Lúcio Volúmnio Flama Violente: diferenças entre revisões

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'''Lúcio Volúmnio Flama Violente''' ({{lang-la|''Lucius Volumnius Flamma Violens''}}) foi um político da [[gente (Roma Antiga)|gente]] [[Volúmnios|Volúmnia]] da [[República Romana]], eleito [[cônsul romano|cônsul]] por duas vezes, em 307 e 296 a.C. com [[Ápio Cláudio Cego]] nas duas vezes. [[Jacques Heurgon]] explica que o [[cognome]] ''"Violens"'' é derivado da devoção popular preponderante na [[Volúmnia]] ao herói [[Tebas (Grécia)|tebano]] [[Iolau]] (''"Iolaus"''). Era um [[homem novo]], o primeiro de sua família a chegar ao consulado.
'''Lúcio Volúmnio Flama Violente''' ({{lang-la|''Lucius Volumnius Flamma Violens''}}) foi um político da [[gente (Roma Antiga)|gente]] [[Volúmnios|Volúmnia]] da [[República Romana]], eleito [[cônsul romano|cônsul]] por duas vezes, em 307 e 296 a.C. com [[Ápio Cláudio Cego]] nas duas vezes. [[Jacques Heurgon]] explica que o [[cognome]] ''"Violens"'' é derivado da devoção popular preponderante na [[Volúmnia]] ao herói [[Tebas (Grécia)|tebano]] [[Iolau]] (''"Iolaus"''). Era um [[homem novo]], o primeiro de sua família a chegar ao consulado, e o primeiro homem novo a consegui-lo.


== Homem novo ==
== Homem novo ==

Revisão das 15h55min de 23 de janeiro de 2016

Lúcio Volúmnio Flama Violente
Cônsul da República Romana
Consulado 307 a.C.
296 a.C.

Lúcio Volúmnio Flama Violente (em latim: Lucius Volumnius Flamma Violens) foi um político da gente Volúmnia da República Romana, eleito cônsul por duas vezes, em 307 e 296 a.C. com Ápio Cláudio Cego nas duas vezes. Jacques Heurgon explica que o cognome "Violens" é derivado da devoção popular preponderante na Volúmnia ao herói tebano Iolau ("Iolaus"). Era um homem novo, o primeiro de sua família a chegar ao consulado, e o primeiro homem novo a consegui-lo.

Homem novo

Segundo a tradição romana, a participação no Senado Romano, nas magistraturas, nos cargos de cônsul e nas várias posições religiosas era restrita aos patrícios. Volúmnio foi, por isto, um beneficiário do Conflito das Ordens, um período de duzentos anos de conflito no qual os plebeus gradualmente foram conquistando a igualdade política e o direito de concorrer a todas as funções enquanto cidadãos[1]. A Lex Licinia Sextia, de 367 a.C., que restaurou o consulado (depois do período dos tribunos consulares) e tentou reservar uma das duas posições de cônsul aos plebeus, foi ignorada depois de uns poucos casos iniciais até a eleição de Lúcio Volúmnio Flama em 307 a.C.[1]. O conflito só se encerraria em 287 a.C., quando finalmente os plebeus conseguiram a igualdade[1].

Diz John Briscoe sobre ele: "O primeiro cônsul plebeu conhecido a ter presidido foi L. Volumnius Flamma Violens em 296 [sic]."[2]. Porém, Mario Torelli afirma que "...o famoso P [sic] Volumnius Flamma Violens, cons. em 307 e 296 a.C., pode estar entre os descendentes (plebeus) de P. Volumnius Amintinus Gallus, cons. em 461."[3].

Primeiro consulado (307 a.C.)

Ver artigo principal: Segunda Guerra Samnita

Em 307 a.C., foi eleito cônsul com Ápio Cláudio Cego[4]. Enquanto Ápio permaneceu em Roma e Quinto Fábio Máximo Ruliano, o cônsul do ano anterior, continuou no comando da campanha em Sâmnio, Lúcio Volúmnio foi encarregado da guerra contra os salentinos, que os romanos venceram em várias batalhas e tomaram diversas cidades inimigas[4]. Estas vitórias são, porém, duvidosas, já que o nome de Flama não aparece nos Fastos Triunfais e um dos cronistas, Pisão, omite seu consulado completamente[5].

Segundo consulado (296 a.C.) e proconsulado (295 a.C.)

Xilogravura de Virgínia Volúmnia, esposa de Lúcio Volúmnio Flama.
Ver artigo principal: Terceira Guerra Samnita

Lúcio Volúmnio foi eleito novamente em 296 a.C., novamente com Ápio Cláudio Cego[6]. Enquanto Volúmio liderava a campanha em Sâmnio, Ápio liderou o exército na Etrúria, que novamente se revoltou quando chegou um grande exército samnita liderado por Gélio Inácio[6]. Volúmio recebeu ordens de ajudar Cláudio, que não quis aceitar, mas, depois de ouvir seus principais oficiais, finalmente cedeu. Porém, não houve harmonia entre os dois e tão logo o exército conjunto derrotou o inimigo, Flama regressou, em marcha forçada, à Campânia. Os samnitas haviam saqueado o território de Falerno e voltavam com o butim e os prisioneiros, quanto Flama os interceptou e derrotou[7].

Anos finais

Em 295 a.C., com poderes proconsulares, Lúcio Volúmnio derrotou os samnitas perto de Triferno[8] enquanto Ápio Cláudio foi convocado a Roma pelo cônsul Quinto Fábio Máximo Ruliano[9]. Depois, já reunidos novamente, os dois derrotaram o que restava do exército samnita na Batalha de Sentino, uma batalha campal perto de Caiatia (Caiazia)[10][11].

Virgínia

Flama casou-se com Virgínia Volúmnia, filha de Aulo Vergínio, um patrício. Ela é uma das 106 mulheres da obra "Sobre Mulheres Famosas", de Giovanni Boccaccio ("De mulieribus claris", 1362)[12]. Por volta de 295 a.C., as matronas romanas insultaram Virgínia ao impedir seu acesso à cerimônia no templo de Pudicitia Patricia que era realizada em homenagem à virtude feminina da "pudicitia" ("modéstia") por ela ter se casado com um plebeu[13]. Por isso, ela mesma mandou construir um altar em sua casa para Plebeia Pudicitia. Diz Boccaccio: "A partir desta época, e por um longo tempo depois, o templo de Plebeia Puditicia permaneceu igual em santidade ao altar dos patrícios, pois nenhuma mulher poderia oferecer um sacrifício nele a não ser que tivesse uma castidade singular e tivesse apenas um marido..."[12].

Ver também

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Quinto Fábio Máximo Ruliano III

com Públio Décio Mus II

Ápio Cláudio Cego
307 a.C.

com Lúcio Volúmnio Flama Violente

Sucedido por:
Quinto Márcio Trêmulo

com Públio Cornélio Arvina

Precedido por:
Quinto Fábio Máximo Ruliano IV

com Públio Décio Mus III

Ápio Cláudio Cego II
296 a.C.

com Lúcio Volúmnio Flama Violente II

Sucedido por:
Quinto Fábio Máximo Ruliano V

com Públio Décio Mus IV


Referências

  1. a b c Kurt Raaflaub, ed., Social Struggles in Archaic Rome: New Perspectives on the Conflict of the Orders (University of California Press, 1986)
  2. John Briscoe in The Journal of Roman Studies, vol. 62 (1972), pp. 187-188
  3. Torelli, Mario, Studies in the Romanization of Italy, ed. and trans. Helena Fracchia and Maurizio Gualtieri (University of Alberta Press, 1995)
  4. a b Lívio, Ab Urbe condita IX, 42.
  5. Lívio, Ab Urbe condita IX, 44
  6. a b Lívio, Ab Urbe condita X, 15.
  7. Lívio, Ab Urbe condita 18-20.
  8. [Lívio]], Ab Urbe condita X, 30.
  9. [Lívio]], Ab Urbe condita X, 22, 25
  10. Lívio, Ab Urbe condita X, 31.
  11. Niebuhr, História de Roma, vol. III. p. 379
  12. a b Boccaccio, Giovanni, Concerning Famous Women, trad. Guido A. Guarino (Rutgers University Press, 1963) pp. 137-138 (Library of Congress Catalogue Card Number 63-18945) (em inglês)
  13. Lívio, Ab Urbe condita X, 23

Bibliografia

  • T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas