História da escravidão: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Armenianslaves.jpg|thumb|190px|direita|Fotografia publicada pelo [[The New York Times]] em 29 de Setembro de 1915 durante o [[genocídio armênio]].<ref>[http://www.oocities.org/athens/cyprus/7758/ OOCities] - ''TURKISH CRIMES AGAINST HUMANITY.'' {{en}} Acessado em 15/11/2018.</ref> Mostra uma mulher [[Armênios|armênia]] exposta para venda como escrava (''ver: [[Escravidão branca]]'').]]
[[Imagem:Armenianslaves.jpg|thumb|190px|direita|Fotografia publicada pelo [[The New York Times]] em 29 de Setembro de 1915 durante o [[genocídio armênio]].<ref>[http://www.oocities.org/athens/cyprus/7758/ OOCities] - ''TURKISH CRIMES AGAINST HUMANITY.'' {{en}} Acessado em 15/11/2018.</ref> Mostra uma mulher [[Armênios|armênia]] exposta para venda como escrava (''ver: [[Escravidão branca]]'').]]


No que tange a ''história da escravidão'', há diversas ocorrências de escravatura sob diferentes formas ao longo da história, praticada por civilizações distintas. No geral, a forma mais primária de escravatura se deu na medida em que povos com interesses divergentes guerrearam, resultando em prisioneiros de guerra. Apesar de na [[Antigüidade|Antiguidade]] ter havido comércio escravagista, não era necessariamente esse o fim reservado a esse tipo de espólio de guerra. Ademais, algumas culturas com um forte senso patriarcal reservavam à mulher uma hierarquia social semelhante ao do escravo, negando-lhe direitos básicos que constituiriam a noção de cidadão.
No que tange a '''história da escravidão''', há diversas ocorrências de [[escravatura]] sob diferentes formas ao longo da [[história]], praticada por civilizações distintas. No geral, a forma mais primária de escravatura se deu na medida em que povos com interesses divergentes guerrearam, resultando em [[prisioneiros de guerra]]. Apesar de na [[Antigüidade|Antiguidade]] ter havido [[comércio escravagista]], não era necessariamente esse o fim reservado a esse tipo de [[espólio]] de guerra. Ademais, algumas culturas com um forte [[Patriarcado|senso patriarcal]] reservavam à [[mulher]] uma [[hierarquia social]] semelhante ao do escravo, negando-lhe [[direito]]s básicos que constituiriam a noção de cidadão. Ex: pessoas eram usadas para [[prostituição forçada]] ([[escravidão sexual]]).

Ex: pessoas eram usadas para prostituição.


== Escravidão na Antiguidade ==
== Escravidão na Antiguidade ==

{{Artigo principal|[[Escravidão na Antiguidade]]}}
{{Principal|Escravidão na Antiguidade}}
A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito pouco produtivo. A [[Mesopotâmia]], a [[Índia]], a [[China]] e os [[Egito|antigos egípcios]] utilizaram escravos. Na civilização Grega o trabalho escravo acontecia na mais variada sorte de funções: os escravos podiam ser domésticos, podiam trabalhar no campo, nas minas, na força policial de arqueiros da cidade, podiam ser ourives, remadores de barco, artesãos, etc. Para os gregos, tanto as mulheres como os escravos não possuíam direito de voto.

A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a [[economia]] e para a [[sociedade]] de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito pouco produtivo. A [[Mesopotâmia]], a [[Índia]], a [[China]] e os [[Antigo Egito|antigos egípcios]] utilizaram escravos. Na [[Grécia Antiga|civilização Grega]] o trabalho escravo acontecia na mais variada sorte de funções: os escravos podiam ser domésticos, podiam trabalhar no campo, nas minas, na força policial de [[arqueiro]]s da cidade, podiam ser [[ourives]], remadores de barco ([[galeote]]s), [[artesãos]], etc. Para os gregos, tanto as mulheres como os escravos não possuíam [[direito de voto]].

== Escravidão na América Pré-Colombiana ==
== Escravidão na América Pré-Colombiana ==

{{Artigo principal|[[América Pré-Colombiana]]}}
{{Principal|América Pré-Colombiana}}
Nas civilizações pré-colombianas ([[asteca]], [[inca]] e [[civilização maia|maia]]) os escravos eram empregados na agricultura e no exército. Entre os incas, os escravos recebiam uma propriedade rural, na qual plantava para o sustento de sua família, reservando ao imperador uma parcela maior da produção em relação aos cidadãos livres.

Nas civilizações pré-colombianas ([[astecas]], [[incas]] e [[civilização maia|maia]]s) os escravos eram empregados na agricultura e no exército. Entre os incas, os escravos recebiam uma propriedade rural, na qual plantava para o sustento de sua família, reservando ao [[imperador]] uma parcela maior da produção em relação aos cidadãos livres.


== Escravidão Moderna e Contemporânea - 1889 ==
== Escravidão Moderna e Contemporânea - 1889 ==


No Brasil a escravidão começou com os índios, mas como eles não se adaptavam ao serviço de trabalho, os colonizadores ("um pouco adiante") recorrem aos negros africanos, que foram utilizados nas minas e nas plantações: de dia faziam tarefas costumeiras, a noite carregavam cana e lenha, transportavam fôrmas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar.
No [[Brasil colônia]] a escravidão começou com os [[Povos indígenas do Brasil|índios do país]], mas como eles não se adaptavam ao serviço de trabalho, os colonizadores ("um pouco adiante") recorrem aos [[negro]]s africanos, que foram utilizados nas minas e nas plantações: de dia faziam tarefas costumeiras, a noite carregavam cana e lenha, transportavam fôrmas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar.
O comércio de escravos passou a ter rotas intercontinentais, no momento em que os [[Europa|europeus]] começaram a [[colónia|colonizar]] os outros continentes, no [[século XVI]] e, por exemplo, no caso das [[Américas]], em que os povos locais não se deixaram subjugar, foi necessário importar mão-de-obra, principalmente da [[África]].
O comércio de escravos passou a ter rotas intercontinentais, no momento em que os [[Europa|europeus]] começaram a [[colónia|colonizar]] os outros continentes, no [[século XVI]] e, por exemplo, no caso das [[Américas]], em que os povos locais não se deixaram subjugar, foi necessário importar mão-de-obra, principalmente da [[África]].
Nessa altura, muitos [[reino]]s africanos e [[árabes]] passaram a capturar escravos para vender aos europeus.Em alguns territórios brasileiros, o índio chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até o final do século XVII, quase não se encontravam negros e os documentos da época que usavam o termo "negros da terra" referiam-se na verdade aos índios.
Nessa altura, muitos [[reino]]s africanos e [[árabes]] passaram a capturar escravos para vender aos europeus (''ver: [[Escravidão em África]] e [[Tráfico árabe de escravos]]''). Em alguns territórios brasileiros, o índio chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em [[Capitania de São Paulo|São Paulo]], até o final do [[século XVII]], quase não se encontravam negros e os documentos da época que usavam o termo "negros da terra" referiam-se na verdade aos índios (''ver: [[Bandeirantes]]'').


Com o surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na [[Europa]], a escravatura paou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorreta.
Com o surgimento do [[Liberalismo|ideal liberal]] e da [[ciência econômica]] na [[Europa]], a escravatura passou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorreta.


A escravatura em Portugal continental foi proibida a [[12 de Fevereiro]] de [[1761]] pelo [[Marquês de Pombal]].
A escravatura em [[Portugal]] continental foi proibida a [[12 de Fevereiro]] de [[1761]] pelo [[Marquês de Pombal]].


Em 1850 foi feita, no Brasil, a Lei Eusébio de Queirós(2000) que impunha punição aos traficantes de escravos, assim nenhum escravo mais entrava no país.
Em 1850 foi feita, no Brasil, a [[Lei Eusébio de Queirós]] que impunha punição aos [[traficantes de escravos]], assim nenhum escravo mais entrava no país.


Em 1871 foi feita a Lei do Ventre Livre que declarava livre os filhos de escravos nascidos a partir daquele ano.
Em 1871 foi feita a [[Lei do Ventre Livre]] que declarava livres os filhos de escravos nascidos a partir daquele ano.


Em 1885 a Lei dos Sexagenários, que concedia liberdade aos maiores de 60 anos.
Em 1885 a [[Lei dos Sexagenários]], que concedia liberdade aos maiores de 60 anos.


E mais tarde fez surgir o [[abolicionismo]], em meados do [[século XIX]]. Em 1888, quando a escravidão foi abolida no Brasil, ele era o único país ocidental que ainda mantinha a escravidão legalizada.
E mais tarde fez surgir o [[abolicionismo]], em meados do [[século XIX]]. Em [[13 de Maio]] de [[1888]], quando a escravidão foi abolida no Brasil, com a [[Lei Áurea]] assinada por [[Isabel do Brasil]], ele era o único país ocidental que ainda mantinha a escravidão legalizada.


A Mauritânia foi, em 1981, o último país a abolir, na letra da lei, a escravatura.
A [[Mauritânia]] foi, em 1981, o último país a abolir, na letra da lei, a escravatura.
A escravidão é pouco produtiva porque, como o escravo não tem propriedade sobre sua própria produção, ele não é estimulado a produzir já que isto não irá resultar em um incremento no bem-estar material de si mesmo.
A escravidão é pouco produtiva porque, como o escravo não tem propriedade sobre sua própria [[produção]], ele não é estimulado a produzir já que isto não irá resultar em um incremento no bem-estar material de si mesmo.

== Ver também ==

* [[Escravidão no Brasil]]
* [[História do mundo]]

{{Referências}}


{{Portal3|Escravidão}}
{{Portal3|Escravidão}}

Revisão das 18h53min de 15 de novembro de 2018

Fotografia publicada pelo The New York Times em 29 de Setembro de 1915 durante o genocídio armênio.[1] Mostra uma mulher armênia exposta para venda como escrava (ver: Escravidão branca).

No que tange a história da escravidão, há diversas ocorrências de escravatura sob diferentes formas ao longo da história, praticada por civilizações distintas. No geral, a forma mais primária de escravatura se deu na medida em que povos com interesses divergentes guerrearam, resultando em prisioneiros de guerra. Apesar de na Antiguidade ter havido comércio escravagista, não era necessariamente esse o fim reservado a esse tipo de espólio de guerra. Ademais, algumas culturas com um forte senso patriarcal reservavam à mulher uma hierarquia social semelhante ao do escravo, negando-lhe direitos básicos que constituiriam a noção de cidadão. Ex: pessoas eram usadas para prostituição forçada (escravidão sexual).

Escravidão na Antiguidade

Ver artigo principal: Escravidão na Antiguidade

A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito pouco produtivo. A Mesopotâmia, a Índia, a China e os antigos egípcios utilizaram escravos. Na civilização Grega o trabalho escravo acontecia na mais variada sorte de funções: os escravos podiam ser domésticos, podiam trabalhar no campo, nas minas, na força policial de arqueiros da cidade, podiam ser ourives, remadores de barco (galeotes), artesãos, etc. Para os gregos, tanto as mulheres como os escravos não possuíam direito de voto.

Escravidão na América Pré-Colombiana

Ver artigo principal: América Pré-Colombiana

Nas civilizações pré-colombianas (astecas, incas e maias) os escravos eram empregados na agricultura e no exército. Entre os incas, os escravos recebiam uma propriedade rural, na qual plantava para o sustento de sua família, reservando ao imperador uma parcela maior da produção em relação aos cidadãos livres.

Escravidão Moderna e Contemporânea - 1889

No Brasil colônia a escravidão começou com os índios do país, mas como eles não se adaptavam ao serviço de trabalho, os colonizadores ("um pouco adiante") recorrem aos negros africanos, que foram utilizados nas minas e nas plantações: de dia faziam tarefas costumeiras, a noite carregavam cana e lenha, transportavam fôrmas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar. O comércio de escravos passou a ter rotas intercontinentais, no momento em que os europeus começaram a colonizar os outros continentes, no século XVI e, por exemplo, no caso das Américas, em que os povos locais não se deixaram subjugar, foi necessário importar mão-de-obra, principalmente da África. Nessa altura, muitos reinos africanos e árabes passaram a capturar escravos para vender aos europeus (ver: Escravidão em África e Tráfico árabe de escravos). Em alguns territórios brasileiros, o índio chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até o final do século XVII, quase não se encontravam negros e os documentos da época que usavam o termo "negros da terra" referiam-se na verdade aos índios (ver: Bandeirantes).

Com o surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na Europa, a escravatura passou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorreta.

A escravatura em Portugal continental foi proibida a 12 de Fevereiro de 1761 pelo Marquês de Pombal.

Em 1850 foi feita, no Brasil, a Lei Eusébio de Queirós que impunha punição aos traficantes de escravos, assim nenhum escravo mais entrava no país.

Em 1871 foi feita a Lei do Ventre Livre que declarava livres os filhos de escravos nascidos a partir daquele ano.

Em 1885 a Lei dos Sexagenários, que concedia liberdade aos maiores de 60 anos.

E mais tarde fez surgir o abolicionismo, em meados do século XIX. Em 13 de Maio de 1888, quando a escravidão foi abolida no Brasil, com a Lei Áurea assinada por Isabel do Brasil, ele era o único país ocidental que ainda mantinha a escravidão legalizada.

A Mauritânia foi, em 1981, o último país a abolir, na letra da lei, a escravatura.

A escravidão é pouco produtiva porque, como o escravo não tem propriedade sobre sua própria produção, ele não é estimulado a produzir já que isto não irá resultar em um incremento no bem-estar material de si mesmo.

Ver também

Referências

  1. OOCities - TURKISH CRIMES AGAINST HUMANITY. (em inglês) Acessado em 15/11/2018.