Dialeto toscano: diferenças entre revisões
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Ao momento da [[Risorgimento|unificação da Itália]] em 1861, o italiano já tinha o ''status'' de [[língua oficial]] em todos os estados italianos pre-unitários, inclusive no [[Reino Lombardo-Vêneto]] austríaco ([[Milão]] e [[Veneza]]) e até no Cantão suíço do Tessino. Por exemplo, no [[Piemonte]] o italiano foi reconhecido no ano de 1562 como língua oficial da maior parte dos territórios do [[Ducado de Saboia]], inclusive no Condado de [[Nice]] ({{Lang-it|''Nizza''}}), que atualmente esta incorporada à [[França]], com a excepção da [[Saboia]], de [[Aosta]] e dalguns vales dos [[Alpes]] ocidentais (onde o [[língua francesa|francês]] era reconhecido como língua oficial).{{ref label2|a}} |
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No entanto, o italiano não era a língua quotidiana da maior parte da população (o 90%), que seguia falando as línguas locais.<ref>Castellani, A. (1982)''Quanti erano gli Italofoni nel 1861'', in “Studi linguistici italiani”, 8, pages.105-29, p. 112</ref> Ademais, não obstante o prestígio literário e o reconhecimento do italiano como língua oficial, escritores como o milanês [[Alessandro Manzoni]] se deram conta, também através da comparação com a evolução de outra língua românica, o francês, que ele dominava completamente, que o italiano escrito, em parte por sua fidelidade aos modelos clássicos da época de Dante, era uma língua muito arcaica e distante do mundo moderno. Nas obras de Manzoni, das quais a novela histórica "''I promessi sposi''" ("''Os Noivos''") é a mais importante, Manzoni se esforçou para modernizar o italiano se inspirando diretamente ao toscano falado. De todo esse esforço nasceu o italiano moderno ensinado nas escolas do novo [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino de Itália]]. |
No entanto, o italiano não era a língua quotidiana da maior parte da população (o 90%), que seguia falando as línguas locais.<ref>Castellani, A. (1982)''Quanti erano gli Italofoni nel 1861'', in “Studi linguistici italiani”, 8, pages.105-29, p. 112</ref> Ademais, não obstante o prestígio literário e o reconhecimento do italiano como língua oficial, escritores como o milanês [[Alessandro Manzoni]] se deram conta, também através da comparação com a evolução de outra língua românica, o francês, que ele dominava completamente, que o italiano escrito, em parte por sua fidelidade aos modelos clássicos da época de Dante, era uma língua muito arcaica e distante do mundo moderno. Nas obras de Manzoni, das quais a novela histórica "''I promessi sposi''" ("''Os Noivos''") é a mais importante, Manzoni se esforçou para modernizar o italiano se inspirando diretamente ao toscano falado. De todo esse esforço nasceu o italiano moderno ensinado nas escolas do novo [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino de Itália]]. |
Revisão das 18h30min de 4 de janeiro de 2015
Toscano | ||
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Falado(a) em: | Itália, região de Toscana | |
Região: | Europa ocidental | |
Total de falantes: | 3 000 000 | |
Família: | Indo-europeu Itálico Românico Ítalo-oriental Toscano | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | ---
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O dialeto toscano constitui-se num grupo de falas românicas da área geográfica que hoje corresponde à região italiana da Toscana, com exceção da província de Massa e Carrara e da zona da Alta Garfagnana, onde se falam dialetos galo-itálicos.
O toscano constitui a base da língua italiana padrão devido sobretudo às obras de Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio, sem esquecer as de Niccolò Machiavelli e Francesco Guicciardini, que conferiram ao dialeto toscano a dignidade de "língua literária" da península itálica.
Toscano e italiano padrão
Ao momento da unificação da Itália em 1861, o italiano já tinha o status de língua oficial em todos os estados italianos pre-unitários, inclusive no Reino Lombardo-Vêneto austríaco (Milão e Veneza) e até no Cantão suíço do Tessino. Por exemplo, no Piemonte o italiano foi reconhecido no ano de 1562 como língua oficial da maior parte dos territórios do Ducado de Saboia, inclusive no Condado de Nice (em italiano: Nizza), que atualmente esta incorporada à França, com a excepção da Saboia, de Aosta e dalguns vales dos Alpes ocidentais (onde o francês era reconhecido como língua oficial).[a]
No entanto, o italiano não era a língua quotidiana da maior parte da população (o 90%), que seguia falando as línguas locais.[1] Ademais, não obstante o prestígio literário e o reconhecimento do italiano como língua oficial, escritores como o milanês Alessandro Manzoni se deram conta, também através da comparação com a evolução de outra língua românica, o francês, que ele dominava completamente, que o italiano escrito, em parte por sua fidelidade aos modelos clássicos da época de Dante, era uma língua muito arcaica e distante do mundo moderno. Nas obras de Manzoni, das quais a novela histórica "I promessi sposi" ("Os Noivos") é a mais importante, Manzoni se esforçou para modernizar o italiano se inspirando diretamente ao toscano falado. De todo esse esforço nasceu o italiano moderno ensinado nas escolas do novo Reino de Itália.
Há que precisar, ainda, que o dialeto toscano moderno já não é idêntico ao italiano padrão, porque se evoluiu muito desde os tempos de Dante e agora tem várias características próprias que não estão presentes na língua nacional, como por exemplo a aspiração do "c" de "cane" ("cão"), que hoje em Florença se pronuncia "hane", enquanto no resto de Itália se pronuncia assim como está escrito. Em realidade, os demais italianos aprenderam o toscano lendo os textos e não da viva voz dos falantes nativos.
Notas
- [a] ^ Para mais detalhes ver «Emanuele Filiberto I di Savoia» na Wikipédia em italiano.
Referências
- ↑ Castellani, A. (1982)Quanti erano gli Italofoni nel 1861, in “Studi linguistici italiani”, 8, pages.105-29, p. 112