Aquília Severa: diferenças entre revisões
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Segundo Leonardo de Arrizabalaga y Prado, apesar da afirmação de Dião Cássio de que Aquília Severa era vestal, isso não é possível de confirmar pela cunhagem; nelas, há legendas com o nome de Vesta, [[Vênus (mitologia)|Vênus Celeste]], Vênus Félix, [[Letícia (mitologia)|Letícia]] e [[Concórdia (mitologia)|Concórdia]]. Mesmo que se admita a possibilidade de que foi vestal, e portanto seu casamento foi sacrílego, também é possível que essa informação foi forjada para atacar o imperador, pois outra imperatriz, [[Júlia Domna]] {{nwrap|r.|193|211}}, que não era vestal, cunhou moedas com nome da deusa.{{sfn|Prado|2017|p=347}} |
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O romano Dião Cássio ({{séc|III}}), e os bizantinos [[João Xifilino]] ({{séc|XI}}) e [[João Zonaras]] ({{séc|XII}}), entendem que Heliogábalo a violou, talvez pelo fato de ter sido vestal, mas a literatura moderna dá ênfase ao caráter religioso que seu casamento deve ter tido.{{sfn|Icks|2011|p=29; 119}} É igualmente possível, ademais, que Heliogábalo tivesse sentimentos por Aquília, e que seu casamento com Ânia Faustina foi breve, pois, ao nutrir sentimentos por Aquília, a queria de volta.{{sfn|Vasi|1999|p=297; 300-301}} A diferença destes dois casamento é que o segundo não teve significação religiosa, pois com o divórcio de Aquília, Heliogábalo desfez o casamento de seu deus com Vesta e o recasou com Urânia, a deusa greco-púnica lunar cultuada em [[Cartago]]. Esse casamento foi relatado por Dião Cássio e [[Herodiano]], com o segundo alegando que o imperador achava apropriado, talvez por retratar uma harmonia cósmica, a união do Sol e a Lua.{{sfn|Icks|2011|p=33}} |
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== Ver também == |
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Revisão das 18h53min de 16 de abril de 2019
Aquília Severa | |
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Sestércio com efígie de Aquília Severa | |
Imperatriz-consorte romana | |
Reinado | 220 - 221 |
Consorte | Heliogábalo |
Antecessor(a) | Júlia Cornélia Paula |
Sucessor(a) | Ânia Faustina |
Imperatriz-consorte romana | |
Reinado | 221 - 222 |
Predecessor(a) | Ânia Faustina |
Sucessor(a) | Salústia Orbiana |
Morte | Após 222 |
Dinastia | Severa |
Pai | Quinto Aquílio Sabino |
Júlia Aquília Severa (em latim: Iulia Aquilia Severa) foi uma virgem vestal e imperatriz-consorte romana, segunda e quarta esposa do imperador Heliogábalo (r. 218–222). Aquília recebeu o prenome "Júlia" depois de se tornar imperatriz.
História
Severa era filha do homem consular Quinto Aquílio Sabino e foi consagrada virgem vestal de Roma. Em 220, o imperador Heliogábalo (r. 218–222) a desposou, num ato tido com sacrílego pelos romanos, pouco antes da cerimônia que uniu Vesta e Heliogábalo, deuses de Aquília e do imperador respectivamente. Era tida como uma das mulheres mais belas de Roma, o que em si pode ter sido motivo à união. Porém, seu hábito vestal também pode ter tido sua parte, pois no passado Heliogábalo foi sacerdote. O casamento, no entanto, durou pouco tempo, talvez porque Aquília não produziu herdeiro. O fim do matrimônio, por conseguinte, causou a derrocada de Quinto Aquílio Sabino.[1][2] É possível que o casamento ruiu por influência de Júlia Mesa, avô do imperador.[3]
Em 221, com o fim do casamento, Heliogábalo se casou com a nobre Ânia Faustina, mas este casamento durou pouco tempo, e antes do fim do ano ele recasou com Aquília; ambos os casamentos não produziram herdeiros. Dião Cássio, tratando do assunto, disse que Heliogábalo desposou quatro mulheres, incluindo Ânia, antes de voltar para Aquília. Ao que parece continuou a viver com o imperador até seu assassinato em 11 de março de 222. Não se sabe seu destino depois disso, mas é possível que tenha sido vítima do escárnio dos romanos por ter quebrado seu voto de castidade como vestal, algo passível de punição pela tradição.[1][2]
Avaliação
Segundo Leonardo de Arrizabalaga y Prado, apesar da afirmação de Dião Cássio de que Aquília Severa era vestal, isso não é possível de confirmar pela cunhagem; nelas, há legendas com o nome de Vesta, Vênus Celeste, Vênus Félix, Letícia e Concórdia. Mesmo que se admita a possibilidade de que foi vestal, e portanto seu casamento foi sacrílego, também é possível que essa informação foi forjada para atacar o imperador, pois outra imperatriz, Júlia Domna (r. 193–211), que não era vestal, cunhou moedas com nome da deusa.[4]
O romano Dião Cássio (século III), e os bizantinos João Xifilino (século XI) e João Zonaras (século XII), entendem que Heliogábalo a violou, talvez pelo fato de ter sido vestal, mas a literatura moderna dá ênfase ao caráter religioso que seu casamento deve ter tido.[5] É igualmente possível, ademais, que Heliogábalo tivesse sentimentos por Aquília, e que seu casamento com Ânia Faustina foi breve, pois, ao nutrir sentimentos por Aquília, a queria de volta.[6] A diferença destes dois casamento é que o segundo não teve significação religiosa, pois com o divórcio de Aquília, Heliogábalo desfez o casamento de seu deus com Vesta e o recasou com Urânia, a deusa greco-púnica lunar cultuada em Cartago. Esse casamento foi relatado por Dião Cássio e Herodiano, com o segundo alegando que o imperador achava apropriado, talvez por retratar uma harmonia cósmica, a união do Sol e a Lua.[7]
Ver também
Precedido por Júlia Cornélia Paula |
Imperatriz-consorte romana 220 — 221 |
Sucedido por Ânia Faustina |
Precedido por Ânia Faustina |
Reis bárbaros de Roma 221 — 222 |
Sucedido por Salústia Orbiana |
Referências
Bibliografia
- Icks, Martijn (2011). The Crimes of Elagabalus: The Life and Legacy of Rome's Decadent Boy Emperor. Londres e Nova Iorque: I.B.Tauris
- Meckler, Michael L. (1997). «Elagabalus (218-222 A.D.)». Universidade Estadual de Oio
- Prado, Leonardo de Arrizabalaga y (2017). Varian Studies Volume One: Varius. Cambrígia: Cambridge Scholars Publishing
- Smyth, William Henry (1834). Descriptive catalogue of a cabinet of Roman imperial large-brass medals. Bedford: James Webb
- Vasi, David L. (1999). Coinage and History of the Roman Empire c. 82 B.C. - A.D. 480. Londres e Nova Iorque: Routledge