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Em [[1934]], partiu para [[Moscovo]], onde viveu durante um ano. Ao regressar à Polónia, foi preso, tendo passado a maior parte do tempo até ao início da [[segunda guerra mundial]] na prisão. Durante a guerra, Gomułka tornou-se um comunista influente no seu país e [[1943]] convenceu [[Josef Stalin]] a ajudá-lo a ressuscitar o [[Partido Comunista da Polônia]], como [[Partido dos Trabalhadores Polacos]] (''Polska Partia Robotnicza''). Foi primeiro-ministro em exercício no [[Governo Provisório da República da Polônia]] (''Rząd Tymczasowy Rzeczypospolitej Polskiej''), entre Janeiro e Junho de 1945, e também no [[Governo Provisório de União Nacional]] (''Tymczasowy Rząd Jedności Narodowej''), entre 1945 e 1947. Usando a sua posição no governo, ajudou os comunistas a vencerem o [[Referendo Popular Polonês de 1946]] (''referendum ludowe'') e as eleições legislativas de 1947. Porém, entre 1951 e 1954, querelas entre as diversas facções políticas conduziram Gomułka novamente à prisão, após ser denunciado como ''reaccionário'' e como sendo ''de direita'', tendo acabado por ser expulso do partido dos trabalhadores polacos.
Em [[1934]], partiu para [[Moscovo]], onde viveu durante um ano. Ao regressar à Polónia, foi preso, tendo passado a maior parte do tempo até ao início da [[segunda guerra mundial]] na prisão. Durante a guerra, Gomułka tornou-se um comunista influente no seu país e [[1943]] convenceu [[Josef Stalin]] a ajudá-lo a ressuscitar o [[Partido Comunista da Polônia]], como [[Partido dos Trabalhadores Polacos]] (''Polska Partia Robotnicza''). Foi primeiro-ministro em exercício no [[Governo Provisório da República da Polônia]] (''Rząd Tymczasowy Rzeczypospolitej Polskiej''), entre Janeiro e Junho de 1945, e também no [[Governo Provisório de União Nacional]] (''Tymczasowy Rząd Jedności Narodowej''), entre 1945 e 1947. Usando a sua posição no governo, ajudou os comunistas a vencerem o [[Referendo Popular Polonês de 1946]] (''referendum ludowe'') e as eleições legislativas de 1947. Porém, entre 1951 e 1954, querelas entre as diversas facções políticas conduziram Gomułka novamente à prisão, após ser denunciado como ''reaccionário'' e como sendo ''de direita'', tendo acabado por ser expulso do partido dos trabalhadores polacos.


Após a morte do primeiro-ministro estalinista [[Bolesław Bierut]] em 1956, seguiu-se um breve período de desestalinização, que aumentou a esperança do povo nas reformas. Em Junho desse ano, ergueu-se uma insurreição em [[Poznań]]. Os trabalhadores protestavam contra a escassez de comida e de bens de consumo, as casas de fraca qualidade, a redução do salário real e das exportações para a [[União Soviética]] e a fraca gestão da economia. O governo polaco respondeu apelidando os manifestantes de ''"provocadores, contra-revolucionários e agentes do imperialismo"''. As forças de segurança mataram e feriram inúmeros manifestantes. Não demorou muito tempo até que a hierarquia do partido se apercebesse que os protestos tinham acordado sentimentos nacionalistas e depressa inverteram a sua opinião. Os manifestantes tornaram-se então "trabalhadores honestos, com reivindicações legítimas". Os salários foram aumentados em 50% e foram prometidas mudanças económicas e políticas<ref>Rothschild and Wingfield: ''Return to Diversity, A Political History of East Central Europe Since World War II'' OUP 2000</ref><ref name=swiatlo>{{citar web | autor=Harriman Institute|publicado=Columbia University, New York City | titulo=The defection of Jozef Swiatlo and the Search for Jewish Scapegoats in the Polish United Workers' Party, 1953-1954 | data=1999 | url=http://web.archive.org/web/20130523084706/http://www.ciaonet.org/olj/int/int_0302c.pdf |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref>
Após a morte do primeiro-ministro estalinista [[Bolesław Bierut]] em 1956, seguiu-se um breve período de desestalinização, que aumentou a esperança do povo nas reformas. Em Junho desse ano, ergueu-se uma insurreição em [[Poznań]]. Os trabalhadores protestavam contra a escassez de comida e de bens de consumo, as casas de fraca qualidade, a redução do salário real e das exportações para a [[União Soviética]] e a fraca gestão da economia. O governo polaco respondeu apelidando os manifestantes de ''"provocadores, contra-revolucionários e agentes do imperialismo"''. As forças de segurança mataram e feriram inúmeros manifestantes. Não demorou muito tempo até que a hierarquia do partido se apercebesse que os protestos tinham acordado sentimentos nacionalistas e depressa inverteram a sua opinião. Os manifestantes tornaram-se então "trabalhadores honestos, com reivindicações legítimas". Os salários foram aumentados em 50% e foram prometidas mudanças económicas e políticas<ref>Rothschild and Wingfield: ''Return to Diversity, A Political History of East Central Europe Since World War II'' OUP 2000</ref><ref name=swiatlo>{{citar web | autor=Harriman Institute|publicado=Columbia University, New York City | titulo=The defection of Jozef Swiatlo and the Search for Jewish Scapegoats in the Polish United Workers' Party, 1953-1954 | data=1999 | url=http://web.archive.org/web/20130523084706/http://www.ciaonet.org/olj/int/int_0302c.pdf |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref>.
[[File:Bundesarchiv Bild 183-F0417-0001-011, Berlin, VII. SED-Parteitag, Eröffnung.jpg|left|thumb|Gomułka com [[Leonid Brezhnev]] na [[Alemanha Oriental]]]]
[[File:Bundesarchiv Bild 183-F0417-0001-011, Berlin, VII. SED-Parteitag, Eröffnung.jpg|left|thumb|Gomułka com [[Leonid Brezhnev]] na [[Alemanha Oriental]]]]
Edward Ochab, o primeiro-ministro polaco da altura, convidou o então recém-reabilitado Gomułka para o cargo de primeiro secretário do partido. Gomułka reivindicou poderes reais para poder levar a cabo reformas. Uma das suas exigências foi o afastamento do marechal soviético [[Konstantin Rokossovsky|Konstantin Konstantinovich Rokossovsky]] – que ordenara o envio de tropas contra os trabalhadores de Poznań – do politburo polaco e do ministério da defesa, exigência com a qual Ochab concordou.
Edward Ochab, o primeiro-ministro polaco da altura, convidou o então recém-reabilitado Gomułka para o cargo de primeiro secretário do partido. Gomułka reivindicou poderes reais para poder levar a cabo reformas. Uma das suas exigências foi o afastamento do marechal soviético [[Konstantin Rokossovsky|Konstantin Konstantinovich Rokossovsky]] – que ordenara o envio de tropas contra os trabalhadores de Poznań – do politburo polaco e do ministério da defesa, exigência com a qual Ochab concordou.


Em [[Outubro polaco de 1956|19 de Outubro]], a maioria dos dirigentes polacos, com o apoio do exército e das forças de segurança internas, levou Gomułka e seus apoiantes para o politburo e nomeou-o primeiro secretário do partido. Estes eventos na Polónia alarmaram os dirigentes soviéticos. Em simultâneo com movimentos militares na fronteira polaco-soviética, foi enviada uma delegação de alto nível do comité central soviético para a Polónia, liderada por [[Khrushchev]] e includindo Mikoyan, Bulganin, [[Viatcheslav Molotov|Molotov]], Kaganovich e o marechal Konev, entre outros. Gomułka deixou claro que as tropas polacas resistiriam a uma invasão soviética, mas assegurou também que as reformas em curso eram de carácter interno e que a Polónia não tinha nenhuma intenção de abandonar nem o comunismo, nem os tratados com a União Soviética. Os Soviéticos cederam. <ref>{{citar web | autor=George Washington University: The National Security Archive | titulo=Notes from the Minutes of the CPSU CC Presidium Meeting with Satellite Leaders, October 24, 1956 | data=2002 | url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB76/doc5.pdf |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref> Gomułka acabou por ser confirmado no seu novo cargo. A notíca dos eventos na Polónia acabaria por chegar à [[Hungria]] através da rádio, despoletando manifestações naquele país, pedindo reformas semelhantes, que viriam a culminar na [[Revolução Húngara de 1956]].
Em [[Outubro polaco de 1956|19 de Outubro]], a maioria dos dirigentes polacos, com o apoio do exército e das forças de segurança internas, levou Gomułka e seus apoiantes para o politburo e nomeou-o primeiro secretário do partido. Estes eventos na Polónia alarmaram os dirigentes soviéticos. Em simultâneo com movimentos militares na fronteira polaco-soviética, foi enviada uma delegação de alto nível do comité central soviético para a Polónia, liderada por [[Khrushchev]] e includindo Mikoyan, Bulganin, [[Viatcheslav Molotov|Molotov]], Kaganovich e o marechal Konev, entre outros. Gomułka deixou claro que as tropas polacas resistiriam a uma invasão soviética, mas assegurou também que as reformas em curso eram de carácter interno e que a Polónia não tinha nenhuma intenção de abandonar nem o comunismo, nem os tratados com a União Soviética. Os Soviéticos cederam<ref>{{citar web | autor=George Washington University: The National Security Archive | titulo=Notes from the Minutes of the CPSU CC Presidium Meeting with Satellite Leaders, October 24, 1956 | data=2002 | url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB76/doc5.pdf |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref>. Gomułka acabou por ser confirmado no seu novo cargo. A notíca dos eventos na Polónia acabaria por chegar à [[Hungria]] através da rádio, despoletando manifestações naquele país, pedindo reformas semelhantes, que viriam a culminar na [[Revolução Húngara de 1956]].
[[File:303 Plecarea spre tara a lui Wladislaw.jpg|thumb||right|Gomułka com [[Nicolae Ceauşescu]] após a visita oficial à [[Roménia]]]]
[[File:303 Plecarea spre tara a lui Wladislaw.jpg|thumb||right|Gomułka com [[Nicolae Ceauşescu]] após a visita oficial à [[Roménia]]]]
Inicialmente muito popular pelas suas reformas, <ref>{{citar web| titulo=POLAND: Rebellious Compromiser |autor=[[Time Magazine]] | data=10 de dezembro de 1956 | url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,808728-1,00.html |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref> dando início a uma era que ficou conhecida como o degelo de Gomułka, foi gradualmente diminuindo a sua oposição às pressões soviéticas. Nos [[Década de 1960|anos 60]], apoiou a perseguição montada contra a [[Igreja Católica]] e contra alguns intelectuais do partido (por exemplo, [[Leszek Kołakowski|Kołakowski]]). Participou na intervenção do [[Pacto de Varsóvia]] na [[Checoslováquia]] em [[1968]]. Nessa altura, foi também responsável por perseguições de estudantes e por endurecer a censura da imprensa. Durante a sua governação, foi criada a rede de pequenos restaurantes denominados [[bar mleczny]], servindo refeições rápidas subsidiadas pelo estado.
Inicialmente muito popular pelas suas reformas<ref>{{citar web| titulo=POLAND: Rebellious Compromiser |autor=[[Time Magazine]] | data=10 de dezembro de 1956 | url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,808728-1,00.html |língua=inglês | acessodata=14 de fevereiro de 2013}}</ref>, dando início a uma era que ficou conhecida como o degelo de Gomułka, foi gradualmente diminuindo a sua oposição às pressões soviéticas. Nos [[Década de 1960|anos 60]], apoiou a perseguição montada contra a [[Igreja Católica]] e contra alguns intelectuais do partido (por exemplo, [[Leszek Kołakowski|Kołakowski]]). Participou na intervenção do [[Pacto de Varsóvia]] na [[Checoslováquia]] em [[1968]]. Nessa altura, foi também responsável por perseguições de estudantes e por endurecer a censura da imprensa. Durante a sua governação, foi criada a rede de pequenos restaurantes denominados [[bar mleczny]], servindo refeições rápidas subsidiadas pelo estado.


Em [[Dezembro]] de [[1970]], um confronto sangrento com trabalhadores de estaleiros, durante o qual várias dezenas destes foram mortos a tiro, viria a forçar a sua demissão (oficialmente, demitiu-se por razões de saúde, tendo de facto sofrido um enfarte). Um homem mais jovem e dinâmico, [[Edward Gierek]], tomou conta da liderança do partido e as tensões diminuíram. Gomułka foi forçado a aposentar-se. Após a sua morte em [[1982]], vítima de um [[cancro (tumor)|cancro]], a sua imagem negativa na propaganda comunista foi alterada e foram reconhecidos alguns dos seus contributos positivos. As suas memórias foram publicadas pela primeira vez em [[1994]].
Em [[Dezembro]] de [[1970]], um confronto sangrento com trabalhadores de estaleiros, durante o qual várias dezenas destes foram mortos a tiro, viria a forçar a sua demissão (oficialmente, demitiu-se por razões de saúde, tendo de facto sofrido um enfarte). Um homem mais jovem e dinâmico, [[Edward Gierek]], tomou conta da liderança do partido e as tensões diminuíram. Gomułka foi forçado a aposentar-se. Após a sua morte em [[1982]], vítima de um [[cancro (tumor)|cancro]], a sua imagem negativa na propaganda comunista foi alterada e foram reconhecidos alguns dos seus contributos positivos. As suas memórias foram publicadas pela primeira vez em [[1994]].

Revisão das 04h17min de 27 de junho de 2017

Władysław Gomułka
Władysław Gomułka
Władysław Gomułka
Primeiro Secretário do Partido Operário Unificado Polaco
Antecessor(a) Edward Ochab
Sucessor(a) Edward Gierek
Dados pessoais
Nascimento 6 de Fevereiro de 1905
Krosno, Polônia
Morte 1 de Setembro de 1982
Partido Partido dos Trabalhadores Polacos (PPR)
Partido Operário Unificado Polaco (PZPR)

Władysław Gomułka (6 de Fevereiro de 1905, Krosno - 1 de Setembro de 1982) foi um líder comunista polaco. Foi membro do Partido Comunista da Polónia (Komunistyczna Partia Polski) a partir de 1926.

História

Em 1934, partiu para Moscovo, onde viveu durante um ano. Ao regressar à Polónia, foi preso, tendo passado a maior parte do tempo até ao início da segunda guerra mundial na prisão. Durante a guerra, Gomułka tornou-se um comunista influente no seu país e 1943 convenceu Josef Stalin a ajudá-lo a ressuscitar o Partido Comunista da Polônia, como Partido dos Trabalhadores Polacos (Polska Partia Robotnicza). Foi primeiro-ministro em exercício no Governo Provisório da República da Polônia (Rząd Tymczasowy Rzeczypospolitej Polskiej), entre Janeiro e Junho de 1945, e também no Governo Provisório de União Nacional (Tymczasowy Rząd Jedności Narodowej), entre 1945 e 1947. Usando a sua posição no governo, ajudou os comunistas a vencerem o Referendo Popular Polonês de 1946 (referendum ludowe) e as eleições legislativas de 1947. Porém, entre 1951 e 1954, querelas entre as diversas facções políticas conduziram Gomułka novamente à prisão, após ser denunciado como reaccionário e como sendo de direita, tendo acabado por ser expulso do partido dos trabalhadores polacos.

Após a morte do primeiro-ministro estalinista Bolesław Bierut em 1956, seguiu-se um breve período de desestalinização, que aumentou a esperança do povo nas reformas. Em Junho desse ano, ergueu-se uma insurreição em Poznań. Os trabalhadores protestavam contra a escassez de comida e de bens de consumo, as casas de fraca qualidade, a redução do salário real e das exportações para a União Soviética e a fraca gestão da economia. O governo polaco respondeu apelidando os manifestantes de "provocadores, contra-revolucionários e agentes do imperialismo". As forças de segurança mataram e feriram inúmeros manifestantes. Não demorou muito tempo até que a hierarquia do partido se apercebesse que os protestos tinham acordado sentimentos nacionalistas e depressa inverteram a sua opinião. Os manifestantes tornaram-se então "trabalhadores honestos, com reivindicações legítimas". Os salários foram aumentados em 50% e foram prometidas mudanças económicas e políticas[1][2].

Gomułka com Leonid Brezhnev na Alemanha Oriental

Edward Ochab, o primeiro-ministro polaco da altura, convidou o então recém-reabilitado Gomułka para o cargo de primeiro secretário do partido. Gomułka reivindicou poderes reais para poder levar a cabo reformas. Uma das suas exigências foi o afastamento do marechal soviético Konstantin Konstantinovich Rokossovsky – que ordenara o envio de tropas contra os trabalhadores de Poznań – do politburo polaco e do ministério da defesa, exigência com a qual Ochab concordou.

Em 19 de Outubro, a maioria dos dirigentes polacos, com o apoio do exército e das forças de segurança internas, levou Gomułka e seus apoiantes para o politburo e nomeou-o primeiro secretário do partido. Estes eventos na Polónia alarmaram os dirigentes soviéticos. Em simultâneo com movimentos militares na fronteira polaco-soviética, foi enviada uma delegação de alto nível do comité central soviético para a Polónia, liderada por Khrushchev e includindo Mikoyan, Bulganin, Molotov, Kaganovich e o marechal Konev, entre outros. Gomułka deixou claro que as tropas polacas resistiriam a uma invasão soviética, mas assegurou também que as reformas em curso eram de carácter interno e que a Polónia não tinha nenhuma intenção de abandonar nem o comunismo, nem os tratados com a União Soviética. Os Soviéticos cederam[3]. Gomułka acabou por ser confirmado no seu novo cargo. A notíca dos eventos na Polónia acabaria por chegar à Hungria através da rádio, despoletando manifestações naquele país, pedindo reformas semelhantes, que viriam a culminar na Revolução Húngara de 1956.

Gomułka com Nicolae Ceauşescu após a visita oficial à Roménia

Inicialmente muito popular pelas suas reformas[4], dando início a uma era que ficou conhecida como o degelo de Gomułka, foi gradualmente diminuindo a sua oposição às pressões soviéticas. Nos anos 60, apoiou a perseguição montada contra a Igreja Católica e contra alguns intelectuais do partido (por exemplo, Kołakowski). Participou na intervenção do Pacto de Varsóvia na Checoslováquia em 1968. Nessa altura, foi também responsável por perseguições de estudantes e por endurecer a censura da imprensa. Durante a sua governação, foi criada a rede de pequenos restaurantes denominados bar mleczny, servindo refeições rápidas subsidiadas pelo estado.

Em Dezembro de 1970, um confronto sangrento com trabalhadores de estaleiros, durante o qual várias dezenas destes foram mortos a tiro, viria a forçar a sua demissão (oficialmente, demitiu-se por razões de saúde, tendo de facto sofrido um enfarte). Um homem mais jovem e dinâmico, Edward Gierek, tomou conta da liderança do partido e as tensões diminuíram. Gomułka foi forçado a aposentar-se. Após a sua morte em 1982, vítima de um cancro, a sua imagem negativa na propaganda comunista foi alterada e foram reconhecidos alguns dos seus contributos positivos. As suas memórias foram publicadas pela primeira vez em 1994.

Referências

  1. Rothschild and Wingfield: Return to Diversity, A Political History of East Central Europe Since World War II OUP 2000
  2. Harriman Institute (1999). «The defection of Jozef Swiatlo and the Search for Jewish Scapegoats in the Polish United Workers' Party, 1953-1954» (PDF) (em inglês). Columbia University, New York City. Consultado em 14 de fevereiro de 2013 
  3. George Washington University: The National Security Archive (2002). «Notes from the Minutes of the CPSU CC Presidium Meeting with Satellite Leaders, October 24, 1956» (PDF) (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2013 
  4. Time Magazine (10 de dezembro de 1956). «POLAND: Rebellious Compromiser» (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2013