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Revisão das 04h05min de 19 de dezembro de 2020

Hannah Levy (Osnabrück, 1912 — Basileia, 1984) foi uma historiadora da arte alemã que deixou uma importante marca no Brasil através de seus estudos sobre o Barroco nacional.

Iniciou sua formação em 1932 nos cursos de verão sobre História da Arte, Filosofia e Germanística promovidos pela Universidade de Munique. Pouco depois transferiu-se para Paris, estudando na Sorbonne os conceitos definidos por Heinrich Wölfflin sobre o Barroco. Doutorou-se na Sorbonne com a tese Henri Wölfflin, sa théorie, ses prédécesseurs, onde tentava localizar a origem da conceituação de Wölfflin.[1] Internacionalmente a tese foi seu trabalho com a mais significativa fortuna crítica, sendo traduzida para várias línguas.[2]

Em 1937 migrou para o Brasil, onde permaneceu por dez anos desenvolvendo atividades como pesquisadora, crítica de arte e professora junto ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Publicou vários artigos na Revista do SPHAN na década de 1940, que deixaram um legado seminal para o aprofundamento e renovação dos estudos sobre o Barroco brasileiro, numa época em que ele ainda era cercado de um preconceito geral e mal começava a ser abordado de maneira científica, contribuindo de maneira destacada para sua revalorização no Brasil e divulgação na Europa, onde ainda era praticamente desconhecido.[1][3][2] Foi a primeira a chamar a atenção para as principais fontes da iconografia do Barroco nacional, identificando-as no grande acervo de gravuras e estampas europeias que circulou no país entre os séculos XVII e XVIII.[3][4] Sua obra pioneira provocou alguma controvérsia em seu tempo,[4] mas hoje seu valor é amplamente reconhecido e vem sendo estudada e comentada por diversos pesquisadores brasileiros e estrangeiros.[1] Segundo Baumgarten & Tavares,

"Específica a uma história da arte brasileira, a metodologia desenvolvida por Levy emancipou-se das abordagens europeias, sem no entanto enveredar-se pelo caminho de uma história da arte nacional ou mesmo nacionalista, em busca da essência de uma arte nacional, nos termos defendidos por Mário de Andrade e pelos adeptos da brasilidade. Ela não somente questionou o cânone europeu, mas também defendeu a importância da conceituação teórica para uma história da arte não-nacionalista e não-eurocentrista. [...] Ao defender as análises estruturais e formais das obras, ela revela as hierarquizações e as pré-valorizações dessas abordagens formalistas, em uma perspectiva que em décadas posteriores recebeu o nome de 'crítica da ideologia' (Ideologiekritik), conceito desenvolvido pelos neomarxistas e pelos membros da Escola de Frankfurt. Neste sentido, é possível considerar Levy como uma das predecessoras de uma história da arte pós-colonial".[2]

Referências

  1. a b c Nakamuta, Adriana Sanajotti. "Hanna Levy no Brasil e a questão do valor histórico e artístico no Serviço Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SPHAN (1940)". In: Revista Relicário, 2017; 4 (7)
  2. a b c Baumgarten, Jens & Tavares, André. "O Barroco colonizador: a produção historiográfico-artística no Brasil e suas principais orientações teóricas". In: Perspective — actualité en histoire de l'art, 2013 (2)
  3. a b Kern, Daniela Pinheiro Machado. "Hanna Levy e a história da arte brasileira como problema". In: X Encontro de História da Arte, 2014
  4. a b Daher, Andrea. Passado Presente. Gramma, 2017, pp. 190-191