Jacuguaçu: diferenças entre revisões
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Prefere matas de montanha, especialmente na região Sudeste do Brasil. Parece vagamente um [[pavão]] - daí seu nome [[Língua castelhana|castelhano]] ''pava de monte'' - pelo tamanho e pelo corpo e pescoço alongados - que facilitam o seu acesso aos frutos, já que permitem-lhe introduzir o corpo e/ou a cabeça entre a ramagem - mas distingue-se do pavão pela ausência de cauda longa, de plumagem brilhante, e de [[dimorfismo sexual]] acentuado. Possui barbelas pouco desenvolvidas, não tendo crista, e uma plumagem basicamente escura, entre o preto e o marrom. Tem olhos vermelhos. Distingue-se da sua parente próxima, a [[jacupemba]] (''Penelope superciliaris''), por ser maior e possuir patas de cor escura, puxando para o cinza (daí o seu nome científico, ''obscura'') enquanto a jacupemba é menor (55 cm.) e possui patas avermelhadas. |
Prefere matas de montanha, especialmente na região Sudeste do Brasil. Parece vagamente um [[pavão]] - daí seu nome [[Língua castelhana|castelhano]] ''pava de monte'' - pelo tamanho e pelo corpo e pescoço alongados - que facilitam o seu acesso aos frutos, já que permitem-lhe introduzir o corpo e/ou a cabeça entre a ramagem - mas distingue-se do pavão pela ausência de cauda longa, de plumagem brilhante, e de [[dimorfismo sexual]] acentuado. Possui barbelas pouco desenvolvidas, não tendo crista, e uma plumagem basicamente escura, entre o preto e o marrom. Tem olhos vermelhos. Distingue-se da sua parente próxima, a [[jacupemba]] (''Penelope superciliaris''), por ser maior e possuir patas de cor escura, puxando para o cinza (daí o seu nome científico, ''obscura'') enquanto a jacupemba é menor (55 cm.) e possui patas avermelhadas. |
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Mede aproximadamente 73 cm, alimenta-se de frutos, folhas e animais invertebrados. Apesar de seu porte, voa e se esgueira agilmente entre a densa vegetação das copas das árvores. Vive em pequenos bandos familiares (casal e filhotes). Sua vocalização consiste em sons peculiares, semelhantes a grasnidos e ao cacarejo de forma intermitente. Apesar do tamanho, possui voo silencioso, deslocando-se de manhã e no final da tarde na copa de árvores em busca de frutos de espécies nativas, como a [[jabuticaba]], a [[pitanga]], o [[palmito]] e a [[Embaúba (árvore)|embaúba]] (''Cecropia'' spp.) ou mesmo exóticas, como o [[jamelão]] ou o [[caqui]], atuando como um importante dispersor de sementes, mesmo em [[florestas secundárias]]. Caminha longas distâncias na floresta e frequenta pomares em bordas de mata. Pode vir a alimentar-se no chão e também danificar hortas ao alimentar-se de hortaliças cultivadas. Esta capacidade de adaptação é que parece ter preservado a espécie, que é ainda relativamente abundante no Sudeste do Brasil, mesmo fora do sistema de unidades de proteção, enquanto outras espécies da [[guilda]] regional de cracídeos - o [[mutum-do-sudeste]] (''Crax blumenbachii'') e a [[Jacutinga (ave)|jacutinga]] (''Pipile jacutinga'') - encontram-se extintas fora de algumas poucas áreas protegidas. Empoleira-se facilmente nos ramos mais finos, apesar do tamanho. É espécie [[Caça|cinegética]], sendo atraído pelo caçador através de um pio específico. |
Mede aproximadamente 73 cm, alimenta-se de frutos, folhas e animais invertebrados. Apesar de seu porte, voa e se esgueira agilmente entre a densa vegetação das copas das árvores. Vive em pequenos bandos familiares (casal e filhotes). Sua vocalização consiste em sons peculiares, semelhantes a grasnidos e ao cacarejo de forma intermitente. Apesar do tamanho, possui voo silencioso, deslocando-se de manhã e no final da tarde na copa de árvores em busca de frutos de espécies nativas, como a [[jabuticaba]], a [[pitanga]], o [[palmito]], a amora e a [[Embaúba (árvore)|embaúba]] (''Cecropia'' spp.) ou mesmo exóticas, como o [[jamelão]] ou o [[caqui]], atuando como um importante dispersor de sementes, mesmo em [[florestas secundárias]]. Caminha longas distâncias na floresta e frequenta pomares em bordas de mata. Pode vir a alimentar-se no chão e também danificar hortas ao alimentar-se de hortaliças cultivadas. Esta capacidade de adaptação é que parece ter preservado a espécie, que é ainda relativamente abundante no Sudeste do Brasil, mesmo fora do sistema de unidades de proteção, enquanto outras espécies da [[guilda]] regional de cracídeos - o [[mutum-do-sudeste]] (''Crax blumenbachii'') e a [[Jacutinga (ave)|jacutinga]] (''Pipile jacutinga'') - encontram-se extintas fora de algumas poucas áreas protegidas. Empoleira-se facilmente nos ramos mais finos, apesar do tamanho. É espécie [[Caça|cinegética]], sendo atraído pelo caçador através de um pio específico. |
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Revisão das 18h52min de 9 de outubro de 2017
Jacuguaçu | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
![]() Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Penelope obscura Temminck, 1815 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
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O jacuguaçu ou jacuaçu (Penelope obscura) é uma ave da família dos cracídeos, que habita a Mata Atlântica no Brasil, nas regiões Sudeste e Sul do país. Sua área de distribuição estende-se também à Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Etimologia
"Jacuguaçu" é originário da junção dos termos tupis ya'ku (jacu) e wa'su (grande), significando, portanto, "jacu grande"[1].
Características
Prefere matas de montanha, especialmente na região Sudeste do Brasil. Parece vagamente um pavão - daí seu nome castelhano pava de monte - pelo tamanho e pelo corpo e pescoço alongados - que facilitam o seu acesso aos frutos, já que permitem-lhe introduzir o corpo e/ou a cabeça entre a ramagem - mas distingue-se do pavão pela ausência de cauda longa, de plumagem brilhante, e de dimorfismo sexual acentuado. Possui barbelas pouco desenvolvidas, não tendo crista, e uma plumagem basicamente escura, entre o preto e o marrom. Tem olhos vermelhos. Distingue-se da sua parente próxima, a jacupemba (Penelope superciliaris), por ser maior e possuir patas de cor escura, puxando para o cinza (daí o seu nome científico, obscura) enquanto a jacupemba é menor (55 cm.) e possui patas avermelhadas.
Mede aproximadamente 73 cm, alimenta-se de frutos, folhas e animais invertebrados. Apesar de seu porte, voa e se esgueira agilmente entre a densa vegetação das copas das árvores. Vive em pequenos bandos familiares (casal e filhotes). Sua vocalização consiste em sons peculiares, semelhantes a grasnidos e ao cacarejo de forma intermitente. Apesar do tamanho, possui voo silencioso, deslocando-se de manhã e no final da tarde na copa de árvores em busca de frutos de espécies nativas, como a jabuticaba, a pitanga, o palmito, a amora e a embaúba (Cecropia spp.) ou mesmo exóticas, como o jamelão ou o caqui, atuando como um importante dispersor de sementes, mesmo em florestas secundárias. Caminha longas distâncias na floresta e frequenta pomares em bordas de mata. Pode vir a alimentar-se no chão e também danificar hortas ao alimentar-se de hortaliças cultivadas. Esta capacidade de adaptação é que parece ter preservado a espécie, que é ainda relativamente abundante no Sudeste do Brasil, mesmo fora do sistema de unidades de proteção, enquanto outras espécies da guilda regional de cracídeos - o mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii) e a jacutinga (Pipile jacutinga) - encontram-se extintas fora de algumas poucas áreas protegidas. Empoleira-se facilmente nos ramos mais finos, apesar do tamanho. É espécie cinegética, sendo atraído pelo caçador através de um pio específico.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c8/Penelope_obscura.23.jpg/220px-Penelope_obscura.23.jpg)
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. p. 979,40,871