Saltar para o conteúdo

Anna Bresser: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 2: Linha 2:


==Vida no Brasil==
==Vida no Brasil==
Ana Hasta desembarcou em [[Joinville|Joinville,]] [[Santa Catarina]], aos 5 anos de idade, acompanhada por seus pais e seus 6 irmãos. Porém, acostumados à vida nas metrópoles da [[Prússia]], optaram pela cidade de [[Petrópolis]], muito frequentada por [[dom Pedro II]], para fixar residência.<ref>{{citar periódico|autor=Paulo Roberto Martins de Oliveira|data=29 de junho de 2014|titulo=Imigrantes Germânicos|jornal=Jornal Tribuna de Petrópolis}}</ref>[[Ficheiro:BRESSER_Hermínia.jpg|miniaturadaimagem|D. Hermínia Bresser]]Aos 17 anos de idade, em 1863, Ana Hasta Edwiges von Seehausen casou-se com [[Carlos Augusto Bresser]], um jovem homem de negócios que administrava empreendimentos agropecuários, industriais e comerciais, além das centenas de prédios herdados de [[Carlos Abrão Bresser]]. Também educado segundo os moldes germânicos da época, devido a sua ascendência prussiana e austríaca, Carlos era muito bem relacionado pelas constantes festas e reuniões promovidas por sua mãe, Anna Clara Augusta Müller - conhecida por ''Madame Bresser-'' no palacete da família.<ref name=":0">{{citar livro|titulo=A Família Bresser na História de São Paulo|ultimo=UNZELTE|primeiro=Celso Dario|editora=Ed. Saraiva|ano=2003|local=São Paulo|paginas=pp. 55 a 57|acessodata=}}</ref> Além disso, Carlos era neto do General Johann Wilhelm Christian Müller, diretor da ''Academia Real das Sciencias de Lisboa'' e sobrinho do Marechal Daniel Pedro Müller, assessor de [[Dom Pedro I]]. <ref name=":0" /> <ref>{{citar periódico|ultimo=Publicação da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha|autor=José Rogério Beier|ano=2014|titulo=Um engenheiro militar português em São Paulo: a trajetória de Daniel Pedro Müller e sua contribuição para a transição da engenharia militar para a engenharia civil na província paulista (1802-1841)|jornal=Revista Navigator|volume=V. 10|numero=N. 20}}</ref>[[Ficheiro:BRESSER_Ismael.jpg|miniaturadaimagem|Dr. Ismael Bresser]]O matrimônio de Anna Bresser e Carlos Augusto durou 47 anos e deu-lhes 11 filhos, na seguinte ordem: <ref name=":0" />
Ana Hasta desembarcou em [[Joinville|Joinville,]] [[Santa Catarina]], aos 5 anos de idade, acompanhada por seus pais e seus 6 irmãos. Porém, acostumados à vida nas metrópoles da [[Prússia]], familiares de Ana optaram pela cidade de [[Petrópolis]], muito frequentada por [[dom Pedro II]], para fixar residência.<ref>{{citar periódico|autor=Paulo Roberto Martins de Oliveira|data=29 de junho de 2014|titulo=Imigrantes Germânicos|jornal=Jornal Tribuna de Petrópolis}}</ref>[[Ficheiro:BRESSER_Hermínia.jpg|miniaturadaimagem|D. Hermínia Bresser]]Aos 17 anos de idade, em 1863, Ana Hasta Edwiges von Seehausen casou-se com [[Carlos Augusto Bresser]], um jovem homem de negócios que administrava empreendimentos agropecuários, industriais e comerciais, além das centenas de prédios herdados de [[Carlos Abrão Bresser]]. Também educado segundo os moldes germânicos da época, devido a sua ascendência prussiana e austríaca, Carlos era muito bem relacionado pelas constantes festas e reuniões promovidas por sua mãe, Anna Clara Augusta Müller - conhecida por ''Madame Bresser-'' no palacete da família.<ref name=":0">{{citar livro|titulo=A Família Bresser na História de São Paulo|ultimo=UNZELTE|primeiro=Celso Dario|editora=Ed. Saraiva|ano=2003|local=São Paulo|paginas=pp. 55 a 57|acessodata=}}</ref> Além disso, Carlos era neto do General Johann Wilhelm Christian Müller, diretor da ''Academia Real das Sciencias de Lisboa'' e sobrinho do Marechal Daniel Pedro Müller, assessor de [[Dom Pedro I]]. <ref name=":0" /> <ref>{{citar periódico|ultimo=Publicação da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha|autor=José Rogério Beier|ano=2014|titulo=Um engenheiro militar português em São Paulo: a trajetória de Daniel Pedro Müller e sua contribuição para a transição da engenharia militar para a engenharia civil na província paulista (1802-1841)|jornal=Revista Navigator|volume=V. 10|numero=N. 20}}</ref>[[Ficheiro:BRESSER_Ismael.jpg|miniaturadaimagem|Dr. Ismael Bresser]]O matrimônio de Anna Bresser e Carlos Augusto durou 47 anos e deu-lhes 11 filhos, na seguinte ordem: <ref name=":0" />


# Gustavo Augusto Bresser: fazendeiro, teve 7 filhos. Reconhecidamente religioso, doou o terreno para a construção da matriz da Paróquia de Santa Rita. Empresta seu nome a uma rua do Brás.<ref>{{citar periódico|data=1º de julho de 2009|titulo=Benfeitores da Igreja Sta Rita|jornal=Jornal do Brás|numero=Edição 174}}</ref>
# Gustavo Augusto Bresser: fazendeiro, teve 7 filhos. Reconhecidamente religioso, doou o terreno para a construção da matriz da Paróquia de Santa Rita. Empresta seu nome a uma rua do Brás.<ref>{{citar periódico|data=1º de julho de 2009|titulo=Benfeitores da Igreja Sta Rita|jornal=Jornal do Brás|numero=Edição 174}}</ref>

Revisão das 16h50min de 28 de agosto de 2016

Anna Bresser ou Ana Hasta Edwiges von Seehausen (16 de julho de 1846, Berlim, Prússia - 27 de maio de 1910, São Paulo, Brasil) foi uma nobre prussiana, esposa do industrial Carlos Augusto Bresser e professora. Ela destacou-se por alfabetizar escravos antes da vigência da Lei Áurea - que aboliu a escravidão no Brasil- e por financiar a construção da Igreja de São João Batista, uma das mais relevantes igrejas da antiga São Paulo.

Vida no Brasil

Ana Hasta desembarcou em Joinville, Santa Catarina, aos 5 anos de idade, acompanhada por seus pais e seus 6 irmãos. Porém, acostumados à vida nas metrópoles da Prússia, familiares de Ana optaram pela cidade de Petrópolis, muito frequentada por dom Pedro II, para fixar residência.[1]

Ficheiro:BRESSER Hermínia.jpg
D. Hermínia Bresser

Aos 17 anos de idade, em 1863, Ana Hasta Edwiges von Seehausen casou-se com Carlos Augusto Bresser, um jovem homem de negócios que administrava empreendimentos agropecuários, industriais e comerciais, além das centenas de prédios herdados de Carlos Abrão Bresser. Também educado segundo os moldes germânicos da época, devido a sua ascendência prussiana e austríaca, Carlos era muito bem relacionado pelas constantes festas e reuniões promovidas por sua mãe, Anna Clara Augusta Müller - conhecida por Madame Bresser- no palacete da família.[2] Além disso, Carlos era neto do General Johann Wilhelm Christian Müller, diretor da Academia Real das Sciencias de Lisboa e sobrinho do Marechal Daniel Pedro Müller, assessor de Dom Pedro I. [2] [3]

Ficheiro:BRESSER Ismael.jpg
Dr. Ismael Bresser

O matrimônio de Anna Bresser e Carlos Augusto durou 47 anos e deu-lhes 11 filhos, na seguinte ordem: [2]

  1. Gustavo Augusto Bresser: fazendeiro, teve 7 filhos. Reconhecidamente religioso, doou o terreno para a construção da matriz da Paróquia de Santa Rita. Empresta seu nome a uma rua do Brás.[4]
  2. Clara Augusta Bresser: solteira, não deixou descendência.
  3. Hermínia Bresser: viúva, não teve filhos. Mas foi madrinha de Florestan Fernandes e influenciou-o em sua vida estudantil e intelectual.
  4. Oscar Eugênio Bresser: casou-se duas vezes e teve 10 filhos. Foi industrial e Juiz de Paz. Sua segunda esposa, Eugênia Bresser, deu nome a rua no bairro Jaçanã, em São Paulo.
  5. Oscália Bresser: casou-se com o advogado Manoel Castro Monteiro de Barros e teve 10 filhos.
  6. Leofredo Accácio Bresser: morreu aos 24 anos, ainda solteiro.
  7. Júlia Bresser: faleceu ainda criança. Seu nome foi dado a uma rua no Brás.
  8. Carlos Augusto Bresser Júnior: solteiro, não deixou descendência. Por ser paraplégico, a família buscou tratamento para ele a Europa.
  9. Leonor Clotilde Bresser: casou-se com Orestes Rivadávia Correia, cônsul do Brasil no Uruguai. Não deixou descendência.
  10. Ismael Bresser: médico de grande fama nas décadas de 1910 e 1920, atendia em consultório na própria rua Bresser. Teve 5 filhos com sua esposa Zulmira Albernaz de Oliveira.
  11. Arthur Accácio Bresser: teve um filho.

Apesar de toda dedicação como matriarca da família Bresser, D. Anna Bresser também foi reconhecida pela atuação na área de educação e nos cuidados para com a Paróquia de São João Batista: ela alfabetizou os próprios escravos pouco antes da Lei Áurea, algo incomum para a São Paulo do século XIX; e, também, D. Anna foi a primeira a presidir o tradicional Apostolado da Oração da centenária Paróquia de São João Batista do Brás.[5]

A Paróquia de São João Batista do Belém, como era chamada, foi a primeira paróquia erigida canonicamente pela Arquidiocese de São Paulo. Sua matriz foi idealizada principalmente por D. Anna e Carlos Augusto Bresser, em substituição a uma capela que ruiu, recém-construída. O templo é rico em vitrais, esculturas e imagens, algumas feitas por artistas parisienses. O órgão de tubos, encomendado da Alemanha, é um dos maiores de São Paulo e do Brasil. [6]

A doação da obra ao Arcebispo de São Paulo, d. Duarte Leopoldo e Silva, ocorreu em 1910, ano da morte de Anna Bresser.

Ascendência

Brasão dos Forcade de Biaix.

Ana Hasta Edwiges von Seehausen nasceu em Berlim, no Reino da Prússia. Ela foi filha do Barão Gustav Heinrich von Seehausen (1805, Posen, Prússia - 1875, Brasil) e de Elise von Schkopp (21 de janeiro de 1814, Prenzlau, Prússia - 3 de agosto de 1870, Brasil) que casaram-se em Berlim, no ano de 1838.[7] De origem protestante, Ana acabou convertendo-se ao Catolicismo; semelhantemente ao falecido sogro Carlos Abrão Bresser. [2]

Pelo lado materno, Ana Hasta Edwiges von Seehausen foi: [8]

  • neta de Heinrich Gotthard Bogislaw von Schkopp e Wilhelmine Elisabeth von Hanff;
  • bisneta de Gustav Heinrich von Schkopp e Frederike Helene Henriette von Schlegel, Karl Gottfried von Hanff e Karoline von Forcade de Biaix;
  • trineta de Otto Sigismund von Schkopp e Anna Marianne Helene Sophie von Zedlitz, Leopold Maximilien von Schlegel e Helene Luise Julianne Eleonore von Sommerfeld und Falkenhayn, Friedrich Wilhelm Quirin von Forcade de Biaix e Marie de Montolieu, Baronne de St. Hippolyte;
  • tetraneta de Jean de Forcade de Biaix e Juliane, Freiin von Hohnstedt, Otto Friedrich von Schkopp e Katharina Marianne von Knobelsdorff, Ferdinand Sigismund von Zedlitz e Johanna Sophie von Rothenburg, Louis de Montolieu, Baron de Saint Hippolyte e Susanne von Pélissier;
  • pentaneta de Jean de Forcade, Seigneur de Biaix e Madeleine de Lanne, Sigismund von Schkopp e Sabine Helene von Unruh, Johann Tobias von Knobelsdorff e Hedwig Elisabeth von Stosch, Quirin von Hohnstedt e Maria Magdalena Streiff von Löwenstein, Niklas Siegmund von Zedlitz e Ursula Helena von Pritzelwitz, Georg Sebastian von Rothenburg e Susanna Beata von Pein, Pierre de Montolieu, Seigneur de Saint Hippolyte[9] e Jeanne de Froment.

Haus von Seehausen

Segundo genealogistas prussianos, a "antiga" e "aristocrática" Casa von Seehausen mostrava-se distinta já no século XIII.[10] Porém, pelo pequeno número de membros, essa antiquíssima Casa de condes magdeburgueses chegou a ser considerada extinta por alguns historiadores.[11] Mas, sabia-se que uma Stammhaus dessa família estaria próxima ao Mosteiro Meyendorf, no Arcebispado de Magdeburgo, o mesmo que comprou o Grafschaft Seehausen em 1257 - com Conrad von Seehausen como testemunha.[11]

Mais de quinhentos anos depois, foi noticiado que um Oberst Freiherr/Baron von Seehausen lutou, juntamente a Simón Bolívar, na Colômbia de 1821.[12] [13] Assim, pelo ano das batalhas, tal oficial prussiano é muito provavelmente o avô de Ana Hasta.

Haus von Schkopp

Na genealogia prussiana, a Casa de Schkopp pertence aos mais antigos nobres da região da Silésia.[14] No século XIV, os membros dessa família gozavam de alta reputação perante os duques da Dinastia Piast. E, no século seguinte, em 1466, o Castelo Auras (Schloss Auras) foi construído por Cristoph von Schkopp, um "herói de guerra" e Coronel na Breslávia. Seu filho -- e 5º avô de Ana Hasta-, Sigismund von Schkopp, foi General-Governeur das Índias Ocidentais e comandante na defesa da ocupação holandesa no Brasil, aliado a Mauricio de Nassau. O brasão dessa família apresenta um leão, de pelos vermelhos, vestido num hábito de monge e com esferas vermelhas nas patas dianteiras. Entre os membros dessa casa nasceu um governador de Estrasburgo, Otto Bernhard von Schkopp, tio de Ana von Seehausen.[15]

Haus von Hanff

Dentre os membros dessa família saxã, o bisavô de Ana Hasta, Oberstlieutenant Karl Gottfried von Hanff é um dos mais relevantes. [16] Dentre outras funções, ele foi Comandante do Forte Neisse (Festung Neisse) de 1793 a 1805.

Referências

  1. Paulo Roberto Martins de Oliveira (29 de junho de 2014). «Imigrantes Germânicos». Jornal Tribuna de Petrópolis 
  2. a b c d UNZELTE, Celso Dario (2003). A Família Bresser na História de São Paulo. São Paulo: Ed. Saraiva. pp. pp. 55 a 57 
  3. José Rogério Beier (2014). «Um engenheiro militar português em São Paulo: a trajetória de Daniel Pedro Müller e sua contribuição para a transição da engenharia militar para a engenharia civil na província paulista (1802-1841)». Revista Navigator. V. 10 (N. 20)  |ultimo= e |autor= redundantes (ajuda)
  4. «Benfeitores da Igreja Sta Rita». Jornal do Brás (Edição 174). 1º de julho de 2009 
  5. «Apostolado da Oração». Consultado em 5 de agosto de 2016 
  6. «Paróquia - 105 anos». Paróquia São João Batista do Brás. Consultado em 5 de agosto de 2016 
  7. Neumann-Reppert, Ekkehart. Die Familie von Schkopp. Schenefeld, Schleswig-Holstein: [s.n.] 32 páginas 
  8. «Elise von Schkopp - Familienforschung Peters». 10 de abril de 2016 
  9. Moréri, Louis (Commencé en 1674). Le Grand Dictionnaire Historique (...) Les Genéalogies De plusieurs Familles illustres de France, & d'autres Pays; (...). Tome V, Seconde ed. [S.l.]: Chez Jean Brandmuller,. 388 páginas  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  10. von Zedlitz-Neukirch, Leopold (1836). Neues preussisches Adels-Lexicon:oder genealogische und diplomatische Nachrichten von den in der preussischen Monarchie ansässigen oder zu derselben in Beziehung stehenden fürstlichen, gräflichen, freiherrlichen und adeligen Häusern. 3. Leipzig: [s.n.] 208 páginas. Seehausen, die Herren von 
  11. a b Zedler, Johann Heinrich. Grosses vollständiges Universal Lexicon aller Wissenschaften und Künste, welche bisshero durch menschlichen Verstand und Witz erfunden und verbessert worden, Bd. 36, p. 1043
  12. «Amerika». Bayreuther Zeitung (199). Sonntag, 7. October 1821  Verifique data em: |data= (ajuda)
  13. Martin, Karl (1942). Der Unbesiegte Soldat - Ein deutsches Heldenleben in Südamerika. Nürnberg: J. L. Schrag-Verlag. 130 páginas 
  14. von Zedliz-Neukirch, Leopold (1836). Neues preussisches Adels-Lexicon: oder genealogische und ... Leipzig: Volume 4. 170 páginas 
  15. «Bernhard von Schkopp, Wikipedia DE» 
  16. von Zedlitz-Neukirch, Leopold (1836). Neues preussisches Adels-Lexicon oder genealogische und diplomatische Nachrichten... Leipzig: [s.n.] pp. 324 (Band 2)