Homeric Scepter». The Classical World. 104 (3): 279–294. JSTOR 41303431