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Os cinditas foram politeístas até o {{séc|VI}}, com evidências de rituais dedicados aos deuses [[Astar]] e Cail encontradas na capital deles. Não é certo se converteram-se ao [[judaísmo]] ou permaneceram pagãos, mas há fortes evidências arqueológicas que eles estiverem entre as tribos que fizeram parte das forças de {{ilc|Danaã||Dhū Nuwās}} {{nwrap|r.|517|525/527}} durante a tentativa do rei judeu de suprimir o [[cristianismo]] no Iêmen.{{sfn|Ryckmans|1954|p=296}}
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[[Imagem:Pergamon-Museum - Wandmalerei 3.jpg|thumb|esquerda|Fragmentos duma pintura mural mostrando um rei cindita, {{séc|I}}]]
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Revisão das 16h13min de 26 de julho de 2017



Reino de Cindá

Reino

século II/III – 529
Localização de Cindá
Localização de Cindá
Mapa da Arábia em 565.
Continente Ásia
Região Península Arábica
Capital Qaryat Dhāt Kāhil
19° 47' N 45° 09' E
Língua oficial Árabe
Religião Politeísmo (até século VI)
Judaísmo (século VI) (?)
Governo Monarquia
Rei Hujir Aquil Almurar
Aretas
Período histórico Idade Média
 • século II/III Fundação da dinastia cindita por Hujir Aquil Almurar
 • século V Migração para o norte da península Arábica
 • 529 Morte de Aretas

Cindá (em árabe: كندة; romaniz.:Kindah) foi um reino tribal beduíno fundado pelos cinditas,[nt 1] uma tribo originária do Hadramaute[1] que, de acordo as com evidências existentes, poderia ter existido desde o século II a.C..[2] Sua área de influência foi o centro-sul da Arábia, da fronteira com o Iêmen até Meca, e era bastante diferente dos Estados organizados no Iêmen; seus reis exerceram influência sobre certo número de tribos associadas mais pelo prestígio pessoal do que pela autoridade coercitiva. A descoberta da tumba de um rei de Cindá, datado talvez do século III em Cariate Date Cail (atual Cariate Alfau), na rota comercial que liga Négede com a costa leste, sugere que o sítio teria sido a capital.[3]

Textos sabeus dos séculos II-III apresentam algumas referências à Cindá, atestando relações hostis (diz-se de um assalto à Cariate Date Cail) e amistosas (auxílio de tropas cinditas aos governantes iemenitas). No fim do século V, sob Hujir Aquil Almurar, o fundador tradicional da dinastia cindita, os cinditas migraram do sul para o norte da Arábia. Lá, uniram-se com algumas tribos e formaram uma confederação. Sob Aretas (Harite ibne Amir em árabe), o neto de Ḥujir Aquil e o mais proeminente rei da confederação, os cinditas invadiram a região do atual Iraque e capturaram Al-Hira, a capital do rei lacmida Alamúndaro III (Alamundir III ibne al-Numane em árabe). Em 529, Alamúndaro III reconquistou a cidade e matou Aretas, junto com outros 50 membros da casa real, o que fragilizou o poder dos cinditas.[1]

Com a morte de Aretas, e talvez devido a emergência dos coraixitas de Meca,[3] o Reino de Cindá dividiu-se em quatro tribos (Asade, Taglibe, Cais, e Cinaná), cada qual liderada por um senhor cindita. Porém, estas tribos constantemente competiram entre si o que provocou, em meados do século VI, a expulsão dos senhores cinditas novamente para o sul da Arábia. Durante o período muçulmano, descendentes da casa de Cindá continuaram a ocupar proeminentes posições cortesãs e um dos ramos da família adquiriu proeminência em Al-Andalus. O proeminente poeta Imru Alcais pertenceu à tribo dos cinditas.[1]

Os cinditas foram politeístas até o século VI, com evidências de rituais dedicados aos deuses Astar e Cail encontradas na capital deles. Não é certo se converteram-se ao judaísmo ou permaneceram pagãos, mas há fortes evidências arqueológicas que eles estiverem entre as tribos que fizeram parte das forças de Danaã (r. 517–525/527) durante a tentativa do rei judeu de suprimir o cristianismo no Iêmen.[4]

Fragmentos de uma pintura mural mostrando um rei cindita, século I

Notas

  1. Também referida como cindaítas. Em árabe é referida como Cindate al-Maluque (Kindat al-Mulūk), o "Cindá real"[1]

Referências

  1. a b c d «Kindah (people)» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2014 
  2. Müller 1954, p. 318.
  3. a b «KINDAH» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2014 
  4. Ryckmans 1954, p. 296.

Bibliografia

  • Müller, D. H.; Al-Hamdani (1954). Entdeckungen In Arabien. Colônia: S. 9. Mahram 
  • Ryckmans, Gonzague (1954). «Bulletin Of The School Of Oriental And African Studies». Cambridge University Press. XVI