Necrópole de Alcaria: diferenças entre revisões

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[[File:Necropole de Alcaria - Archeologo Portugues IX 1904.png|thumb|left|Desenho dos achados arqueológicos em Alcaria, publicado em 1904. Estão representados seis túmulos, um corte lateral para indicar a diferença de altitude entre duas sepulturas, e um pequeno jarro que foi encontrado no local.]]
[[File:Necropole de Alcaria - Archeologo Portugues IX 1904.png|thumb|left|Desenho dos achados arqueológicos em Alcaria, publicado em 1904. Estão representados seis túmulos, um corte lateral para indicar a diferença de altitude entre duas sepulturas, e um pequeno jarro que foi encontrado no local.]]
==Descrição e história==
==Descrição e história==
O sítio arqueológico situa-se a cerca de quatro quilómetros de Aljezur, nas imediações [[EN120|da estrada]] entre aquela vila e [[Lagos (Portugal)|Lagos]].<ref name=PortalArq/> Localiza-se na encosta de uma colina junto à Ribeira de Alcaria.<ref name=PortalArq/> Neste local foram encontrados os vestígios de uma necrópole, que foi utilizada entre os séculos VIII e XII, correspondendo ao período entre a [[Alta Idade Média]] e o [[Domínio muçulmano na Península Ibérica|domínio muçulmano]].<ref name=PortalArq/>
O sítio arqueológico situa-se a cerca de quatro quilómetros de Aljezur, nas imediações [[EN120|da estrada]] entre aquela vila e [[Lagos (Portugal)|Lagos]].<ref name=PortalArq/> Localiza-se na encosta de uma colina junto à Ribeira de Alcaria.<ref name=PortalArq/> Neste local foram encontrados vestígios arqueológicos desde o século VIII ao XII, correspondendo ao período entre a [[Alta Idade Média]] e o [[Domínio muçulmano na Península Ibérica|domínio muçulmano]].<ref name=PortalArq/>


A parte correspondente à época alto-medieval corresponde a um conjunto de sepulturas de inumação escavadas em calcário, que ainda tinham as suas tampas, das quais seis foram descobertas intactas.<ref name=PortalArq/> O arqueólogo Bernardo de Sá esteve no local em Março de 1904, a ordens de [[José Leite de Vasconcellos]], tendo registado a presença de várias sepulturas, que dividiu em duas categorias, a primeira correspondente aos sepulcros forrados com toscas lajes de xisto de espessura variável, nos lados, no topo e na cabeceira, e com tampas de forma rectangular, enquanto que a segunda categoria era relativa às sepulturas que não tinham lajes, mas tinham tampas de xisto, e cuja forma era semelhante à do corpo humano, estreitando-se na parte dos pés e com a cabeceira arredondada.<ref name=ArqPortug/> Na altura, grande parte das sepulturas já tinham sido destruídas por trabalhos agrícolas.<ref name=ArqPortug/> Nestes sepulcros foram descobertos vários recipientes em cerâmica, e um bracelete em bronze.<ref name=PortalArq/> Bernardo de Sá relatou igualmente a descoberta de um vasinho em barro, que identificou como uma infusa, a asa de um vaso, e os esqueletos de vários indivíduos.<ref name=ArqPortug>{{citar jornal|pagina=178-179|autor1=SÁ, Bernardo de|autor2=VASCONCELLOS, José Leite de|título=Explorações archeológicas no Algarve em Março de 1904|jornal=O Archeologo Português|local=Lisboa|publicado=Museu Ethnologico Português|numero=Volume IX|volume=1.ª Série|ano=1904|via=Direcção-Geral do Património Cultural|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/o_arqueologo_portugues_1_serie/|acessodata=21 de Setembro de 2021}}</ref>
A parte relativa à época alto-medieval corresponde a um conjunto de sepulturas de inumação escavadas em calcário, que ainda tinham as suas tampas, das quais seis foram descobertas intactas.<ref name=PortalArq/> O arqueólogo Bernardo de Sá esteve no local em Março de 1904, a ordens de [[José Leite de Vasconcellos]], tendo registado a presença de várias sepulturas, que dividiu em duas categorias, a primeira correspondente aos sepulcros forrados com toscas lajes de xisto de espessura variável, nos lados, no topo e na cabeceira, e com tampas de forma rectangular, enquanto que a segunda categoria era relativa às sepulturas que não tinham lajes, mas tinham tampas de xisto, e cuja forma era semelhante à do corpo humano, estreitando-se na parte dos pés e com a cabeceira arredondada.<ref name=ArqPortug/> Na altura, grande parte das sepulturas já tinham sido destruídas por trabalhos agrícolas.<ref name=ArqPortug/> Nestes sepulcros foram descobertos vários recipientes em cerâmica, e um bracelete em bronze.<ref name=PortalArq/> Bernardo de Sá relatou igualmente a descoberta de um vasinho em barro, que identificou como uma infusa, a asa de um vaso, e os esqueletos de vários indivíduos.<ref name=ArqPortug>{{citar jornal|pagina=178-179|autor1=SÁ, Bernardo de|autor2=VASCONCELLOS, José Leite de|título=Explorações archeológicas no Algarve em Março de 1904|jornal=O Archeologo Português|local=Lisboa|publicado=Museu Ethnologico Português|numero=Volume IX|volume=1.ª Série|ano=1904|via=Direcção-Geral do Património Cultural|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/o_arqueologo_portugues_1_serie/|acessodata=21 de Setembro de 2021}}</ref>


A cerca de quarenta metros de distância foi identificado um grupo de quatro silos do período islâmico, que provavelmente estariam ligados a alguma povoação nas proximidades, e da qual restou apenas o nome do local, ''Alcaria'', que no idioma muçulmano significa pequena aldeia.<ref name=PortalArq/> No interior dos silos foram descobertos vários fragmentos de vários utensílios em cerâmica, incluindo jarros e jarras, panelas, jarrinhas, púcaros, taças, alguidares, bules e garrafas.<ref name=PortalArq/> Estas peças apresentavam motivos decorativos, incluindo pintura em tons brancos, vermelhos e negros, incisões e vidrado.<ref name=PortalArq/> O espólio do sítio arqueológico foi depositado no [[Museu Municipal de Aljezur]].<ref name=PortalArq>{{citar web|titulo=Alcaria|obra=Portal do Arqueólogo|publicado=Direcção Geral do Património Cultural|url=https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=sitios&subsid=50838|acessodata=21 de Setembro de 2021}}</ref>
A cerca de quarenta metros de distância foi identificado um grupo de quatro silos do período islâmico, que provavelmente estariam ligados a alguma povoação nas proximidades, e da qual restou apenas o nome do local, ''Alcaria'', que no idioma muçulmano significa pequena aldeia.<ref name=PortalArq/> No interior dos silos foram descobertos vários fragmentos de vários utensílios em cerâmica, incluindo jarros e jarras, panelas, jarrinhas, púcaros, taças, alguidares, bules e garrafas.<ref name=PortalArq/> Estas peças apresentavam motivos decorativos, incluindo pintura em tons brancos, vermelhos e negros, incisões e vidrado.<ref name=PortalArq/> O espólio do sítio arqueológico foi depositado no [[Museu Municipal de Aljezur]].<ref name=PortalArq>{{citar web|titulo=Alcaria|obra=Portal do Arqueólogo|publicado=Direcção Geral do Património Cultural|url=https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=sitios&subsid=50838|acessodata=21 de Setembro de 2021}}</ref>

Revisão das 04h10min de 21 de setembro de 2021

Necrópole de Alcaria
Construção Idade Média
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 37° 17' 09.4" N 8° 48' 26.3" O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

A Necrópole de Alcaria é um sítio arqueológico medieval no concelho de Aljezur, no Sul de Portugal.

Desenho dos achados arqueológicos em Alcaria, publicado em 1904. Estão representados seis túmulos, um corte lateral para indicar a diferença de altitude entre duas sepulturas, e um pequeno jarro que foi encontrado no local.

Descrição e história

O sítio arqueológico situa-se a cerca de quatro quilómetros de Aljezur, nas imediações da estrada entre aquela vila e Lagos.[1] Localiza-se na encosta de uma colina junto à Ribeira de Alcaria.[1] Neste local foram encontrados vestígios arqueológicos desde o século VIII ao XII, correspondendo ao período entre a Alta Idade Média e o domínio muçulmano.[1]

A parte relativa à época alto-medieval corresponde a um conjunto de sepulturas de inumação escavadas em calcário, que ainda tinham as suas tampas, das quais seis foram descobertas intactas.[1] O arqueólogo Bernardo de Sá esteve no local em Março de 1904, a ordens de José Leite de Vasconcellos, tendo registado a presença de várias sepulturas, que dividiu em duas categorias, a primeira correspondente aos sepulcros forrados com toscas lajes de xisto de espessura variável, nos lados, no topo e na cabeceira, e com tampas de forma rectangular, enquanto que a segunda categoria era relativa às sepulturas que não tinham lajes, mas tinham tampas de xisto, e cuja forma era semelhante à do corpo humano, estreitando-se na parte dos pés e com a cabeceira arredondada.[2] Na altura, grande parte das sepulturas já tinham sido destruídas por trabalhos agrícolas.[2] Nestes sepulcros foram descobertos vários recipientes em cerâmica, e um bracelete em bronze.[1] Bernardo de Sá relatou igualmente a descoberta de um vasinho em barro, que identificou como uma infusa, a asa de um vaso, e os esqueletos de vários indivíduos.[2]

A cerca de quarenta metros de distância foi identificado um grupo de quatro silos do período islâmico, que provavelmente estariam ligados a alguma povoação nas proximidades, e da qual restou apenas o nome do local, Alcaria, que no idioma muçulmano significa pequena aldeia.[1] No interior dos silos foram descobertos vários fragmentos de vários utensílios em cerâmica, incluindo jarros e jarras, panelas, jarrinhas, púcaros, taças, alguidares, bules e garrafas.[1] Estas peças apresentavam motivos decorativos, incluindo pintura em tons brancos, vermelhos e negros, incisões e vidrado.[1] O espólio do sítio arqueológico foi depositado no Museu Municipal de Aljezur.[1]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i «Alcaria». Portal do Arqueólogo. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 21 de Setembro de 2021 
  2. a b c SÁ, Bernardo de; VASCONCELLOS, José Leite de (1904). «Explorações archeológicas no Algarve em Março de 1904». O Archeologo Português. 1.ª Série (Volume IX). Lisboa: Museu Ethnologico Português. p. 178-179. Consultado em 21 de Setembro de 2021 – via Direcção-Geral do Património Cultural 

Ligações externas


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