Pamáquio de Roma: diferenças entre revisões

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== História ==
== História ==


Pamáquio era um nobre e [[senado romano|senador]], membro da [[gente Fúria]]. Era primo de Marcela e parente de Melânia e Piniano.{{sfn|name=Mar663|Martindale|1971|p=663}} Quando jovem, frequentou escolas de [[retórica]] com [[São Jerônimo]], que seria seu amigo por toda vida. Em 385, se casou com Paulina, a segunda filha de [[Santa Paula]] e [[Júlio Toxócio]].{{sfn|Martindale|1971|p=675}} Ele provavelmente estava entre os ''viri genere optimi religione praeclari'' que em 390 denunciaram [[Joviano]] ao [[papa Sirício]] (segundo [[Ambrósio de Milão|Santo Ambrósio]]). Quando ele atacou o livro de Jerônimo contra Joviano por razões de prudência, Jerônimo enviou-lhe duas cartas (48-49) agradecendo-o. A primeira, reabilitando o livro, provavelmente já fora escrita com a intenção de ser publicada.{{sfn|name=Ba1913|Bacchus|1913}}
Ainda jovem, frequentou as escolas de [[retórica]] com [[Jerônimo de Estridão|São Jerônimo]]. Em 385, se casou com Paulina, a segunda filha de [[Santa Paula]].


Pamáquio é descrito por este tempo como um [[procônsul]]. Não é certo se esse título foi honorífico, ou se de fato ocupou tal ofício, mas se a segunda opção for verdadeira, os autores da ''[[PIRT]]'' sugerem que foi [[procônsul da África]]. Em 396, sua esposa faleceu sem crianças e deixou sua propriedade para ele.{{sfn|Martindale|1971|p=663; 675}} Com sua morte, Pamáquio, tornou-se [[monge]], ou seja, dedicou-se à [[vida consagrada]] e praticou obras de caridade (Jerônimo, ep. lxvi; [[Paulino de Nola]], ep. xiii).<ref name=Mar663 /> Em 399, escreveu com Oceano a Jerônimo pedindo que traduzisse a obra ''De Principiis'' de [[Orígenes]] e repudiando a insinuação de [[Rufino de Aquileia|Rufino]] de que Jerônimo concordava com as opiniões de Orígenes. O santo respondeu no ano seguinte (ep. lxxxiii-iv).<ref name=Ba1913 />
Ele estava provavelmente entre os ''viri genere optimi religione præclari'' que, em 390, denunciaram [[Joviano]] ao [[papa Sirício]] (de acordo com [[Ambrósio de Milão|Santo Ambrósio]]). Quando ele atacou o livro de Jerônimo contra Joviano por razões de prudência, Jerônimo enviou-lhe duas cartas<ref>{{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 48 |subtítulo= To Pammachius.|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001048.htm|língua=inglês]}} e {{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 49 |subtítulo= To Pammachius.|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001049.htm|língua=inglês]}}</ref> agradecendo-o. A primeira, reabilitando o livro, provavelmente já fora escrita com a intenção de ser publicada.


Em 401, Pamáquio recebeu os agradecimentos de [[Agostinho de Hipona|Santo Agostinho]] (ep. lviii) por uma carta que escrevera ao povo da [[Numídia]], onde tinha terras, exortando-os a abandonar o [[cisma donatista]]. Muitos dos comentários de Jerônimo sobre as [[Escrituras]] foram dedicados à Pamáquio. Dentre as obras de caridade de Pamáquio está a construção, em parceria com [[Santa Fabíola]], do hospício ou xenodóquio ([[caravançarai]]) em [[Porto (ancoradouro)|Porto]]<ref name=Mar663 /> para imigrantes pobres (Jerônimo, ep. lxvi, lxxvii). O sítio foi escavado e as escavações revelaram o plano e organização desse edifício singular. Salas e salões para os doentes e pobres estavam agrupados em torno dele. A [[Igreja de São João e Paulo]] em [[Roma]] foi fundada ou por Pamáquio ou por seu pai e, por isso, era conhecida como ''[[Titulus]] Pammachii''. Após sua morte em 409, Pamáquio passou a ser celebrado como santo e sua festa ocorre em 30 de agosto.<ref name=Ba1913 />
Com a morte de Paulina em 397, Pamáquio se tornou [[monge]], ou seja, ele se dedicou à [[vida consagrada]]<ref>{{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 46 |subtítulo= Paula and Eustochium to Marcella|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001046.htm|língua=inglês]}}; [[Paulino de Nola]], Ep. xiii</ref>. Em 399, Pamáquio e Oceano escreveram à Jerônimo pedindo-lhe que traduzisse a obra ''"De Principiis"'' de [[Orígenes]] e repudiando a insinuação de [[Rufino de Aquileia|Rufino]] de que Jerônimo concordava com as opiniões de Orígenes. O santo respondeu no ano seguinte<ref>{{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 83 |subtítulo= From Pammachius and Oceanus|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001083.htm|língua=inglês]}} e {{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 84 |subtítulo= From Pammachius and Oceanus|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001084.htm|língua=inglês]}}</ref>. Em 401, Pamáquio recebeu os agradecimentos de [[Agostinho de Hipona|Santo Agostinho]]<ref>{{citar livro|nome=[[Agostinho de Hipona]]|título=Carta 58 |subtítulo= To My Noble and Worthy Lord Pammachius, My Son, Dearly Beloved in the Bowels of Christ, Augustine Sends Greeting in the Lord.|url=http://www.newadvent.org/fathers/1102058.htm|língua=inglês]}}</ref> por uma carta que ele escrevera ao povo da [[Numídia]], onde ele tinha terras, exortando-os a abandonar o [[cisma donatista]]. Muitos dos comentários de Jerônimo sobre as [[Escrituras]] foram dedicados à Pamáquio.


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Ele também construiu, juntamente com [[Santa Fabíola]]<ref>{{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 56 |subtítulo= From Augustine to Jerome (A.D. 394 or 395)|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001056.htm|língua=inglês]}} e {{citar livro|nome=[[Jerónimo de Estridão]]|título=Letter 77 |subtítulo= To Oceanus|url=http://www.newadvent.org/fathers/3001077.htm|língua=inglês]}}</ref>, um [[hospício]] em [[Porto (Itália)|Porto]], na foz do [[Rio Tibre]] à margem oposta de [[Óstia Antiga]], para imigrantes pobres.


== Bibliografia ==
A igreja de [[Santi Giovanni e Paolo]] em [[Roma]] foi fundada ou por Pamáquio ou por seu pai e, por isso, era conhecida como ''[[Titulus]] Pammachii''.


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* {{Citar livro|sobrenome=Bacchus|nome=Francis Joseph|título=Enciclopédia Católica|ano=1913|local=Nova Iorque|editora=Robert Appleton Company|capítulo =St. Pammachius|capítulourl=https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/St._Pammachius|ref=harv}}
== Ligações externas ==

* {{1913CE|St. Pammachius}}
* {{Citar livro|sobrenome=Martindale|nome=J. R.|coautor=Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John|título=The prosopography of the later Roman Empire - Vol. I AD 260-395|local=Cambridge e Nova Iorque|capítulo=Pammachius|ano=1971|editora=Cambridge University Press|ref=harv}}

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[[Categoria:Santos do Império Romano]]
[[Categoria:Santos do Império Romano]]

Revisão das 03h37min de 25 de setembro de 2017

São Pamáquio
Pamáquio de Roma
São Pamáquio
Senador romano
Nascimento século IV
Morte 409
Roma, Império Romano?
Veneração por Igreja Católica
Festa litúrgica 30 de agosto
Portal dos Santos

Pamáquio de Roma (em latim: Pammachius) foi um senador romano venerado como santo.

História

Pamáquio era um nobre e senador, membro da gente Fúria. Era primo de Marcela e parente de Melânia e Piniano.[1] Quando jovem, frequentou escolas de retórica com São Jerônimo, que seria seu amigo por toda vida. Em 385, se casou com Paulina, a segunda filha de Santa Paula e Júlio Toxócio.[2] Ele provavelmente estava entre os viri genere optimi religione praeclari que em 390 denunciaram Joviano ao papa Sirício (segundo Santo Ambrósio). Quando ele atacou o livro de Jerônimo contra Joviano por razões de prudência, Jerônimo enviou-lhe duas cartas (48-49) agradecendo-o. A primeira, reabilitando o livro, provavelmente já fora escrita com a intenção de ser publicada.[3]

Pamáquio é descrito por este tempo como um procônsul. Não é certo se esse título foi honorífico, ou se de fato ocupou tal ofício, mas se a segunda opção for verdadeira, os autores da PIRT sugerem que foi procônsul da África. Em 396, sua esposa faleceu sem crianças e deixou sua propriedade para ele.[4] Com sua morte, Pamáquio, tornou-se monge, ou seja, dedicou-se à vida consagrada e praticou obras de caridade (Jerônimo, ep. lxvi; Paulino de Nola, ep. xiii).[1] Em 399, escreveu com Oceano a Jerônimo pedindo que traduzisse a obra De Principiis de Orígenes e repudiando a insinuação de Rufino de que Jerônimo concordava com as opiniões de Orígenes. O santo respondeu no ano seguinte (ep. lxxxiii-iv).[3]

Em 401, Pamáquio recebeu os agradecimentos de Santo Agostinho (ep. lviii) por uma carta que escrevera ao povo da Numídia, onde tinha terras, exortando-os a abandonar o cisma donatista. Muitos dos comentários de Jerônimo sobre as Escrituras foram dedicados à Pamáquio. Dentre as obras de caridade de Pamáquio está a construção, em parceria com Santa Fabíola, do hospício ou xenodóquio (caravançarai) em Porto[1] para imigrantes pobres (Jerônimo, ep. lxvi, lxxvii). O sítio foi escavado e as escavações revelaram o plano e organização desse edifício singular. Salas e salões para os doentes e pobres estavam agrupados em torno dele. A Igreja de São João e Paulo em Roma foi fundada ou por Pamáquio ou por seu pai e, por isso, era conhecida como Titulus Pammachii. Após sua morte em 409, Pamáquio passou a ser celebrado como santo e sua festa ocorre em 30 de agosto.[3]

Referências

  1. a b c Martindale 1971, p. 663.
  2. Martindale 1971, p. 675.
  3. a b c Bacchus 1913.
  4. Martindale 1971, p. 663; 675.

Bibliografia

  • Bacchus, Francis Joseph (1913). «St. Pammachius». Enciclopédia Católica. Nova Iorque: Robert Appleton Company 
  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1971). «Pammachius». The prosopography of the later Roman Empire - Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press