Descarrilamento de Santiago de Compostela: diferenças entre revisões

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O '''descarrilamento de Santiago de Compostela''' foi um acidente [[ferroviário]] ocorrido em [[24 de julho]] de [[2013]], quando um [[trem de alta velocidade]] do serviço [[Alvia]] que liga [[Madrid]] à cidade [[galiza|galega]] [[Ferrol]], descarrilou em Angrois, três quilómetros antes de chegar à estação de [[Santiago de Compostela]].
O '''descarrilamento de Santiago de Compostela''' foi um acidente [[ferroviário]] ocorrido em [[24 de julho]] de [[2013]], quando um [[trem de alta velocidade]] (português brasileiro) ou comboio de alta velocidade (português europeu) do serviço [[Alvia]] que liga [[Madrid]] à cidade [[galiza|galega]] [[Ferrol]], descarrilou em Angrois, três quilómetros antes de chegar à estação de [[Santiago de Compostela]].


Das 222 pessoas a bordo (218 passageiros e quatro membros da tripulação), 80 morreram e 147 ficaram feridas.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3952882&page=-1|título=Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref> Relatórios técnicos não oficiais afirmam que o trem viajava a uma velocidade que era o dobro do limite imposto para a curva onde descarrilou.
Das 222 pessoas a bordo (218 passageiros e quatro membros da tripulação), 80 morreram e 147 ficaram feridas.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3952882&page=-1|título=Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref> Relatórios técnicos não oficiais afirmam que o comboio (português europeu) ou trem (português brasileiro) viajava a uma velocidade que era o dobro do limite imposto para a curva onde descarrilou.


O acidente aconteceu na véspera do [[Dia Nacional da Galiza]] (dia do [[Apóstolo Santiago]]), tendo os festejos sido cancelados. Como consequência desta tragédia a [[Junta da Galiza]] (governo autônomo) decretou sete dias de luto.
O acidente aconteceu na véspera do [[Dia Nacional da Galiza]] (dia do [[Apóstolo Santiago]]), tendo os festejos sido cancelados. Como consequência desta tragédia a [[Junta da Galiza]] (governo autônomo) decretou sete dias de luto.
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A viagem já decorria de forma anormal desde que a composição saiu de Ourense. O chamado sistema de travagem “homem morto”, que é accionado quando o maquinista passa algum tempo sem utilizar nenhum comando, foi activado duas vezes antes do acidente.
A viagem já decorria de forma anormal desde que a composição saiu de Ourense. O chamado sistema de travagem “homem morto”, que é accionado quando o maquinista passa algum tempo sem utilizar nenhum comando, foi activado duas vezes antes do acidente.


O trem/comboio de alta velocidade Alvia, ainda antes do acidente, por duas vezes que foi travado de 110 quilómetros por hora para 48 quilómetros através do sistema “homem morto”.
O trem ou comboio de alta velocidade Alvia, ainda antes do acidente, por duas vezes que foi travado de 110 quilómetros por hora para 48 quilómetros através do sistema “homem morto”.


O comboio/trem saiu da estação de Ourense às 20h05 de dia 24 de Julho e entre as 20h08 e as 20h12, enquanto Francisco José Garzón accionava vários dispositivos técnicos, ficou na cabine com outra pessoa a conversar. Essa outra pessoa era o maquinista que deixou de estar aos comandos em Ourense, Javier Illanes. Nessa altura surgiu um aviso de uma avaria no sistema de ar condicionado e Illanes foi ver o que se passava, não voltando a ter contacto com Garzón até à hora do acidente.
O comboio ou trem saiu da estação de Ourense às 20h05 de dia 24 de Julho e entre as 20h08 e as 20h12, enquanto Francisco José Garzón accionava vários dispositivos técnicos, ficou na cabine com outra pessoa a conversar. Essa outra pessoa era o maquinista que deixou de estar aos comandos em Ourense, Javier Illanes. Nessa altura surgiu um aviso de uma avaria no sistema de ar condicionado e Illanes foi ver o que se passava, não voltando a ter contacto com Garzón até à hora do acidente.
Renfe estranha que passageiros não tenham sentido
Renfe estranha que passageiros não tenham sentido


Às 20h15 o sistema de “homem morto”, criado para prevenir situações em que o maquinista sofre algum súbito problema de saúde, foi activado pela primeira vez e o comboio viu a velocidade reduzida de 110 quilómetros por hora para 48, já que o maquinista nada fez para parar o sinal sonoro e não deu indicações para mostrar que estava aos comandos. A cada 30 segundos o maquinista, conforme o comboio/trem, deve por exemplo carregar num botão que assinala que está operacional.
Às 20h15 o sistema de “homem morto”, criado para prevenir situações em que o maquinista sofre algum súbito problema de saúde, foi activado pela primeira vez e o comboio ou trem viu a velocidade reduzida de 110 quilómetros por hora para 48, já que o maquinista nada fez para parar o sinal sonoro e não deu indicações para mostrar que estava aos comandos. A cada 30 segundos o maquinista, conforme o comboio ou trem, deve por exemplo carregar num botão que assinala que está operacional.


Um minuto e 44 segundos depois acontece o mesmo e o comboio passa de 109 para 86 quilómetros por hora. Em alguns trens, explica o El País, o sistema de “homem morto” pára totalmente o trem/comboio, mas no Alvia o maquinista consegue que a composição retome logo a velocidade. Contudo, no relatório a Renfe diz estranhar a proximidade da actuação do sistema, sobretudo se o maquinista recuperou velocidade, e que os passageiros não tenham sentido o abrandamento brusco.<ref>{{citar web|URL=http://www.publico.pt/mundo/noticia/sistema-de-travagem-homem-morto-usado-duas-vezes-no-comboio-que-descarrilou-em-santiago-1605078|título=Sistema de travagem “homem morto” usado duas vezes no comboio que descarrilou em Santiago|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
Um minuto e 44 segundos depois acontece o mesmo e o trem ou comboio passa de 109 para 86 quilómetros por hora. Em alguns trens ou comboios, explica o El País, o sistema de “homem morto” pára totalmente o trem ou comboio, mas no Alvia o maquinista consegue que a composição retome logo a velocidade. Contudo, no relatório a Renfe diz estranhar a proximidade da actuação do sistema, sobretudo se o maquinista recuperou velocidade, e que os passageiros não tenham sentido o abrandamento brusco.<ref>{{citar web|URL=http://www.publico.pt/mundo/noticia/sistema-de-travagem-homem-morto-usado-duas-vezes-no-comboio-que-descarrilou-em-santiago-1605078|título=Sistema de travagem “homem morto” usado duas vezes no comboio que descarrilou em Santiago|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>


==Acidente==
==Acidente==
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==Causas==
==Causas==
As conclusões da Comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários, reveladas em 4 de junho de 2014, indicam que o descarrilamento do comboio deveu-se à velocidade da composição e à distração do maquinista.
As conclusões da Comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários, reveladas em 4 de junho de 2014, indicam que o descarrilamento do comboio ou trem deveu-se à velocidade da composição e à distração do maquinista.


Além da velocidade, a comissão considera ser uma causa adicional a falta de atenção do maquinista, que não usou o travão de forma adequada para reduzir a velocidade antes da entrada na curva.
Além da velocidade, a comissão considera ser uma causa adicional a falta de atenção do maquinista, que não usou o travão de forma adequada para reduzir a velocidade antes da entrada na curva.


No relatório os técnicos consideram que o telefonema para o seu telemóvel, que se prolongou durante 100 segundos, foi excessivo e contribuiu para a distração do maquinista. Durante esse período, o trem percorreu 5540 metros em que o maquinista "não realizou parte da sua atividade normal de condução". O maquinista apenas respondeu 6000 metros antes do início da curva, o que impediu de iniciar a travagem no momento oportuno.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3952882&page=-1|título=Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
No relatório os técnicos consideram que o telefonema para o seu telemóvel (português europeu) ou seu celular (português brasileiro), que se prolongou durante 100 segundos, foi excessivo e contribuiu para a distração do maquinista. Durante esse período, o trem ou comboio percorreu 5540 metros em que o maquinista "não realizou parte da sua atividade normal de condução". O maquinista apenas respondeu 6000 metros antes do início da curva, o que impediu de iniciar a travagem no momento oportuno.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3952882&page=-1|título=Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>


== Imagens ==
== Imagens ==

Revisão das 00h26min de 12 de julho de 2018

Descarrilamento de Santiago de Compostela
Descarrilamento de Santiago de Compostela
Imagem do socorro
Descrição
Data 24 de julho de 2013
Hora 20:42 CEST (18:42 UTC)[1]
Local Angrois, Santiago de Compostela, Galiza
Coordenadas 42° 51′ 34″ N, 8° 31′ 40″ O
País Espanha
Linha MadridFerrol
Operador RENFE
Tipo de acidente Descarrilamento
Causa Excesso de velocidade
Estatísticas
Comboios/trens 1
Passageiros 218[2]
Mortos 79[3]
Feridos 140[4]

O descarrilamento de Santiago de Compostela foi um acidente ferroviário ocorrido em 24 de julho de 2013, quando um trem de alta velocidade (português brasileiro) ou comboio de alta velocidade (português europeu) do serviço Alvia que liga Madrid à cidade galega Ferrol, descarrilou em Angrois, três quilómetros antes de chegar à estação de Santiago de Compostela.

Das 222 pessoas a bordo (218 passageiros e quatro membros da tripulação), 80 morreram e 147 ficaram feridas.[5] Relatórios técnicos não oficiais afirmam que o comboio (português europeu) ou trem (português brasileiro) viajava a uma velocidade que era o dobro do limite imposto para a curva onde descarrilou.

O acidente aconteceu na véspera do Dia Nacional da Galiza (dia do Apóstolo Santiago), tendo os festejos sido cancelados. Como consequência desta tragédia a Junta da Galiza (governo autônomo) decretou sete dias de luto.

Em número de vítimas, foi o terceiro mais grave acidente da história ferroviária em Espanha e o primeiro com mortes nas linhas de alta velocidade do país.[6]

Antecedentes

A viagem já decorria de forma anormal desde que a composição saiu de Ourense. O chamado sistema de travagem “homem morto”, que é accionado quando o maquinista passa algum tempo sem utilizar nenhum comando, foi activado duas vezes antes do acidente.

O trem ou comboio de alta velocidade Alvia, ainda antes do acidente, por duas vezes que foi travado de 110 quilómetros por hora para 48 quilómetros através do sistema “homem morto”.

O comboio ou trem saiu da estação de Ourense às 20h05 de dia 24 de Julho e entre as 20h08 e as 20h12, enquanto Francisco José Garzón accionava vários dispositivos técnicos, ficou na cabine com outra pessoa a conversar. Essa outra pessoa era o maquinista que deixou de estar aos comandos em Ourense, Javier Illanes. Nessa altura surgiu um aviso de uma avaria no sistema de ar condicionado e Illanes foi ver o que se passava, não voltando a ter contacto com Garzón até à hora do acidente. Renfe estranha que passageiros não tenham sentido

Às 20h15 o sistema de “homem morto”, criado para prevenir situações em que o maquinista sofre algum súbito problema de saúde, foi activado pela primeira vez e o comboio ou trem viu a velocidade reduzida de 110 quilómetros por hora para 48, já que o maquinista nada fez para parar o sinal sonoro e não deu indicações para mostrar que estava aos comandos. A cada 30 segundos o maquinista, conforme o comboio ou trem, deve por exemplo carregar num botão que assinala que está operacional.

Um minuto e 44 segundos depois acontece o mesmo e o trem ou comboio passa de 109 para 86 quilómetros por hora. Em alguns trens ou comboios, explica o El País, o sistema de “homem morto” pára totalmente o trem ou comboio, mas no Alvia o maquinista consegue que a composição retome logo a velocidade. Contudo, no relatório a Renfe diz estranhar a proximidade da actuação do sistema, sobretudo se o maquinista recuperou velocidade, e que os passageiros não tenham sentido o abrandamento brusco.[7]

Acidente

Às 20h41m hora local (18h41m UTC) de 24 de julho de 2013,[2][8] um trem da empresa ferroviária estatal RENFE Class 730 de passageiros que fazia a rota expresso entre a Estação Chamartín em Madrid e Ferrol descarrilou em Angrois, Santiago de Compostela.[4][9] Os 8 vagões (português brasileiro) ou as 8 carruagens (português europeu) e os 2 cabeças tratores[10] saíram dos carris quando o trem/comboio entrou numa curva, e 4 delas capotaram.[9] O trem ou comboio levava 218 passageiros.[2] Uma das carruagens (português europeu) ou um dos vagões (português brasileiro) ficou partida(o) ao meio e outra(o) incendiou-se. O excesso de velocidade é apontado como a principal causa do acidente.[11]

O balanço final de vítimas é de 80 mortos e 147 feridos.[12]

Causas

As conclusões da Comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários, reveladas em 4 de junho de 2014, indicam que o descarrilamento do comboio ou trem deveu-se à velocidade da composição e à distração do maquinista.

Além da velocidade, a comissão considera ser uma causa adicional a falta de atenção do maquinista, que não usou o travão de forma adequada para reduzir a velocidade antes da entrada na curva.

No relatório os técnicos consideram que o telefonema para o seu telemóvel (português europeu) ou seu celular (português brasileiro), que se prolongou durante 100 segundos, foi excessivo e contribuiu para a distração do maquinista. Durante esse período, o trem ou comboio percorreu 5540 metros em que o maquinista "não realizou parte da sua atividade normal de condução". O maquinista apenas respondeu 6000 metros antes do início da curva, o que impediu de iniciar a travagem no momento oportuno.[13]

Imagens

Ver também

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Wikinotícias Notícias no Wikinotícias

Referências

  1. Accidente en Santiago: La caja negra confirma que el tren iba a más de 190 km/h
  2. a b c «Descarrilo del tren Alvia Madrid-Ferrol» [Alvia train derailed Madrid-Ferrol]. RENFE. Consultado em 24 de julho de 2013  («Descarrilo del tren Alvia Madrid-Ferrol». Consultado em 25 de julho de 2013 )
  3. «Se houver mortos caem na minha consciência»
  4. a b «Tragedia Ferroviaria en Santiago» [Railway tragedy in Santiago]. El País (em espanhol). 25 de julho de 2013. Consultado em 25 de julho de 2013 
  5. «Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela» 
  6. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome expr25
  7. «Sistema de travagem "homem morto" usado duas vezes no comboio que descarrilou em Santiago» 
  8. David Reinero, Sonia Vizoso (25 de julho de 2013). «77 muertos y más de 140 heridos al descarrilar un tren de pasajeros en Santiago» [77 dead and more than 140 injured in passenger train derailment in Santiago]. El Mundo (em espanhol). Consultado em 25 de julho de 2013 
  9. a b «Dozens die as Spanish train derails in Galicia». BBC News. 25 de julho de 2013. Consultado em 25 de julho de 2013 
  10. Accidente en Santiago: La caja negra confirma que el tren iba a más de 190 km/h
  11. Rodrigo Silva; Antonio Alonso (25 de julho de 2013 – 00:02 CET). «Accidente ferroviario en Santiago de Compostela» [Railway accident in Santiago de Compostela]. El País (em espanhol). Madrid. Consultado em 25 de julho de 2013  Verifique data em: |data= (ajuda)
  12. «Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela» 
  13. «Velocidade e distração do maquinista causaram acidente ferroviário de Santiago de Compostela»