Secção do convés: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Bridge tour guide.jpg|thumb|300px|Comandante e outros oficiais do convés, na ponte do navio mercante ''Asia Star''.]]
[[Imagem:Bridge tour guide.jpg|thumb|300px|Comandante e outros oficiais do convés, na ponte do [[navio de cruzeiro]] ''Asia Star''.]]
[[Imagem:Dockworker team on a container ship.jpg|thumb|300px|Pessoal do convés numa operação de estiva num navio porta-contentores.]]
[[Imagem:Dockworker team on a container ship.jpg|thumb|300px|Pessoal do convés numa operação de estiva num [[navio porta-contentores]].]]
[[Imagem:H5090 Götheborg merimiehet töissä.jpg|thumb|300px|Pessoal de convés na manobra das velas do veleiro ''Götheborg''.]]
[[Imagem:US Navy 031013-N-7575W-001 Boatswain^rsquo,s mates from Deck Department^rsquo,s 3rd division heave in mooring lines .jpg|300px|thumb|Pessoal do convés da Marinha dos EUA manobrando os cabos de amarração do [[porta-aviões]] USS ''Kitty Hawk''.]]
A {{PBPE|seção de convés|secção do convés}} é um dos departamentos em que se organiza a tripulação e o serviço de bordo de uma [[embarcação]] da [[marinha mercante]].
A {{PBPE|seção de convés|secção do convés}} é um dos departamentos em que se organiza a tripulação e o serviço de bordo de uma [[embarcação]] da [[marinha mercante]].


A secção de convés tem como atribuições a [[navegação]], a manobra, a [[estiva]], os equipamentos de salvamento e a operação geral da embarcação. Em embarcações à vela, também lhe compete a operação e a manutenção do velame. Nas embarcações que não dispôem de serviços autónomos de radiotecnica e de saúde, a secção do convés também pode ter a seu cargo as [[telecomunicações]], as radio-ajudas, a [[navegação por satélite]], o serviço médico e o serviço de enfermagem.
A secção de convés tem como atribuições a [[navegação]], a manobra, a [[estiva]], a operação e manutenção dos equipamentos de salvamento, a limpeza e manutenção do [[casco]] e dos [[convés|conveses]] e a operação geral da embarcação. Em [[veleiro]]s, também lhe compete a operação e a manutenção do [[vela|velame]]. Nas embarcações que não dispôem de serviços autónomos de radiotecnica e de saúde, a secção do convés também pode ter a seu cargo as [[telecomunicações]], as radio-ajudas, a [[navegação por satélite]], o [[medicina|serviço médico]] e o [[enfermagem|serviço de enfermagem]].


As embarcações das [[marinha de guerra|marinhas de guerra]] dispôem de um departamento com funções semelhantes, designado "'''departamento de operações'''", que - além da navegação, estiva, comunicações e operação geral - também é responsável pelas operações de combate e, nalguns casos, pelas operações da aviação embarcada.
As embarcações das [[marinha de guerra|marinhas de guerra]] dispôem de um ou mais departamentos com funções semelhantes.


Na maioria das marinhas mercantes, o comandante ou mestre da embarcação está incluído na secção do convés, apesar de, como responsável máximo a bordo, também superintender na [[secção de máquinas|secção de máquinas (seção de máquinas)]], na [[secção de câmaras|secção de câmaras (seção de câmaras)]] e nos outros departamentos.
Na maioria das marinhas mercantes, o comandante ou mestre da embarcação está incluído na secção do convés, apesar de, como responsável máximo a bordo, também superintender na [[secção de máquinas|secção de máquinas (seção de máquinas)]], na [[secção de câmaras|secção de câmaras (seção de câmaras)]] e nos outros departamentos.
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==Organização na marinha mercante==
==Organização na marinha mercante==
O pessoal do convés inclui, normalmente, os oficiais náuticos, os mestres e arrais, os contramestres e os marinheiros. conforme a embarcação, pode também incluir outros profissionais como pescadores, carpinteiros, operadores de gruas flutuantes e conferentes de carga.
O pessoal do convés inclui, normalmente, os oficiais náuticos, os mestres e arrais, os contramestres e os [[marinheiro]]s. Conforme o tipo de embarcação, pode também incluir outros profissionais como [[pescador]]es, [[carpinteiro]]s, operadores de gruas flutuantes e conferentes de carga.


O responsável pela chefia da secção de convés é o próprio comandante ou mestre da embarcação, apesar de, normalmente, delegar a maioria da supervisão direta do serviço no imediato ou segundo de navegação.
O responsável pela chefia da secção de convés é o próprio comandante ou mestre da embarcação, apesar de, normalmente, delegar a maioria da supervisão direta do serviço no imediato ou segundo de navegação.
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A lotação da secção de convés de cada embarcação é definida pelo tipo de embarcação, pela legislação de segurança marítima de cada país e por convenções internacionais (incluindo as regulamentações da [[Organização Marítima Internacional]] e da [[Agência Europeia de Segurança Marítima]]).
A lotação da secção de convés de cada embarcação é definida pelo tipo de embarcação, pela legislação de segurança marítima de cada país e por convenções internacionais (incluindo as regulamentações da [[Organização Marítima Internacional]] e da [[Agência Europeia de Segurança Marítima]]).


Tipicamente, a lotação da secção do convés de um navio mercante com mais de 200 t inclui:
Tipicamente, a lotação da secção do convés de um navio mercante com mais de 200 [[tonelada|t]] inclui:
* Comandante (1)
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* Imediato (0-1)
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==Marinha de guerra==
==Marinha de guerra==
A orgânica das embarcações das marinhas de guerra inclui, normalmente um ou mais departamentos com funções semelhantes às da secção de convés da marinha mercante, mas que também se ocupam de funções de combate. No entanto, ao contrário do que acontece na marinha mercante, o comandante e, muitas vezes, o imediato não estão nele incluídos, formando elementos separados.
A orgânica dos [[navio de guerra|navios de guerra]] inclui, normalmente um ou mais departamentos com funções semelhantes às da secção de convés da marinha mercante, mas que também se ocupam de funções de combate. No entanto, ao contrário do que acontece na marinha mercante, o comandante e, muitas vezes, o imediato não estão nele incluídos, formando elementos separados.


A estrutura orgânica das unidades navais da [[Marinha Portuguesa]], por exemplo, inclui um departamento de operações, que engloba os serviços de operações antisubmarinas, de operações de superfície e antiaéreas, de comunicações, de navegação e de helicópteros. O departamento e cada um dos seus serviços são chefiados por oficiais de Marinha, incluindo também sargentos e praças de manobra, de radar, de sonar e de comunicações.
A estrutura orgânica das unidades navais da [[Marinha Portuguesa]], por exemplo, inclui um departamento de operações, que engloba os serviços de [[guerra anti-submarina|operações antisubmarinas]], de operações de superfície e [[defesa antiaérea|antiaéreas]], de [[comunicações]], de navegação e de [[helicóptero]]s. O departamento e cada um dos seus serviços são chefiados por oficiais de Marinha, incluindo também [[sargento]]s e praças de manobra, de [[radar]], de [[sonar]] e de comunicações.


Já na organização dos navios da [[Marinha dos EUA]], por exemplo, o departamento de convés apenas é responsável pela manobra de ancoragem, pela limpeza e manutenção das superfícies exteriores do navio e pela operação e manutenção das embarcações salva-vidas. As funções de navegação, operações de combate e de comunicações são executadas por departamento específicos.
Já na organização dos navios da [[Marinha dos EUA]], por exemplo, o departamento de convés apenas é responsável pela manobra de [[âncora|ancoragem]] e amarração, pela limpeza e manutenção das superfícies exteriores do navio e pela operação e manutenção das embarcações salva-vidas. As funções de navegação, operações de combate e de comunicações são executadas por departamento específicos.




==Referências==
==Referências==
*[http://dre.pt/pdf1sdip/2001/10/246A00/67316799.pdf Decreto-Lei nº 280/2001 de 23 de outubro (''Regime Aplicável à Actividade Profissional dos Marítimos e à Fixação da Lotação das Embarcações'' de Portugal)]
*[http://fas.org/irp/doddir/navy/rfs/part04.htm ''Ready-for-Sea Modular Course & Handbook'', United States Naval Reserve
*[http://bo.io.gov.mo/bo/i/99/12/declei12.asp Decreto-Lei nº 12/99/M de 22 de março (''Regime de Inscrição Marítima'' de Macau)]
Intelligence Program]
*[http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/17gb/normastrafegomaritimo03.htm Decreto nº 2596 de 18 de maio de 1998 (''Regulamento de Segurança do Tráfego Aquaviário sob Jurisdição Nacional'' do Brasil)]
*[http://dre.pt/pdf1sdip/1964/10/24200/14431486.pdf Decreto-Lei nº 45 969 de 15 de outubro de 1964 (''Regulamento da Inscrição Marítima, Matrícula e Lotações dos Navios da Marinha Mercante'' de Portugal)]
*[http://dre.pt/pdf1sdip/1994/09/202B00/51475150.pdf Decreto Regulamentar nº 40/94 de 1 de setembro (''Atribuições, organização e competências das Forças e Unidades Navais'' de Portugal)]
*[http://fas.org/irp/doddir/navy/rfs/part04.htm ''Ready-for-Sea Modular Course & Handbook'', United States Naval Reserve Intelligence Program]
*[http://www.careersatsea.org/careers/navigation_officer.php ''Navigation (deck) officers'', Careers at Sea]





=={{Ver também}}==
=={{Ver também}}==
*[[secção de máquinas|Secção de máquinas (seção de máquinas)]]
*[[secção de câmaras|Secção de câmaras (seção de câmaras)]]
*[[Hierarquia da Marinha Mercante (Portugal)]]
*[[Hierarquia da Marinha Mercante (Portugal)]]
*[[Hierarquia militar (Portugal)]]
*[[Hierarquia militar (Portugal)]]

Revisão das 15h29min de 11 de novembro de 2009

Ficheiro:Bridge tour guide.jpg
Comandante e outros oficiais do convés, na ponte do navio de cruzeiro Asia Star.
Pessoal do convés numa operação de estiva num navio porta-contentores.
Pessoal de convés na manobra das velas do veleiro Götheborg.
Pessoal do convés da Marinha dos EUA manobrando os cabos de amarração do porta-aviões USS Kitty Hawk.

A seção de convés (português brasileiro) ou secção do convés (português europeu) é um dos departamentos em que se organiza a tripulação e o serviço de bordo de uma embarcação da marinha mercante.

A secção de convés tem como atribuições a navegação, a manobra, a estiva, a operação e manutenção dos equipamentos de salvamento, a limpeza e manutenção do casco e dos conveses e a operação geral da embarcação. Em veleiros, também lhe compete a operação e a manutenção do velame. Nas embarcações que não dispôem de serviços autónomos de radiotecnica e de saúde, a secção do convés também pode ter a seu cargo as telecomunicações, as radio-ajudas, a navegação por satélite, o serviço médico e o serviço de enfermagem.

As embarcações das marinhas de guerra dispôem de um ou mais departamentos com funções semelhantes.

Na maioria das marinhas mercantes, o comandante ou mestre da embarcação está incluído na secção do convés, apesar de, como responsável máximo a bordo, também superintender na secção de máquinas (seção de máquinas), na secção de câmaras (seção de câmaras) e nos outros departamentos.


Organização na marinha mercante

O pessoal do convés inclui, normalmente, os oficiais náuticos, os mestres e arrais, os contramestres e os marinheiros. Conforme o tipo de embarcação, pode também incluir outros profissionais como pescadores, carpinteiros, operadores de gruas flutuantes e conferentes de carga.

O responsável pela chefia da secção de convés é o próprio comandante ou mestre da embarcação, apesar de, normalmente, delegar a maioria da supervisão direta do serviço no imediato ou segundo de navegação.

A lotação da secção de convés de cada embarcação é definida pelo tipo de embarcação, pela legislação de segurança marítima de cada país e por convenções internacionais (incluindo as regulamentações da Organização Marítima Internacional e da Agência Europeia de Segurança Marítima).

Tipicamente, a lotação da secção do convés de um navio mercante com mais de 200 t inclui:

  • Comandante (1)
  • Imediato (0-1)
  • Oficiais de náutica (0-5)
  • Contramestre (1)
  • Radiotelegrafistas (0-2)
  • Marinheiros (4-50)

Uma embarcação mercante com menos de 200 t, tipicamente, inclui na sua secção do convés:

  • Mestre ou arrais (1)
  • Segundo de navegação (0-1)
  • Contramestre (0-1)
  • Marinheiros (2-5)

Nas embarcações de pesca, os mestres, os segundos de navegação, os contramestres e os marinheiros serão especialistas em pesca. Além destes, nas embarcações de pesca, normalmente, também embarcam pescadores propriamente ditos.

A lotação das secções do convés de algumas embarcações também pode incluir oficiais radiotécnicos (1-3) e radiotelegrafistas ou radio-operadores (1-3). As secções de convés dos navios de passageiros de cabotagem e de longo curso, também podem incluir oficiais médicos (1-2) e enfermeiros (1-2)


Marinha de guerra

A orgânica dos navios de guerra inclui, normalmente um ou mais departamentos com funções semelhantes às da secção de convés da marinha mercante, mas que também se ocupam de funções de combate. No entanto, ao contrário do que acontece na marinha mercante, o comandante e, muitas vezes, o imediato não estão nele incluídos, formando elementos separados.

A estrutura orgânica das unidades navais da Marinha Portuguesa, por exemplo, inclui um departamento de operações, que engloba os serviços de operações antisubmarinas, de operações de superfície e antiaéreas, de comunicações, de navegação e de helicópteros. O departamento e cada um dos seus serviços são chefiados por oficiais de Marinha, incluindo também sargentos e praças de manobra, de radar, de sonar e de comunicações.

Já na organização dos navios da Marinha dos EUA, por exemplo, o departamento de convés apenas é responsável pela manobra de ancoragem e amarração, pela limpeza e manutenção das superfícies exteriores do navio e pela operação e manutenção das embarcações salva-vidas. As funções de navegação, operações de combate e de comunicações são executadas por departamento específicos.


Referências


Ver também