Quatro marcas da Igreja: diferenças entre revisões

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As '''Quatro marcas da Igreja''' ou '''Quatro Características da Igreja''' são um grupo de quatro [[adjetivos]] considerados como características que descrevem as marcas distintivas da verdadeira [[Igreja]] de [[Jesus|Jesus Cristo]], sendo elas – ''una, santa, católica e apostólica''. Essa crença é partilhada pela [[Igreja Católica]], [[Igreja Ortodoxa|Ortodoxa]], [[Igreja Assíria do Oriente|Nestoriana]], [[Igrejas não-calcedonianas|Não-Calcedoniana]], e pelo [[protestantismo|protestantismo histórico]], que por vezes é chamado de ''Atributos da Igreja''.<ref>[[Louis Berkhof]], ''Systematic Theology'' (London: Banner of Truth, 1949), 572.</ref>
As '''Quatro marcas da Igreja''' ou '''Quatro Características da Igreja''' são um grupo de quatro [[adjetivos]] considerados como características que descrevem as marcas distintivas da verdadeira
[[Igreja]] de [[Jesus|Jesus Cristo]], sendo elas – ''una, santa, católica e apostólica''. Essa crença é partilhada pela [[Igreja Católica]], [[Igreja Ortodoxa|Ortodoxa]], [[Igreja Assíria do Oriente|Nestoriana]], [[Igrejas não-calcedonianas|Não-Calcedoniana]], e pelo [[protestantismo|protestantismo histórico]], que por vezes é chamado de ''Atributos da Igreja''.<ref>[[Louis Berkhof]], ''Systematic Theology'' (London: Banner of Truth, 1949), 572.</ref>


Estas características foram [[Dogma|dogmatizadas]] pelo [[Credo Niceno-Constantinopolitano]], em [[381]], que professa: "''Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica''". Embora nenhuma afirmação de fé pode expressar a totalidade da [[teologia]] e crença cristã, as quatro marcas representam um resumo de algumas das afirmações mais importantes dela. Estas palavras foram usadas durante a [[Reforma Católica]] para distinguir a [[Igreja Católica]] das demais denominações surgidas da [[Reforma Protestante]], consideradas como "''falsas igrejas''". <ref>Brien, Richard P. "The marks of the church (Nicene Creed)." ''National Catholic Reporter,'' August 8, 2008</ref>
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Revisão das 07h42min de 31 de março de 2010

Predefinição:História da teologia As Quatro marcas da Igreja ou Quatro Características da Igreja são um grupo de quatro adjetivos considerados como características que descrevem as marcas distintivas da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, sendo elas – una, santa, católica e apostólica. Essa crença é partilhada pela Igreja Católica, Ortodoxa, Nestoriana, Não-Calcedoniana, e pelo protestantismo histórico, que por vezes é chamado de Atributos da Igreja.[1]

Estas características foram dogmatizadas pelo Credo Niceno-Constantinopolitano, em 381, que professa: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". Embora nenhuma afirmação de fé pode expressar a totalidade da teologia e crença cristã, as quatro marcas representam um resumo de algumas das afirmações mais importantes dela. Estas palavras foram usadas durante a Reforma Católica para distinguir a Igreja Católica das demais denominações surgidas da Reforma Protestante, consideradas como "falsas igrejas". [2]

História

Esta composição foi defendida por diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos do cristianismo. Uma referência a ela é encontrada nas epístolas de Santo Inácio, Bispo de Antioquia,[3] por Eusébio de Cesareia, Santo Atanásio e etc. O Primeiro Concílio de Nicéia realizado em 325, que desenvolveu o Credo Niceno, cita a catolicidade e apostolicidade da Igreja. Estas características foram dogmatizadas pelo Credo Niceno-Constantinopolitano, em 381: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". [4]

Quatro marcas

Una

Ver artigo principal: Cristandade

Acreditamos em um Deus .... Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo ...."

Credo Niceno

"Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos”. (Ef 4:5-6). “Una” “descreve a unidade do Corpo de Cristo. Essas palavras do Credo falam dos seguidores de Jesus Cristo, unidos em sua crença em um só Deus, um só Senhor, no Cenáculo. No discurso final de Jesus com seus discípulos, na noite de sua prisão, ele orou três vezes pedindo que eles pudessem ser apenas "um" (Jo. 17:20-23). Ele reza para que os cristãos possuam unidade, afirmando que esta unidade irá fornecer a evidência mais convincente para o mundo que ele é o seu Salvador.

Santa

Ver artigo principal: Santidade

A palavra "santa" significa a procura constante da Igreja pelo aperfeiçoamento e amadurecimento espiritual, uma vez que todos os cristãos foram “chamados a serem santos” (Romanos, 1: 7). Jesus fundou sua Igreja terrestre para continuar a sua obra redentora e santificadora do mundo, sendo a santidade da Igreja derivada da santidade de Cristo. Porém isto não implica que os membros da Igreja são livres do pecado.

Católica

Ver artigo principal: Católica

A palavra "católica" significa "universal", significando a universalidade da Igreja de Cristo e a característica mais importante da Nova Aliança. Refere-se ao fato da Igreja como Corpo de Cristo não se limita a um tempo, lugar, raça ou cultura, como ocorria com os judeus, único povo escolhido, na Antiga Aliança.

Então Jesus veio para eles e disse: "Toda a autoridade no céu e na terra foi dada a mim. Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer tudo o que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos ".

Mateus 28:18-20

A frase "todas as nações" implica universalidade, fazendo com que a Igreja de Cristo na Terra seja aberta a todas as pessoas, de ambos os sexos, de todas as nacionalidades.

Apostólica

Esta característica descreve a origem da Igreja, e é compreendida de diferentes maneiras. O catolicismo acredita que o termo apostólica refere-se ao sacerdócio da Nova Aliança, a renovação do sacerdócio levítico da Antiga Aliança, cuja missão é proteger o rebanho de Cristo dos “lobos” que o ameaçam (Atos 20:29), e para que pudessem cumprir esta responsabilidade, Ele concedeu conjuntamente aos Apóstolos, reunidos como um Colégio, e ao seu sucessor, o Colégio Episcopal, a prerrogativa de “ligar e desligar a Terra ao Céu” (Mateus 18:18). “Ligar” e “desligar” são dois termos técnicos da linguagem rabínica que significam “permitir” e “proibir”, “condenar” e “absolver”, assim sempre que o episcopado estiver reunido e “concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus” (Mateus 18:19).

Grupos protestantes por sua vez professam a crença do sacerdócio universal, e crêem que o termo apostólica significa apenas a continuidade nos ensinamentos da Igreja feitos pelos apóstolos.

Romana

O termo “romana” é considerada uma característica da Igreja incluída na sua apostolicidade pela Igreja Católica. Refere-se ao primado do Apóstolo Pedro e seus sucessores, os Papas, cuja cátedra encontra-se em Roma.

Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.

Mateus 16:18-19

A profissão de fé de Pedro não proveio do seu conhecimento teológico pessoal "porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto", sendo uma especial revelação que lhe foi concedida pelo Pai[5] (Mateus 11:27), dando-lhe a infalibilidade segundo a doutrina católica.

E eu te declaro: tu és Pedro [Cepha], e sobre esta pedra [Cepha] edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

Mateus 16:18

A palavra para "Pedro" e para "pedra" em aramaico são a mesma (Cepha, também transliterado Kipha), assim na crença católica Pedro é a rocha da Igreja, ele é o princípio da unidade, de estabilidade, por ser a firmeza desta fundação, pela qual a Igreja continua inabalável contra as tempestades[5] e a luta contra o mal, isto é, "as portas do inferno".

Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Mateus 16:19

Nos países da Antiguidade, a chave é um símbolo de autoridade, deste modo, segundo a doutrina católica, Cristo promete que Ele vai conferir a Pedro o poder de governar o Igreja, sendo "ligar" e "desligar" termos que se referem aos poderes legislativos e judiciários.[5]

(...) Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. (...) Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. (...) Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.

João 21:15-17

Na crença católica, quando Cristo diz “Apascenta os meus cordeiros... Apascenta as minhas ovelhas”, a Pedro, Ele tornou-o seu vigário com a responsabilidade de alimentar seu rebanho (isto é, a Igreja) em seu próprio lugar.[6] Em todos os evangelhos do Novo Testamento, Pedro encabeça os apóstolos (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13). Pedro era o primeiro que falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e preside muitas cenas notáveis (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28). "Em cada Evangelho, ele é o primeiro discípulo, à ser chamado por Jesus." [7]

Referências

  1. Louis Berkhof, Systematic Theology (London: Banner of Truth, 1949), 572.
  2. Brien, Richard P. "The marks of the church (Nicene Creed)." National Catholic Reporter, August 8, 2008
  3. «St. Ignatius of Antioch». Catholic Encyclopedia; New Advent. Consultado em 9 de fevereiro de 2010 
  4. Creeds of Christendom
  5. a b c «Pope». Catholic Encyclopedia; New Advent. Consultado em 9 de fevereiro de 2010 
  6. «Vicar of Christ». Catholic Encyclopedia; New Advent. Consultado em 9 de fevereiro de 2010 
  7. Duffy, Eamon (2006). Saints & Sinners (3 ed.). New Haven Ct: Yale Nota Bene/Yale University Press. ISBN 0300115970.

Ver também

Predefinição:Igreja Católica2